A mão de Wayne pousou lentamente nas minhas costas. Eu não sabia bem o que fazer com esse movimento inesperado, mas meu corpo endureceu. — Shhh. — Ele disse baixo. — É apenas uma crise de pânico. — Senhor Way...Wayne… — me endireitei. — Eu posso me virar...apenas… Então as mãos de Wayne estavam em Minha nuca, massageando com cautela, mas firmemente. — Não venha com essa. Antes que eu pudesse me endireitar, Ele me pegou pela nuca e virou a cabeça para trazer sua boca contra meu ouvido. — Baby, — sussurrou. — Eu não vou te deixar aqui tendo uma crise de pânico. Eu estava em um batalha interna, todo aquele movimento parecia certo, embora não devesse. Eu não deveria estar ali sozinha, ainda mais com o homem que assassinaria o seu marido. Um assassino. Eu não deveria estar com medo? Mas então porque eu me sentia segura? Cor coloriu meu rosto. Eu queria virar e correr, pois era o certo. Porém porque ainda estava aqui? Seu toque ainda estava presente, sua respiração ficando estável. Eu pude senti-lo. A respiração em sua nuca. A ponta do dedo dele correndo do pescoço pela espinha dorsal. Seu toque era tão leve que parecia não existir. O engraçado, era que isso tudo não parecia mais uma massagem, e sim uma carícia. E Se fosse isso, o toque era tão real que enviou chamas por toda minha pele. Senti meu corpo esquentando, e principalmente em partes que não deveriam. Senti calor subir por meu colo, pescoço e bochechas. — Eles tem um caso, não é? Eu me virei, já se sentindo órfã das suas carícias. — Sim. — Eu não sabia o porque, mais fiquei envergonhada dessa afirmação. — É realmente incrível como dinheiro não é tudo.
Ler maisSeis meses depoisNenhuma missão dada a mim em minha vida necessitará de tanta concentração, habilidade e inteligência, como essa. Aliás, nenhuma missão, havia me deixado suando frio, com medo e ansioso como essa está deixando. Olho para o final do corredor todo decorado com flores brancas, inquieto. — Respire homem, você está vermelho como um pimentão. — Olho para o meu lado direito e vejo Connor, com seu smoking branco da Versalhes, me olhando com sorriso zombeteiro. — Não enche a porra do saco. — Sussurro entredentes, não deixando meu olhar desviar do corredor. — Eu odeio dar razão a ele, mas ele não está errado Wayne. — Olho emburrado para Steven. — Se não respirar uniformemente vai acabar desmaiando no altar. Solto a respiração que nem percebi que estava prendendo. E ouço os dois trocando uma risadinha irritante. Steven está ao meu lado esquerdo, como um dos meus padrinhos. Ele está vestido um smoking também branco, seu cabelo preto está penteado perfeitamente para tr
Se passam pelo menos uma semana desde que acordei, tive a oportunidade de ver minha pequena Scarlett sem os aparelhos, ela era tão pequena, tão delicada. Com supervisão e assistência médica, consegui amamenta-la pela primeira vez. Cantando alguma música do Bom Jovi para ela, assoviando enquanto assoprava seus cabelos escuros me senti completa, apesar de tudo. Steven, estava sentando na poltrona ao meu lado, cochilando. Eu não acordei ele, queria que ele tivesse um tempo digno para descansar. Ele estava sempre cuidado de mim e Scarlett e eu precisava dele bem e saudável para quando a gente saísse daqui. Eu esperava ter alta em breve, assim como Scarlett. Uma enfermeira entrou no meu quarto, acompanhada de um policial. Eu sabia que eles viriam alguma hora. Afinal, eu era a única que ainda não havia prestado depoimento. O policial, que percebo é um oficial federal, me olha com cuidado, acho que observando meus ferimentos. Eu seguro Scarlett em meu colo com o meu braço bom, ela não pes
DonnaEu já havia passado por isso antes, pela dor, pela humilhação, pela derrota, pela insegurança e medo. Mas, eu ainda não tinha passado pela perda. Eu estava acordada, olhos agitados por baixo das pálpebras, coração aflito e corpo dolorido. Eu senti que um dos meus braços estava engessado assim que acordei, eu estava familiarizada. Eu senti as costelas quebradas e o rosto cicatrizando. Mexi os dedos rígidos do pé, e os dedos da mão que não estava engessado, Mas, em nenhum momento, tive coragem de sentir a minha barriga. Eu fiquei assim, parada, como se ainda estivesse dormindo. Eu ouvi Steven, eu ouvi a polícia pedindo para recolher o depoimento, ouvi os médicos. Mas eu não abri os meus olhos. Eu não tive coragem. Porque abrir os olhos, era encarar a realidade deprimente, cruel e dolorida de tudo oque havia me acontecido foi real. E eu estava com tanto medo...tanto medo de que Sebastian tenha me tirado tudo.Eu fungo, quando uma lágrima desce pelo canto do meu olho,
Steven ( Antes)O primeiro sinal que há algo errado, é quando estou próximo a antiga casa de Donna, uma ambulância passa em uma direção oposta a mim. Vejo luzes azuis e vermelhas, brilhando no fim da rua. Eu disse a mim mesmo, que as viaturas não estariam em frente a sua casa, mas acho que no fundo, eu sabia que era uma mentira. Os carros de polícia e uma outra ambulância passam por mim, e param, fechando um círculo entre a casa da Donna e a casa de Meg. Havia algo muito errado, eu praticamente pulei do carro. Eu não me preocupei em nem fechar a porta. A rua já estava com alguns curiosos, a frente da casa, rodeado de paramédicos, legistas e policiais. Eu corri em direção a entrada da sua casa mas fui parado pela polícia. — Desculpe senhor...aqui é a cena de um crime. Cena de um crime— Você não está entendendo! — Tentei passar novamente. — A minha mulher...minha mulher está lá dentro. — Sinto muito senhor, por enquanto só o pessoal autorizado. Não me pergunte como eu sa
