Ele pegou o celular e ligou para Miguel, não estava com paciência para se comunicar naquele aparelho.
— Alô, Thom. É como eu te disse, o contrato acabou junto com o casamento. — Eles já comunicaram aos associados? — Ainda não, creio que o CEO está tentando negociar com a ex-esposa. — Certo, vamos esperar, mas se houver algum movimento na bolsa de valores sobre a venda das ações dela, compre todas. — Sim, manteremos os planos. Boa noite e até amanhã. — Até… Desligaram e Thomas estava esperançoso, apesar de querer a ONE, também queria a Peixoto por seus produtos de excelente qualidade. Seu investimento em design de modas deu muito certo e prosperaria com a parceria. Agora, poderia dormir em paz. Dois dias depois A entrada de Renata no prédio da Empresa Peixoto, causou um frisson nos funcionários que já sabiam da ruptura das empresas e do casal. Nunca a tinham visto tão imponente e bela. Trajava um conjunto de pantalonas com blazer, brancos e uma blusa azul bebe por baixo. Seus cabelos, longos, caíam sobre suas costas, deixando-a mais feminina. O toque-toque do seu salto era inconfundível. Geralmente, usava scarpins, que eram mais confortáveis para o trabalho, mas hoje, queria estar mais alta e imponente para o que ia fazer. Todos admiraram sua postura elegante e a cumprimentaram, sem impedir a sua passagem. Esperava pelo elevador, quando Marcela chegou para acompanhá-la. — Bom dia, Sra. Peixoto. — Agora é Srta. Soares, já lhe falei. Conheço o caminho, Marcela, você não precisava ter o trabalho de vir me receber. — Desculpe, Srta. Soares. É uma honra e um prazer recebê-la. Renata manteve a postura, mas por dentro, gargalhava, pois era a primeira vez que Marcela a tratava com tanta cerimônia. Será que eles perceberam que estão quase indo à falência? Pensou. Ela sempre foi pontual, mas hoje, resolveu atrasar 3 minutos para encontrar todos na expectativa, ao entrar na sala. O primeiro a encará-la foi Donald e logo em seguida, viu os rostos sérios dos acionistas e em seguida os quatro últimos associados dela na Oni, sorridentes. Por fim, viu quem ela menos esperava, o grande empresário Thomas Prentiss. Aproximou-se da cadeira na ponta oposta de Donald e ao sentar-se ouviu a voz dele cheia de irritação: — Está atrasada! — Estou dentro do permitido para um atraso, tem alguma outra acusação para tentar me diminuir ou podemos começar? — Não me provoque, Renata! — Ou o quê? Fechando os punhos sobre a mesa e rangendo os dentes, Donald achou melhor desistir daquele embate e iniciar logo a reunião. Seu intento não era discutir com ela, mas sim, a cooperação dela nos novos contratos que assinou. Não daria o braço a torcer por ter errado ao não levá-la para assinar os contratos e muito menos, por ter levado sua secretária no lugar dela. — Vamos começar, aqui estão presentes os acionistas e diretores da empresa, assim como os novos associados, para que você nos explique as suas decisões. Renata contemplou a todos e por fim olhou para os quatro associados com quem ela tinha assinado contrato uns dias antes e passou-lhes a oportunidade: — Creio que seja melhor que vocês quatro comecem, assim poderão sair primeiro. Os quatro concordaram e o primeiro falou: — Estamos aqui para cancelar o nosso contrato de parceria. — o primeiro a falar foi bem direto. — Cancelar, mas por quê? Vocês não têm receio da multa que terão que pagar? — perguntou Donald, cheio de razão. O segundo tomou a palavra: — Estamos cancelando o contrato porque quando o assinamos, o senhor havia incluído a Empresa One como participante, porém, soubemos que não existe mais contrato entre as duas empresas e como a senhora Renata Soares não assinou os contratos, constitui um estelionato. O terceiro