Fracasso

“Que vergonha de mim mesma por ter acreditado

Em cada palavra que saiu da sua boca”. – Avril Lavigne.

*Heather e Frank*

Os meus sapatos Gucci faziam um barulho ressonante a cada passo que eu dava para fora da minha empresa. Bom tecnicamente, embora a empresa não levasse o meu nome, eu sabia que havia ajudado a fundar cada maldito tijolo desta empresa.

A “ Frank United CO” já tinha mais de 20 filiais espalhadas pelo mundo, fazia uma fortuna estimada em quase 2,08 milhões por unidade e era especializada em vendas a varejo.

O meu destino era uma cobertura a seis quarteirões dali.

Eu nem fiz caso de usar o meu novo motorista. Ao menos me importei de andar os seis quarteirões, embora o suor que escorreu por dentro de minha blusa, entre os seios e os pés que marchavam rápido me deixaram quase arrependida. Eu gostava do fluxo de pessoas do centro de Michigan.

Me sentia bem em saber que haviam tantas pessoas bem sucedidas como eu, fluindo a capital de giro do país.

Eu subi ao andar que haviam marcado, antes de apertar a campainha, eu limpei as minhas mãos suadas na minha saia lápis azul escuro e com pequeno espelho que se encontrava na minha bolsa, eu verifiquei a minha aparência.

Meus cabelos Loiros estavam preso em um coque no topo da cabeça. Gostava assim, me dava um ar sério. Eu havia posto maquiagem, para disfarçar a noite mal dormida e cobrir a olheira que se estendia por baixo dos meus olhos azuis. Apreciava se ver assim, manter a seriedade mostrava que eu era uma mulher de respeito.

Repleta de coragem bati, uma, duas vezes, até que a figura do outro lado me atendesse.

— Vamos entre. — Ambrose, o homem moreno e cabelos cacheados olhou para os lados, para ter certeza que eu não havia sido seguida.

Eu entrei, meu nariz franzindo um pouco ao sentir o cheiro diferente no ar e depois reconhecendo o cheiro como de um incenso de flores, em um altar no canto da sala.

— Não sabia que era religioso.

Observei Ambrose encher um copo de uísque e entregar um a mim.

— Eu não sou — ele respondeu sério. — mas frente às circunstâncias. — deu ombros ainda oferecendo a bebida âmbar.

— Não obrigada. — Nego a bebida, meu olhar um pouco desdenhoso. — Não bebo, você sabe.

— Pois deveria começar — A voz afeminada de Ambrose tremeu. — Tem certeza Heather?

Eu reviro os olhos e me sento no grande sofá vinho em formato L na sala.

— Nós já discutimos sobre isso. Eu só quero um nome. Não preciso saber onde mora, se tem família ou qualquer coisa assim.

— Eu, hmm, eu consegui, okay? Ele é de confiança, seus serviços podem ser um pouco caros, mas o cara é invisível.

Ele me mostra um endereço em um papel.

— Ele vai com frequência a esse bar em Lake Orion.

— Isso é o subúrbio da cidade. — meus lábios se curvam em uma careta de desgosto.

— Não se acha essas coisas no centro de Michigan. — Ele limpa a garganta e continua. — Heather...eu-sei, sei que já falamos disso...Mas você vai… — Ambrose faz um barulho como de engasgo e fala com dificuldade. — Deus, nem consigo completar essa frase.

Ambrose termina o Uísque dele e também o meu que estava na mesa aparadora a nossa frente.

Eu pego o envelope grande, pardo da minha bolsa. E tira o conteúdo de dentro.

— Essas fotos foram tiradas há três dias. — Eu encaro as fotos, sentindo a dor se infiltrar por minha pele e ossos. Como se fosse uma doença.

Ambrose olha aflito para as imagens. — Stacy sempre foi uma vadia.

E eu confirmei mentalmente, ela É. Na verdade bem mais que isso. Um curto flashback correu em minha memória, onde anos atrás a primeira filial da Frank United CO. havia aberto.

Com a correria do dia a dia, Frank sugeriu que eu obtivesse uma assistente pessoal. Não era luxo, apenas necessidade. Agora eram grandes CEO da indústria de distribuição, precisavam mais do que Nunca estar organizados.

Então surgiu Stacy, cabelos loiros artificiais, 1,80 de altura, seios que mal cabiam em suas blusas. Stacy, trabalhava a quase seis anos para mim, inevitavelmente, uma amizade crescente surgiu.

O engraçado, é que realmente nunca fui sociável, sempre tive uma personalidade antissocial e estranha. Mas com Stacy, sempre pareceu ser natural ... O tanto quanto possível.

Eu queria me estapear por ser tão burra. Realmente acreditei em Stacy, ela achava incrível que pudéssemos ter tanta coisa em comum, que fôssemos tão amigas.

