4. Capítulo

**Anya**

Eu olhei para ele, que estava completamente molhado, percebendo que eu não devia estar em melhor estado.

Seus cabelos castanhos estavam caídos em sua testa. Afasto-me um pouco dele, fazendo com que os braços dele caíssem ao lado de seu corpo.

Passo as mãos pelos meus cabelos em uma tentativa de me organizar.

— Você não teve culpa, só estava fazendo o seu trabalho. A notícia foi algo inesperado para mim, e por isso reagi daquela forma. Não se preocupe, eu estou bem. Então já pode ir, fez o seu trabalho de forma correta.

Stefano já havia feito muito por mim, me protegendo de Nikolas. Não posso pedir mais nada dele.

E eu tenho que resolver meus problemas sozinha, como sempre fiz.

Ele pareceu indignado com minhas palavras, como se eu tivesse o ofendido.

— Não vou deixar você sozinha! Venha comigo, vamos esperar o tempo melhorar e a chuva dar uma trégua para eu te levar para casa.

Eu não sabia o que fazer. Estava tão cansada, e ele estava me tratando melhor do que sou tratada dentro de minha casa.

Nesse momento, eu precisava tanto de compreensão, e sabia que, com meu padrasto com a cabeça cheia pelas mentiras de Nikolas e a manipulação da minha mãe, eu não encontraria isso em casa nesse momento.

— Tudo bem!

Concordei, ele estendeu sua mão para mim, e eu aceitei.

Ele segurou minha mão e me levou até uma moto que estava parada no acostamento.

Olhei para e pensei que um carro parecia mais apropriado para ele do que uma moto, eu dou de ombro e o acompanhei pensando em outro problema que temos agora.

Olhei para baixo e percebi que o vestido colado ao meu corpo devido à chuva, mas pelo menos não era branco ou de cor clara, evitando que ficasse transparente. Mas mesmo assim ele delineou todo o meu corpo.

Suspirei ao lembrar que o vestido justo não me permitia usar roupas íntimas, pois ficaria marcado.

Ele não era muito curto, ficando um pouco acima dos joelhos, o que me fez sentir um pouco mais confortável, pois ninguém perceberia a falta das roupas íntimas.

Nunca imaginei que sair de casa resultaria em terminar o dia em cima de uma moto com um estranho.

Fiquei constrangida e corada, sem saber como explicar essa situação para ele.

Ele me olhou curioso ao perceber que travei, arregalo os meus olhos com perspectiva de lhe contar o que estava acontecendo. Mas ele é mais velho e experiente não veria maldade ou faria algo inapropriado.

— Algum problema?

Eu senti meu rosto queimar e não sabia onde enfiar a cara.

— Você está de moto, eu pensei que estivesse de carro.

Falei timidamente, não querendo parecer mal-agradecida, mas a situação era tão constrangedora.

Ele me olhou com intensidade e depois desviou o seu olhar para a moto.

— Na verdade, eu até pensei em alugar um carro, mas gosto muito de motos e não resisti. — Ele riu apontando para ela que é realmente linda. — Tem algum problema? Você tem medo?

Balancei a cabeça em negação.

— Não é medo, é que estou de vestido.

Apontei para mim, e isso chamou a atenção dele, que me olhou de cima abaixo, me deixando ainda mais envergonhada.

Ao perceber minha reação e o que estava fazendo, ele virou o rosto timidamente. Sorri, achando aquilo engraçado, fofo e até mesmo bonito. Ele era muito diferente dos homens desse lugar.

— Bem, pode ser um pouco difícil e incômodo, mas podemos dar um jeito de você subir na moto mesmo com o vestido justo.

Ele disse, sorridente, eu sabia que não tinha saída, teria que contar. Mas não seu como.

— É que... tem um problema... meu Deus, como eu vou te dizer isso... que vergonha... — Murmurava coisas sem sentido, e ele me olhava sem entender, mas esperou pacientemente que eu explicasse a situação. Coloquei as mãos no rosto, pois com ele me olhando, eu não conseguiria falar nada. Viro-me de costa e digo de uma vez como metralhadora. — O vestido é justo e roupas íntimas deixariam marcado.

As palavras saíram da minha boca tão rapidamente que achei que ele não entenderia nada.

Ele pareceu refletir sobre minhas palavras, ficou calado, olhando para mim, até que um brilho de compreensão surgiu em seus olhos.

Meu Deus, ainda bem, eu não sei se teria coragem de dizer isso de novo ou precisar falar sobre isso de forma mais clara; seria vergonhoso.

— Eu não sabia! Quer dizer, claro que não sabia, como eu poderia saber? — Ele colocou a mão atrás da cabeça, nervoso. Estávamos em um acostamento falando sobre minhas roupas íntimas no meio de um temporal, o dia poderia piorar? Porque isso é realmente muito constrangedor e vergonhoso, para dizer o mínimo.— Me desculpa Anya.

