Anna narrando.
A tortura começou. Meu pai chamou a mim e ao velho à frente para consumar nosso noivado. Parece que todos os chefes dos clãs espanhóis estão presentes, e se eu fizer uma cena agora, vou prejudicar todos. Sem contar o líder da máfia Carroma, que veio direto da Itália para prestigiar nossa união, achando, coitado, que estou de acordo com tudo, e que isso não passa de um contrato. — Boa noite a todos. Estamos aqui para comemorar o noivado da minha filha Anna Contini com Viktor Mallardo. Através deste casamento, as duas máfias se unirão para evitar ataques e ajudar todos aqueles que precisam de nós. Estou muito feliz em receber Viktor Mallardo como meu genro — disse meu pai ao microfone. — Venham até aqui, Viktor e Anna… Assim que ele nos chamou à frente, caminhei devagar, contra minha vontade. Meu rosto estava tão fechado que qualquer pessoa sensata fugiria ao passar por mim. O velho, Viktor, veio caminhando com um sorriso de lado. Que vontade de dar um tapa bem no meio da cara dele. Ele segurava duas taças nas mãos. —. Faço das palavras do meu futuro sogro as minhas. Gostaria de pedir sua mão em casamento diante de todos, prometendo ser fiel, carinhoso, respeitoso e amoroso por todos os dias de nossas vidas. Anna, você aceita este anel como símbolo da nossa união? — perguntou ele, abrindo uma caixinha com um anel de diamante. Quando ele abriu a caixinha, olhei para a multidão à nossa frente e encontrei um par de olhos familiares. Imediatamente, meus olhos se encheram de lágrimas ao ver Carlos me encarando e balançando a cabeça negativamente. Eu tinha duas opções: aceitar e nunca mais ser perdoada por ele ou correr atrás dele e iniciar uma chacina. Dios mío, não acredito que estou prestes a cometer o maior erro da minha vida. Meu pai nunca me perdoaria, e eu colocaria a vida de todos, incluindo a de Carlos, em risco. — Sim, aceito! — disse com o olhar triste, vendo Carlos se afastar em direção à saída. Viktor colocou o anel no meu dedo e brindamos com nossas taças de champanhe. Assim que as felicitações terminaram, aproveitei a primeira oportunidade e corri atrás de Carlos, deixando todos para trás. Eu precisava encontrá-lo. Ainda bem que o navio estava em alto-mar, ele não poderia desaparecer. Fui para fora do salão e o encontrei, debruçado na grade do navio, observando o mar. Aproximei-me devagar, com medo da sua reação. Quando tentei tocar sua mão, ele se afastou e me olhou com olhos vermelhos de raiva. — Não se aproxime de mim! — Carlos, por favor, me escuta… — implorei, tentando me aproximar. — Chega de mentiras, Anna. Admite logo que eu fui só um passatempo para você, você nunca me amou de verdade! — Carlos gritou, completamente transtornado. — Carlos, eu ia te contar, não estou me casando porque quero, é tudo por causa de um maldito contrato. Eu te amo… — Me aproximei mais e tentei abraçá-lo, mas ele me empurrou com força. Bati as costas na grade e senti uma dor aguda, mas não podia me preocupar com isso agora. Ele se aproximou furioso, apontando o dedo no meu rosto. — Você destruiu minha vida, vadia. Você me enganou todo esse tempo, e eu vou te fazer pagar por isso. — Ele gritou. — Vai se arrepender de ter fingido que me amava todo esse tempo. — Carlos, me deixa te explicar… — pedi, chorando. — Me esquece, garota! — Ele disse, virando-se de costas e indo em direção à saída, agora que o navio estava atracando na costa. Enquanto o observava ir embora, vi Viktor parado no caminho, certamente assistindo a toda a cena. Eu estava ferrada. Ele contaria tudo para o meu pai, e eu não teria mais como esconder. Baixei a cabeça enquanto Viktor ainda me olhava fixamente. Eu precisava encontrar Tânia e sair dali. Comecei a andar, sentindo dor nas costas por causa do corte. Passei por Viktor, que ainda estava parado, mas senti ele puxar meu braço. — O que você quer? — perguntei, irritada. — Você está sangrando… — Ele apontou para o corte nas minhas costas. — Estou bem! — Respondi, puxando o braço. — Você já estragou minha vida o suficiente. — Não pode entrar lá assim… Vão pensar que eu te machuquei. — Ele ergueu uma sobrancelha. — Deixe que pensem… de certa forma, é culpa sua. — Respondi, com sarcasmo. — Não fui eu quem te machucou, garota! — Mas foi você quem fez o pacto com o meu pai! — Retruquei e ameacei andar em direção ao salão. — Ai… Reclamei da dor nas costas. — Deixa eu te ajudar, garota… não seja teimosa. — Ele tirou o terno e jogou sobre meus ombros. — Cubra o ferimento. Lá dentro, dou uma desculpa e te levo