Olhar para Liz todas as manhãs indo e vindo dando vida ao sonho dos meus pais, não era apenas um amor fugaz em que tinha que acabar na cama, eu lhe quero para a vida inteira, após o meu pedido surpresa os dias foram passando, eu não tinha vergonha alguma de dizer a todos que sim, era ela, apenas ela a garota que me enche os olhos e aquece a alma. Aos poucos o prédio Luxus fora ficando pronto. Alice foi precisando da minha ajuda com as lições de casa, trabalhos em maquetes, construções de florestas e eu como um pai aprendiz de uma garota fui aprendendo, fui rejeitando as ajudas da mãe que entende do assunto, do avô, a intenção não era ser boa, era ter tempo com a garota mais doce e encantadora que eu conheço, a minha filha Alice com apenas seis anos. Os dias foram passando entre noites intensas sem dormir ou dias sem acordar pela correria que se tornou para a inauguração da Luxús, a casa de Liz mal poderiam dizer onde começava a residência e terminava a empresa, ela realmente tornou-s
— Filha a febre não passa por nada... — Olhei para a minha tia Cassandra, apenas assenti com a mão no queixo. Mais uma vez olhei para Alice na cama dormindo. — Eu não sei mais o que fazer, tia, esse remédio não faz efeito. Lamentou me olhando, levantei após tanto tempo sentada, a noite passou diante dos meus olhos. Senti a sua mão acaricia meu ombro, lhe olhei atrás de mim tentando me tranquilizar. — Eu não sei mais o que fazer tia, estou com medo, esse doutor não me diz o que ela realmente tem, não posso continuar assim. — Concordou me olhando. — Não posso te ajudar com dinheiro, Liz, você sabe que se não fosse por você eu estaria na rua. — Segurei sua mão, acariciei, apesar de morar comigo se não fosse por minha tia, eu não teria nem mesmo como ir trabalhar. — Eu sei tia, não estou lhe cobrando, apenas é um desabafo, pior que não posso faltar ao emprego, tenho apenas dois meses ainda na experiência e a senhora Ivone parece me odiar, tenta de todas as formas dificultar meu trabalho
— Não posso aceitar isso, Olga! — Gritei com a minha namorada em alto e bom-tom de voz, que apenas permaneceu sentada. — Tem alguma sugestão melhor Lucas seu pai me odeia, acusa de ter roubado informações da empresa mediante você, não me resta opção. — Suspirei indo de um lado para o outro, neguei diversas vezes. — E casar com esse homem é a saída? — Continuou girando o anel em seu dedo, o maldito anel de noivada em seu dedo, por fim afirmou. — É apenas um casamento arranjando Lucas, não sei porque se ofende tanto, casada poderei ir e vi até você a hora que quiser, acabarão todas as reixas entre nossas famílias. — Me aproximei agachando a sua frente, olhei em seus olhos azuis, os cabelos longos brilhando ruivos soltos, o batom vermelho nos lábios. — Outro irá te tocar, beijar, amar, você tem certeza que esta é a única saída? — Não estava pedindo e sim implorando para desfazer este compromisso. Senti sua mão em meu rosto, fechei meus olhos ao seu toque, peguei sua mão macia, cheirosa
Fiquei também de pé, já que Amanda que trabalha na empresa há mais tempo ficou, também fiquei. — A ex dele que acabei de falar. — Escutei dizer entre dentes, permaneci de pé como se estivesse na escola durante o hino e harteamento da bandeira. — Bom dia Senhorita Sutam. — Bom dia, senhorita Sutam. — Falei em seguida, com um sorriso também no rosto, a mulher olhou de mim para Amanda e dela para mim, seus olhos percorreram meu corpo, e rosto por inteiro, até que ergueu os óculos, me olhou com certo desprezo nos olhos. — Avise ao senhor Tyler que já cheguei, não irei subir. Amanda agarrou o telefone as pressas, pelo nervosismo, alguma bomba seria solta e explodida em alguns instantes. — Novata? — Afirmei, lhe olhando também. — Deseja sentar, água ou um café senhorita? — Suspirou a minha frente, olhou em volta. — Água com gás, por favor. — Sorri vendo que talvez não seja tão metida, caminhei até o frigobar, servi a água na taça, caminhei em sua direção, lhe servi a água com maestria p
