Helena fica conversando com a tia, não mais sobre Fernando e sim sobre o aniversário das meninas, até que Helena decide perguntar algo.
— A senhora deu o endereço daqui para Murilo? Pois ele pensa que eu moro no Sul.— Não se preocupe, disse a ele que não sabia de cabeça, e que depois eu o daria. Ele pediu o seu telefone e não tive como negar, acho que você já fugiu muito desse seu amigo.— Não foi dificil, vim embora quando ele estava as voltas com a viagem dele para Londres, eu sabia que não teria tempo de se preocupar comigo. A minha preocupação é que se ele ver Aurora saberá o que aconteceu entre mim e o tio dele.— Sabe muito bem que ele mesmo as voltas com a viagem me ligava todos os dias por não conseguir falar com você. Mas em relação ao tio dele, eu acho que antes mesmo de Murilo ver Aurora, você deveria procurar Fernando e lhe contar as consequências de uma noite, isso é se foi mesmo só uma noite. — Soraia fala fazendo cara feia— Para tia, já disse que foi apenas uma noite, e mesmo assim aconteceu por minha culpa, pois só faltei o esperar nua na cama dele.— E ainda tem coragem de dizer essas coisas para mim. Se o seu pai souber que a filhinha dele vivia dando em cima de um homem da idade dele ele infarta. Ah! Com certeza ele infarta.— Fernando não tem a idade de papai, ele é 4 anos mais novo.— E você é 15 anos mais nova que ele, era por isso que ele fugia de você para não ser acusado de pedofilia. E pensar que eu te deixava dormir na casa dele, ele pode pensar que eu sabia da sua sem-vergonhice.— Não era sem-vergonhice, eu apenas dizia a ele o que sentia.— Deixe de bobagem, uma moleca de 16 anos sabe lá o que é amar alguém, pensei que quando me falava que ia se casar com ele era apenas devaneio.— Eu sempre soube que o amava. Desde o dia que o conheci me apaixonei por ele, tão lindo, tão perfeito. Eu estava com 15 anos, mas soube na mesma hora que ele era perfeito para mim. — Helena fala como se fosse a coisa mais natural do mundo.— E ele 30 anos, e ainda se acha certa. Mas se diz que o ama, o procure e diga que vocês tem duas filhas, pare de querer o castigar, pois sabe que ele se apaixonará por elas.— Eu não vou fazer isso tia, ele vai pensar que engravidei de propósito. Por favor não insista nisso — Helana se levanta de onde estava sentada — Agora me deixe cuidar de Ágata, ela está toda suja de areia, e deve estar fazendo uma bagunça daquelas no quarto, isso é, se não já acordou Aurora.Para surpresa de Helena, Ágata, dormia abraçada a irmã já de banho tomado, provavelmente o avô cuidou dela, e isso a fez parar na porta e olhar para as suas filhas, pensando no que a tia disse sobre o seu pai. Ele sempre estaria ao seu lado, lhe ajudando a cuidar das suas bebês. Ela as amava tanto e o seu coração se aperta ao saber do cuidado que Aurora sempre teria que ter para que pudesse viver mais.Helena agradecia aos céus por seu pai ter boas condições financeiras, pois os remédios que ela usava não eram baratos e ela pensou quantas crianças sofriam daquele mesmo problema sem recursos para o devido tratamento.— Ágata dormindo, deve estar realmente cansada — Soraia fala rindo ao se aproximar de Helena.A noite, Helena estava pondo as filhas para dormir quando o seu telefone toca "Murilo" apesar de não ligar mais para ele, ainda o tinha em seus contatos, mesmo ela tendo trocado de número.— Ágata, deixe a sua irmã dormir, ela está cansada, a mamãe já vem lhe contar uma história. — Ágata apenas lhe confirma com a cabeça, deitada em sua caminha.Assim que sai do quarto Helena atende ao telefone.— Alô!— Pelo amor de Deus! O que aconteceu com você que me abandonou? Mas sinto muito te dizer, de agora em diante não irá conseguir mais se livrar de mim — Helena apenas sorri, ela também sentia saudade do amigo.