continuou, como se tivessem combinado o que cada um iria dizer. — Nós queríamos muito ter a One como nossa parceira, mas ela sempre esteve atrelada a Empresa Peixoto, por isso assinamos o contrato. Agora que vocês não têm mais vínculo, não precisamos mais da Empresa Peixoto e vamos processá-lo. O quarto empresário concluiu: — É por isso que já acionamos o nosso advogado e estamos exigindo que vocês paguem a multa contratual, caso isso não aconteça, o caso será denunciado à polícia. Cada um entregou a sua pasta para Marcela, que as levou para Donald. O primeiro empresário a falar, novamente se dirigiu a todos: — Dito isto, pedimos licença para nos retirarmos. Daqui em diante, serão nossos advogados a se comunicarem com vocês, com licença. Os quatro se retiraram e um por vez, foi cumprimentar Renata e apertou-lhe a mão. Renata sorriu para os quatro e viu-os partir, só então encarou Donald que estava vermelho de fúria e com certeza, deveria estar pensando no quanto teria que pagar de multa. — O que foi, Donald? Está passando mal? Marcela, sirva água para ele. — mandou Renata, como se fosse a verdadeira CEO. — Pode parar, Renata. Vamos continuar, os associados querem uma explicação de você. — grunhiu Donald. — Pois não, o que querem saber? — Por quê a senhora desfez o contrato da One com a nossa empresa sem comunicação prévia? Pensou Renata: Então é por este caminho que eles querem seguir? Querem botar a culpa em mim por quebra de contrato, mas estão redondamente enganados, se pensam que sou uma irresponsável como o CEO desta empresa. — Em primeiro lugar, o contrato tinha prazo de validade e se não viram, foi negligência da parte de vocês, mesmo assim, eu enviei um e-mail para a firma de advogados, comunicando que o contrato estava encerrando e eu não tinha intenção de renovar. Ela pediu a Marcela para que ligasse a smart TV e com o celular, postou a cópia do e-mail que enviou e a resposta da empresa confirmando o recebimento. Thomas ficou inquieto, pois também esperava usar esse argumento para mantê-la vinculada a empresa Peixoto, mas pelo jeito, o idiota foi o CEO, que não prestou atenção e não deu o devido valor a sua esposa. Não podia culpá-lo, pois também a subestimou. — Senhora Peixoto… — começou Thomas a falar. — Senhorita Soares, por favor. — corrigiu ela. — Senhorita Soares, não existe a possibilidade de uma nova parceria com a empresa Peixoto? Renata não entendeu o porquê dele querer saber. Será que ele também assinou um contrato? — Qual o seu interesse, Sr. Prentiss? — Acho que a Srta. está misturando a vida pessoal com os negócios. Afinal, era vantajoso o contrato entre as duas empresas, a One cresceu em parceria com a Peixoto. — A postura do empresário era firme e fria, mostrando que tinha total convicção do que falava. — Não sei o que o senhor faz aqui e nem qual o seu direito de me questionar, mas vou lhe responder: sempre foi o contrário, sempre foi a One que alavancou a Peixoto e não o inverso. Thomas sentiu que ela não cederia e olhou para Donald, esperando uma atitude da parte dele. — O Sr. Prentiss tem interesse em nossa Empresa, mas quer as duas, não uma só. Você não estaria disposta a renegociar o contrato? — perguntou Donald.Todos estavam na espectativa pela resposta dela. — Ao contrário do que afirmou o senhor Prentiss, eu não estou confundindo a minha vida pessoal com os negócios. Já há tempos eu havia planejado me retirar e ampliar a minha empresa. Atrelada a empresa Peixoto, ficava limitada aos contratos assinados com seus parceiros. Separados, posso atender a qualquer um que me procurar com uma proposta válida. — Então, você fez tudo de caso pensado? Usou o meu deslize para ter vantagem na sua saída? — Não distorça as coisas, Donald. Eu não preciso que você me dê motivos para querer separar as empresas. Negócios são negócios. Quando assinei o contrato, já previa que minha empresa faria sucesso, ao contrário de você que sempre foi um desleixado com os negócios. Os diretores associados sabiam bem do que Renata estava falando. Se não fosse ela ao lado de Donald, aquela empresa já teria afundado há muito tempo. Balançaram a cabeça afirmativamente, concordando com ela e Donald não sabia mais como a
