— Liz vou tirar meu horário de almoço, quando eu voltar você vai, certo? — Assenti ao telefone, vendo Amanda pegar sua bolsa saindo em seguida. — Não senhor no momento não posso transferir sua ligação, se importar se pedir para ligar mais tarde? — Tentei ser o mais calma que poderia.
— Não é com uma vozinha doce e com muita educação que você vai conseguir me segurar nesta empresa garota. — O homem gritou ao telefone, antes de bater em minha cara, desligou eu fiz o mesmo, olhei em volta, as pessoas daqui são sempre assim? Arrogantes? Brutas sem educação?
Outros telefonemas vieram, até que Amanda chegou do almoço, duas horas depois, me sinto faminta, mas o dinheiro reservador na bolsa, é a conta da passagem da semana inteira. Não tenho como contar com a sorte, esperar que o dinheiro caia do céu, e a comida fora de casa ser mais cara. Suspirou deixando sua bolsa no armarinho. — Muitos clientes estressados querendo desfazer contratos? — Afirmei me sentindo sugada de energia, uma noite perdida de sono, e a barriga vazia.
— Muitos, eles querem falar apenas com a senhora Ivone ou o senhor Tyler. — Lamentou de pé. — É Infelizmente o que uma pessoa cega por amor é capaz de fazer Liz, vá, esta na hora do seu almoço, volte em uma hora, se a senhora Ivone retornar mais cedo, aviso que esta no banheiro. — Neguei vendo o telefone tocar mais uma vez. — Empresa Luxos, Lizandra Albuquerque, boa tarde. — Lhe vi sentar rindo de mim.
— Me transfira para o Lucas. — Arregalei os olhos ao reconhecer a voz da mulher, Amanda encostou no telefone para ouvir. — Lamento senhorita, o senhor Tyler ainda não retornou, deseja deixar recardar? — tentei ser o mais solene possível, sendo educada ao máximo. — Como não retornou? Ele acabou de sair daqui, esta mentindo para mim? — Engoli em seco com as suas perguntas.
Até que Amanda pegou o telefone. — Não, ela não está mentindo senhorita, o CEO não está no momento, por que não liga para o celular dele? — Mostrou o telefone na mão, até que pôs no gancho, lhe olhei curiosa. — Ela disse o quê? — Sorriu ao me ouvir. — Desligou na minha cara, Liz você tem que deixar de ser meiguinha, de ser assim, parece que estar falando com a Alice o tempo inteiro, o mundo e as pessoas dele não é uma criança.
Neguei lhe ouvindo. — Não é porque as pessoas são más ou duras que eu tenho que ser Amanda, eu tenho que dá o meu melhor todos os dias, não importa o que são, eu sou assim e você me amou desde o primeiro momento assim. — Me abraçou sentada na cadeira, com carinho, envolvida apenas pelos seus braços, suspirei. — Liz desde ontem que você não sai para almoçar.
Sorri fraco sem lhe olhar. — Estou sem fome, talvez essa pressão sobre a minha cabeça, essa febre que não passa, ir e voltar ao posto, hospital me esgotou Amanda. — menti para ela que sorriu, indo atender o telefone. Lhe olhei falando ao telefone, reclama de mim, mas é tão doce quanto eu. Passei a tarde inteira falando, enrolando pessoas, preocupada com a minha pequena.
— Senhor Tyler, senhor Tyler o que o senhor tem a dizer sobre o estado de saúde do seu pai? O que houve realmente foi um enfarto? — Passou direto pela porta, olhou para a recepção ao nos ver suspirou. — Foi um engano, o meu pai estar bem, acredito que foi apenas uma maneira que encontraram de interromper a minha entrevista mais cedo. — Virou novamente, olhei para seu rosto machucado, a blusa amassada.
— O que aconteceu com os padrões da empresa? Ele pode vir machucado assim? — Amanda me puxou para sentar quando perguntei, dei de ombros, quando fui surpreendida por ele que retornou do elevador sem subir. — A outra garota onde esta? — Olhei para Amanda que olhou para mim. — Qual outra garota, senhor Tyler?
