Helena não queria acreditar no que a médica lhes dizia, um pavor toma conta dela, tudo o que conseguia pensar era um outro filho com o mesmo problema de Aurora, começou a se sentir irresponsável e quis acreditar que a médica estivesse brincando.— Está brincando, não é doutora? Claro que é brincadeira, só porque sabe que já temos as gêmeas. — Se forçava a rir mesmo com a voz embargada pela vontade de chorar que sentia.— Helena, eu não estou brincando, você está grávida novamente de gêmeos. — Helena começa a chorar, só consegue se lembrar de tudo o que passou com Aurora, e se dessa vez não tivessem tanta sorte e o seu bebê não sobrevivesse.— Amor, não fica assim...— E se... e se... — Helena soluça, virando o rosto para a parede — E se um deles não for saudável?— Helena, ter um filho com cardiopatia congênita, não significa que os outros filhos terão o mesmo problema — A médica tenta a tranquilizar — Tente ficar calma.As palavras da médica de nada adiantaram, Helena saiu do consult
Helena estava em sua loja mudando o cardápio, iria acrescentar algumas novidades, doces que ela mesma havia criado mas que engordavam, isso a pedido de alguns clientes que frequentavam a doceria pois, alguns frequentadores tinham problemas de baixo açúcar no sangue e esses precisavam aumentar a glicose e ela não podia deixar de agradar a todos. Estava em seu escritório trabalhando quando recebe uma ligação do pai.— Oi papai.— Filha, é Benicio.— Nasceu?— Estou no hospital.— Benicio nasceu? — Helena insiste com a pergunta.— Sim, ele nasceu, Benicio nasceu.— Parabéns papai!!!— Bernardo estava tão feliz que foi difícil Helena entender a princípio, se tinha nascido ou se ia nascer — Como está Camila?— Ela está bem, o parto foi normal, sofreu um pouco, mas agora ela está bem e Benicio é muito lindo.— Então parece com o senhor — Helena o responde rindo.— Camila também disse que ele se parece comigo. — Bernardo estava tão feliz que era impossível não perceber que ele sorria enquanto
Helena pensou que após os primeiros meses de gravidez os desconfortos acabassem, assim como foi na gravidez de Aurora e Ágata, mas estava enganada. Os meses se passaram e pouca coisa mudou, isso sem falar na preocupação que ainda tinha dentro dela, mesmo a médica dizendo que as crianças nasceriam saudáveis, Helena continuava sentindo muito medo, afinal só soube do problema de Aurora quando ela nasceu, sua preocupação era tão grande que a fazia ter pesadelos, mas Fernando sempre a confortava, tentando convencê-la de que daria tudo certo.Ana agora era quem buscava as gêmeas na escolinha, e ficava com elas até Fernando chegar, mas sempre na companhia de Helena, que mesmo remando com o seu barrigão não deixava de dar atenção as filhas. Aurora não sentia muito ciúmes da mãe com os bebês, o problema dela era quando via o pai falando com eles, ou mesmo fazendo carinho na barriga de Helena, ela chegava a agir como Ágata quando estava irritada, gritando e chorando, mas era Fernando a pegar no
Helena ainda falava quando sente uma pontada aguda em baixo da barriga, a fazendo soltar um gemido e mais uma vez ela puxa o ar e solta pela boca, mas antes que ela se recupere, sente outra pontada, e outra e outra.— Tia, as contrações. — Fala controlando a respiração como a médica tinha lhe ensinado.— Sente-se aqui, vou chamar Fernando.Mas antes que Helena consiga se sentar, sente uma água descer por suas pernas a deixando apavorada, pois ela sabia o que era, com Ágata e Aurora não foi assim, pois ela as teve cesariana.— Tia, os bebês, eles vão nascer, a bolsa estorou.— Ai meu Deus!!! FERNANDO, FERNANDO!!!!— Soraia grita e não apenas Fernando aparece, mas todos que estavam na casa.Fernando deu um salto ao ouvir Soraia gritando, pensou que Helena tivesse caído ou algo assim. Ao saberem o que estava acontecendo, cria-se um alvoroço e Helena permanece ali se apoiando na parede. Ana pega Ágata e Aurora pelas mãos e sobe com elas para o quarto, com Ágata reclamando que não queria ir