Ela sorriu, considerando-o inacreditável. Ele falou com tanta displicência, como se não fosse exatamente o que queria falar ou soubesse que a resposta seria a mesma, mas não ligasse. Então, o que fazia ali? — Você sabe que não vou voltar atrás, então, o que realmente quer? — Quero que faça a propaganda da Nixor. Na verdade, gostaria que fosse a diretora do departamento de propaganda e marketing. O que me diz? — Que não…simples assim. — Não entendo, é vingança por eu te rejeitar no passado? — Não seja arrogante, Thomas. Eu queria muito trabalhar com a Nixor no passado, pois tinha o foco voltado à Empresa Peixoto, mas mudei o foco. Hoje me interesso pelas oportunidades geradas pela internet. Não só a propaganda e a comunicação, mas principalmente a comunicação global que ela proporciona. — Perfeito, é exatamente com o que trabalho. O meu foco principal, que deu início aos meus negócios, é a ‘internet’, seja com todo o tipo de aparelhagem eletro eletrônica, seja nas comunicaç
Retirou de dentro da pasta os envelopes com os respectivos contratos de cada empresa, declarando que caso mudassem de donos, o contrato seria automaticamente anulado. — O que é isso?— Eu também sei ser prevenida, senhor Prentiss. O senhor teve um grande trabalho para conseguir me prender, mas sugiro que desfaça tudo, não foi justo o que o senhor fez com esses cavaleiros a troco de nada. Com licença e dê-se por satisfeito por eu não lhe cobrar indenização.Ele ficou olhando para ela, estarrecido, completamente paralisado, nunca imaginou que a mulher fosse tão inteligente e criasse esse artifício. Ele, realmente, foi muito previsível.Ela estava sentada do outro lado da mesa e ele ficava próximo à porta e para sair, ela precisou passar por ele. No instante que passou, ele a segurou forte pelo pulso e puxou-a, fazendo-a cair em seu colo. Ela soltou um gritinho e tentou se levantar.— Me solta, o que você pensa que está fazendo?— Você pensa que isso é um jogo, que pode me fazer de palh
Ela estava tão linda que sua vontade era fugir com ela para alguma ilha deserta e ficarem só os dois, mas sabia que não podia atropelar as coisas.“ Como posso resistir a uma mulher tão linda e impressionante? Preciso tê-la só para mim e saciar todo esse desejo que pulsa dentro de mim, mas para ter a profissional, preciso ter calma e conquistar a mulher. Talvez precise perder minha liberdade, mas valerá a pena.” Pensava ele.Já os pensamentos dela eram diferentes:“ Ele está tão elegante e lindo, mas não posso esquecer que ele é um concorrente. Caso me envolva com ele, será meramente um laser temporário. Se ele sabe jogar, eu também sei, e são precisos dois concordarem para que aconteça algo mais sério.”Chegaram ao hotel onde seria o evento e o lugar estava badalado. Havia enormes canhões de luz giratórios, virados para o céu. O lugar foi cercado para impedir os fanáticos por notícias de se aproximarem.Eles desceram da limusine, ele sempre muito galante e atravessaram o tapete verme
