Fernando se recupera rápido, e com um sorriso amarelo ele a cumprimenta, tentamdo pensar em uma desculpa para estar ali.— Bom Dia Soraia — Fernando fica sem saber o que dizer, o que ele estava fazendo atrás de Helena, o arrependimento bate a sua porta e ele fica sem reação.— O que faz aqui? — Soraia pergunta novamente, pensando que Helena enfim, tenha decidido o procurar.— É que... É que... — Fernando não consegue encontrar nenhuma desculpa, até alguém aparecer na porta.— Vovó, a mamãe vai vota? Imã tá dodoi.— Aí meu Deus! — Soraia corre para ver Aurora, deixando Fernando ali parado.Soraia entra as presas e Fernando continua ali parado, vendo a senhora que lhe abriu a porta também lhe virar as costas correndo.— Oi tio — Ágata o cumprimenta sorrindo, Fernando olha para baixo e também lhe sorri, se abaixando em seguida à frente dela e lhe belisca a bochecha. Ele não resistiu, ela era muito fofa e tinha as bochechas rosadas que o deixou encantado.Fernando fica olhando a criança
Ao ouvir as palavras de Helena, Fernando paralisa e a médica ao ver a fisionomia de Helena e a de Fernando, entende o que está acontecendo e confirma com a cabeça. Fernando por sua vez, pensa que ele também irá precisar de um cardiologista, pois o seu coração está tão disparado que parece bater na garganta, tem a sensação de que a qualquer momento o seu coração irá sair pela boca.Não era assim que ele esperava descobrir ser o pai do filho de Helena, em um corredor de hospital com a filha entre a vida e a morte, parecia mais um pesadelo e não algo bom como pensou que seria. É difícil assimilar qualquer coisa naquele momento tem a sensação de não ser verdade o que acabou de ouvir, ou mesmo ser um sonho toda a realidade que está vivendo, era como se toda aquela situação fosse irreal.— Vamos — A médica os chama e os dois a seguem em silêncio.A distância até a UTIP parece ser de vários quilômetros, era como se Fernando estivesse participando de uma maratona sem ver a linha de chegada. A
Fernando explica a Bernardo o que será feito e se desculpa com ele pelo que Helena passou até ali, não queria que Bernardo o julgasse por não assumir Helena, mesmo que ele mesmo já estivesse se condenando.— Me desculpe por deixar Helena passar por tudo isso sozinha, mas confesso que até hoje eu não sabia da existência das meninas, mas prometo que a partir de hoje nada faltará a elas, darei a minha vida se preciso for por elas.— Vejo que Helena não mentiu ao dizer que você era um bom homem, e antes que a julgue, acredite, ela só não queria que pensasse estar usando as meninas.— Com Helena eu converso depois. Eu vou levar Ágata comigo, e não se preocupe, elas estarão bem, e a minha casa estará de portas abertas para o senhor.— Só peço que cuide bem das minhas meninas. Soraia vai com você, pois Ágata não te conhece e pode ficar assustada com toda essa mudança.— Obrigado por confiar em mim.— Eu sei o que é o amor de um pai, um dia poderei te contar a minha história, mas agora vá, as
Fernando ao ver que Ágata ainda dormia, pensou em ir até em casa sem parar novamente, provavelmente Aurora já havia chegado ao hospital e ele queria também estar lá.— Estamos quase chegando, quer que eu pare outra vez?— Ela está dormindo e acredito que poderá aguentar chegar em casa.— Se achar necessário é só avisar. Irei precisar de um tempo para me adaptar a rotina de uma criança.— Não se preocupe, você pegará o jeito. Murilo ainda mora com você?— Sim, e trabalha na empresa comigo também. — Fernando solta um suspiro — Ele não vai entender nada.— As coisas estão acontecendo de forma muito rápida, mas depois tudo se ajeita.— Queria lhe pedir desculpas, quer dizer, eu queria que soubesse que eu sempre respeitei a sua sobrinha, e o que aconteceu... — Fernando decide se justificar com Soraia, mas não sabe o que dizer, a única coisa que ele queria, é que ela soubesse que nunca abusou de Helena, afinal, ela confiava a sobrinha em sua casa.— Soube que você era o pai das meninas ao v
