Quando a dor de perder a sua mãe estava menor, ele perdeu a sua única irmã, Júlia. Ela era a mãe de Murilo e morava em outro estado, mas isso não impedia deles serem próximos, assim como a diferença de idade entre eles. Quando Fernando nasceu, Júlia estava com 10 anos, mas sempre foram muito ligados um ao outro, e ficaram ainda mais com a morte da mãe, quando Fernando passou visitar a irmã mais vezes e vice versa.
Júlia sofreu um acidente de carro, um caminhão desgovernado atingiu o carro onde ela e o marido estavam e o impacto levou os dois a morte, deixando Murilo órfão aos 14 anos.A noticia destruiu Fernando, o seu coração doia tanto que parecia não ser capaz de continuar vivo, mas descobriu ser mais forte do que imaginou ser, afinal precisava ser, o seu sobrinho Murilo, a quem amava, precisava dele, pois só tinha ele para se tornar o seu tutor.Não foi fácil seguir em frente, ele tinha acabado de inaugurar a sua empresa de acessoria, e se não fosse os amigos que estiveram ao seu lado nesse período, teria desistido. Karen foi uma das pessoas que esteve ao seu lado nesse período, sendo uma boa amiga.Fernando aos trancos e barrancos, conseguiu se manter de pé, as vezes fingindo ser mais forte do que era na verdade. Mas ele conseguiu chegar onde estava, e ver o seu sobrinho formado e de bom caráter o enchia de orgulho.Fernando sempre fez aquilo que acreditava ser o certo, mas ali parado à frente da casa de Helena se pergunta se as suas atitudes com ela foram corretas. Se foram, por qual motivo se sentia tão arrependido?Murilo, depois do acidente que levou os seus pais se isolou, mesmo os dois sendo próximos, Fernando não conseguiu fazer o sobrinho reagir. Sabia que havia sido difícil para Murilo, ele precisou deixar o apartamento onde morava com os pais para morar em uma casa enorme cheia de quartos vazios, com apenas uma empregada.Murilo se isolou de tal forma que era como se morasse em uma bolha, nada o fazia sorrir, nada o fazia se abrir e nem mesmo chorar, mas um dia ele deixou a tristeza para trás e passou a falar incansavelmente de uma amiga que o fazia feliz, Helena. A verdade foi que desde que Murilo conheceu Helena, tudo mudou na vida dos dois. Helena na verdade era dois anos mais nova que o seu sobrinho, e os dois eram como irmãos, nunca imaginou que Murilo fosse ter uma amizade como a que eles tinham.Helena com o seu jeito alegre de ser, conseguiu tirar Murilo da solidão que se encontrava, e não demorou para ele voltar a sorrir, deixando para trás a tristeza que havia se apossado dele, não sabia os argumentos que ela tinha usado, mas o que importava para ele era ver o seu sobrinho feliz.Fernando suspira, sentindo o corpo doer por estar tanto tempo dentro do carro, ele olha a hora no relógio, demoraria para amanhecer. Decide procura um hotel para passar o restante da noite, não ficaria ali estacionado até amanhecer o dia. Chegando no hotel, e depois de tomar um banho, ele se j**a na cama ainda com as lembranças do passado. Pensa em Helena, a sua menina travessa como a chamava as escondidas.Ela as vezes ia a casa dele, geralmente para aproveitar a piscina ou assistir filmes com Murilo, e não demorou a conhecê-la. Um dia, ao chegar em casa, escuta risadas na área da piscina, era um sábado e ele tinha saído com alguns amigos, voltando para casa apenas para trocar de roupa e sair novamente, já que Murilo não estaria sozinho naquele dia, seria a primeira vez que Helena passaria a noite na casa dele. Ele vai até onde o sobrinho estava e vê uma jovem na piscina fingindo afogar Murilo, que fazia o mesmo com ela.— Oi tio! — Murilo o cumprimenta ao vê-lo ali parado os olhando.— Vejo que estão se divertindo. — Fernando responde, vendo o sobrinho sair da piscina.— Muito, com essa atentada é difícil não se divertir. — Murilo olha para Helena que ainda estava dentro d'água os olhando, sorrindo para eles — Sai da água sereia, quero te apresentar o meu tio, afinal essa é a primeira vez que ele te encontra aqui. Você parece fugir dele.— Se eu fugia, não fujo mais — Helena se aproxima deles rindo, vestida em um biquíni vermelho, não muito pequeno, ela era muito magrinha e parecia ser muito mais jovem que Murilo.— Esse é o meu tio, de que eu sempre falo.— Bem ou mal? — Fernando pergunta rindo.— Assim...— Helena finge pensar — Na verdade, do jeito que ele falava, pensei que você fosse um velho barrigudo, mas muito boa gente — Fernando solta uma gargalhada.— Só não sou barrigudo, mas para vocês eu já sou um velho.— Se todo velho fosse como você, soltariam fogos — Helena responde rindo.— Tio, nem preciso dizer quem é essa, não é?— Muito prazer Helena — Fernando dá um beijo no rosto de Helena que faz o mesmo com ele.— O prazer é todo meu. E que prazer — Responde rindo, o fazendo rir também.— Vou deixar vocês se divertindo, vim em casa apenas tomar um banho e trocar de roupas.