Sem pensar qualquer coisa eu aviso: — Solte-a. — Ele me olhou de soslaio, mas não a soltou. Porém percebi que seu aperto se afrouxou, porque Donna tossiu e chorou. — Solte-a! Droga Sebastian. Sai de cima dela! — Eu estava gritando e chorando a arma ainda apontada em sua direção. Ele saiu de cima das coxas de Donna e se virou lentamente. Encarei ele tão nervosa que ouvia os batimentos cardíacos golpeando meus ouvidos. — Você...— Ele Soltou um risinho como se eu estar apontando a arma em sua direção fosse pouca coisa. — Você sabe usar isso? Hum? — Ele dá um passo em minha direção...— Uma menina tão pequena, não queremos que você cause um acidente... não é? — Pare, não dê mais um passo. — Aviso, orgulhosa que apesar das lágrimas, minha voz não tremeu. — Eu só estou tentando cuidar de você. — Ele sussurra, levantando as duas mãos em rendição. — Você sabe? Eu sempre cuido. — Fique longe de mim! — Dou um passo para trás, me afastando um pouco. — Eu...eu vou ligar para a Políc
A sensação eminente da perda, faz com que você encare a vida por uma outra perspectiva. Eu nunca pensei em me casar, ter filhos, formar uma família. Eu apreciava viver sozinho. Mas isso mudou quando a vi a primeira vez. Nunca, se quer pensei que amaria uma mulher, como eu amo a Heather. O simples pensamento de viver em um mundo onde ela não exista, me deixa com a sensação de que arrancaram meu coração com a mão e me deixaram sangrando, agonizando de dor. A dor, era colossal, me cegava. Eu li os lábios de Ambrose após ele falar com os policiais, eu só não conseguia entender, só não conseguia aceitar. Oque a Heather estava fazendo na Frank United. Co. na noite de ano novo? A noite que ela havia escolhido para que Frank morresse. Só podia ser uma pegadinha fodida do destino. Nada fazia sentido. Essa noite parecia a merda de um pesadelo. — Porra Wayne, respira. Você está ficando vermelho. O hálito de Connor soprou bem em meu rosto, me fazendo piscar e sair do transe. Eu olhe
— Eu não sei se você e seu...uh — Ela olha para Wayne com expectativa.— Amigo — Wayne completa — Sim, uh, isso, Amigo. Já puderam conversar, mas gostaria de levá-la para uma bateria de exames antes que você possa conversar e receba uma enxurrada de informações de quando estava dormindo. Okay? Eu balanço a cabeça, respondendo a ela, mas com os olhos em Wayne. Sua barba está grande e ele tem olheiras... está mais magro, isso não afeta a sua beleza, mas me mostra que ele esteve tanto tempo aqui, que mal teve tempo para si mesmo. — Tudo bem. — Ela sorri gentil, e com ajuda de outros enfermeiros me leva para fazer o restante dos exames. Volto para o meu quarto, quase uma hora depois. Estou exausta, apesar de ser levada em uma cadeira de rodas me sinto sonolenta e esgotada. Assim que passo pelo corredor onde está meu quarto, percebo Wayne parado na porta. Agora, ele parece melhor, mais como aquele Wayne que conheci. Ele está todo de preto, braços cruzados sobre o peito, cabelos
Steven ( Antes)O primeiro sinal que há algo errado, é quando estou próximo a antiga casa de Donna, uma ambulância passa em uma direção oposta a mim. Vejo luzes azuis e vermelhas, brilhando no fim da rua. Eu disse a mim mesmo, que as viaturas não estariam em frente a sua casa, mas acho que no fundo, eu sabia que era uma mentira. Os carros de polícia e uma outra ambulância passam por mim, e param, fechando um círculo entre a casa da Donna e a casa de Meg. Havia algo muito errado, eu praticamente pulei do carro. Eu não me preocupei em nem fechar a porta. A rua já estava com alguns curiosos, a frente da casa, rodeado de paramédicos, legistas e policiais. Eu corri em direção a entrada da sua casa mas fui parado pela polícia. — Desculpe senhor...aqui é a cena de um crime. Cena de um crime— Você não está entendendo! — Tentei passar novamente. — A minha mulher...minha mulher está lá dentro. — Sinto muito senhor, por enquanto só o pessoal autorizado. Não me pergunte como eu sa