— Lucas, depois deste esclarecimento que vamos fazer ao público, não haverá mais fofocas, mais burburinhos a nosso respeito, meu amor. — Passei a mão em minha nuca, suspirei, dando de ombros. — Qual será este aviso? — Questionei Olga a minha frente, mas abriu a boca em choque olhando para a recepção. — Meu pai, meu pai, ele veio Lucas. — Olhei para a recepção, a secretaria ainda aguardava a sua pergunta. Quando nos viu, veio em nossa direção. — Então Olga? Prontos para a declaração? — Perguntou me ignorando. — Sim papai, o Lucas concordou... —Olga disse em seguida, ele não irá me cumprimentar pelo menos? Seu olhar reprovando o sorriso de Olga, que se encolheu a meu lado, olhei para o homem que chamei de tio minha adolescencia inteira a minha frente. — Farei o que estão me pedindo, mas o senhor sabe que a Olga... — Olga ficou a minha frente. — Por favor não Lucas. — Suplicou, continuei lhe olhando, vendo que ela não tem coragem de enfrenta-lo, lhe olhei nos olhos lhe mostando que
— Liz vou tirar meu horário de almoço, quando eu voltar você vai, certo? — Assenti ao telefone, vendo Amanda pegar sua bolsa saindo em seguida. — Não senhor no momento não posso transferir sua ligação, se importar se pedir para ligar mais tarde? — Tentei ser o mais calma que poderia. — Não é com uma vozinha doce e com muita educação que você vai conseguir me segurar nesta empresa garota. — O homem gritou ao telefone, antes de bater em minha cara, desligou eu fiz o mesmo, olhei em volta, as pessoas daqui são sempre assim? Arrogantes? Brutas sem educação? Outros telefonemas vieram, até que Amanda chegou do almoço, duas horas depois, me sinto faminta, mas o dinheiro reservador na bolsa, é a conta da passagem da semana inteira. Não tenho como contar com a sorte, esperar que o dinheiro caia do céu, e a comida fora de casa ser mais cara. Suspirou deixando sua bolsa no armarinho. — Muitos clientes estressados querendo desfazer contratos? — Afirmei me sentindo sugada de energia, uma noite p
— Amor me escuta por favor... — Pedi a Olga nervosa ao telefone. — Você me enganou Lucas, como pode recorrer a algo tão baixo, usar o seu pai para fugir da entrevista. — Suspirei ouvindo seu desabafo. — Se ao menos me deixasse falar, não gastaria tanto a sua energia em vão. Parou quando disse mais alto. — Meu pai está no hospital, pediu para que ninguém soubesse, achei melhor para evitar tumulto, eu fui a sua casa, mas seu pai não deixou te explicar o que houve. Meu celular descarregou no meio do caminho, a recepcionista que fez aquela palhaçada toda já demitir, a quero longe da empresa, esta mais calma agora? — Demorou a responder. — Olga está aí? — Estou, só estava pensando Lucas. Papai decidiu adiantar o meu casamento, o que era em um mês será em duas semanas. A sua atitude covarde só fez com que ele se aborrecesse mais, se ao menos você estivesse com alguma namorada de mentira, alguém que tirasse o foco de cima de mim, seria ótimo, ele poderia rever a situação Lucas, mas pelo vi
— Senhora Ivone para onde a senhora esta me levando? — Questionei a minha ex-chefe ao entrar em seu carro, sorriu maliciosamente a meu lado. — Não se preocupe, não irei lhe matar se é o que pensa, tenho um amigo que esta no hospital, é um homem de sessenta e dois anos, você irá conhecê-lo, acabou de dizer que procura um emprego? Assenti a seu lado, sim, eu preciso de um emprego. — Ele irá lhe tratar mal no início, as outras foram embora porque não tem paciência, mas você... — Seus olhos varreram meu corpo de cima a baixo. — Parece meio lesa para entender as frases de duplo sentido que ele dirá para ofendê-la. — Sorri sentada, até me lembrar. — Senhora Ivone pare, pare, minha filha e minha tia estão aqui nesta sorveteria. Gritei para a mulher que freou o carro assustada, colocou a mão no coração. — Garota louca, você quer me matar? — neguei abrindo a porta do carro. — Desculpe senhora Ivone, mas eu não posso ir a este emprego, tenho que levar a minha filha ao médico. — Sai correndo