Fernando sai de casa disposto a descobrir o paradeiro de Helena, se ela estava se escondendo dele seria por pouco tempo. Iria descobrir onde ela estava e teriam uma conversa. Só havia uma pessoa que podia lhe ajudar, além dele saber do que havia acontecido entre ele e Helena, também sabia dos seus sentimentos por ela.
— Luiz, onde você está?— Em meu apartamento, hoje tirei a noite para descansar um pouco já que estou de folga, mas se for para beber, tô dentro.— Logo estarei aí, preciso de um favor seu. Preciso descobrir algo e sei que você poderá me ajudará com isso.— O que o faz vir até aqui com tanta urgência? — Luiz pergunta assim que Fernando entra em seu apartamento transtornado.— Me descubra de onde é esse telefone, o dono da linha, o endereço e tudo o mais que puder.Luiz nunca viu o amigo tão nervoso, parecia querer tirar o pai da forca. Ele olha o número de telefone, sendo a única informação que tem para se conseguir informações sobre o dono da linha.— Posso saber pelo menos o motivo? Já que parece ser algo importante e urgente.— Esse número de telefone é de Helena, Murilo me deu.— Helena, a sua grande paixão? — Fernando o olha de lado — Qual o interesse de encontrá-la agora, você deu um pé na bunda da garota sem dó nem piedade.— Deixe de falar besteira e faça o que eu te pedi.— Se for para você deixar aquela fingida da Karen, eu faço uma busca completa por Helena.— Não fale assim de Karen, ela está morrendo, sabe disso.— Ninguém vira santo por estar doente, ela até podia aproveitar a oportunidade para mudar um pouco, mas pelo jeito, ali é caso perdido.— Pare de falar e me descubra o endereço de Helena, ela havia dito que voltaria a morar com o pai em Florianópolis, mas depois de quase três anos sem dar notícias, Murilo conseguiu o telefone dela — Fernando para de falar e observa o amigo digitar sem parar, Luiz trabalhava na polícia, e para ele não seria difícil conseguir algumas informações pessoais das pessoas — Helena tem um filho.O que Fernando diz, faz Luiz parar a digitação e se virar para o amigo.— Você está me dizendo que Helena tem um filho seu?— Eu não sei se o filho é meu, mas não é impossível, pode ter sido esse o motivo que ela decidiu ir embora e nunca mais voltar.— Mas a tia dela disse que ela voltou a morar com o pai, com quem sempre morou. Não acho que isso seja impossível, talvez ela tenha se casado com um jovem, já que você é um velho rabugento — Luiz fala rindo — Não é isso o que queria, que ela ficasse com outro.— Você é um idiota, sabia? — Fernando senta ao lado do amigo — Pensa comigo, qual o motivo dela mentir, dizendo morar no sul? Eu preciso ver a criança, quero ter certeza que eu não sou o pai.— Acho que está procurando descupas para ir procurá-la, isso sim. — Luiz continua digitando — Espero que não diga mais nenhuma bobagem a garota, e assuma a porcaria dos seus sentimentos, e dê um chute na bunda de Karen.Eles ficam em silêncio, e em poucos minutos, Luiz se recosta em sua cadeira, e fica olhando Fernando que havia se levantado e estava parado com as mãos no bolso.— Helena esta morando em Angra dos Reis, não está muito longe daqui, mas ela não mora sozinha.— Ela se casou? — Pergunta apreensivo.— Estado civil: solteira. Aparentemente mora com o pai, Bernardo Campos, pelo menos é o único residente, além dela, nesse mesmo endereço. Aqui está o endereço, mas lembre-se, ela mora com o pai e provavelmente ele pensa que o pai da criança abandonou a filha a própria sorte. — Ele estende um papel a Fernando com o endereço — Se quiser, descubro mais coisas.Fernando sente uma raiva ainda maior, quando pensou ter feito o que era certo, talvez tenha sido quando cometeu o maior erro de sua vida, mas se fosse assim, Helena podia ter evitado que ele cometesse tal coisa, ela o conhecia para saber que ele jamais a abandonaria grávida.Ser acusado de irresponsável o deixava transtornado, mais uma vez se arrepende de ter a levado para a cama, mas ele não era de ferro, e não havia sido apenas pelo sexo, o que o fez ceder foi o que sentia por ela, não conseguiu ser forte o suficiente para resistir a alguém que havia entrado em seu coração.Ainda podia se lembrar com detalhes de quando a conheceu, de como ela entrou em sua vida, em como ela o conquistou com o seu jeito ousado e tímido ao mesmo tempo. A única noite que passaram juntos, foi linda, foi mágica, foi perfeita. Mas por não se achar no direito de se relacionar com ela, decidiu destruir os sonhos dela na manhã seguinte, vendo pela primeira vez o sorriso feliz se apagar e a decepção invadir os seus olhos, apagando o brilho que sempre