Depois que começamos a responder de forma ativa, os comentários diminuíram. O apoio de amigos importantes e o fato de Joshua ser uma pessoa muito querida pelo povo fizeram toda a diferença. Uma semana se passou, e eu trabalhei incansavelmente para proteger a imagem da minha esposa. Meus irmãos e meu cunhado ainda estavam em Nova York, e as investigações avançavam mais rápido do que eu esperava, mas, para mim, parecia devagar demais. — Amor. — Ouvi a voz baixa de Cassidy me chamando da porta. Ela acenou com a cabeça, e eu me levantei para ir até ela. Os outros ficaram dentro do meu escritório. Caminhamos até o meio do corredor, e ela segurou meu antebraço antes de dizer: — Lembra que tínhamos uma entrevista com a babá? Então, com tudo o que aconteceu... Bem, você sabe. Eu marquei com a moça em um café aqui perto. Tudo bem? — Cass, não acho que seja uma boa ideia, querida. Não pode esperar até tudo isso passar? — Amor, eu e você estamos exaustos de tantas noites de trabalho.
Horas antes — Se eu perceber que ela oferece qualquer risco para você, eu intervenho. — Alexander afirmou. Estávamos a caminho de um restaurante onde Antonella Rizzo esperaria um repórter para espalhar mais mentiras sobre meu marido e eu. Não sei como, mas Alex conseguiu se passar por um jornalista de um grande site de fofocas na internet. Não sei como ele consegue esses feitos tão... difíceis. — Tudo bem, não vai precisar chegar a esse ponto. — garanti. — Como conseguiu isso, Alex? — Dei o meu jeito. — Ele deu de ombros. — Chegamos. Vamos fazer como combinamos. — Pode deixar. Obrigada por me ajudar nessa, Alexander. — Coloquei a mão em seu ombro. — Você é da família. — Ele repetiu o gesto. — Agora vá para o lugar combinado. Alex bolou um plano, mas eu ainda não sabia como aquilo daria certo. E se ela soubesse quem ele era? E se percebesse algo estranho e fosse embora? Ainda assim, eu precisava arriscar. Fui até o banheiro feminino do restaurante e fiquei dentro de
Rubi dormia profundamente, o rostinho sereno iluminado pela luz suave do abajur. Ela estava deitada no meio da nossa cama, tão pequena e indefesa, parecendo um anjinho em meio aos lençóis macios. Cassidy a observava com um olhar mais tranquilo, mas ainda assim carregado de pensamentos. Eu sabia exatamente o que se passava em sua mente. Eu também ouvira aquela gravação. E quando aquela mulher ameaçou nossa filha, algo dentro de mim mudou para sempre. Eu soube, naquele instante, que seria capaz de qualquer coisa para protegê-la. — O que te preocupa? — perguntei, desviando meu olhar de Rubi para Cassidy. Ela demorou um segundo antes de responder. Quando seus olhos angelicais encontraram os meus, vi neles um misto de ternura e determinação. — Eu faria qualquer coisa, Kai. Qualquer coisa. É nossa filha... Ela é tão inocente, tão pequena, ainda é só um bebê. — sussurrou, a voz embargada pela emoção. Meu coração apertou. Cassidy sempre foi forte, mas naquele momento, eu via o p
Estávamos todos reunidos ao redor da mesa no escritório: o advogado, meus cunhados e Alexander, e as equipes responsáveis pela divulgação do áudio e pela nota de esclarecimento. A tensão era palpável, cada olhar carregado de determinação, ansiedade e uma pitada de esperança. O ar parecia diferente, carregado de certo alívio. Eu sentia o peso do momento, mas também uma convicção profunda de que venceríamos, de que iríamos recuperar cada pedaço do que nos foi tirado injustamente. — Está tudo bem, Kai. Nós conseguimos, — sussurrei em seu ouvido, tentando transmitir confiança. Seu olhar, inicialmente tenso, suavizou com um alívio momentâneo, mas logo endureceu novamente. Seus olhos escureceram, estavam carregados de uma raiva contida e um desejo de justiça inabalável. Ele virou-se para o advogado com determinação que me fez ofegar: — Quero que localizem todas as pessoas que difamaram Cassidy. Enviei algumas imagens dos comentários mais pesados, mas sei que há muitos outros. Não me i
