— Mas? Qual é o mais doutora? — perguntei sentada na poltrona chique da sua sala, o meu corpo tenso, não me senti em mim no momento, se houvesse uma descrição como é estar fora do corpo, longe do chão, eu me sentindo assim. — Exames de sangue, frequentemente, remédios, tratamentos, a senhorita é mãe solteira, tem alguém que possa lhe ajudar? — Neguei lhe olhando. — De quanto eu preciso mais ou menos no mês para que ela começasse esse tratamento doutora? — Bateu a caneta na mesa me olhando. — A senhorita está acompanhando alguém aqui no hospital? — Afirmei. — Mandarei lhe entregar as minhas orientações com valores e medicações amanhã. — Pegou um papel em sua gaveta anotando algo. — Este é o meu número, me ligue em caso de urgência. — Sorri ao pegar. — Obrigado doutora. — Sorriu de volta. Levantei da poltrona, sentindo minhas pernas bambas, tombei ao ficar de pé, a mulher me olhou levantando. — Estou bem, obrigado. — Lhe disse tentando dizer para mim, caminhei até a porta, até que fe
Olhei para a ficha sobre a mesa duas vezes ou mais, continuei fazendo o meu trabalho. Sem foto, achei ela fez o melhor ao pedir antes de ir embora, ninguém é obrigado a ficar vendo algo tão feio. Apenas os dados da mulher que se chama Lisandra Albuquerque Goes, vinte anos, parda, joguei a folha de lado ao ver seus dados. Disquei o número de telefone no celular, chamou algumas vezes, sem resposta desistir, eu jamais terei condição de dividir parte do meu tempo com esta mulher. Ao imaginar sinto nojo, mentir, enganar, como sou capaz de tanto, mas sorri ao ver que é por uma boa causa. — Senhora Ivone? Chamei a minha secretária que veio depressa. — Como está o meu pai? — Me olhou com um sorriso largo na boca, ao ver que perguntei por ele, não há motivos para que não me receba, pelo seu sorriso percebi que esta bem melhor. — Ótimo, pela manhã fez alguns exames senhor Lucas, dependendo do resultado ele irá para casa. Bati na mesa desejando que fosse o mais depressa. — Conseguiu alguém p
— Liz, quem o bonitão que veio hoje atrás de tu garota? — Mal desci do ônibus, Mila, a vizinha gritou para mim, me seguiu parte do trajeto. — Quem? — Perguntei de volta. — Ah, com certeza alguém que tu deve. Coloquei a mão na cabeça, minha tia pagou a conta de luz e de água, eu lhe dei o dinheiro ontem, com Alice doente a gente não pode ficar sem um ou o outro. Aumentei os passos para casa, se tiver cortado hoje não religa mais, ainda assim corri com pressa, mas mal cheguei encontrar o senhor Lucas de costas para mim olhando em volta com um papel na mão. — Senhor Tyler? — Disse com medo. Virou-se para me olhar, a blusa de mangas meio amassada em seu corpo, os botões abertos, a calça agarrada ao corpo. — Você? Você não é a mulher que esta cuidando do meu pai? — Assenti segurando a minha. — Se sou eu, o que deseja senhor Tyler? — Suspirou de pé. — Estou a procura de Lizandra Albuquerque Goes, a antiga recepcionista já que mora por aqui deve saber onde mora. — Sorri a sua frente. — So
— Como que ela não aceitou? — Olga gritou do outro lado ao me escutar, assenti com a mão nos quadris. — É verdade ela não aceitou, eu também não concordo com esta ideia maluca meu amor, podemos enfrentar juntos Olga. — Negou indo de um lado a outro. — Enfrentar juntos? — Afirmei lhe olhando. — Sim Olga vamos , não somos mais duas crianas Olga,você é uma mulher e eu um homem feito, aquela maluca disse uma coisa que eu concordo, se a gente ficar arrumando parceiros para fingir vamos acabar nos separando meu amor, você ter que beijar, abraçar outro homem, não gosto disso. — Meu amor eu não posso contrariar meu pai, ele é doente, qualquer aborrecimento eu posso perde-lo. —Assenti lhe trazendo para mim, olhei em seus olhos azuis me sentindo sufocado pela situação. — Meu pai pediu para sair de casa, irei morar aqui a partir de agora, ele prefere os empregados do que ao próprio filho. Virou-se a minha frente preocupada. — E a empresa? — Neguei lhe olhando. — Mandou
