O assassino

— Eu sei oque faz. — solto

— Ah é? E oque eu faço? — Ele cruza os braços sobre o peito, olhando-me como se fosse um desafio.

— Você mata pessoas...por dinheiro.

— E é isso que quer? — eu sabia que era uma pergunta retórica.

As mãos de Wayne sobem ao lado da minha cabeça, criando um tipo de prisão. Sinto meu coração tamborilar forte em meu peito, e um pouco de suor deslizar em minhas costas por dentro do vestido.

— Pago dois milhões de dólares em dinheiro vivo.

Ele ri, um sorriso gostoso mas breve, logo devolvendo a sua seriedade.

Eu pensei que era impossível que ele se aproximasse mais. Podia sentir seu perfume masculino. O seu rosto tão próximo ao meu ouvido quando sussurrou: — 2 milhões de dólares? Oque deseja? Matar seus pais e ficar com a herança? Ou...eu aposto nessa. Se livrar do marido para viver com o amante?

Isso me irritou em níveis surreais.

— Como você ousa! — A minha voz sobe alguns decibéis quando eu o empurro. Ele mal se move, mas abre passagem para mim

— Eu conheço tipos como você!

— Tipos como eu? Me poupe Senhor Wayne! Não preciso de qualquer moralismo vindo de um Assassino.

— Mesmo eu tenho minhas convicções querida. Não trabalho para pessoas como você.

— Pessoas como eu Wayne pagam tão bem que nem poderia imaginar.

— Pessoas como você trazem uma grande dor na bunda para os negócios. — Revida.

— Por Deus! — Suspiro alto passando as mãos na testa e indo a direção a saída. Me sentia doente. Apostei tudo nesse homem que Ambrose garantiu que faria o trabalho. E agora ele nega, apenas baseado na sua aparência.

Foi um erro ter vindo, e isso machucava meu peito. Eu senti algo em meu corpo apertar e seus olhos queimarem.

Eu não ia chorar.

Eu deslizei o meu cartão pessoal pelo balcão do banheiro e peguei o meu celular que Wayne havia deixado ali.

— Caso mude de ideia, me procure.

Os minutos mais longos da minha vida foi quando eu caminhava para fora daquela banheiro destrancando a porta. Sai pelo corredor e entrei novamente na boate, pedindo antes um táxi com muita dificuldade por causa do barulho.

Agora as pessoas estavam mais agitadas, corpos suados dançavam, e eu tive que me esgueirar pelos cantos até encontrar a saída.

Logo que eu coloquei os meus pés ao lado de fora da boate

Sentiu o ar deixar seus pulmões, com um grito assustado, quando fui empurrada inesperadamente a parede próxima.

— Santo inferno! — Coloquei as mãos no peito assustada.

Wayne segurava o meu corpo contra parede como antes no banheiro. Lambe os lábios antes de assumir.

— 4 milhões.

Eu estava tão surpresa por ele ter repensando na proposta que nem me importava em pagar o dobro.

— O...okay…

— Tudo bem. — Ele se afasta um pouco, enfiando as mãos no bolso. — Esteja aqui Daqui a três dias as dez da manhã. Não traga ninguém, não fale sobre isso com ninguém.

— Tudo bem. — ergo a cabeça para ele, passando para entrar em meu táxi que havia pedido.

— E florzinha...Se vista mais casualmente.

*DONNA*

“Você despertou o meu medo mais profundo

Mentindo e nos destruindo” – Sam Smith.

— Dona! — A voz de Sebastian quase me fez pular de susto mas eu me virei lentamente, passando uma mecha do meu cabelo para trás, disfarçando as mãos trêmulas.

Sebastian nem me olha, no fundo, eu preferia assim, tinha a impressão que quanto menos atenção chamasse maior era a chance que saísse ilesa de qualquer tipo de agressão.

Eu o encarei, com minhas pálpebras baixas, não o encarando diretamente nos olhos, quando com voz suave Pergunto: — Sebastian...como foi o seu dia?

— Meu irmão está na cidade.

Senti uma forte tensão forte no ar, e eu sabia o porque, soube quando o vi, o homem, mais cedo, era indubitavelmente seu irmão gêmeo. Eu, não sabia porque Sebastian nunca foi de falar muito de sua família. Claro, eu sempre soube da existência dele, que estava na Iraque. Mas nunca imaginei que ele poderia um dia retornar ou talvez vê-lo. Ela, estava morrendo de medo que Sebastian descobrisse que eu abri a porta para um outro homem, mas desconfiava que ele já sabia, até porque ele já havia encontrado o irmão e ele poderia ter contado.

