**Anya**
Ele disse, sem entrar em detalhes. Percebi que ele não queria que os outros ouvissem a conversa. Ergui as minhas sobrancelhas com curiosidade e estranheza. — Sério? Eu nem posso imaginar o que seria, mas é um prazer te conhecer, Stefano. Agradeço verdadeiramente a sua ajuda. — O prazer é meu! Você, não tem o que me agradecer. Isso é o mínimo que uma pessoa decente faria ao presenciar uma agressão como a que você estava sofrendo. — Ele suspirou afastando-se um pouco e passando as mãos pelo seu cabelo. — Olhe me desculpe, mas não pude deixar de ouvir sua conversa pelo telefone. Se você quiser, eu posso levá-la para casa, e se me permitir alguns minutos poderíamos conversar sobre o assunto que me trouxe aqui. Nikolas, indignado por ter sido deixado de lado, interveio. — Não, ela vai comigo para casa, não com um estranho. — Eu prefiro ir a pé até o Japão do que estar no mesmo ambiente que vocês dois. Eu respondi, olhando para ele e Rina. — Você conhece esse homem, prima? Vocês parecem íntimos, Anya. Disse Rina constatando algo como se fosse o óbvio. Revirei os olhos, resignada com atitude dela que se recusa a entender não é mais minha amiga ou família, e por tanto não temos intimidade para ela interferir na minha vida. — Não é da sua conta, não me chame pelo nome! Na verdade, faça-me um favor e esqueça da minha existência. A hipocrisia dela me deixa indignada, como ela pode acreditar que seremos amigas depois foder com meu noivo debaixo do meu nariz? Em um ataque de raiva, Nikolas levantou, afastando Rina dele, e veio para cima de mim novamente, mas mais uma vez, Stefano me defendeu. — Você não vai machucá-la. — Ele disse autoritário e firme. — Não se aproxime dela outra vez. Mais uma vez, ele interferiu e me salvou para o meu alívio. — Qual a sua resposta, Anya? Posso te chamar assim? — Claro, pode me chamar de Anya, senhor Bianchi. — Stefano! Me chame pelo meu primeiro nome. Você aceita o meu convite? — Eu adoraria. Como eu poderia recusar conversar com ele depois de me ajudar sem que isso fosse sua obrigação? Ele nem é daqui, não me conhece, e mesmo assim me protegeu. Diferente de muitas pessoas que presenciaram a briga e viram Nikolas me machucando e ficaram só olhando. São pessoas que me conhecem a vida inteira, que me viram crescer. Eu concordei com ele e o acompanhei de volta para a lanchonete. Ainda podia ouvir Nikolas me chamando aos gritos, dizendo que isso não ficaria assim, mas não nos importamos. Stefano abriu a porta de entrada e fez um movimento com sua mão para que eu passasse à frente e entrasse no local. — Você, vai querer algo? Ele perguntou educado. Eu suspirei e respondi. — Eu gostaria de um copo de água, por favor. A menina que trabalhava lá sorriu e concordou. — Eu quero um café e, além da água, poderia trazer um suco! Ele me olhou em uma pergunta muda. — Sim, pode ser suco de maracujá, obrigada! Ela saiu e depois de alguns minutos, voltou com os pedidos. Ele ficou calado, esperando; acho que queria evitar ser interrompido ou ter pessoas bisbilhotando. — Bem, Anya, como eu disse, sou advogado e estou aqui em nome de um cliente. — Eu olhei para ele curiosa, pois não estava entendendo o que eu tinha a ver com isso. Eu não conheço ele e provavelmente não conheço seu cliente, já que nunca sair desse fim de mundo que todos chamam de cidade! —Eu redigi seu testamento e sua presença é indispensável para que ele seja lido... — Espera, Stefano, eu não estou entendendo nada! Eu não conheço seu cliente, então por que minha presença seria imprescindível? Ele suspirou e pareceu refletir antes de me dar a notícia. — Sim, você não o conhece, mas ele te conhece. Estou aqui em nome do seu pai! Anya, ele fez um testamento e deixou algumas coisas a serem esclarecidas, pediu a presença de suas filhas. — Espera, filhas? Aquele velho lembrou que tem uma filha depois de dezoito anos? — O meu tom de voz é seca e áspera, declarei batendo na mesa. — Não quero saber. Não tenho intenção de fazer nada que ele queira, não depois de ter me rejeitado antes mesmo do meu nascimento. Aquele velho machista queria tanto um filho e, quando descobriu que era uma filha, me abandonou. Ele suspirou com pesar, segurou a minha mão e olho diretamente em meus olhos. — Eu conheço a história, Anya, e sinto por você. — Ele aperta aminha mão e eu não consigo desviar o meu olhar. — Olha, tanto você como suas irmãs são suas herdeiras. Ele disse, mas eu não queria escutar. — Já disse