— Oitocentos e quarenta reais e vinte e cinco centavos, senhorita meio de pagamento débito ou crédito? — Suspirei fundo, engoli a saliva com dificuldade olhando para a mulher atrás do balcão da farmácia, a pequena cesta continha apenas três caixas de medicamentos. Tenho apenas duzentos reais no bolso, como vou pagar tudo isso? Me perguntei olhando para a mulher a minha frente. — Faz crediário? — Negou séria me olhando. — Não trabalhamos com crediário senhorita. — A medida que respondeu arrastou a cesta para si. — Apenas assenti vendo que dos três apenas um poderia levar comigo naquele momento. — Irei levar apenas um. — Sorriu fraco me olhando. — Esta bem, mas este só pode ser medicado após o uso deste. Lamentei lhe olhando, a minha filha precisa dos remédios e isso não posso comprar, o que ela precisa não posso dar, a febre não passa enquanto não iniciar o tratamento. Sai da farmácia de cabeça baixa, me sentindo a pior mãe que poderia ser, retornei ao hos
— A Liz não esta, e provavelmente não vai querer lhe ver, eu perguntei a ela ontem se devia alguma coisa na empresa disse que não. Não volte a importunar mais a minha sobrinha. — Ouvi a sua tia dizer após abrir a porta sem ao menos me esperar perguntar algo. — Eu sei que ela não estar, posso ao menos entrar? — Negou me olhando séria nos olhos. — Não, você não é de confiança, minha sobrinha foi muito maltratada na sua empresa, levantava se arrumava cedo, pra sem nem ao menos assinar a carteira dela, vocês colocarem pra fora como um lixo, como alguém que não vale. — Olha minha senhora, não estou preocupado com a vida medíocre da sua sobrinha, não quero ficar do lado de fora para esperar, se não me deixar entr.... — A mulher a minha frente me encarou com as bochechas vermelhas, senti que estava pra ganhar. — Se não lhe deixar entrar o que vai fazer senhor Lucas Tyler? — Olhei para a dona da voz que estava atrás de mim, virei-me, as olheiras em
— O que ele queria desta vez?— Dei com a mão ao entrar em casa, dizendo que não seria nada importante para a minha tia. — Chateada Liz? — Balancei a cabeça negando, se aproximou conferindo meu rosto. — O que foi isso? — Passei a mão em meu rosto, fingindo não saber. — Não sei tia, sei lá, sou o desastre em pessoa e a senhora sabe, tirei minha roupa tomei um banho as pressas, me joguei na cama, agarrei Alice para mim assistindo televisão.— Mamãe! — Disse animada. — Tia onde esta o termomêtro? — Perguntei com a minha princesa sobre mim. — Febre? — Assenti me sentindo derrotada por não trazer seus remédios, correu para a sala trouxe em seguida. — Não acredito Liz, ela passou o dia inteiro bem, que droga. — Coloquei o termometro após apitar em sua axila. — Os remédios qu
— Senhor Lucas esta na empresa? — A voz dela veio após atender o telefonema. — Sim estou o que você quer? — Perguntei após um longo suspiro, não paro de me afundar em dívidas, em problemas. — Irei até o senhor.Desligou me deixando na linha, fiz o mesmo joguei o celular sobre a mesa, me questionei o que esta mulher poderia fazer na minha empresa, passei horas lendo a situação da empresa, não será possível meu pai liberou o empréstimo? Coloquei a mão no queixo ao ler a caixa de e-mails, o que deu nele? — Liz você aqui? — A voz estava alta, a porta aberta, sai porta a fora ao escutar a senhora Ivone mostrando-se surpresa, querendo leva-la para outro lugar.A olhei de costas indo em direção ao elevador sendo levada pela senhora Ivone, dei uma leve olhada. Num macacão longo de tecido mole, azul escuro, os cabel