— Vai sair de novo?— Está em boa companhia, e sei que não sentirá a minha falta. Se sinta em casa Helena, fique a vontade.— Cuidado para não se arrepender depois, mandando eu me sentir em casa.Fernando apenas sorri para ela, ele gostou de Helena, ela era exatamente como Murilo dizia, divertida e alegre, e fez o que ele não conseguiu fazer, tirou o seu sobrinho da prostração que se encontrava, o fazendo voltar a sorrir, e isso para ele já era compensador.Depois de ser apresentado a ela, Fernando passou a encontrá-la sempre em sua casa, mas isso não o incomodava, nem mesmo quando ela começou a querer se aproximar dele com segundas intenções, dizendo que o conquistaria, mas ela era muito nova e ele jamais se envolveria com uma adolescente.Helena não desistia, a principio pensou que ela estivesse brincando, mas ela não podia o ver que se aproximava com o seu jeitinho travesso, Fernando jamais imaginou que aos 30 anos fosse receber uma cantada de uma adolescente de 15 anos, chegava a ser hilário.— Você é muito chato, eu não sou criança e você não é nenhum velho.— Você é muito doidinha, me esquece Helena, procure um jovem da sua idade — Ele fazia questão de repetir isso, tentando a convencer de esquecer aquela ideia maluca.— A gente não manda no coração e eu gosto de você, quantas vezes preciso te dizer isso?— Você não gosta de mim, você só está fantasiando com um homem mais velho...— Isso não é verdade, eu sinto o meu coração disparar quando te vejo, ainda mais quando estamos assim, pertinho um do outro, veja como ele está disparado — Fernando fugia, rindo das coisas que ela dizia, como se fosse piada, e nunca disse a ela palavras que a encorajasse.Conforme o tempo foi passando, Fernando passou a se sentir atraido por Helena, mas não tinha coragem de reconhecer isso nem para ele mesmo, ficar com Helena seria loucura, ele conhecia Soraia, a tia dela, e ela lhe confiava a sobrinha em sua casa, e isso o fazia se sentir mal pelo sentimento que nascia dentro dele.Helena não lhe dava trégua, insistindo incansavelmente em dizer que gostava dele, e o que ele tentou evitar, lhe aconteceu. Helena passou a morar em seus pensamentos, sentia uma vontade louca de estar com ela de beijá-la, e tê-la em seus braços. Condenava a si mesmo por esses pensamentos, e passou a fugir ainda mais dela, com medo de ceder ao desejo que o consumia.Helena deixou de ser aquela menina magrinha que ele conheceu, e passou a ter as curvas desenhadas, ele pode vê-la se transformar em uma linda jovem, com curvas perfeitas e um rosto de chamar atenção de qualquer um que não fosse cego.Quando estavam a sós, coisa que ele costumava evitar, ela o provocava ainda mais
E assim Fernando lhe obedece. Deixando a camisinha de lado, ele entra nela com cuidado para não machucá-la, mas sem nenhuma proteção, ele também queria a sentir daquele jeito, queria se sentir engolido por ela, queria sentir o seu membro naquela gruta quente e úmida.Aquela noite foi especial para Helena, mas para ele também foi, para ambos foi a realização de um sonho, pois há muito tempo eles se desejavam. Estar com ela em sua cama o fazia querer tê-la sempre ali ao seu lado, mas ao vê-la dormindo ao seu lado, abraçada a ele, não conseguiu se livrar da culpa de ter tirado a sua virgindade, ele era um homem de 33 anos, era vivido e cheio de experiências, não podia dar esperanças a ela, teria que deixar claro que o que aconteceu entre eles foi apenas um momento, nada mais que isso, mesmo sabendo não ser verdadade.Quando Helena acorda pela manha ele a olha, e dá um beijo em sua testa, ele pouco havia dormido, e muito antes dela acordar ele já tinha despertado.— Você está bem? — Pergu
Fernando se recupera rápido, e com um sorriso amarelo ele a cumprimenta, tentamdo pensar em uma desculpa para estar ali.— Bom Dia Soraia — Fernando fica sem saber o que dizer, o que ele estava fazendo atrás de Helena, o arrependimento bate a sua porta e ele fica sem reação.— O que faz aqui? — Soraia pergunta novamente, pensando que Helena enfim, tenha decidido o procurar.— É que... É que... — Fernando não consegue encontrar nenhuma desculpa, até alguém aparecer na porta.— Vovó, a mamãe vai vota? Imã tá dodoi.— Aí meu Deus! — Soraia corre para ver Aurora, deixando Fernando ali parado.Soraia entra as presas e Fernando continua ali parado, vendo a senhora que lhe abriu a porta também lhe virar as costas correndo.— Oi tio — Ágata o cumprimenta sorrindo, Fernando olha para baixo e também lhe sorri, se abaixando em seguida à frente dela e lhe belisca a bochecha. Ele não resistiu, ela era muito fofa e tinha as bochechas rosadas que o deixou encantado.Fernando fica olhando a criança