que não quero nada dele! Ele não é meu pai, e não preciso de mais um irmão ou irmã. O que tenho já é suficiente. Não preciso de mais pessoas para me odiar, já tenho o meu irmão para isso eu pensei. Ele me olhou com compreensão e disse. — Vamos fazer assim. Eu vou ficar por aqui durante um tempo. Então, se mudar de ideia, pode me procurar. Este é o meu número. — ele me entregou um cartão. — Olha só Anya, reflita sobre isso! É uma herança muito grande. Eu não quero saber sobre isso, nem pensar nesse assunto. Já tenho o suficiente para viver e não preciso do dinheiro desse homem repugnante. Já me basta ter o sangue dele que corre em minhas veias. E isso eu não posso mudar, mas posso não ter mais nada daquele homem. — Não vou mudar de ideia! Obrigada por me ajudar, mas acho que não nos veremos mais. Eu falei isso, mas peguei o seu cartão antes de sair de lá. Corro sem direção sentido uma dor em meio peito que parece sufoca-me. Já tinha se passado algum tempo após a confusão com Nikolas, e a descoberta inesperada que Stefano trouxe. Andei sozinha pela praça para me calmar e também pensar. Mas agora eu percebi que não como voltar para casa. A fazenda é longe da cidade e localizada em região erma, as pessoas não gostam de frequentar aquele lugar, principalmente tarde da noite. Olhei em volta em busca de alguém conhecido para pedir carona, mas não encontrei ninguém com quem eu tivesse intimidade para tal. Meu peito doía pelas revelações recentes e eu estava tão nervosa e chateada que mal enxergava o caminho à minha frente. A imoralidade da situação me deixava perplexa. Meu pai biológico havia me rejeitado antes mesmo do meu nascimento por ser mulher. Chamá-lo de machista, hipócrita e canalha é pouco comparado ao que ele merece. Agora eu descobri que ele se lembrou de mim, a morte dele trouxe à tona a sua tentativa de me deixar algo, talvez para aliviar sua consciência ou evitar um julgamento pós-morte. Mas isso importa? Para mim não, que ele apodreça no inferno. Eu não vou aceitar nada dele ou perdoá-lo. Caminho sem rumo, saindo da cidade em direção à zona rural, seria uma caminhada longa, na verdade eu teria alguns quilômetros à frente até chegar em casa. É claro que eu poderia ligar para meu padrasto, mas não quero lidar com a minha família agora, não estou pronta para a discussão que sei que está por vir. Absorta e perdida em meus pensamentos, sigo pela estrada sem prestar atenção nos veículos ou no perigo a minha volta. As buzinas ao longe me alertam de que estou no caminho dos carros. Mas nem isso me tira do torpor que me encontro. Sinto um pingo de água em meu rosto e olho para o céu, que está nublado. Em breve, a chuva começará a cair com intensidade. É hoje realmente não é o meu dia suspiro com a esperança que o tempo volte ficar firme. Não demorou muito para isso acontecer e a chuva se intensificar sem trégua, realmente não é um bom dia, pensei com um suspiro. Dei um passo em falso e a minha sandália quebra, com raiva eu arranco ele dos meus pés e as jogo no acostamento. Mesmo assim, continuei a caminhar descalça, o. aguaceiro aumentando sem piedade, mas comparado a tudo o que descobri há poucas horas, isso não é realmente um problema. Deixo as lágrimas escorrerem pelo meu rosto, misturando-se com as gotas de chuva. Sinto a falta do meu padrasto, mas não quero levar mais problemas para ele. Como a minha diz, eu só trago dores de cabeça para ele. E essa constatação aumenta a tristeza que me atinge. Ao chegar em casa, sei que encontrarei a frieza da minha mãe, que provavelmente já estará a par do acontecido entre Nikolas e Stefano, e possivelmente me culpará por tudo, como sempre. Fecho os meus levantando o meu rosto deixo a chuva lavar as minhas lágrimas. Não sei quanto tempo passe nessa posição, quando sinto um toque em meu braço, um frio súbito e um arrepio percorrem minha espinha. Olhei para trás e vi Stefano ao meu lado, segurando meus ombros. — O que você está fazendo? Perguntei, surpresa por sua presença, assim como eu, ele estava encharcado. Olho em seus olhos e agora que estamos frente a frente e tão perto, sem o perigo de uma briga, percebo que ele é poucos anos mais velho que meu padrasto, talvez uns trinta ou quarenta anos. Ele me puxou para mais perto do acostamento e tirou sua jaqueta, colocando-a em meus ombros. — Eu te segui! — Ergo as minhas sobrancelhas para essa informação. — Não fique chateada, eu fiquei preocupado com a forma como você