— Oi Murilo, como você está? Como conseguiu o meu número? — Pergunta fingindo não saber.— Tia Soraia. Confesso que até pensei que ela estivesse em conluio com você para que eu não a encontrasse.— Deixe de bobagem, eu apenas troquei de número e acabei perdendo o seu contato.— Como você está? Confesso que morro de saudade de nossas conversas e também das nossas bagunças.— Eu estou bem, e você? Como foi estudar em Londres?— Confesso que muito melhor do que eu pensei, foram dias de muito aprendizado.— Fico feliz.— Assim que voltei procurei por sua tia, foi quando ela me disse que você não havia voltado para o Rio de Janeiro, e que não mais pretendia voltar. Estranhei ela dizer que estava sem o seu número de telefone, mas não desisti, até que ela me deu, mas confesso que percebi uma certa resistência.— Meu pai estava muito sozinho, por isso optei por continuar por aqui mesmo.— E a faculdade?— Terminei a distância. — Eles ficaram em silêncio por um tempo.— Não vai me perguntar pelo meu tio?— Não há motivos, já que ele só sabia me evitar.— Me admiro você ter desistido dele, depois de passar anos o perseguindo — Murilo fala rindo — Confesso que até achava engraçado vocês dois, principalmente o jeito que ele tentava se esquivar das suas investidas.— Murilo, eu preciso desligar agora, podemos conversar depois? — Helena não queria falar sobre Fernando.— Tudo bem, me ligue quando quiser, agora você já tem o meu número, quero contar e saber das novidades. — Murilo responde animado — E acredite, se não me ligar eu te ligo.— Eu te ligo, pode deixar — Helena promete, não queria que ele ligasse numa hora imprópria.— Beijos irmãzinha.— Beijos Murilo — Helena encerra a ligação com uma imensa vontade de chorar, ela adorava Murilo, sempre foi o seu melhor amigo, aquele a quem confiava os seus segredos, o único que ele não pôde saber foi ela ter transado com o tio dele e ter engravidado.— Mamãe!!!— Alguém a chama e ela volta a atenção a Ágata que a chamava do quarto.Ágata era a mais nova, nasceu com seis minutos de diferença, nasceu saudável e só em olhar se percebia a diferença entre as duas. Ágata não apenas nasceu maior que a irmã como ainda era a maior, quem as olhasse pensava ter idades diferentes, devido a diferenca do tamanho entre elas.Aurora era a mais frágil, quando nasceu passou 15 dias internada, era tão pequena e delicada que dava nervoso em dar banho, além disso, Aurora precisava fazer dietas, tomava medicações forte e não podia fazer as mesmas atividades que a irmã, mesmo assim era uma criança feliz e era também muito inteligente, aos dois anos falava tudo, com melhor pronúncia que a irmã, adorava cantar, e as vezes Helena chorava quando a via cantando e suspirava por sentir falta de ar, nessa hora Helena continuava a canção e a filha só sorria.As vezes Aurora perguntava o motivo das lágrimas da mamãe dela, e a mãe apenas dizia ser por ela cantar lindamente, e que isso a deixava emocionada com a canção, mas que não se preocupasse, pois eram lágrimas de felicidade..Helena depois que Ágata dormiu, vai para sala e encontra o pai assistindo o noticiário.— Dormiram?— Sim, Aurora está tão ansiosa com o aniversário amanhã, que estou começando a me preocupar.— Ela vai ficar bem, é que ela está crescendo e diferente de Ágata, ela é mais perspicaz — Bernardo olha para a filha — Desde que disse a elas que o pai estava viajando, ela quer conhecê-lo.Helena prefere não responder, sua história com Fernando começou quando ela passou para uma faculdade pública no Rio de Janeiro, desde então ela foi morar com Soraia. Helena estava com 15 anos, e nem acreditou quando viu sua aprovação pois, tinha acabado de terminar o ensino médio e fez a prova a nível de conhecimento. Ela sempre foi muito estudiosa e inteligente, o que a ajudou a passar na primeira tentativa para o curso de Nutrição.Nutrição sempre foi o que desejou cursar, mesmo que o pai e a tia achasse loucura, já que ela adorava fazer doces e bolos, engordando a todos que experimentassem as suas gulosei