Eu presenteei, Stacy com uma bolsa exclusiva de $250.000,00 da Lana Marks Cleopatra, no natal passado. E foi nesse mesmo natal que tudo havia ido por água abaixo.

Estávamos na nossa cabana em Aspen, era véspera de ano novo. Eu havia encomendado para comemorar aniversário de casamento uma pecan pie e uma pequena Key lime pie. Em uma doceria famosa na cidade. Justamente por serem as sobremesas preferidas de Frank.

Ele me deu um colar com as iniciais pequenas e sutis, cravejada com rubi.

E nós despedimos na mesma manhã, Eu afirmei que voltaria a Michigan para resolver algumas coisas. Stacy havia ido no dia anterior para passar a virada do ano com sua família e Frank ficaria na cidade para resolver algo sobre a filial que gostariam de abrir.

Oque Frank não imaginava, é que era tudo uma grande surpresa de casamento para ele. Eu pretendia fazer amor com ele na sala do chalé, enquanto o fogo crepitava, eles beberiam vinho e esqueceriam toda essa correria do dia a dia. Eu realmente, acreditava que a loucura da empresa que estava nos afastando cada dia a mais. Só precisavam fugir dessa correria um pouco.

Deixei meu carro no início da propriedade, não gostaria de alertar que estava chegando.

Afinal de contas era uma surpresa!

Chegando na entrada do chalé, percebi com estranheza o carro de Stacy. Mas, ela havia ido na manhã anterior, não havia?

Eu não pensei em chamar, algo em meu íntimo, exigia silêncio e concentração. Então antes de subir o chalé, eu despi meus saltos caros, deixei as duas caixas pequenas com sobremesas no primeiro degrau da escada.

Enquanto eu subia, algo em meu estômago revirou. E de repente eu sabia que não era algo bom. Mas eu simplesmente ignorei. Afinal, era isso que eu sempre fazia. Ignorava, colocava a vontade dos outros na frente da minha.

Voltando a minha realidade, observei Ambrose revirando as fotos na minha frente e então vendo o documento do grande desfalque da empresa. Meu estômago revirou novamente, lembrando do que eu vira naquela noite de ano novo.

A porta de vidro do chalé não escondia muita coisa. Os gemidos não saiam baixo. A visão em minha frente quebrou meu coração em tantos pedaços que eu jurei que jamais me recuperaria.

Frank fodia Stacy, eles estavam do lado oposto a mim, de modo que não me viram. Frank estava deitado enquanto Stacy o cavalgava.

Os sons, grotescos que eles faziam…

Espremo, meus olhos com a lembrança dolorosa.

Havia mais, ao lado de ambos a mesma torta de maçã que eu havia comprado, a preferida de Frank, descansava em um prato na mesa de centro, pelo formato, possivelmente caseira. havia um vinho branco, distribuído em duas taças, o restante da roupa que tiraram no chão, perto dos sapatos de Stacy e a bolsa exclusiva de 25 mil dólares.

Voltando a realidade, eu senti um nervo se contrair em meu rosto e os olhos queimavam como se eu fosse chorar. Engoli seco e puxei bruscamente o documento da mão de Ambrose.

— Ele comprou algumas propriedades para ela, e também um carro do ano. Ele tem gasto muito da minha fortuna com ela.

— Eu sei. — ele limpa a garganta...não a julgo. — Ele encarou os meus olhos, mas eu sabia que Ambrose mentia. Eu havia cansado de ouvir seus discursos “ Talvez seja melhor apenas se separar”

Ambrose passa para mim uma foto onde um homem vestido de militar está. Eu não deixo de reparar em como ele é bonito.

Ombros largos, nariz fino, cabelos loiros cortados curtos. Ele era a versão 2x mais impecável do Alexander Skarsgard.

— Ele bem, — Ambrose parece incerto em me dar essa informação. — Ele se chama Wayne.

— okay — me levanto recolhendo as provas.

— Ele é irmão do meu namorado. — Ambrose dá de ombros. — Não existe melhor que ele para fazer oque precisa.

Isso é o suficiente, me viro pegando a foto.

— Transferirei algum dinheiro para sua conta. Obrigada.

— Ei! — Chama enquanto vai ao meu encontro. — Atrás da foto tem umas informações que pode precisar.

Eu nem respondo, me limitando apenas acenar. Mas Ambrose chega até a mim, e segura a minha mão.

— Heather, — clama. — Você não precisa fazer isso. Você sabe, as coisas podem ficar feias.

Eu tive cinco meses para pensar nisso, e realmente estava certa do que faria. Minhas sobrancelhas se ergueram levemente, e um sorriso satisfeito cortou seu rosto enquanto eu afirmo.

— Eu vou matar o meu marido.

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