— Eu não sei se você e seu...uh — Ela olha para Wayne com expectativa.— Amigo — Wayne completa — Sim, uh, isso, Amigo. Já puderam conversar, mas gostaria de levá-la para uma bateria de exames antes que você possa conversar e receba uma enxurrada de informações de quando estava dormindo. Okay? Eu balanço a cabeça, respondendo a ela, mas com os olhos em Wayne. Sua barba está grande e ele tem olheiras... está mais magro, isso não afeta a sua beleza, mas me mostra que ele esteve tanto tempo aqui, que mal teve tempo para si mesmo. — Tudo bem. — Ela sorri gentil, e com ajuda de outros enfermeiros me leva para fazer o restante dos exames. Volto para o meu quarto, quase uma hora depois. Estou exausta, apesar de ser levada em uma cadeira de rodas me sinto sonolenta e esgotada. Assim que passo pelo corredor onde está meu quarto, percebo Wayne parado na porta. Agora, ele parece melhor, mais como aquele Wayne que conheci. Ele está todo de preto, braços cruzados sobre o peito, cabelos
A sensação eminente da perda, faz com que você encare a vida por uma outra perspectiva. Eu nunca pensei em me casar, ter filhos, formar uma família. Eu apreciava viver sozinho. Mas isso mudou quando a vi a primeira vez. Nunca, se quer pensei que amaria uma mulher, como eu amo a Heather. O simples pensamento de viver em um mundo onde ela não exista, me deixa com a sensação de que arrancaram meu coração com a mão e me deixaram sangrando, agonizando de dor. A dor, era colossal, me cegava. Eu li os lábios de Ambrose após ele falar com os policiais, eu só não conseguia entender, só não conseguia aceitar. Oque a Heather estava fazendo na Frank United. Co. na noite de ano novo? A noite que ela havia escolhido para que Frank morresse. Só podia ser uma pegadinha fodida do destino. Nada fazia sentido. Essa noite parecia a merda de um pesadelo. — Porra Wayne, respira. Você está ficando vermelho. O hálito de Connor soprou bem em meu rosto, me fazendo piscar e sair do transe. Eu olhe
Sem pensar qualquer coisa eu aviso: — Solte-a. — Ele me olhou de soslaio, mas não a soltou. Porém percebi que seu aperto se afrouxou, porque Donna tossiu e chorou. — Solte-a! Droga Sebastian. Sai de cima dela! — Eu estava gritando e chorando a arma ainda apontada em sua direção. Ele saiu de cima das coxas de Donna e se virou lentamente. Encarei ele tão nervosa que ouvia os batimentos cardíacos golpeando meus ouvidos. — Você...— Ele Soltou um risinho como se eu estar apontando a arma em sua direção fosse pouca coisa. — Você sabe usar isso? Hum? — Ele dá um passo em minha direção...— Uma menina tão pequena, não queremos que você cause um acidente... não é? — Pare, não dê mais um passo. — Aviso, orgulhosa que apesar das lágrimas, minha voz não tremeu. — Eu só estou tentando cuidar de você. — Ele sussurra, levantando as duas mãos em rendição. — Você sabe? Eu sempre cuido. — Fique longe de mim! — Dou um passo para trás, me afastando um pouco. — Eu...eu vou ligar para a Políc
MEG Limpo minhas lágrimas enquanto ouço Stand by me do Oasis. Canções tristes me deixavam pior, mas eu não me importava de ouvi-las se eu precisasse chorar. Dirijo meu carro velho em direção a minha casa. Eu preciso ver a minha mãe, mesmo que eu saiba que ela seria a última pessoa a me dar colo e conforto. Ela, ainda é a única pessoa que sei que de uma maneira doentia me amava.Paro o carro na velha garagem e vou até a porta dos fundos. A casa em que vivíamos era velha, quase caindo aos pedaços. Com a minha ausência aqui, confesso que a casa parece quase abandonada. No momento em que penso nisso, meu estômago embrulha, sinto-me mal de deixar minha mãe aqui...doente, desamparada...em uma casa dessas. Assim que cruzo a sala, encontro a minha mãe dormindo no sofá. Ela ainda tem uma garrafa vazia de bebida na mão, várias latas de cerveja estão na mesa e a casa fede a merda. Pego um saco preto de lixo e começo a catar as latas vazias pela sala. Jogo o resto de uma ou duas garrafas va
ATENÇÃO ESSE CAPÍTULO CONTÉM GATILHOS(Violência não sexual explícita) continue por sua próprio conta e risco. DonnaOs olhos tem uma maneira curiosa de nos fazer enxergar mesmo na escuridão, primeiro, eles não captam nada, nem mesmo a sombra da sua mão na frente do seu rosto, mas depois as imagens vão entrando em foco, as coisas vão ficando claras. Foi assim que vi nitidamente o inimaginável, o improvável o impossível. Sebastian, meu ceifador, meu algoz. O diabo. Pisco uma ou duas vezes, totalmente horrorizada, mas também descrente do que estou vendo. Isso não pode ser real. Sebastian não está aqui! Não pode estar aqui.Acho que ele lê meus pensamentos, porque seus lábios puxam de uma maneira maligna, quando recuo mais. Minhas costas batendo na porta. — Você realmente pensou que eu não voltaria? — Ele diz. Sua voz mais rouca e ébria que o normal. — Você achou que eu não voltaria para você? — Ele estica a mão, seu dedo acariciando minhas bochechas, limpando as minhas lágrimas.