Ele não esperou a resposta, pegou-a pela mão e foram até a mesa, despediram-se de todos e saíram. Ela estranhou quando foram para o elevador e subiram até as suítes vips do hotel. — Por quê viemos para cá? — perguntou ela, admirando todo o local que foi preparado especialmente para aquele momento. — É onde eu quero estar com você. Você merece um lugar muito especial e ser amada de forma muito profunda. Quero você só para mim e espero que você me queira também. Como fez no salão, ele não esperou pela resposta dela, envolveu-a nos braços com força e beijou sua boca profundamente. O beijo a pegou desprevenida e quando percebeu já estava correspondendo, sentindo a língua dele provocar a sua e seu corpo corresponder aquela sensação tão poderosa. O beijo dele era tão bom, totalmente diferente do beijo de Donald, que não chegava a excitá-la como estava agora. Seu corpo arrepiou e as emoções com erro por cada canto, provocando nela algo que nunca tinha sentido e com a ajuda do champanhe
Serviu uma xícara de café para ela e ela franziu a testa.— Como sabe que gosto de café puro?— Sei tudo sobre você. Confesso que fiquei um pouco obcecado, não parava de pensar em você, então a investiguei.— Agiu como um eficiente empresário. — disse ela, pegando um pedaço de queijo branco e comendo logo em seguida.Ele ficou sem graça, se é que era possível e calou-se. Terminaram o desjejum e ela aproveitou a bolsa em que vieram as roupas, para colocar seu vestido de festa. Calçou as sandálias, pegou sua bolsinha e estava pronta para ir embora.— Podemos ir?— Não quer ficar mais um pouco e aproveitar a suíte? — perguntou ele, segurando sua cintura, cheio de segundas intenções.— Tenho coisas a fazer, mas se você quiser ficar, pego um táxi.Ele ficou sério, não compreendia a frieza dela, pareciam não sentir a mesma coisa que ele e resolveu acatar sua vontade. Saíram juntos, mas assim que chegaram ao saguão do hotel, ela correu e entrou no táxi que acabou de deixar hóspedes e foi emb
Ela o fitou com os olhos arregalados, lembrando-se, só naquele momento, que esqueceu de ligar o celular. Abriu a bolsa, pegou o celular e depois de ligar o aparelho, começou a receber as diversas notificações.— Desculpe, desliguei e esqueci de religar.Ele suspirou aliviado, vendo que não foi um distanciamento proposital da parte dela, ainda bem que não estava tudo perdido, pensou ele.— Eu queria trazê-la para jantar, acho que meu desejo foi tão intenso que estamos aqui. — Desculpe, não foi por querer, eu estava muito cansada e incômoda. Já tinha algum tempo que não me relacionava e meu corpo se ressentiu. Ele ficou preocupado, mas achou fofa a maneira como ela falou, tão educada e sem usar palavras íntimas.— Acho que não cuidei muito bem de você, desculpe.— A culpa não foi sua, eu só não esperava. Eu gostei da nossa noite.— Confesso que ouvir isso me aliviou, pois seu comportamento pela manhã, deixou-me com a sensação de que foi só por uma noite.— Bem, nós não temos um relaci
Donald levou um tempo para se acalmar e foi o suficiente para Marcela chegar e o levar embora.— Desculpa, Senhorita Soares, não percebi sua saída. Vou levá-lo.Donald levantou o rosto do ombro de Renata que se afastou, sem perceber o quanto a sujou, levantou e olhou para Marcela, aborrecido.— Não sou uma criança para ter babá. É por sua causa que estou nessa situação.PlaftA bofetada de Marcela em Donald, pegou Renata de surpresa, mais ainda a ele, que a levou. Donald ficou desnorteado e quando Marcela o pegou pelo braço, tirando-o do escritório, seguiu sem reclamar, com a postura de um derrotado.Rosa deu o primeiro alerta:— Um dos clientes ligou, dizendo que suas propagandas foram apagadas. Renata colocou a mão na cabeça, suspirando, tinha certeza que ele ia retalhar desta maneira e não tinha o que fazer, pelo menos por enquanto, afinal, ele era o maioral e tinha muito dinheiro para bancar o que quisesse. — Eu esperava por isso. Ligue para o cliente, falarei com ele.Cláudia e