reagiu à notícia. Quando você foi para aquela praça, eu fiquei observando de longe. — Ele suspira com suas mãos ainda em meus ombros. — Além disso, escutei sua ligação com sua mãe e sabia que você não tinha como ir para casa. Fiquei abismada, ninguém se preocupa com meu estado emocional, além do meu padrasto, é claro. — Por que? Perguntei, sem entender suas ações. Ele não me conhece, então por que o meu bem estar é imponente? — Você ficou mal com a situação. Fiquei com a consciência pesada por ter sido eu a trazer essa notícia. Acho que não falei com você da forma correta e peço desculpas por isso. Além do mais eu prometi que cuidaria de vocês três. Três? É tão estranho pensar que tenho duas irmãs, e como a vida é estranha, ele quis tanto um filho e a vida lhe deu três filhas. Olho para ele que estava me pedindo desculpas por algo que não fez. Stefano não fez nada de errado; ele veio cumprir o seu trabalho e o fez da forma mais delicada e profissional possível.**Anya**Eu olhei para ele, que estava completamente molhado, percebendo que eu não devia estar em melhor estado. Seus cabelos castanhos estavam caídos em sua testa. Afasto-me um pouco dele, fazendo com que os braços dele caíssem ao lado de seu corpo. Passo as mãos pelos meus cabelos em uma tentativa de me organizar. — Você não teve culpa, só estava fazendo o seu trabalho. A notícia foi algo inesperado para mim, e por isso reagi daquela forma. Não se preocupe, eu estou bem. Então já pode ir, fez o seu trabalho de forma correta. Stefano já havia feito muito por mim, me protegendo de Nikolas. Não posso pedir mais nada dele. E eu tenho que resolver meus problemas sozinha, como sempre fiz. Ele pareceu indignado com minhas palavras, como se eu tivesse o ofendido. — Não vou deixar você sozinha! Venha comigo, vamos esperar o tempo melhorar e a chuva dar uma trégua para eu te levar para casa. Eu não sabia o que fazer. Estava tão cansada, e ele estava me tratando melhor do que
**Anya**Volto para o quarto pegando a xícara de chá quente e bebendo um pouco. Senti-me na cama apreciando o calor gostoso do chá. Stefano voltou e pega a outra xícara sentando em uma poltrona. — Anya, enquanto esperamos a chuva passar podemos falar sobre o assunto que me trouxe aqui? — Fecho os meus olhos, eu não queria voltar para esse assunto. — Sei que não quer falar sobre isso, mas peço que me escute. Quando ele movimento a sua mão, eu sinto aperto no meu coração ao ver o círculo dourado em seu dedo. Uma aliança? Mas é claro que ele deveria ser casado. — Tudo bem! Eu vou lhe escutar, mas não mudarei de ideia. Ele concorda com um movimento de cabeça. — Eu não posso entrar em detalhes sobre o testamento sem a presença de suas irmãs, mas posso te dizer que se uma das três não comparecer, todas perdem a herança e suas irmãs perderam também. Não é sobre você, tem muita coisa envolvida, Katherine a irmã do meio não teria onde morar se algo assim acontecer. Eu entendo e
**Anya**Acordo com uma sensação que há muito não experimento vou para banheiro faço a minha higiene pessoal, escovo dentes e tomo um banho. Pego uma roupa confortável, um short e uma camiseta e me preparo mentalmente para voltar a realidade depois de vivenciar um sonho. Conheci um homem que foi bom para mim, e mesmo ele sendo o mensagem do meu pai biológico, eu gostei de conhecê-lo. Será que ele é real ou não passa de uma realidade paralela que minha mente criou para fugir da minha triste realidade? Desci as escadas e dei de cara com minha mãe, meu padrasto e meu irmão me esperando, com olhares que vão de preocupados a aborrecidos, bem lá vamos nós outra vez. Eles estavam sentados á mesa de jantar, e tomavam o seu café da manhã, suspiro será melhor tomar o meu café na cozinha. A minha mãe não esperou nem mesmo que eu sente-se á mesa, antes de metralha-me de perguntas e julgamentos. — O que diabos aconteceu ontem tivemos uma conversa e pareceu que tínhamos chegado um entendim
**Anya**Meu estômago ronca ao sentir o cheiro bom que exalava no ambiente, salsichas e ovos, olho para Bloom lavando algumas lousas, e beijo a sua bochecha.Ela vira-se para mim e me abraça apertado. Eu retribuir o abraços e sorri ao perceber seu olhar inquisidor e ao mesmo tempo reprovador, levanto os braços para alto.