Aurora já estava cansada de esperar. Nos meses em que ficou de recuperação em repouso, não teve notícias de James, Matt, e o mais importante: Megan. Agora, ela podia movimentar-se com mais liberdade sem ter medo de sentir dor. A primeira coisa que fez ao se levantar, foi colocar o físico em forma. Ainda era incômodo se mexer demais, mas acolhia a dor como uma amiga. Quando terminou, já estava amanhecendo. Ela vestiu-se com uma calça colada de couro e uma camisa branca de manga comprida. Amarrou seus cabelos em um seguro rabo de cavalo e organizou a sua bolsa de modo a utilizar qualquer coisa que precisasse, na hora que precisasse. Desceu as escadas rapidamente e ao chegar na sala, pegou a chave de seu La Volture. — Aonde você vai? — Hunter perguntou, chegando mais perto. O médico estava com uma sensação ruim. Não queria prender Aurora, mas também não queria que ela saísse. Olhou para a mulher e sentiu nela uma aura assassina. Sua esposa estava chateada com alguma coisa? Alguém, t
Hunter se sentiu enganado por Aurora. “Não acredito que ela me deixou aqui”, pensou e levantou. — Se minha esposa chegar, diga que precisei fazer uma ligação — ele disse para a secretária, que o olhou confusa e saiu. Ele seguiu o corredor de volta para a saída. Seu coração acelerou por um momento e no instante seguinte, ele se abaixou para evitar ser atingido por estilhaços. Hunter colocou os braços na frente do rosto e fechou os olhos. Sentiu a fumaça em suas narinas e muita gritaria. O barulho de pessoas correndo de um lado para o outro em meio ao desespero era desnorteante. Ele seguiu o corredor de volta para a saída, inquieto. Os corredores já estavam bastante movimentados por funcionaris e estudantes, esses, em sua maioria, atrasados para as aulas, mas aquele pressentimento ruim não o deixava. Seu coração, percebeu, estava acelerado e ele respirou fundo para se acalmar, então voltou a andar apressado, desviando das pessoas. Um estrondo ensurdecedor tomou conta do ambie
Hunter sentiu seu mundo ruir. Correu atrás deles, escutando o choro e os gritos de Aurora, precisava ser ágil e preciso para evitar a morte da mulher que estava fazendo seus dias mais coloridos. Pensando nisso, Hunter se lembrou o motivo de ter assinado um contrato de casamento. Aurora precisava de alguém que a protegesse e, em toda Nova York, não havia ninguém mais implacável que Hunter Jonshon. Ele respirou fundo, ainda correndo, e desligou os sentidos que o tornavam fraco. Ignorou os gritos da mulher que amava e pôs-se a iniciar sua caçada. Seus passos agora eram apressados, mas não corria mais. Hunter havia estudado toda a estrutura daquele prédio antes mesmo de assinar o acordo. Conhecia aquele lugar como a sua própria casa e sabia que o homem em posse de Aurora não tinha para onde correr sem mantê-la viva para salvar a própria vida. Ele guardou a arma que estava em punho e pegou outra, muito mais silenciosa e letal que a primeira. Virou em outro corredor e pegou as escadas.
Aurora emcolheu um pouco diante da brutalidade de Hunter. Ele estava com muita raiva de ter sido pedo desprevenido. Seus homens eram para fazer a segurança dele e de sua esposa, mas mais uma vez havia sido traído por alguém. — Não tenha medo de mim, droga! — ele gritou, levantou e foi pegar a maleta na gaveta. — Deixe eu ajudar — Aurora disse, com a voz trêmula, mas duas mãos eram firmes e precisas. Hunter não fez objeção. Aurora pegou o álcool, desinfectou o ferimento, então pegou uma pinça, ignorando os grunhidos de dor e tirou o projétil com eficiência. — Obrigado — Hunter falou, com o tom mais agradável. — Sou eu quem agradeço por salvar a minha vida. — O que? — Não é nada. Enfaixe isso aí, tome um antibiótico e descanse. Eu... Vou tentar fazer o mesmo. Aurora saiu da sala, mas não foi em direção ao quarto e sim para a cozinha. Hunter não estava em seu melhor momento e sabia que, naquele instante, o que ela mais queria, era ficar longe dele. Longe do mostro impiedoso,
Com a adrenalina ainda correndo em suas veias, James a guiou até o carro e rumaram para a universidade em alta velocidade. Ao chegar, ele virou-se para ela. — Fique aqui. Não corra riscos desnecessários. Megan assentiu, observando enquanto James corria para dentro do prédio. Minutos depois, uma explosão sacudiu o edifício. O vidro do carro de Megan tremeu, e seu coração parou por um segundo. Então avistou a irmã, um pouco atordoada perto da entrada do prédio. — Megan! — Aurora! O que está fazendo aqui? — Eu… Então disparos foram ouvidos em direção às duas. Megan puxou a irmã para baixo, fazendo um escudo, então a arrastou para um lugar mais seguro. — Onde estão as chaves do carro? — Com James, ele foi atrás de você! — Vamos, temos que encontrá-lo! As duas correram para dentro do prédio em caos. Fumaça e detritos por toda parte, mas Megan manteve o foco. Gritos e sons de tiros preenchiam o ar. Finalmente, encontraram James, caído no chão, sangue manchando sua camisa.