existiu neles.Fernando olha para o amigo, pegando de suas mãos o papel onde estava anotado o endereço, uma coisa ele não era acostumado a fazer, deixar as coisas para depois. Podia estar se precipitando, podia até estar imaginando coisas, mas a dúvida era algo que não o deixaria em paz, até ter certeza de que tudo aquilo não passava de suspeitas infundadas ele iria até o fim em seus questionamentos.Sem pensar duas vezes ele pega outra direção ao sair do apartamento de Luiz, esperava encontrar com Helena, ou talvez a observasse antes, precisava saber a idade da criança, assim seria mais fácil saber da possibilidade dele ser ou não o pai, pensava ele ao se dirigir para o endereço dela....Helena, depois que Fernando ligou para ela, ficou com os nervos a flor da pele, não imaginou que Murilo fosse dar o seu telefone para o tio dele. Fernando era muito esperto para ligar os pontos, caso Murilo tivesse dito a ele sobre Aurora a chamando de mamãe ele com certeza suspeitaria que a criança fosse filha dele.Quando recebeu a mensagem dele teve certeza que Murilo lhe falou sobre Aurora, e a única coisa que pensou foi nele querer lhe tirar as filhas. Fernando jamais iria permitir que as filhas fossem criadas longe dele.Com muita dificuldade Helena consegue dormir, mas é apenas um cochilo, acorda com a cabeça a mil, torcendo para que Fernando esqueça aquele assunto, e não volte a ligar para ela novamente. O que a fez querer contar para ele, foi unicamente para deixar a filha feliz. Ouvir Aurora perguntando pelo pai a festa inteira, a deixou com o coração destruido, mas quando pensava em falar com Fernando, o pavor a dominava. O seu pai estava certo quanto mais tempo passasse, mais aborrecido ele ficaria, mas agora lhe faltava coragem para lhe contar.Se ele soubesse a verdade, iria fazer questão de assumir as filhas, mas tomado pela raiva por ela as ter escondido, com certeza pediria a guarda das meninas, já que iria se casar e tinha muito mais recursos financeiros que ela para o tratamento de Aurora.Sem pensar direito ela liga para Murilo.— Helena, que bom que você ligou, pelo amor de Deus, me diga o que está acontecendo.— Murilo, eu conheci alguém e me relacionei com essa pessoa, Aurora é filha
Quando a dor de perder a sua mãe estava menor, ele perdeu a sua única irmã, Júlia. Ela era a mãe de Murilo e morava em outro estado, mas isso não impedia deles serem próximos, assim como a diferença de idade entre eles. Quando Fernando nasceu, Júlia estava com 10 anos, mas sempre foram muito ligados um ao outro, e ficaram ainda mais com a morte da mãe, quando Fernando passou visitar a irmã mais vezes e vice versa.Júlia sofreu um acidente de carro, um caminhão desgovernado atingiu o carro onde ela e o marido estavam e o impacto levou os dois a morte, deixando Murilo órfão aos 14 anos.A noticia destruiu Fernando, o seu coração doia tanto que parecia não ser capaz de continuar vivo, mas descobriu ser mais forte do que imaginou ser, afinal precisava ser, o seu sobrinho Murilo, a quem amava, precisava dele, pois só tinha ele para se tornar o seu tutor.Não foi fácil seguir em frente, ele tinha acabado de inaugurar a sua empresa de acessoria, e se não fosse os amigos que estiveram ao seu
Conforme o tempo foi passando, Fernando passou a se sentir atraido por Helena, mas não tinha coragem de reconhecer isso nem para ele mesmo, ficar com Helena seria loucura, ele conhecia Soraia, a tia dela, e ela lhe confiava a sobrinha em sua casa, e isso o fazia se sentir mal pelo sentimento que nascia dentro dele.Helena não lhe dava trégua, insistindo incansavelmente em dizer que gostava dele, e o que ele tentou evitar, lhe aconteceu. Helena passou a morar em seus pensamentos, sentia uma vontade louca de estar com ela de beijá-la, e tê-la em seus braços. Condenava a si mesmo por esses pensamentos, e passou a fugir ainda mais dela, com medo de ceder ao desejo que o consumia.Helena deixou de ser aquela menina magrinha que ele conheceu, e passou a ter as curvas desenhadas, ele pode vê-la se transformar em uma linda jovem, com curvas perfeitas e um rosto de chamar atenção de qualquer um que não fosse cego.Quando estavam a sós, coisa que ele costumava evitar, ela o provocava ainda mais