— Tudo bem, eu sou a culpada de tudo. — Solto-me do abraço e ela passa as mãos meus cabelos. — Eu juro que não foi intencional. — Faço um bico e um olhar suplicante. — Ao menos me dê bom dia, Nana.Ela criou todos os filhos de minha mãe, e praticamente a criou também, quando ela começou a trabalhar na casa da minha avó minha mãe era uma criança pequena. Os seus cabelos grisalhos e as rugas denunciavam não só a idade, mas também o sofrimento que ela passou na sua vida.— Bom dia! Querida dormiu bem? — Como a muito tempo não o fazia.Eu sinto-me a mesa e observo ela com carinho, enquanto ela lava suas mãos e vai até a geladeira e pega uma jarra de suco.Ela sorri e s
**Anya** Meus pensamentos são interrompidos pelo som de moto, sinto um arrepio percorrer o meu corpo. É ele! Ele estava por perto. Mordi os meus lábios e fiquei esperando ele, ainda de costas escuto a moto sendo o parada perto de uma árvore, e o som dos passos dele se aproximando. — Você veio? Ele ri e senta-se ao meu lado, eu não tive coragem de me virar em sua direção. Quando olho em seus olhos perco o foco e esqueço o que tenho em mente. — Você me chamou, então por que eu não viria? Ele pega um pedra e j**a nas águas cristalinas. Ficamos em silêncio, escutando os ruídos da clareira, e, o barulho da água que parecia música para mim. — Você está bem? Aconteceu algo na sua casa depois da minha saída. Ele perguntou com um sorriso brilhante e um olhar terno, nesse momento eu fiquei imaginando se é realmente realidade, esse homem existe de verdade? Ele me lembra tanto os príncipes de contos de fadas, mas a vida já me ensinou que contos de fadas não são para mim, e, que nem um pr
** Anya **Cheguei em casa coloquei o Cacau para beber água e comer, depois escovei os seus pelos.— Eu vou fazer uma viagem, meu bem! Estarei fora da cidade por uns dias, mas tenho certeza que papai cuidará bem de ti. — Passo as escova nele delicadamente, sorrio aí percebe que ele permanece quieto. — Não estarei aqui para festa da cidade, não é maravilhoso? O casal insuportável não poderá me forçar a participar de sua festa de noivado. — Passo as mãos nele com carinho. — Quando eu decidi o que farei da minha vida peço para te buscar. Não sei como será, mas assim que possível vou pedir ajuda a Stefano para você possa ir para Dusty Hollow viver comigo.Levo ele para a sua baia e vou em direção à casa, entro pela porta da cozinha.Vejo a Nana batendo um bolo de costas para a porta, vou em sua direção nas pontas dos pés e abraço.— Meu Deus, menina você está toda molhada! — Ela bate em meus braços. — O que aconteceu?Solto ela e pego uma maçã na fruteira, mordo a fruta, suspirando com s
**Anya**Quando ele desliga o telefone, faço exatamente como me pediu. Deixo as minhas malas prontas, tomo outro banho e visto um short e uma camiseta simples, junto com uma lingerie bonita.Quando saio do meu quarto a Nana, estava no corredor provavelmente pronta para me chamar.— Estão presente, Nana?Ela suspira e eu sei que não vou gostar de sua resposta.— É melhor que seja por si, pelo menos está animada e sorridente.— É tão notável assim?— Seus olhos seus brilhando, seu sorriso é de orelha a orelha e está corada.Descemos as escadas juntas e reviro os olhos quando vejo que além da minha família, estão presentes Nikolas e Rina, ela estava sorrindo seus longos cabelos negros brilham caído suavemente sobre seus ombros, seus olhos castanhos estão cheio de vida e sua oliva está viçosa.Ao lado dele estava Elias e suas irmãs, Siena e sua irmã gêmea Lila e seu o seu namorado Darius.As duas são muito parecidas com Elias o seu irmão mais velho, mas são pequenas e delicadas.Vejo
**Anya** Quando abri os meus olhos percebi que já estávamos na pousada, Stefano desce do carro como se nada tivesse acontecido, enquanto eu nem mesmo consigo ficar em pé direito, as minhas pernas estão trêmulas de desejo. Ele pega a minha mala com uma mão e com a outra segura em minha cintura, passamos direto pelas pessoas até chegamos ao seu quarto, e quando a porta é fechada, ele simplesmente larga a minha mala no chão e puxa o meu corpo de encontro ao dele. Seus lábios estão sobre os meus com desejo, sofreguidão, suas mãos apertam o meu corpo, e eu em busca de mais contado fracionado o meu corpo ao dele, gemendo de prazer a cada atrito. Quando ele interrompe o beijo. Suas mãos passeiam pelos meus quadris e apertam a minha bunda com força, ele morde o meu lábio inferior. — Temos que conversar. — O que? Não eu não quero conversar agora. Como resposta tento beijá-lo outra vez, choramingando quando ele não permite. — Eu sei minha querida, mas eu só posso te foder como eu quer