Estranho. Já se passou uma semana, e Antonella Rizzo simplesmente desapareceu do mapa. Sumiu como se nunca tivesse existido. Mas as marcas do que fez ficaram. Lançamos todas as provas que conseguimos reunir contra ela—o áudio nossa briga foi a peça-chave, a última gota para derrubá-la. E caiu. Rápido. Como um castelo de cartas em meio a um furacão. Todas as empresas que vendiam seus desenhos rescindiram os contratos. Todas as parcerias foram encerradas. Agora, ela é quem está sendo massacrada na internet, sentindo na pele o peso das suas escolhas. Enquanto isso, Kai não perdeu tempo. Ele foi atrás, um por um, daqueles que nos julgaram, que nos difamaram sem pensar duas vezes. E os pedidos de desculpas começaram a surgir. Públicos, desesperados, tentando apagar as marcas do que haviam feito. — Está mais segura para voltar a viver? — Mike perguntou, a voz carregada de esperança. Respirei fundo e sorri, sentindo pela primeira vez em muito tempo um alívio real. — Sim. É impressio
Mesmo que tudo estivesse se resolvendo, minha mente não encontrava descanso. A cada passo pelos dois aeroportos, meus olhos varriam o ambiente, atentos, vigilantes. A sensação de que algo poderia acontecer a qualquer instante me mantinha tenso, como se a qualquer momento alguém pudesse surgir das sombras e ameaçar minha família. Enquanto isso, Cassidy e Michael conversavam animadamente, mostrando os lugares para Rubi, que absorvia tudo com a mesma empolgação. O brilho no olhar dela me trazia um misto de conforto e inquietação—será que algum dia eu poderia baixar a guarda de verdade? Ao desembarcarmos em Denver, senti um peso invisível se dissipar. O ar ali parecia mais leve, familiar. O motorista já nos esperava para nos levar até meu apartamento no centro—meu verdadeiro lar antes de partir para Nova York com Cassidy. — Que saudade... — Cassidy murmurou, os olhos perdidos na paisagem pela janela. Eu gostava de Nova York, mas Denver sempre foi minha casa. E, no fundo, eu tor
Eu sabia que a conhecia, mas seu nome escapava da minha cabeça. A mulher, radiante ao me ver, se aproximou e estendeu a mão.— Você sumiu da empresa. Nunca mais foi nos visitar. — disse, com entusiasmo.— Hm, olá. Eu vivo em Nova York agora, com minha esposa e filha. — respondi, tentando manter a conversa breve. — Tenha uma boa...— Eu senti sua falta por lá. — interrompeu apressada demais. — Vai entrar na floricultura? Que coincidência, eu também.Senti um nó no estômago. Pensei seriamente em dar meia-volta e ir embora, mas Cassidy merecia essas flores, e nada mudaria isso.— Veio comprar flores para sua esposa? — perguntou, com um sorriso largo demais. — Isso mesmo. — confirmei em poucas palavras. — Posso ajudá-lo a escolher? Sei exatamente quais flores encantam uma mulher.O que está acontecendo comigo ultimamente? Parece que não posso mais ter um momento de paz. Longe de problemas.— Obrigado, mas não precisa. — respondi, tentando ser firme para que ela entendesse o recado. —
Duas barras. Eu não sabia se deveria chorar, gritar ou simplesmente rir do absurdo da situação. Meu peito apertava, o ar parecia rarefeito. Isso não pode estar acontecendo. Não agora. Não quando Rubi ainda é tão pequena. Isso não estava nos meus planos.Meus dedos tremiam ao segurar o teste de gravidez. O visor digital brilhava uma verdade incontestável: positivo.Um nó se formou na minha garganta. O peso daquela palavra caiu sobre mim como uma avalanche. Meu coração martelava contra as costelas, cada batida me lembrando da realidade que eu não poderia mudar.— Tudo bem aí? Cass, é normal demorar? — A voz de Kai ecoou do outro lado da porta, preocupada.Fechei os olhos, tentando me recompor. Respirei fundo e destravei a porta.Assim que me viu, o rosto dele se contraiu em preocupação. Ele não precisou perguntar. Seus olhos foram direto para o teste em minha mão, e eu vi a tensão tomar conta do seu corpo.— Foi positivo? — Sua voz saiu baixa, hesitante. Ele avançou, segurando meu rost