E assim Fernando lhe obedece. Deixando a camisinha de lado, ele entra nela com cuidado para não machucá-la, mas sem nenhuma proteção, ele também queria a sentir daquele jeito, queria se sentir engolido por ela, queria sentir o seu membro naquela gruta quente e úmida.Aquela noite foi especial para Helena, mas para ele também foi, para ambos foi a realização de um sonho, pois há muito tempo eles se desejavam. Estar com ela em sua cama o fazia querer tê-la sempre ali ao seu lado, mas ao vê-la dormindo ao seu lado, abraçada a ele, não conseguiu se livrar da culpa de ter tirado a sua virgindade, ele era um homem de 33 anos, era vivido e cheio de experiências, não podia dar esperanças a ela, teria que deixar claro que o que aconteceu entre eles foi apenas um momento, nada mais que isso, mesmo sabendo não ser verdadade.Quando Helena acorda pela manha ele a olha, e dá um beijo em sua testa, ele pouco havia dormido, e muito antes dela acordar ele já tinha despertado.— Você está bem? — Pergu
Fernando se recupera rápido, e com um sorriso amarelo ele a cumprimenta, tentamdo pensar em uma desculpa para estar ali.— Bom Dia Soraia — Fernando fica sem saber o que dizer, o que ele estava fazendo atrás de Helena, o arrependimento bate a sua porta e ele fica sem reação.— O que faz aqui? — Soraia pergunta novamente, pensando que Helena enfim, tenha decidido o procurar.— É que... É que... — Fernando não consegue encontrar nenhuma desculpa, até alguém aparecer na porta.— Vovó, a mamãe vai vota? Imã tá dodoi.— Aí meu Deus! — Soraia corre para ver Aurora, deixando Fernando ali parado.Soraia entra as presas e Fernando continua ali parado, vendo a senhora que lhe abriu a porta também lhe virar as costas correndo.— Oi tio — Ágata o cumprimenta sorrindo, Fernando olha para baixo e também lhe sorri, se abaixando em seguida à frente dela e lhe belisca a bochecha. Ele não resistiu, ela era muito fofa e tinha as bochechas rosadas que o deixou encantado.Fernando fica olhando a criança
Ao ouvir as palavras de Helena, Fernando paralisa e a médica ao ver a fisionomia de Helena e a de Fernando, entende o que está acontecendo e confirma com a cabeça. Fernando por sua vez, pensa que ele também irá precisar de um cardiologista, pois o seu coração está tão disparado que parece bater na garganta, tem a sensação de que a qualquer momento o seu coração irá sair pela boca.Não era assim que ele esperava descobrir ser o pai do filho de Helena, em um corredor de hospital com a filha entre a vida e a morte, parecia mais um pesadelo e não algo bom como pensou que seria. É difícil assimilar qualquer coisa naquele momento tem a sensação de não ser verdade o que acabou de ouvir, ou mesmo ser um sonho toda a realidade que está vivendo, era como se toda aquela situação fosse irreal.— Vamos — A médica os chama e os dois a seguem em silêncio.A distância até a UTIP parece ser de vários quilômetros, era como se Fernando estivesse participando de uma maratona sem ver a linha de chegada. A
Fernando explica a Bernardo o que será feito e se desculpa com ele pelo que Helena passou até ali, não queria que Bernardo o julgasse por não assumir Helena, mesmo que ele mesmo já estivesse se condenando.— Me desculpe por deixar Helena passar por tudo isso sozinha, mas confesso que até hoje eu não sabia da existência das meninas, mas prometo que a partir de hoje nada faltará a elas, darei a minha vida se preciso for por elas.— Vejo que Helena não mentiu ao dizer que você era um bom homem, e antes que a julgue, acredite, ela só não queria que pensasse estar usando as meninas.— Com Helena eu converso depois. Eu vou levar Ágata comigo, e não se preocupe, elas estarão bem, e a minha casa estará de portas abertas para o senhor.— Só peço que cuide bem das minhas meninas. Soraia vai com você, pois Ágata não te conhece e pode ficar assustada com toda essa mudança.— Obrigado por confiar em mim.— Eu sei o que é o amor de um pai, um dia poderei te contar a minha história, mas agora vá, as
Fernando ao ver que Ágata ainda dormia, pensou em ir até em casa sem parar novamente, provavelmente Aurora já havia chegado ao hospital e ele queria também estar lá.— Estamos quase chegando, quer que eu pare outra vez?— Ela está dormindo e acredito que poderá aguentar chegar em casa.— Se achar necessário é só avisar. Irei precisar de um tempo para me adaptar a rotina de uma criança.— Não se preocupe, você pegará o jeito. Murilo ainda mora com você?— Sim, e trabalha na empresa comigo também. — Fernando solta um suspiro — Ele não vai entender nada.— As coisas estão acontecendo de forma muito rápida, mas depois tudo se ajeita.— Queria lhe pedir desculpas, quer dizer, eu queria que soubesse que eu sempre respeitei a sua sobrinha, e o que aconteceu... — Fernando decide se justificar com Soraia, mas não sabe o que dizer, a única coisa que ele queria, é que ela soubesse que nunca abusou de Helena, afinal, ela confiava a sobrinha em sua casa.— Soube que você era o pai das meninas ao v