para casa. Pode chamar sua amiga. Assenti, e nós começamos a andar para dentro do salão. Ele tentou segurar minha cintura, mas afastei sua mão. Isso já era demais. Ao entrar, todos nos olharam. Meu rosto estava vermelho de tanto chorar, então abaixei a cabeça para disfarçar. Viktor me acompanhou até onde meu pai, Tânia e minha avó estavam. — O que significa isso? — Meu pai veio em nossa direção. — Não é nada, pai… — Tentei disfarçar. — Presumo que está na hora de levá-la para casa, não acha? — Viktor sugeriu ao meu pai. — Você vai me contar tudo o que aconteceu. — Meu pai falou, desconfiado. — Vamos, filha… — Minha avó se aproximou e colocou a mão nas minhas costas. — Ai… — reclamei de dor. — O que houve, filha? — Ela perguntou, preocupada. — Não é nada… vamos sair daqui, por favor. Minha avó assentiu, e começamos a caminhar para fora, com Tânia ao nosso lado, enquanto meu pai ficou para trás conversando com Viktor, ambos olhando na minha direção. Senti um frio na barriga. Sabia que uma bomba estava prestes a explodir quando chegássemos em casa.Anna narrandoDesci as escadas devagar. Quando cheguei ao fim, pude ouvir vozes masculinas conversando na sala de jantar. Fiquei com medo do que Viktor estava contando para o meu papá, pois ele ouviu parte da minha discussão com Carlos e, com certeza, estava revelando tudo o que aconteceu.O pior de tudo nessa história seria meu papá descobrir que menti para ele esse tempo todo. Eu não sei o que vai acontecer daqui para frente, mas espero que ele não vá atrás do Carlos. Eu sei que erramos, principalmente eu. De certa forma, ele não teve culpa, fui eu quem mentiu.O pior é que meu papá pode achar que estou mentindo até sobre a minha virgindade. Sei que isso pode prejudicar a vida dele e, pior ainda, colocar a vida da Abuela em risco. A Tânia me avisou desde o início, e eu deveria ter ouvido. Como pude me deixar levar pelos meus sentimentos e acreditar que meu papá um dia aceitaria tudo isso?Quando entrei na sala, todos me olharam surpresos. Lá estavam papai, Viktor e minha abuela.— N
Anna narrando:Eu desci do carro com as pernas trêmulas, estavam tão bambas que eu estava vendo a hora de cair no chão. Parei em frente ao portão e toquei o interfone diversas vezes até ouvir um barulho na porta. Alguém estava abrindo, o que me fez suar frio e, ao mesmo tempo, encher meu coração de esperança.— O que está fazendo aqui? — Ele perguntou ao abrir a porta.— Precisamos conversar, me escuta… Por favor… Somente dez minutos. — Praticamente implorei com o olhar.— Não sei se é uma boa hora. — Ele falou, abrindo um pouco mais a porta, me dando a visão de uma garota sentada no sofá.— Você é um cretino, usurpador! — Falei com os olhos cheios de lágrimas.— Anna, você achou mesmo que eu te amava? — Ele falou sorrindo, e eu olhei sem entender. — Entenda, você é rica, bonita, tem empresas em seu nome… Qual homem não se interessaria por você?— Você é nojento, como todos os outros! — Falei, dando um tapa em seu rosto. — Eu te odeio!Virei as costas e saí de lá chorando, entrei no p
ANNA NARRANDOUma semana se passou desde o acontecimento no cassino. Eu não vi mais o Carlos, nem ouvi falar dele até hoje. Também não tenho muitos amigos além da Tânia. Sempre que ela vem aqui, evita falar sobre a escola ou sobre o Carlos.Eu não voltei mais para a escola. Meu pai, com suas influências, conseguiu que eu fosse aprovada no último ano sem fazer as provas finais. Enquanto isso, estou sendo instruída sobre a máfia e tudo o que envolve o casamento que terei que cumprir. Após o casamento, seremos obrigados a ir para a Itália. O casamento precisará ser consumado lá.— Está pronta, filha? — Meu pai perguntou.— Sim, papai — respondi de forma seca.Peguei minha bolsa e fiz sinal para que a Tânia me acompanhasse. Eu não queria ir no mesmo carro que meu pai, então, como a Tânia veio dirigindo, era melhor irmos no carro dela. Descemos as escadas, cada um foi para o seu carro. Entrei no banco da frente e coloquei o cinto de segurança. Tânia entrou e deu partida no carro.— Isso tu