Helena estava decidida a conversar com Aurora, ela passou a festa inteira perguntando sobre o pai, onde ele estava, e porque não tinha chegado ainda. A desculpa da viagem não estava adiantando, era como se ela o conhecesse e sentisse saudade dele.— Alô! — Helena mais uma vez fala ao telefone, sem se dar conta de quem era.— Mamãe, mamãe — Aurora insiste e a pessoa do outro lado continua em silêncio.— Peraí meu amor, a mamãe está no telefone.— Helena, você tem um filho? — Murilo pergunta sem acreditar.— Murilo? — Helena sente as pernas tremerem e o coração disparar.— Mamãe, é o papai, é o meu papai? — Aurora parecia não querer ficar sem respostas.— Calma bebê, é um amigo da mamãe.— A vovó disse que eu pareço com o papai, é vedadi?— Murilo, eu realmente preciso desligar, me desculpe, depois conversamos.Helena encerra a ligação sem esperar Murilo responder, o seu coração está disparado, se fosse Ágata seria mais fácil a fazer calar, mas Aurora era diferente, quando ela queria sa
Fernando sai de casa disposto a descobrir o paradeiro de Helena, se ela estava se escondendo dele seria por pouco tempo. Iria descobrir onde ela estava e teriam uma conversa. Só havia uma pessoa que podia lhe ajudar, além dele saber do que havia acontecido entre ele e Helena, também sabia dos seus sentimentos por ela.— Luiz, onde você está?— Em meu apartamento, hoje tirei a noite para descansar um pouco já que estou de folga, mas se for para beber, tô dentro.— Logo estarei aí, preciso de um favor seu. Preciso descobrir algo e sei que você poderá me ajudará com isso.— O que o faz vir até aqui com tanta urgência? — Luiz pergunta assim que Fernando entra em seu apartamento transtornado.— Me descubra de onde é esse telefone, o dono da linha, o endereço e tudo o mais que puder.Luiz nunca viu o amigo tão nervoso, parecia querer tirar o pai da forca. Ele olha o número de telefone, sendo a única informação que tem para se conseguir informações sobre o dono da linha.— Posso saber pelo m
Com muita dificuldade Helena consegue dormir, mas é apenas um cochilo, acorda com a cabeça a mil, torcendo para que Fernando esqueça aquele assunto, e não volte a ligar para ela novamente. O que a fez querer contar para ele, foi unicamente para deixar a filha feliz. Ouvir Aurora perguntando pelo pai a festa inteira, a deixou com o coração destruido, mas quando pensava em falar com Fernando, o pavor a dominava. O seu pai estava certo quanto mais tempo passasse, mais aborrecido ele ficaria, mas agora lhe faltava coragem para lhe contar.Se ele soubesse a verdade, iria fazer questão de assumir as filhas, mas tomado pela raiva por ela as ter escondido, com certeza pediria a guarda das meninas, já que iria se casar e tinha muito mais recursos financeiros que ela para o tratamento de Aurora.Sem pensar direito ela liga para Murilo.— Helena, que bom que você ligou, pelo amor de Deus, me diga o que está acontecendo.— Murilo, eu conheci alguém e me relacionei com essa pessoa, Aurora é filha