Soraia havia ligado para perguntar de Aurora e dizer que estavam bem, a despreocupando em relação à Ágata que sabia se adaptar as situações e estava brincando em alguns brinquedos que havia na lanchonete onde pararam com Fernando tomando conta dela.Fernando consegue estacionar o carro na garagem de casa no início da noite, ele demorou muito mais do que imaginou. Antes de chegarem em casa Ágata acordou chorando e ele precisou fazer mais uma parada, ela parecia estar cansada e ele a deixou mais tempo do que das outras vezes fora do carro, foi quando a deixou brincar nos brinquedos da lanchonete.Ele não sabia muito bem o que fazer, por isso só ficou a olhando com medo dela cair e se machucar, por sua vez, Ágata o chamava de papai como se já o conhecesse há muito tempo, ela lhe pedia as coisas e ele nada negava, mesmo quando Soraia lhe pediu para não comprar, mas ele jámais teria coragem de dizer não a pequena que lhe sorria com o sorriso mais encantador do mundo, o fazendo babar e lhe
Fernando também estava preocupado, mas não podia demonstrar, Helena precisava acreditar que Aurora ficaria bem, assim como ele precisava ser otimista.Eles aguardam o fim da cirurgia em um quarto que Fernando reservou para eles ficarem, seria onde Aurora ficaria na recuperação da cirurgia, Fernando se forçava a acreditar nisso, precisava ter essa confiança, precisava permanecer firme e de pé, pois a luta estava longe de chegar ao fim e naquele momento não só Aurora, mas Helena também precisava dele. Com Ágata ele estava despreocupado, tinha Soraia e Murilo que estavam cuidando dela. — Helena, tome um banho para que se sinta melhor, eu trouxe roupas para você, sei que irá continuar aqui no hospital até que Aurora esteja fora de perigo — Helena havia se sentado em um sofá que tinha no quarto e não parecia querer sair dali — Você tem que estar bem quando ela sair da cirurgia, e o melhor que faz é tomar um banho e descansar um pouco — Fernando tenta a convencer.— Eu vou tomar um banho —
Karen chega na cozinha e vai até Madalena, e sem perder tempo a questiona.— Para onde Fernando foi, e não venha me dizer que não sabe.— Eu realmente não sei, eu tinha ido preparar o quarto para a criança e a senhora que estão na sala.— De onde saíram essas pessoas, e quem é a mãe dessa criança, não perguntei a Murilo, para não me aborrecer ainda mais, garoto insuportável.— A senhora quer alguma coisa?— Colocar essas pessoas para correr — Responde rindo com deboche — Mas infelizmente você é uma inútil e não poderá fazer isso, mas pelo menos conseguirá descobrir quem são essas pessoas, caso contrário ficará sem emprego quando eu for a sua patroa.Madalena a olha de lado, bem que ela sabia que a criança era filha de Fernando, mas não diria isso a Karen. Se era uma inútil, para que lhe contar isso? O melhor que podia fazer era permanecer se fingindo de boba.— Pode ser uma amiga do Murilo, o senhor Fernando tem um bom coração, e pode estar apenas ajudando.— Aqui não é casa de carida
Fernando volta para o quarto sem ligar para Karen, com ela se entenderia depois. Karen já tinha ligado para ele várias vezes, assim como passou inúmeras mensagens pedindo que ele fosse vê-la, mas isso estava fora de cogitação. Ao chegar no quarto encontra Helena na mesma posição, sentada no sofa como se estivesse fazendo oraçõe.— Trouxe um lanche para você — Helena por estar distraida se assusta — Me desculpe, não queria te assustar.— Eu não estou com fome, mesmo assim obrigada — Responde sem se levantar.— Aurora vai precisar que você esteja bem para cuidar dela — Helena o olha, mas não parece disposta a se levantar — Apenas coma, se quer mesmo cuidar de Aurora precisa estar de pé. — ela se levanta e vai até a mesa onde ele tinha colocado as embalagens— Fernando, você assinou a autorização? Eles permitiram?— Sim, era preciso assinar. Depois conversamos sobre isso. — Fernando se aproxima dela, por ver sua aflição — Eu não teria assinado se não acreditasse no sucesso da cirurgia, a