— Ele ficará conosco por três semanas até que a sua cobertura fique pronta. Ficará no quarto de hóspedes. Isso não será problema não é querida?

Sim, parecida uma pergunta, mas ela sabia que não era.

— Claro que não Sebastian.

O homem, da um ou dois passos em minha direção, e logo está tão perto que faz com que o meu coração quase saia pela boca. Ele segurou meu queixo com uma mão, erguendo minha cabeça, para que os nossos olhos se encontrassem. Aos poucos, o carinho, paternal, começou a se tornar doloroso. Eu, não me atrevi a mexer. Pois sempre era pior quando eu o fazia.

— Você não fica perto dele sem que eu esteja perto, não conversa com ele sem que eu esteja perto. Não se atreva a se sentir menos minha, só porque ele está perto.

Ele solta seu queixo com delicadeza, mas uma dor começa baixo e seu queixo.

— Sim senhor.

— Muito bem minha garota. — Ele beija a minha boca, e pisca, de forma tranquila e galanteadora.

— Vamos assistir o jogo dos Yankees para sua sorte ele trará o jantar.

*

Gabriel e Ed eram dois policiais que trabalhavam com Sebastian. Os dois estavam sempre presente em dias de jogos, principalmente quando eram jogos dos Yankees.

Normalmente esses dias eram comuns para mim, eu preparava algo para manter os homens satisfeitos, garantia que sempre teriam cervejas geladas em mãos, e que a televisão estivesse alta o suficiente para que não percam nada.

Algo no meu íntimo remexia nessa noite, me deixando desconfortável. Eu sabia, era para ser uma noite normal como sempre eram as noites de jogos. Os homens iriam para casa logo após o fim do jogo, Sebastian tomaria mais umas cervejas e adormeceria no sofá, talvez levantasse para estupra-la ou agredi-la, qualquer das duas opções me deixavam a flor da pele. Ela se lembrou também do irmão de Sebastian, talvez ele tivesse desistido de vir. E quem sabe não fosse melhor assim.

Nem se passa um minuto até que a campainha toque, um dos amigos de Sebastian abrem anunciando.

— Puta merda Sebastian! — Gabriel solta uma risada. — Não é que o filho da puta é mais bonito que você?

— Finalmente irmão! Pensei que já tivesse se engraçado com uma das bocetas da cidade. Sebastian, apoia os pés no puff de frente para televisão e j**a uns amendoins torrados na boca nem dando atenção ao irmão recém chegado.

Gabriel, da espaço para Stephen entrar. O homem veste uma camisa azul claro, uma calça jeans de lavagem escura e tênis vans. Suas mãos estão segurando algumas caixas de pizza. Que eu corro para retirar pelo menos duas caixas das suas mãos já que nenhum dos homens faz menção de ajudá-lo.

Corro até a cozinha, deixando-as no balcão, na volta quase tombamos um no outro. Para evitar contato direto com ele, eu nem o encaro, peço desculpa tão baixo que acho que ele não escutou.

Mal chego a sala quando Sebastian grita que as cervejas acabaram e que preciso pegar mais. No entanto antes que eu me retire ele levanta do seu lugar.

— Donna, esse é Stephen. Stephen, Donna… — Ele acerta um tapa no meu bumbum, e os outros caras riem, isso me constrange tanto que eu não desejava nada além de uma cratera para me aterrar. Meu rosto deve estar como um pimentão, mesmo como a minha pele negra.

Esse tipo de comportamento era muito comum para os amigos de Sebastian. Quando Stephen estendeu sua mão para mim, eu não sabia se aceitava, ou se nada dizia, afinal de contas nós nos conhecemos antes.

Só que, pelo jeito ele não havia dito nada a Sebastian. Eu não sabia o porque, e isso me deixava apreensiva.

Eu não encarei os seus olhos, ou o seu rosto. Era algo que eu realmente não fazia, dado os “modos” que Sebastian me deu.

O aperto de mão foi rápido, mas algo como uma eletricidade passou pelos meus dedos quando nos tocamos brevemente. Eu o encarei rápido, preocupada de que ele também tivesse sentido.

Seus olhos azuis piscaram com reconhecimento, ou estranheza...Eu não sabia dizer. Tudo isso se passou rápido. Em um piscar de olhos.

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