Estranho. Já se passou uma semana, e Antonella Rizzo simplesmente desapareceu do mapa. Sumiu como se nunca tivesse existido. Mas as marcas do que fez ficaram. Lançamos todas as provas que conseguimos reunir contra ela—o áudio nossa briga foi a peça-chave, a última gota para derrubá-la. E caiu. Rápido. Como um castelo de cartas em meio a um furacão. Todas as empresas que vendiam seus desenhos rescindiram os contratos. Todas as parcerias foram encerradas. Agora, ela é quem está sendo massacrada na internet, sentindo na pele o peso das suas escolhas. Enquanto isso, Kai não perdeu tempo. Ele foi atrás, um por um, daqueles que nos julgaram, que nos difamaram sem pensar duas vezes. E os pedidos de desculpas começaram a surgir. Públicos, desesperados, tentando apagar as marcas do que haviam feito. — Está mais segura para voltar a viver? — Mike perguntou, a voz carregada de esperança. Respirei fundo e sorri, sentindo pela primeira vez em muito tempo um alívio real. — Sim. É impressio
Mesmo que tudo estivesse se resolvendo, minha mente não encontrava descanso. A cada passo pelos dois aeroportos, meus olhos varriam o ambiente, atentos, vigilantes. A sensação de que algo poderia acontecer a qualquer instante me mantinha tenso, como se a qualquer momento alguém pudesse surgir das sombras e ameaçar minha família. Enquanto isso, Cassidy e Michael conversavam animadamente, mostrando os lugares para Rubi, que absorvia tudo com a mesma empolgação. O brilho no olhar dela me trazia um misto de conforto e inquietação—será que algum dia eu poderia baixar a guarda de verdade? Ao desembarcarmos em Denver, senti um peso invisível se dissipar. O ar ali parecia mais leve, familiar. O motorista já nos esperava para nos levar até meu apartamento no centro—meu verdadeiro lar antes de partir para Nova York com Cassidy. — Que saudade... — Cassidy murmurou, os olhos perdidos na paisagem pela janela. Eu gostava de Nova York, mas Denver sempre foi minha casa. E, no fundo, eu tor
Eu sabia que a conhecia, mas seu nome escapava da minha cabeça. A mulher, radiante ao me ver, se aproximou e estendeu a mão.— Você sumiu da empresa. Nunca mais foi nos visitar. — disse, com entusiasmo.— Hm, olá. Eu vivo em Nova York agora, com minha esposa e filha. — respondi, tentando manter a conversa breve. — Tenha uma boa...— Eu senti sua falta por lá. — interrompeu apressada demais. — Vai entrar na floricultura? Que coincidência, eu também.Senti um nó no estômago. Pensei seriamente em dar meia-volta e ir embora, mas Cassidy merecia essas flores, e nada mudaria isso.— Veio comprar flores para sua esposa? — perguntou, com um sorriso largo demais. — Isso mesmo. — confirmei em poucas palavras. — Posso ajudá-lo a escolher? Sei exatamente quais flores encantam uma mulher.O que está acontecendo comigo ultimamente? Parece que não posso mais ter um momento de paz. Longe de problemas.— Obrigado, mas não precisa. — respondi, tentando ser firme para que ela entendesse o recado. —
Duas barras. Eu não sabia se deveria chorar, gritar ou simplesmente rir do absurdo da situação. Meu peito apertava, o ar parecia rarefeito. Isso não pode estar acontecendo. Não agora. Não quando Rubi ainda é tão pequena. Isso não estava nos meus planos.Meus dedos tremiam ao segurar o teste de gravidez. O visor digital brilhava uma verdade incontestável: positivo.Um nó se formou na minha garganta. O peso daquela palavra caiu sobre mim como uma avalanche. Meu coração martelava contra as costelas, cada batida me lembrando da realidade que eu não poderia mudar.— Tudo bem aí? Cass, é normal demorar? — A voz de Kai ecoou do outro lado da porta, preocupada.Fechei os olhos, tentando me recompor. Respirei fundo e destravei a porta.Assim que me viu, o rosto dele se contraiu em preocupação. Ele não precisou perguntar. Seus olhos foram direto para o teste em minha mão, e eu vi a tensão tomar conta do seu corpo.— Foi positivo? — Sua voz saiu baixa, hesitante. Ele avançou, segurando meu rost