ANNA NARRANDO.Amanhã é o meu casamento, e estou completamente desanimada e triste. Mal tenho saído de casa, e desde o jantar, não vi mais o Viktor, nem qualquer pessoa daquela família, o que, pelo menos, é um ponto positivo.Hoje será o último ajuste do vestido. Amanhã é o casamento, e já está tudo pronto: malas arrumadas, passagens compradas. A cerimônia será simples, apenas na igreja, e depois vamos para a Itália. Eu escolhi não fazer recepção ou qualquer outra comemoração que pudesse fingir que estou feliz, e pelo menos dessa vez, meu pai me ouviu.Levantei por obrigação, tomei um banho rápido e vesti um vestido leve. Desci para o café da manhã, e felizmente não havia ninguém lá, nem mesmo a minha avó. Comi rápido e voltei para o quarto. Fazia dias que eu não olhava o celular ou as redes sociais.Quando abri o Instagram, vi uma mensagem no direct. No início, não liguei muito, até notar comentários na minha foto com a Tânia, tirada no jantar na casa dos Mallardo. Resolvi abrir o di
ANNA NARRANDO. Viktor abriu a porta do carro para mim, e eu entrei. Ele logo veio em seguida, ligou o carro e começou a dirigir, sem que eu soubesse para onde estávamos indo. Encostei minha cabeça no vidro, observando a rua passar. Eu não sei o que estou sentindo. Fui violada pelo meu papá, estou sendo tratada como mercadoria por um homem que nem conheço e ainda vou ser obrigada a ficar longe da minha abuela. Tantas coisas foram perdidas nesse tempo… Meu namoro acabou, minhas aulas foram cortadas, e fui aprovada sem nem ao menos fazer uma prova. Agora, estou indo morar longe da minha melhor amiga e da mulher que me criou, que me fez ser quem sou. As lágrimas começaram a escorrer pelos meus olhos. Um peso enorme se acumulava dentro de mim, um desespero que não consigo explicar. Limpei as lágrimas e tentei me focar no que preciso fazer agora: deixar esse homem tirar minha virgindade e assumir a Máfia. – Você quer passar em casa para trocar de roupa? – Viktor perguntou. – Onde estão
ANNA NARRANDO. Depois que comemos a pizza, ficamos deitados juntos assistindo à série que eu estava vendo. De vez em quando, Viktor olhava o celular, parecia que esperava uma ligação ou mensagem de alguém. Eu estava agoniada com a situação, sem saber se ele iria tomar a iniciativa para transarmos ou se eu deveria fazer isso. Estava completamente perdida, e a única coisa que eu queria era que aquilo acabasse logo. Viktor tirou a roupa e deitou-se novamente. Não pude deixar de notar o quanto ele era bonito e seu corpo bem definido. Ele percebeu que eu o estava observando, então se virou para mim e acariciou meu rosto, me fazendo fechar os olhos ao sentir seu toque. — Pele macia— Viktor sussurrou, me fazendo arrepiar. — Não precisa ter medo de mim, eu não quero te machucar. — Acaba com essa tortura de uma vez, por favor. — pedi, de olhos fechados. Viktor se levantou um pouco e me puxou para mais perto de seu corpo, tirando lentamente minha camisola de seda preta, revelando meu corp
VIKTOR NARRANDO. Eu fui encaixando meu membro dentro dela devagar, não queria machucar, queria que fosse algo prazeroso para ela tanto quanto para mim. Um homem sabe o quanto é gostoso ficar com uma mulher virgem, e eu estou tendo essa experiência mais uma vez, mas não posso falhar com ela. Preciso que ela se sinta à vontade diante de toda essa situação. Eu percebi que ela estava com um pouco de dor, mas não podia desistir. Se eu tirar agora, vai ser pior porque ela já vai estar dolorida e vai sentir tudo de novo. Olhei para o seu rosto e vi uma lágrima escorrer de seus olhos, o que me deixou preocupado. — Está tudo bem? Quer que eu pare?— perguntei, olhando-a preocupado. —Está doendo muito…— ela falou com os olhos cheios de lágrimas. — Me desculpa… Não quero te machucar.— eu disse, olhando-a, enquanto limpava uma lágrima em seu rosto com o meu polegar. — Continua, se parar agora, vai ter que começar tudo de novo…— ela falou um pouco mais calma. —Tem certeza, Anna? — ela confi
ANNA NARRANDO.Eu senti uma mão leve deslizando por meus cabelos, era um toque tão doce, tão suave que me fez lembrar do Carlos; ele amava mexer em meus cabelos. Fui abrindo os olhos lentamente e me dei conta de quem era. Não estava feliz com isso, mas precisava fazer um esforço para me sentir menos violada com tudo o que estava acontecendo.Viktor estava sorrindo, e quando abri meus olhos, seu rosto mudou. Ele rapidamente afastou a mão de mim, e eu não entendi a reação dele.— Algum problema? — Perguntei com a voz sonolenta.— Não queria te acordar… — Ele falou sem graça. — Eu saí cedo, fui até a máfia, e agora oficialmente sou um membro.— Compreendo… — Me levantei devagar e senti um desconforto por todo o meu corpo, parecia que tinha levado uma pancada, principalmente na minha parte íntima. — Ai…Sem querer, acabei reclamando de dor, e Viktor olhou para mim, confuso.— O que foi? Está doendo, Anna? — Ele perguntou preocupado.— Pra ser sincera, sim… Estou completamente dolorida. —