Perguntou ainda lhe olhei, parecia ter vindo de uma briga. — A palhaça que esteve aqui mais cedo? — Ergui o dedo, quando Amanda segurou. — Ah, acredito que houve um engano, senhor Tyler, deseja algo, irei levar todos os recados para o senhor. — Lhe olhei nos olhos verdes vazios, exalando arrogância a nossa frente. — A Olga ligou? Meu celular está sem bateria.
Abri a boca quando Amanda tomou a frente. — Não senhor, apenas clientes ligaram querendo desfazer contratos, o senhor pretende saber quais? — negou passando a língua nos lábios, virou-se para subir, olhei para Amanda de pé, os seguranças vieram para tirar as pessoas da porta. — Você sabe que ele queria saber de mim ao se referir a palhaça não sabe? — Riu quando perguntei.
— É, eu sei, graças a Deus que você tirou aquela maquiagem horrível, parecia uma prostituta pós-noite agitada de programa. — Rimos juntos até que os telefones tocaram, atendi, lhe vendo ao seu, desligou primeiro. — O que eu faço transfiro? — Negou me olhando. — é um cliente. — Afirmou sentada. — Que quer desfazer os negócios, ou terminar a colaboração. — Lamentei.
Me despedir desligando, mentindo. — O que será que ele queria com a palhaça? — Me olhou de cima a baixo, inspirando bastante ar. — Despedir Liz, só te dei a oportunidade de não ser humilhada, esse homem não tem coração, ele disse que o pai está bem quando entrou e mesmo que fosse verdade, a corda sempre quebra para o lado mais fraco amiga. — Olhei em volta perdida, mas abaixei meu cenho, meu orgulho, poderia, sim, acontecer.
Terminei meu expediente, meu último, subi dois andares até o Recursos humanos. — Lamentamos senhorita Lizandra, o que a senhorita fez nos ajudou a permanecer nesta empresa, mas a senhora Ivone acabou de nos informar que está demitida. — Assenti com um sorriso no rosto. — Tudo bem, vim apenas pegar meus documentos que entreguei, se tiver como devolver a minha foto? — Pedi sem querer gastar para tirar outra. Recebi todos os meus documentos.
Pelo menos o dinheiro foi depositado no mesmo dia, setecentos reais. Cheguei em casa com um sorriso no rosto, após fazer compras para minha filha e tia, Alice sentada no sofá apenas me olhou, toquei a sua testa. — Ah, que maravilha, sem febre, sabe o que eu comprei? — Negou me olhando, fiz suspense. — Se não adivinhar não vai ganhar… — Revirou os olhos tentando ver atrás de mim.
— Recebeu dinheiro, Liz? — Afirmei para minha tia, como lhe direi que fui demitida por um homem que não conheço? — é um bônus. — Menti lhe fazendo me olhar, seus olhos duvidosos me disseram saber a verdade. — Cadê mamãe? — Neguei escondendo atrás das minhas costas. — Só ganhar presentes quem são super inteligentes.
Sorriu tentando ver sobre o sofá, me esquivei algumas vezes. — Chocolate! — Gritou animada após ver a caixa, lhe entreguei alegre. — Tia estou com o dinheiro para pagar um recibo de luz, outro de água, a internet eu já paguei. — Me puxou pelo braço para cozinha, engoli em seco ao lhe ver olhar repreensiva. — Foi demitida, não foi Liz? — Assenti cabisbaixa.
— O que houve? — Neguei tentando não demonstrar meu desânimo. — Não era para mim, sou muito cabeça dura, esses lugares são sofisticados demais, tia, eu sou uma pobre. — Riu me olhando. — Você é pobre? — Afirmei lhe olhando. — Como pode dizer isso, Lizandra? Você era a bailarina de maior potencial até sair de casa, não dançava, flutuava no ar. — Sorri sem lhe olhar.
— Isso ficou no passado tia. A realidade é agora, eu tenho uma filha doente para alimentar, amanhã irei levar a roupa, o crachá já estão com eles, quando voltar levarei Alice ao médico particular, tenho que descobrir o que ela tem. — Afirmou me olhando. — E este dinheiro que recebeu dá para isso tudo? — Afirmei sem saber a verdade.
— Eu me viro, a senhora sabe, se eu não encontrar nada pedirei ao senhor Fred para me aceitar de volta na lanchonete. — Afirmou com um ar de quem não gostava nada disso. Lhe abracei, voltei para a sala, Alice comendo um chocolate assistindo televisão é o melhor que pude ver no dia. Entrei em nosso quarto, peguei a toalha, tirei a farda, lavei durante o banho, pendurei no varal.