Matt se aproximou dela e notou suas mãos sujas de sangue. Ele a puxou para um abraço apertado, sussurrando palavras de conforto. — Você fez sua parte, Megan. Agora deixe que cuidem dele. Ela assentiu, mas os olhos fixos em James sendo levado para dentro do galpão revelavam sua angústia. Eles entraram logo atrás da equipe médica, onde o médico já estava preparando os instrumentos. — O estado dele é crítico — o médico disse, sem tirar os olhos de James. — Vamos fazer tudo o que pudermos, mas as chances são baixas. Megan sentiu as pernas fraquejarem, e Matt a segurou mais firme, guiando-a para uma cadeira. — Vai ficar tudo bem, a Barbie é forte — Matt disse, usando o apelido que usava para provocar James pelos logos cabelos loiros, embora a preocupação em seus olhos traísse suas palavras. Megan deixou a cabeça cair sobre os ombros do amigo, lágrimas escorrendo silenciosamente pelo rosto. — Eu não posso perdê-lo Matt. Não agora que está tudo entrando nos eixos entre nós. Matt a
Hunter se aproximou dela e viu que não havia nem sombra daquela garota assustada que ele havia visto naquela manhã. — O que está fazendo aqui, Aurora? — ele perguntou, desconfiado. — Como conseguiu sair de casa? Aurora o ignorou. — Como ele está? Hunter entendia a preocupação nos olhos dela. James era, para falar a verdade, o amor da vida de Aurora e ela era o amor da vida dele. Ele entendia a genuína preocupação de sua esposa. — A situação dele é um tanto complicada, eu consegui conter o ferimento e a hemorragia, mas preciso que ele lute com todas as forças que ele tem para se recuperar durante a noite e amanhã podermos tirá-lo daqui. Aurora deixou escapar uma lágrima. — Mas por que só amanhã? Por que não agora? — Tente se acalmar e reze, se você for religiosa. Agora você não me respondeu, como saiu de casa? Aurora então encarou com um olhar de desafio. — Acha mesmo que eu não conseguiria sair? Hunter a olhou desconfiado. — Você não está mais com medo de mim?
Matt assentiu e foi ficar perto de Aurora. Hunter acompanhava James com total prioridade. O amigo estava bastante ferido e ele não sabia o que tinha acontecido. Seja lá qual fosse o segredo que ele e Aurora estavam escondendo, tinha a ver com o outro homem ali naquela sala, e ele não gostava nada disso, porque suas duas pessoas mais importantes não confiavam nele. Hunter não pensou nisso por muito tempo, não podia deixar as emoções vazarem agora que Aurora estava precisando de cuidados e de um marido que seja gentil. James estava lutando para sobreviver e ele teria que ser forte pelos dois, Casino loiro não conseguisse. Quando deu meia-noite, Matt foi até ele. — Descanse doutor, você não está nada bem. — Obrigado. Hunter foi até Aurora e sentou. Ela tinha a cabeça apoiada na parede e cochilava. — Aurora — ele chamou baixinho. Aurora abriu os olhos devagar, ainda sonolenta, mas ao mirar os olhos azuis, perguntou: — Tudo bem? — Não se preocupe, ele vai ficar bem. Apenas tenh