**Anya** Olho pela janela da lanchonete, suspiro enquanto observo a monotonia da cidade. Sunset Valley é uma cidade do interior do Texas, como muitas é um lugar e pacata, onde todos se conhecem. É o tipo de lugar onde as pessoas se cumprimentam na rua, as crianças brincam nas praças e as famílias se reúnem para eventos comunitários. A cidade tem um charme acolhedor, com ruas arborizadas, casas antigas e uma praça central que é o coração da comunidade. Mas apesar de todas essas qualidades Sunset Valley, é um inferno para pessoas introspectivas, todos sabem de tudo e falam sobre tudo. Não existe segredos, a nossa vida é um livro aberto e isso já me incomodava quando a minha vida não era o alvo das fofocas, mas o incômodo passou a ser infernal. Onde passo eu posso ouvir os sussurros sobre a minha triste desilusão. Ele a trocou pela prima, ouvir dizer que ela é uma megera, Nikolas livrou-se de um destino terrível ao lado dela, não resta dúvidas que Rina é a melhor escolha
**Anya** Reviro os meus olhos quando ela morde seus lábios e abaixa a cabeça como se fosse uma vítima inocente. Tento me soltar e ele apertou meu braço com mais força me fazendo gritar de dor. — Covarde! — Como eu não percebi antes que ele não vale nada. Os dois se merecem. — Me larga agora! Gritei, mas sabia que ninguém interferiria; afinal, Nikolas é influente na cidade e as pessoas tinham medo dele. Ou melhor tem medo do pai dele. — Por que você não pode se comportar, Anya? — O desdém escorre de seus lábios como veneno. — Em casa teremos uma conversa, eu não vou mais suportar seus escândalos e lamurias. — Por que você não pode me deixar em paz, idiota? — Sarcasmo escorria dos meus lábios. — E eu prefiro ter meus ouvidos sagrando ao ter que escutar suas mentiras e enganos. Ele apertou meu braço com mais força. Eu sabia que minha pele ficaria marcado. Mesmo com um tom dele pele bronze como o meu, um aperto tão forte deixaria hematomas de seus dedos. Era só isso que
**Anya**Ele disse, sem entrar em detalhes. Percebi que ele não queria que os outros ouvissem a conversa. Ergui as minhas sobrancelhas com curiosidade e estranheza. — Sério? Eu nem posso imaginar o que seria, mas é um prazer te conhecer, Stefano. Agradeço verdadeiramente a sua ajuda. — O prazer é meu! Você, não tem o que me agradecer. Isso é o mínimo que uma pessoa decente faria ao presenciar uma agressão como a que você estava sofrendo. — Ele suspirou afastando-se um pouco e passando as mãos pelo seu cabelo. — Olhe me desculpe, mas não pude deixar de ouvir sua conversa pelo telefone. Se você quiser, eu posso levá-la para casa, e se me permitir alguns minutos poderíamos conversar sobre o assunto que me trouxe aqui. Nikolas, indignado por ter sido deixado de lado, interveio. — Não, ela vai comigo para casa, não com um estranho. — Eu prefiro ir a pé até o Japão do que estar no mesmo ambiente que vocês dois. Eu respondi, olhando para ele e Rina. — Você conhece esse homem, pr
**Anya**Eu olhei para ele, que estava completamente molhado, percebendo que eu não devia estar em melhor estado. Seus cabelos castanhos estavam caídos em sua testa. Afasto-me um pouco dele, fazendo com que os braços dele caíssem ao lado de seu corpo. Passo as mãos pelos meus cabelos em uma tentativa de me organizar. — Você não teve culpa, só estava fazendo o seu trabalho. A notícia foi algo inesperado para mim, e por isso reagi daquela forma. Não se preocupe, eu estou bem. Então já pode ir, fez o seu trabalho de forma correta. Stefano já havia feito muito por mim, me protegendo de Nikolas. Não posso pedir mais nada dele. E eu tenho que resolver meus problemas sozinha, como sempre fiz. Ele pareceu indignado com minhas palavras, como se eu tivesse o ofendido. — Não vou deixar você sozinha! Venha comigo, vamos esperar o tempo melhorar e a chuva dar uma trégua para eu te levar para casa. Eu não sabia o que fazer. Estava tão cansada, e ele estava me tratando melhor do que
**Anya**Volto