Comi dois miojos assistindo pica-pau, a risadinha dela tão maravilhosa me alegrou, passei a noite inteira dormindo de cansaço, ao acordar pela manhã, a pequena pulando em cima de mim animada, agradeci a Deus por sua energia, toquei sua pele sem febre. — Mamãe. — Sorri sentando na cama, pulando ainda sobre o colchão no seu pijaminha rosa. — Parece que alguém tem uma boa notícia para mamãe hoje? — Lhe peguei trazendo para meu colo.
— Mamãe vamos sair? — afirmei soltando seus cabelinhos. — Vamos querida, vamos ver um pediatra hoje, você quer ver um? — Assentiu sem ao menos saber o que é isso. — Claro que quer meu amor. — Nos arrumamos, chegamos as três ao ponto de ônibus. Apesar de estar desempregada, ver a minha filha feliz, cantando animada no meu colo na subida da ladeira.
Ficamos um tempo no ponto de ônibus. — Tia a senhora que já tem mais idade vai para o fundo, procura um assento, se achar eu lhe dou Alice. — Concordou, entramos no ônibus lotado, como sempre, minha tia até procurou, mas não tem mais assento, segui em pé com as costas apoiada na barra com Alice no colo.
— Pelo menos você dormiu esta noite Liz. — Afirmei sorrindo. — Sim, tirei a noite numa pedrada só, acordei com Alice pulando na cama. — Sorriu ao me ouvir. — Eu fui ao seu quarto algumas vezes, olhei a pequena, não teve febre esta noite, espero que tenha passado para sempre. — Pedi que sim, internamente.
Descemos a uma quadra da empresa, pedi a minha tia para ficar com Alice na sorveteria. Segui sozinha todo o trajeto, jamais ficaria com a roupa dos outros, entrei na empresa, Amanda veio correndo ao me ver. — Então te ligaram? — Neguei lhe vendo a minha frente. — Vim apenas devolver esta roupa. — Olhou para a sacola que retirei da bolsa.
— Pode entregar para mim? — Afirmou pegando. — Liz, eu vou sentir tanto a sua falta. — A abracei. — Eu também, minha amiga, obrigado pela força, por ter me ajudado com as respostas, com o currículo e a entrevista. — Negou rindo. — Você conseguiu entrar por mérito próprio, a verdade é que você é boa demais para continuar aqui, algo melhor vai surgir.
Olhei para seu rosto, vendo que suas palavras são apenas para me confortar. Eu não entendo de mais nada na vida a não ser a dança. — Tenho que ir, vou levar Alice no médico. — Sorriu olhando em volta de mim. — Onde ela esta? — Lhe olhei incrédula. — Você acha que eu iria trazer minha filha a este lugar?
— Não, definitivamente não, são pessoas loucas por aqui. — Deixei a sacola em suas mãos. Estava passando pela porta quando a senhora Ivone entrou, me olhou tirando seu óculos, sorri fraco sabendo que teria um mini ataque, por estar de calça jeans, blusa de um ombro só, azul, tênis preto. — Bom dia senhora Ivone, Adeus Senhora Ivone. — Disse ironicamente o que sempre eu quis dizer.
— Ah aham ah. — Lhe olhei fazendo sons estranhos com a boca, ainda me olhando fora da empresa deles, seu dedo se movendo me olhando. — Lizandra não é? — Arqueei as sobrancelhas vendo que é o óbvio. — Sim, senhora Ivone, sou a Lizandra Albuquerque e eu não trabalho mais aqui. — Assentiu me olhando, olhei em volta. — Esta procurando emprego?
Abri os braços, o que ela acha? — Não posso esperar a fada do dente, não é? — Sorriu me olhando. — Venha comigo, eu tenho algo para você. — Neguei nem me torcendo o pescoço ela me levaria para a empresa, se o senhor Tyler não me humilhou ontem, hoje também não. Passou por mim, voltando ao lado a frente da empresa, entrou num carro vermelho, fiquei parada se lhe olhando.