DonnaEu já havia passado por isso antes, pela dor, pela humilhação, pela derrota, pela insegurança e medo. Mas, eu ainda não tinha passado pela perda. Eu estava acordada, olhos agitados por baixo das pálpebras, coração aflito e corpo dolorido. Eu senti que um dos meus braços estava engessado assim que acordei, eu estava familiarizada. Eu senti as costelas quebradas e o rosto cicatrizando. Mexi os dedos rígidos do pé, e os dedos da mão que não estava engessado, Mas, em nenhum momento, tive coragem de sentir a minha barriga. Eu fiquei assim, parada, como se ainda estivesse dormindo. Eu ouvi Steven, eu ouvi a polícia pedindo para recolher o depoimento, ouvi os médicos. Mas eu não abri os meus olhos. Eu não tive coragem. Porque abrir os olhos, era encarar a realidade deprimente, cruel e dolorida de tudo oque havia me acontecido foi real. E eu estava com tanto medo...tanto medo de que Sebastian tenha me tirado tudo.Eu fungo, quando uma lágrima desce pelo canto do meu olho,
Se passam pelo menos uma semana desde que acordei, tive a oportunidade de ver minha pequena Scarlett sem os aparelhos, ela era tão pequena, tão delicada. Com supervisão e assistência médica, consegui amamenta-la pela primeira vez. Cantando alguma música do Bom Jovi para ela, assoviando enquanto assoprava seus cabelos escuros me senti completa, apesar de tudo. Steven, estava sentando na poltrona ao meu lado, cochilando. Eu não acordei ele, queria que ele tivesse um tempo digno para descansar. Ele estava sempre cuidado de mim e Scarlett e eu precisava dele bem e saudável para quando a gente saísse daqui. Eu esperava ter alta em breve, assim como Scarlett. Uma enfermeira entrou no meu quarto, acompanhada de um policial. Eu sabia que eles viriam alguma hora. Afinal, eu era a única que ainda não havia prestado depoimento. O policial, que percebo é um oficial federal, me olha com cuidado, acho que observando meus ferimentos. Eu seguro Scarlett em meu colo com o meu braço bom, ela não pes
Seis meses depoisNenhuma missão dada a mim em minha vida necessitará de tanta concentração, habilidade e inteligência, como essa. Aliás, nenhuma missão, havia me deixado suando frio, com medo e ansioso como essa está deixando. Olho para o final do corredor todo decorado com flores brancas, inquieto. — Respire homem, você está vermelho como um pimentão. — Olho para o meu lado direito e vejo Connor, com seu smoking branco da Versalhes, me olhando com sorriso zombeteiro. — Não enche a porra do saco. — Sussurro entredentes, não deixando meu olhar desviar do corredor. — Eu odeio dar razão a ele, mas ele não está errado Wayne. — Olho emburrado para Steven. — Se não respirar uniformemente vai acabar desmaiando no altar. Solto a respiração que nem percebi que estava prendendo. E ouço os dois trocando uma risadinha irritante. Steven está ao meu lado esquerdo, como um dos meus padrinhos. Ele está vestido um smoking também branco, seu cabelo preto está penteado perfeitamente para tr
“Eu me sinto sozinha em seus braçosEu sinto você quebrando meu coraçãoDiga meu nome, diga meu nomeSe você me ama, me deixe te ouvir”. – Beyoncé. *Donna e Sebastian*Eu estava sentada no chão gelado do banheiro há quase vinte minutos, uma parte insana da minha consciência, insistia para que eu me acalmasse, mas a minha parte racional dizia claramente: Você ainda está em perigo. Eu tentei me distrair, observei o ladrilho encardido do banheiro, Contei cada piso antigo desenhado com pequenas folhas e pássaros. Também deixei minha mente vagar para cada gota que pingava da velha bica enferrujada. Em uma tentativa frustrada de me distrair. Lentamente eu me levanto, meu corpo protesta pelo simples movimento. Com o corpo agora erguido, observei, como houvera ficado os estragos desta vez. O grande hematoma próximo ao olho esquerdo havia sumido, mas em compensação o lábio inferior ainda estava cortado. As marcas das grandes mãos de Sebastian ainda marcavam meu braço. Estava inchado, e e