para o quarto pegando a xícara de chá quente e bebendo um pouco. Senti-me na cama apreciando o calor gostoso do chá. Stefano voltou e pega a outra xícara sentando em uma poltrona. — Anya, enquanto esperamos a chuva passar podemos falar sobre o assunto que me trouxe aqui? — Fecho os meus olhos, eu não queria voltar para esse assunto. — Sei que não quer falar sobre isso, mas peço que me escute. Quando ele movimento a sua mão, eu sinto aperto no meu coração ao ver o círculo dourado em seu dedo. Uma aliança? Mas é claro que ele deveria ser casado. — Tudo bem! Eu vou lhe escutar, mas não mudarei de ideia. Ele concorda com um movimento de cabeça. — Eu não posso entrar em detalhes sobre o testamento sem a presença de suas irmãs, mas posso te dizer que se uma das três não comparecer, todas perdem a herança e suas irmãs perderam também. Não é sobre você, tem muita coisa envolvida, Katherine a irmã do meio não teria onde morar se algo assim acontecer. Eu entendo e
**Anya**Acordo com uma sensação que há muito não experimento vou para banheiro faço a minha higiene pessoal, escovo dentes e tomo um banho. Pego uma roupa confortável, um short e uma camiseta e me preparo mentalmente para voltar a realidade depois de vivenciar um sonho. Conheci um homem que foi bom para mim, e mesmo ele sendo o mensagem do meu pai biológico, eu gostei de conhecê-lo. Será que ele é real ou não passa de uma realidade paralela que minha mente criou para fugir da minha triste realidade? Desci as escadas e dei de cara com minha mãe, meu padrasto e meu irmão me esperando, com olhares que vão de preocupados a aborrecidos, bem lá vamos nós outra vez. Eles estavam sentados á mesa de jantar, e tomavam o seu café da manhã, suspiro será melhor tomar o meu café na cozinha. A minha mãe não esperou nem mesmo que eu sente-se á mesa, antes de metralha-me de perguntas e julgamentos. — O que diabos aconteceu ontem tivemos uma conversa e pareceu que tínhamos chegado um entendim
**Anya**Meu estômago ronca ao sentir o cheiro bom que exalava no ambiente, salsichas e ovos, olho para Bloom lavando algumas lousas, e beijo a sua bochecha.Ela vira-se para mim e me abraça apertado. Eu retribuir o abraços e sorri ao perceber seu olhar inquisidor e ao mesmo tempo reprovador, levanto os braços para alto.— Tudo bem, eu sou a culpada de tudo. — Solto-me do abraço e ela passa as mãos meus cabelos. — Eu juro que não foi intencional. — Faço um bico e um olhar suplicante. — Ao menos me dê bom dia, Nana.Ela criou todos os filhos de minha mãe, e praticamente a criou também, quando ela começou a trabalhar na casa da minha avó minha mãe era uma criança pequena. Os seus cabelos grisalhos e as rugas denunciavam não só a idade, mas também o sofrimento que ela passou na sua vida.— Bom dia! Querida dormiu bem? — Como a muito tempo não o fazia.Eu sinto-me a mesa e observo ela com carinho, enquanto ela lava suas mãos e vai até a geladeira e pega uma jarra de suco.Ela sorri e s
**Anya** Meus pensamentos são interrompidos pelo som de moto, sinto um arrepio percorrer o meu corpo. É ele! Ele estava por perto. Mordi os meus lábios e fiquei esperando ele, ainda de costas escuto a moto sendo o parada perto de uma árvore, e o som dos passos dele se aproximando. — Você veio? Ele ri e senta-se ao meu lado, eu não tive coragem de me virar em sua direção. Quando olho em seus olhos perco o foco e esqueço o que tenho em mente. — Você me chamou, então por que eu não viria? Ele pega um pedra e j**a nas águas cristalinas. Ficamos em silêncio, escutando os ruídos da clareira, e, o barulho da água que parecia música para mim. — Você está bem? Aconteceu algo na sua casa depois da minha saída. Ele perguntou com um sorriso brilhante e um olhar terno, nesse momento eu fiquei imaginando se é realmente realidade, esse homem existe de verdade? Ele me lembra tanto os príncipes de contos de fadas, mas a vida já me ensinou que contos de fadas não são para mim, e, que nem um pr