— Amor me escuta por favor... — Pedi a Olga nervosa ao telefone. — Você me enganou Lucas, como pode recorrer a algo tão baixo, usar o seu pai para fugir da entrevista. — Suspirei ouvindo seu desabafo. — Se ao menos me deixasse falar, não gastaria tanto a sua energia em vão. Parou quando disse mais alto. — Meu pai está no hospital, pediu para que ninguém soubesse, achei melhor para evitar tumulto, eu fui a sua casa, mas seu pai não deixou te explicar o que houve. Meu celular descarregou no meio do caminho, a recepcionista que fez aquela palhaçada toda já demitir, a quero longe da empresa, esta mais calma agora? — Demorou a responder. — Olga está aí? — Estou, só estava pensando Lucas. Papai decidiu adiantar o meu casamento, o que era em um mês será em duas semanas. A sua atitude covarde só fez com que ele se aborrecesse mais, se ao menos você estivesse com alguma namorada de mentira, alguém que tirasse o foco de cima de mim, seria ótimo, ele poderia rever a situação Lucas, mas pelo vi
— Senhora Ivone para onde a senhora esta me levando? — Questionei a minha ex-chefe ao entrar em seu carro, sorriu maliciosamente a meu lado. — Não se preocupe, não irei lhe matar se é o que pensa, tenho um amigo que esta no hospital, é um homem de sessenta e dois anos, você irá conhecê-lo, acabou de dizer que procura um emprego? Assenti a seu lado, sim, eu preciso de um emprego. — Ele irá lhe tratar mal no início, as outras foram embora porque não tem paciência, mas você... — Seus olhos varreram meu corpo de cima a baixo. — Parece meio lesa para entender as frases de duplo sentido que ele dirá para ofendê-la. — Sorri sentada, até me lembrar. — Senhora Ivone pare, pare, minha filha e minha tia estão aqui nesta sorveteria. Gritei para a mulher que freou o carro assustada, colocou a mão no coração. — Garota louca, você quer me matar? — neguei abrindo a porta do carro. — Desculpe senhora Ivone, mas eu não posso ir a este emprego, tenho que levar a minha filha ao médico. — Sai correndo
— Mas? Qual é o mais doutora? — perguntei sentada na poltrona chique da sua sala, o meu corpo tenso, não me senti em mim no momento, se houvesse uma descrição como é estar fora do corpo, longe do chão, eu me sentindo assim. — Exames de sangue, frequentemente, remédios, tratamentos, a senhorita é mãe solteira, tem alguém que possa lhe ajudar? — Neguei lhe olhando. — De quanto eu preciso mais ou menos no mês para que ela começasse esse tratamento doutora? — Bateu a caneta na mesa me olhando. — A senhorita está acompanhando alguém aqui no hospital? — Afirmei. — Mandarei lhe entregar as minhas orientações com valores e medicações amanhã. — Pegou um papel em sua gaveta anotando algo. — Este é o meu número, me ligue em caso de urgência. — Sorri ao pegar. — Obrigado doutora. — Sorriu de volta. Levantei da poltrona, sentindo minhas pernas bambas, tombei ao ficar de pé, a mulher me olhou levantando. — Estou bem, obrigado. — Lhe disse tentando dizer para mim, caminhei até a porta, até que fe
Olhei para a ficha sobre a mesa duas vezes ou mais, continuei fazendo o meu trabalho. Sem foto, achei ela fez o melhor ao pedir antes de ir embora, ninguém é obrigado a ficar vendo algo tão feio. Apenas os dados da mulher que se chama Lisandra Albuquerque Goes, vinte anos, parda, joguei a folha de lado ao ver seus dados. Disquei o número de telefone no celular, chamou algumas vezes, sem resposta desistir, eu jamais terei condição de dividir parte do meu tempo com esta mulher. Ao imaginar sinto nojo, mentir, enganar, como sou capaz de tanto, mas sorri ao ver que é por uma boa causa. — Senhora Ivone? Chamei a minha secretária que veio depressa. — Como está o meu pai? — Me olhou com um sorriso largo na boca, ao ver que perguntei por ele, não há motivos para que não me receba, pelo seu sorriso percebi que esta bem melhor. — Ótimo, pela manhã fez alguns exames senhor Lucas, dependendo do resultado ele irá para casa. Bati na mesa desejando que fosse o mais depressa. — Conseguiu alguém p