Cassidy precisava de mais um incentivo para se acalmar. Eu sabia que minha mulher ficaria daquele jeito, não era esperado, mas, ainda assim, a felicidade me dominava.Corri até a joalheria mais próxima, buscando algo que a fizesse sorrir. Precisava ser perfeito. Então, encontrei: um colar delicado, desenhado para mães. No pingente, duas pequenas figuras – um menino e uma menina, irmãos. Era um sinal. Eu sentia, lá no fundo, que estávamos esperando um menino. Não sabia como, era cedo demais para ter certeza, mas eu simplesmente sabia.Teríamos um casal.A euforia tomou conta de mim. Pedi à atendente que caprichasse na embalagem e escolhi um cartão para escrever à mão. Precisava ser especial.Com tudo pronto, entrei no carro e segui de volta para casa, mas, no meio do caminho, meu celular tocou. Era Joshua.— Kai, está tudo bem por aí?— Sim, tudo certo. Por quê?— Olívia saiu para ver Cassidy. Ela disse que Cass não estava bem e precisava dela.Franzi a testa.— Entendi. Eu não estou e
O almoço transcorreu entre risadas e conversas leves, mas minha mente ainda estava presa na imagem daquela mensagem. Daquela foto.Cassidy parecia melhor, e eu queria manter a tranquilidade daquela noite, mas um instinto primal latejava dentro de mim. A sensação de ser observado. Depois do jantar, enquanto todos estavam entretidos, chamei Olivia para conversar no corredor. — Preciso falar com você. — falei baixo. Ela arqueou a sobrancelha, intrigada.— Aconteceu alguma coisa?Respirei fundo, conferindo se ninguém estava por perto.— Antonella Rizzo. Acho que ela está me seguindo. E eu preciso que você fique de olho na sua casa, eu estive lá hoje de manhã. A expressão de Olivia mudou instantaneamente. Seus ombros enrijeceram, e o olhar se tornou alerta.— Você tem certeza?Peguei o celular e mostrei a foto. Ela segurou o aparelho, os olhos se estreitando enquanto analisava a imagem.— Isso foi hoje?Assenti.— Na saída da joalheria onde fui comprar um presente para Cassidy. Ela es
Eu estava eufórica com o presente. Era a coisa mais linda que eu já tinha visto na vida. O pingente repousava contra minha pele, como se já pertencesse a mim desde sempre. Deitada na cama ao lado de Kai, eu sentia seu abraço firme me envolvendo, seus lábios quentes deslizando lentamente pelo meu ombro, deixando arrepios por onde passavam. Meu coração ainda pulsava rápido, mas agora era por um motivo completamente diferente. — Está mais relaxado? — provoquei, sorrindo. Ele soltou um suspiro pesado, satisfeito. — Amor, você foi perfeita. Eu poderia dormir agora mesmo. Ri baixinho, passando a mão pelos cabelos dele. — Então durma, estamos de férias, não é? Pelo menos por esses dias. — Tenho uma ideia melhor — murmurou contra minha pele. — Vamos tomar um banho relaxante na banheira. Antes que eu pudesse responder, Kai me pegou no colo com facilidade, me arrancando uma risada surpresa. Segurei em seus ombros enquanto ele nos levava até o banheiro. A água começou a encher a
Logo pela manhã, Kai e Joshua seguiram para a delegacia. Enquanto isso, Olivia ficou comigo, determinada a garantir que eu estivesse bem. Michael também apareceu, reforçando o apoio que eu nem sabia que precisava, contei a ele a novidade sobre minha gestação e vi a felicidade em seus olhos, isso era tudo para mim. Mas, mesmo cercada por eles, minha inquietação era incontrolável. Cada segundo de espera parecia uma eternidade. Eu precisava saber o que estava acontecendo. O que haviam descoberto? O que Kai e Joshua estavam enfrentando lá dentro? — Já chega! — Olivia se levantou, cruzando os braços com firmeza. — Estamos todos tensos, mas você, Cassidy, está à beira de um colapso! Parece que estamos esperando uma notícia terrível. E se for? O que vai mudar você se consumir de ansiedade agora? Não é assim que vamos resolver isso! Eu respirei fundo, mas antes que eu conseguisse argumentar, ela continuou: — Vamos para minha casa. Passamos a tarde na piscina, e eu chamo o papai