Ao ouvir as palavras de Helena, Fernando paralisa e a médica ao ver a fisionomia de Helena e a de Fernando, entende o que está acontecendo e confirma com a cabeça. Fernando por sua vez, pensa que ele também irá precisar de um cardiologista, pois o seu coração está tão disparado que parece bater na garganta, tem a sensação de que a qualquer momento o seu coração irá sair pela boca.Não era assim que ele esperava descobrir ser o pai do filho de Helena, em um corredor de hospital com a filha entre a vida e a morte, parecia mais um pesadelo e não algo bom como pensou que seria. É difícil assimilar qualquer coisa naquele momento tem a sensação de não ser verdade o que acabou de ouvir, ou mesmo ser um sonho toda a realidade que está vivendo, era como se toda aquela situação fosse irreal.— Vamos — A médica os chama e os dois a seguem em silêncio.A distância até a UTIP parece ser de vários quilômetros, era como se Fernando estivesse participando de uma maratona sem ver a linha de chegada. A
Fernando explica a Bernardo o que será feito e se desculpa com ele pelo que Helena passou até ali, não queria que Bernardo o julgasse por não assumir Helena, mesmo que ele mesmo já estivesse se condenando.— Me desculpe por deixar Helena passar por tudo isso sozinha, mas confesso que até hoje eu não sabia da existência das meninas, mas prometo que a partir de hoje nada faltará a elas, darei a minha vida se preciso for por elas.— Vejo que Helena não mentiu ao dizer que você era um bom homem, e antes que a julgue, acredite, ela só não queria que pensasse estar usando as meninas.— Com Helena eu converso depois. Eu vou levar Ágata comigo, e não se preocupe, elas estarão bem, e a minha casa estará de portas abertas para o senhor.— Só peço que cuide bem das minhas meninas. Soraia vai com você, pois Ágata não te conhece e pode ficar assustada com toda essa mudança.— Obrigado por confiar em mim.— Eu sei o que é o amor de um pai, um dia poderei te contar a minha história, mas agora vá, as
Fernando ao ver que Ágata ainda dormia, pensou em ir até em casa sem parar novamente, provavelmente Aurora já havia chegado ao hospital e ele queria também estar lá.— Estamos quase chegando, quer que eu pare outra vez?— Ela está dormindo e acredito que poderá aguentar chegar em casa.— Se achar necessário é só avisar. Irei precisar de um tempo para me adaptar a rotina de uma criança.— Não se preocupe, você pegará o jeito. Murilo ainda mora com você?— Sim, e trabalha na empresa comigo também. — Fernando solta um suspiro — Ele não vai entender nada.— As coisas estão acontecendo de forma muito rápida, mas depois tudo se ajeita.— Queria lhe pedir desculpas, quer dizer, eu queria que soubesse que eu sempre respeitei a sua sobrinha, e o que aconteceu... — Fernando decide se justificar com Soraia, mas não sabe o que dizer, a única coisa que ele queria, é que ela soubesse que nunca abusou de Helena, afinal, ela confiava a sobrinha em sua casa.— Soube que você era o pai das meninas ao v
Soraia havia ligado para perguntar de Aurora e dizer que estavam bem, a despreocupando em relação à Ágata que sabia se adaptar as situações e estava brincando em alguns brinquedos que havia na lanchonete onde pararam com Fernando tomando conta dela.Fernando consegue estacionar o carro na garagem de casa no início da noite, ele demorou muito mais do que imaginou. Antes de chegarem em casa Ágata acordou chorando e ele precisou fazer mais uma parada, ela parecia estar cansada e ele a deixou mais tempo do que das outras vezes fora do carro, foi quando a deixou brincar nos brinquedos da lanchonete.Ele não sabia muito bem o que fazer, por isso só ficou a olhando com medo dela cair e se machucar, por sua vez, Ágata o chamava de papai como se já o conhecesse há muito tempo, ela lhe pedia as coisas e ele nada negava, mesmo quando Soraia lhe pediu para não comprar, mas ele jámais teria coragem de dizer não a pequena que lhe sorria com o sorriso mais encantador do mundo, o fazendo babar e lhe
Fernando também estava preocupado, mas não podia demonstrar, Helena precisava acreditar que Aurora ficaria bem, assim como ele precisava ser otimista.Eles aguardam o fim da cirurgia em um quarto que Fernando reservou para eles ficarem, seria onde Aurora ficaria na recuperação da cirurgia, Fernando se forçava a acreditar nisso, precisava ter essa confiança, precisava permanecer firme e de pé, pois a luta estava longe de chegar ao fim e naquele momento não só Aurora, mas Helena também precisava dele. Com Ágata ele estava despreocupado, tinha Soraia e Murilo que estavam cuidando dela. — Helena, tome um banho para que se sinta melhor, eu trouxe roupas para você, sei que irá continuar aqui no hospital até que Aurora esteja fora de perigo — Helena havia se sentado em um sofá que tinha no quarto e não parecia querer sair dali — Você tem que estar bem quando ela sair da cirurgia, e o melhor que faz é tomar um banho e descansar um pouco — Fernando tenta a convencer.— Eu vou tomar um banho —