Ele estava sem graça e eu sinto o meu rosto quente.

— Não, eu que tenho que te pedir desculpas. Desde que você me viu pela primeira vez, só te causei problemas.

Ele sorriu e disse baixinho, coloca sua sobre a minha cabeça em uma tentativa de proteger os meus olhos da chuva que cai sobre nós.

— São os problemas mais bonitos que já tive na minha vida.

Ficamos alguns minutos nos olhando, até que ele quebrou o silêncio.

— Acho que podemos dar um jeito. Não custa tentar, e não podemos ficar aqui na chuva.

Concordei com ele e fiquei surpresa com sua gentileza quando pegou o capacete da moto e o colocou em mim.

Agradeci enquanto ele me ajudava a ajustá-lo. Ele subiu na moto e gentilmente, ele estendeu-me sua mão para me auxiliar a subir na moto.

Enquanto enfrentávamos a forte chuva, me senti segura ao me acomodar atrás dele.

Gentilmente, ele segurou minhas mãos e as levou até sua cintura, como um pedido mudo para que eu o segurasse firmemente.

Eu o obedeci e segurei com firmeza nele, e assim enfrentando juntos o desafio da chuva.

Esta conexão silenciosa que tive com ele e a sensação de segurança me fizeram esquecer momentaneamente a situação.

A sensação de liberdade que experimentei ao sentir o vento no rosto e a chuva batendo em meu corpo foi avassaladora, por um momento, todos os meus problemas desapareceram.

Fecho os meus olhos sentido o perfume dele é inebriante e sedutor, deixando-me completamente encantada e atraída por Stefano como nunca estive por ninguém.

É algo intenso e inexplicável, que simplesmente sinto e não sei o motivo ou o porquê.

Ele é doce e gentil, mas ao mesmo tempo charmoso e encantador.

Sentir seu corpo próximo ao meu, através das roupas molhadas, era uma experiência indescritível, enlouquecedora.

A sensação de liberdade total, ao lado dele, era única, como se naquele momento nada mais importasse além da conexão intensa que estávamos vivendo.

Era como se o mundo parasse e só restasse aquela atmosfera única entre nós.

Chegamos em segurança ao nosso destino, na pousada de uma amiga de minha mãe.

Eu deveria ter imaginado, na verdade, essa é a única hospedaria da cidade.

Era evidente que ele estaria hospedado aqui, já que era o único local que oferecia acomodações para os visitantes, o que era uma raridade, dado o isolamento da região.

Quase ninguém aparecia nesse fim de mundo, e até mesmo os habitantes locais não costumavam querer permanecer aqui por muito tempo.

Demorei um tempo para perceber que ele parou a moto, sorri quando ele me ajudou a descer da moto e fez o mesmo, mais uma vez, agradeci por toda a sua gentileza.

Ele guardou a moto na garagem da pousada, e fez um sinal para que eu o acompanhasse.

O seguir em silêncio com a cabeça baixa, podia sentir o olhar das pessoa queimando nas minhas costas.

Sorri com pensamento que a notícia chegará em minha mãe, antes que eu posa chegar em casa.

Sou tirada desse pensamento quando sinto a mão dele em minhas costas, guiando-me até o seu quarto.

Nesse momento sinto o meu coração acelerar, mas continuo caminhado junto a ele.

Stefano abre porta de seu quarto, e com um movimento de mão me convida a entrar.

E assim eu o faço, observo o seu quarto e vejo sua mala aberta em cima da cama.

— O banheiro é naquela porta! — Ele apronta para mim, e vai até sua mala e pega uma camisa e um short de pijama masculino. — Tome um banho, e troque de roupa para não adoecer.

Sorri pego a roupa de suas mãos e vou em silêncio em direção ao banho.

Após o banho morno visto a roupa que ele me entregou, a camisa masculina ficou como vestido e o short de seu pijama me deixou mais confortável.

Sair do banheiro ainda como os cabelos molhados, e com vestido em minha mão.

Observo que ele tinha trocado de roupa e tomada banho.

Provavelmente ele pediu para usar outro quarto, ele tinha uma bandeja com biscoito e chá em suas mãos.

Ele a coloca em cima da mesa de canto, vai até sua mala e tira de lá uma toalha e uma escova de cabelo e me entregou. E depois pegou o meu vestido em suas mãos.

— Eu trouxe chá e biscoitos para você. — Sorri enquanto enxugo e tento arrumar os meus cabelos. — Vou levar o seu vestido a lavanderia para ver se podemos seca-lo mais rápido.

Observo ele saído e depois de pentear os meus cabelos levo a toalha para o banheiro e coloco no suporte para enxugar.

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