Aos poucos Fernando e Helena conseguiram amenizar o ciúme de Aurora, eles tinham o cuidado de incluí-la nos cuidados com os recém nascidos, que cresciam fortes e saudáveis com as irmãs maiores sempre por perto.Ágata quando chegava da escolinha corria para o banheiro, pois a mãe só deixava ela brincar com eles depois do banho, e assim ela não queria perder tempo, um dia Helena a encontrou puxando Bernardo pelas pernas que ria balançando os bracinhos. Aurora mais os vigiava, colocando a chupeta na boca quando eles choravam ou mesmo cantando para eles se acalmarem como ela dizia, mas Ágata se pudesse os arrastava para brincar com ela.Quando eles conseguiram sentar, Ágata já queria que eles ficassem de pé para andar. Ela brincava de bola com Bernardo, jogando para ele e o ensinando a jogar de volta, mesmo que ele não tivesse senso de direção ainda, ela também brincava de jogos de montar com Júlia que mais desmontava do que montava, e quando Ágata cansava de brincar "sozinha" ela chamava
Helena estava com Júlia e Ágata no quarto, Aurora e Bernardo estavam com o pai as esperando na sala.— Anda Ágata, você vai atrasar a sua irmã. — Helena apressa a filha que estava acabando de se arrumar.— Espera mamãe, já estou acabando, só falta um batom e pronto, estou pronta e linda.— Quem vai se apresentar é Aurora e não você que nem dançar sabe.— Falou a dançarina formada. — Ágata debocha da irmã que era uma das melhores alunas de balé — Não vou ser dançarina e muito menos cantora, vou ser empresaria, vou ser a sucessora do papai.— Parabéns, eu ainda nem sei o que eu quero ser quando crescer, sou muito criança para pensar nisso.— Chega vocês duas, e vamos que o pai de vocês está nos esperando!Ágata vestia uma calça jogge branca e calçava tênis e usava uma t-shirt com flores aplicadas, usava os cabelos longos presos em um rabo de cavalo e uma maquiagem básica que a mãe deixava usar, nada de exageros. Julia vestia um vestido florido até os joelhos e nos pés uma sandália bran
Fernando entra em casa e segue para o seu quarto, era uma sexta feira, mas não estava a fim de sair. Murilo, o sobrinho que morava com ele, não tinha horas para chegar em casa, isso é, se ele voltasse para a casa aquela noite.Seu amigo Luiz o chamou para sair, assim como Karen, a sua noiva, que insistiu para que ele fosse a uma festa com ela e os pais, mas ele não estava com disposição de fingir estar feliz ao lado de Karen, por quem não sentia absolutamente nada, além de um sentimento de amizade.Karen sempre foi uma boa amiga, muitos não gostavam de sua personalidade, e do seu jeito de tratar os outros, mas ele não tinha do que falar mal dela. Com ele, ela sempre foi uma pessoa prestativa, que esteve ao seu lado nos momentos mais difíceis de sua vida, esse também foi um dos motivos que o fez aceitar aquele pedido de casamento inesperado, quando ela estava em um leito de hospital entre a vida e a morte.Fernando sempre foi um homem sério e integro, que buscava fazer as coisas certa
Em uma praia, uma jovem corria a brincar com a sua filha a beira do mar, ao longe um homem a olhava sorrindo, lhe acenando. Depois de mais uma ida à água, ela convence a filha de descansarem um pouco. A pegando no colo para que a criança não queimasse os seus delicados pés na areia escaldante, ela corre até o homem.A jovem coloca a filha de pé sobre uma cadeira e a seca, lhe passando mais protetor depois de seca.— Passou mais protetor em Aurora? — A jovem pergunta ao homem olhando para a outra criança que lhe sorria.— Não se preocupe, ela já está branca de tanto protetor que passei — O homem responde rindo — E essa levada, não se cansa de brincar não?— Ágata tem energia para dar e vender — A jovem responde rindo — Mas agora acho melhor arrumar os nossas coisas e voltarmos para casa, Aurora não pode se esforçar muito.— Mamãe, eu não tô cansada. — Aurora se defende.— Não está não bebê? — A jovem beija o rostinho de Aurora — Mas você precisa estar bem descansada, amanhã é o anivers