Quando a dor de perder a sua mãe estava menor, ele perdeu a sua única irmã, Júlia. Ela era a mãe de Murilo e morava em outro estado, mas isso não impedia deles serem próximos, assim como a diferença de idade entre eles. Quando Fernando nasceu, Júlia estava com 10 anos, mas sempre foram muito ligados um ao outro, e ficaram ainda mais com a morte da mãe, quando Fernando passou visitar a irmã mais vezes e vice versa.Júlia sofreu um acidente de carro, um caminhão desgovernado atingiu o carro onde ela e o marido estavam e o impacto levou os dois a morte, deixando Murilo órfão aos 14 anos.A noticia destruiu Fernando, o seu coração doia tanto que parecia não ser capaz de continuar vivo, mas descobriu ser mais forte do que imaginou ser, afinal precisava ser, o seu sobrinho Murilo, a quem amava, precisava dele, pois só tinha ele para se tornar o seu tutor.Não foi fácil seguir em frente, ele tinha acabado de inaugurar a sua empresa de acessoria, e se não fosse os amigos que estiveram ao seu
Conforme o tempo foi passando, Fernando passou a se sentir atraido por Helena, mas não tinha coragem de reconhecer isso nem para ele mesmo, ficar com Helena seria loucura, ele conhecia Soraia, a tia dela, e ela lhe confiava a sobrinha em sua casa, e isso o fazia se sentir mal pelo sentimento que nascia dentro dele.Helena não lhe dava trégua, insistindo incansavelmente em dizer que gostava dele, e o que ele tentou evitar, lhe aconteceu. Helena passou a morar em seus pensamentos, sentia uma vontade louca de estar com ela de beijá-la, e tê-la em seus braços. Condenava a si mesmo por esses pensamentos, e passou a fugir ainda mais dela, com medo de ceder ao desejo que o consumia.Helena deixou de ser aquela menina magrinha que ele conheceu, e passou a ter as curvas desenhadas, ele pode vê-la se transformar em uma linda jovem, com curvas perfeitas e um rosto de chamar atenção de qualquer um que não fosse cego.Quando estavam a sós, coisa que ele costumava evitar, ela o provocava ainda mais
E assim Fernando lhe obedece. Deixando a camisinha de lado, ele entra nela com cuidado para não machucá-la, mas sem nenhuma proteção, ele também queria a sentir daquele jeito, queria se sentir engolido por ela, queria sentir o seu membro naquela gruta quente e úmida.Aquela noite foi especial para Helena, mas para ele também foi, para ambos foi a realização de um sonho, pois há muito tempo eles se desejavam. Estar com ela em sua cama o fazia querer tê-la sempre ali ao seu lado, mas ao vê-la dormindo ao seu lado, abraçada a ele, não conseguiu se livrar da culpa de ter tirado a sua virgindade, ele era um homem de 33 anos, era vivido e cheio de experiências, não podia dar esperanças a ela, teria que deixar claro que o que aconteceu entre eles foi apenas um momento, nada mais que isso, mesmo sabendo não ser verdadade.Quando Helena acorda pela manha ele a olha, e dá um beijo em sua testa, ele pouco havia dormido, e muito antes dela acordar ele já tinha despertado.— Você está bem? — Pergu
Fernando se recupera rápido, e com um sorriso amarelo ele a cumprimenta, tentamdo pensar em uma desculpa para estar ali.— Bom Dia Soraia — Fernando fica sem saber o que dizer, o que ele estava fazendo atrás de Helena, o arrependimento bate a sua porta e ele fica sem reação.— O que faz aqui? — Soraia pergunta novamente, pensando que Helena enfim, tenha decidido o procurar.— É que... É que... — Fernando não consegue encontrar nenhuma desculpa, até alguém aparecer na porta.— Vovó, a mamãe vai vota? Imã tá dodoi.— Aí meu Deus! — Soraia corre para ver Aurora, deixando Fernando ali parado.Soraia entra as presas e Fernando continua ali parado, vendo a senhora que lhe abriu a porta também lhe virar as costas correndo.— Oi tio — Ágata o cumprimenta sorrindo, Fernando olha para baixo e também lhe sorri, se abaixando em seguida à frente dela e lhe belisca a bochecha. Ele não resistiu, ela era muito fofa e tinha as bochechas rosadas que o deixou encantado.Fernando fica olhando a criança