— Liz, quem o bonitão que veio hoje atrás de tu garota? — Mal desci do ônibus, Mila, a vizinha gritou para mim, me seguiu parte do trajeto. — Quem? — Perguntei de volta. — Ah, com certeza alguém que tu deve. Coloquei a mão na cabeça, minha tia pagou a conta de luz e de água, eu lhe dei o dinheiro ontem, com Alice doente a gente não pode ficar sem um ou o outro. Aumentei os passos para casa, se tiver cortado hoje não religa mais, ainda assim corri com pressa, mas mal cheguei encontrar o senhor Lucas de costas para mim olhando em volta com um papel na mão. — Senhor Tyler? — Disse com medo. Virou-se para me olhar, a blusa de mangas meio amassada em seu corpo, os botões abertos, a calça agarrada ao corpo. — Você? Você não é a mulher que esta cuidando do meu pai? — Assenti segurando a minha. — Se sou eu, o que deseja senhor Tyler? — Suspirou de pé. — Estou a procura de Lizandra Albuquerque Goes, a antiga recepcionista já que mora por aqui deve saber onde mora. — Sorri a sua frente. — So
— Como que ela não aceitou? — Olga gritou do outro lado ao me escutar, assenti com a mão nos quadris. — É verdade ela não aceitou, eu também não concordo com esta ideia maluca meu amor, podemos enfrentar juntos Olga. — Negou indo de um lado a outro. — Enfrentar juntos? — Afirmei lhe olhando. — Sim Olga vamos , não somos mais duas crianas Olga,você é uma mulher e eu um homem feito, aquela maluca disse uma coisa que eu concordo, se a gente ficar arrumando parceiros para fingir vamos acabar nos separando meu amor, você ter que beijar, abraçar outro homem, não gosto disso. — Meu amor eu não posso contrariar meu pai, ele é doente, qualquer aborrecimento eu posso perde-lo. —Assenti lhe trazendo para mim, olhei em seus olhos azuis me sentindo sufocado pela situação. — Meu pai pediu para sair de casa, irei morar aqui a partir de agora, ele prefere os empregados do que ao próprio filho. Virou-se a minha frente preocupada. — E a empresa? — Neguei lhe olhando. — Mandou
— Oitocentos e quarenta reais e vinte e cinco centavos, senhorita meio de pagamento débito ou crédito? — Suspirei fundo, engoli a saliva com dificuldade olhando para a mulher atrás do balcão da farmácia, a pequena cesta continha apenas três caixas de medicamentos. Tenho apenas duzentos reais no bolso, como vou pagar tudo isso? Me perguntei olhando para a mulher a minha frente. — Faz crediário? — Negou séria me olhando. — Não trabalhamos com crediário senhorita. — A medida que respondeu arrastou a cesta para si. — Apenas assenti vendo que dos três apenas um poderia levar comigo naquele momento. — Irei levar apenas um. — Sorriu fraco me olhando. — Esta bem, mas este só pode ser medicado após o uso deste. Lamentei lhe olhando, a minha filha precisa dos remédios e isso não posso comprar, o que ela precisa não posso dar, a febre não passa enquanto não iniciar o tratamento. Sai da farmácia de cabeça baixa, me sentindo a pior mãe que poderia ser, retornei ao hos
— A Liz não esta, e provavelmente não vai querer lhe ver, eu perguntei a ela ontem se devia alguma coisa na empresa disse que não. Não volte a importunar mais a minha sobrinha. — Ouvi a sua tia dizer após abrir a porta sem ao menos me esperar perguntar algo. — Eu sei que ela não estar, posso ao menos entrar? — Negou me olhando séria nos olhos. — Não, você não é de confiança, minha sobrinha foi muito maltratada na sua empresa, levantava se arrumava cedo, pra sem nem ao menos assinar a carteira dela, vocês colocarem pra fora como um lixo, como alguém que não vale. — Olha minha senhora, não estou preocupado com a vida medíocre da sua sobrinha, não quero ficar do lado de fora para esperar, se não me deixar entr.... — A mulher a minha frente me encarou com as bochechas vermelhas, senti que estava pra ganhar. — Se não lhe deixar entrar o que vai fazer senhor Lucas Tyler? — Olhei para a dona da voz que estava atrás de mim, virei-me, as olheiras em