Prólogo. Borboleta fugitiva - Parte 3

Tasya

— Você pode parar e me ouvir por um segundo? — Gostaria de o odiar tanto quanto eu quero, mas aqui estou eu, parando para escutar o que tem a dizer, mesmo que não devesse. Não percebe que o que criou entre nós não pode continuar existindo?

— Egor, creio que já deixei claro que não, não posso, você também não quer o que tenho — digo e segura em meu braço, me mantém próximo a ele. Não aperta, apenas quer ter alguma segurança quanto a me ter no lugar onde poderei ouvir tudo que diz. — Porque está insistindo tanto nisso, nós transamos algumas vezes e você ficou todo emocionado.

— Temos transado por vários meses, Tasya e eu acredito que você não saiu, por aí procurando outra pessoa com quem foder, assim como eu não pude. — Rio, de verdade, pois me parece inocente demais proferindo palavras como essa, mas são as máscaras mais grossas que escondem os piores monstros, sei bem disso.

E pode ser que ele não seja um deles, na verdade, as chances são muito baixas, mas não quero me arriscar de novo. Já tentei me aproximar de alguém uma vez - quando era mais jovem, muito mais sonhadora e antes do inferno me alcançar, e o que sobrou para mim além de mais cacos a serem juntados com ódio em mente?

Além disso, está acostumado a ficar com todas as mulheres que caibam em sua cama, como de repente criou consciência e quer ter um relacionamento? Essa mudança não me desce, fora que não o vejo como alguém que pode suportar todos os detalhes que cabem em minha vida.

Não posso pensar somente em mim, tenho que levar em consideração o que pode afetar a minha irmã. Não posso deixar que mais uma vez um homem se torne a nossa ruína. Ela pode não entender o que aconteceu comigo enquanto estava sendo uma escrava sexual quando era um bebê, mas se algo de ruim ocorrer agora terá o seu coração ferido também.

— Não sei quem tem falado para você sobre a minha vida sexual, mas está claramente errado. — Minto, sou boa nisso, foi assim que ganhei mais visibilidade entre as outras agentes, por minhas habilidades de atuação que fariam qualquer um cair na conversa que inventasse para o ludibriar. Egor não é diferente deles.

— Não, você não fez — diz com muita convicção. — E mesmo que tivesse, sei que nenhum deles faria com você o que fiz.

Seu nome deveria ser ego e não algo semelhante. Contudo, não é normal se vangloriar daquilo que sabe fazer bem? E está certo quanto as suas habilidades na cama.

— Também não importa o que mais disse, porque sei que serei o último pau a entrar na sua boceta por todos os anos que vierem — fala.

— Você enlouqueceu — arrazoo, puxo o meu braço. — Se esqueça do que fizemos. Não temos motivos para continuar nos envolvendo. Achei que um playboy como você daria conta de sexo casual, mas vejo que me enganei.

— Pode ter sido casual para você e eu entendo, mas estava apenas preparando o terreno para o que viria — anuncia o início de um plano com muitas chances de dar merda.

Deve ter um problema com todos os Sokolov. Não é possível que eles não consigam entender uma única sentença que é dita repetidamente.

— Escolhi você para ser a minha esposa Tasya, não vê? — Questiona.

— Que escolha de merda — replico com ele bufando como um touro desgovernado virando as costas para evitar que eu veja a sua expressão furiosa, mas as costas tensas, os ombros rígidos são provas do que está sentindo de modo muito claro. — Ouvi o que tinha a me dizer, vai parar de me incomodar, certo?

— Você pode continuar repetindo que a minha escolha é ruim se quiser — me diz e se volta de novo para mim, com os olhos brilhando com a sua raiva por notar que não sou minimamente fácil de dobrar. — Mesmo se for uma merda de verdade, é você que escolhi.

Levo uma mão a testa me perguntando onde tenho que chutar para que ele vá embora. Sem que haja volta, porém, estou em uma canoa furada no momento, já que tenho que ajudar a minha parceira a ficar tranquila quanto a segurança dos seus filhos.

O que me obriga a vir na mansão dos Sokolov diariamente e se não fosse impossível diria que Egor está me rastreando, pois somente isso explicaria como sempre chega exatamente nos momentos em que estou.

Gostaria de matar Aleksandra por me colocar nessa enrascada, mas fui eu que nadei em direção a ela quando comecei a aceitar os seus flertes durante as suas idas a Paradise.

Se eu não tivesse deixado que criasse asas, não teríamos ido para cama em todas às vezes que nos encontramos. Poderíamos apenas continuar nessa troca de conversas e só, mas deixei que ele me fodesse em outros sentidos também.

Odeio quando Aleksandra fala sobre as implicações correrem na sua direção muito mais rápido do que qualquer velocista e me dá ainda mais raiva o fato de estar certa. Como diabos algumas noites de sexo deram a ele a garantia de que seria uma boa esposa? Seu pau consegue o controlar tanto assim?

— Não quero te atrapalhar porque sei que tem muito trabalho a fazer, mas não pense que eu não estarei aqui, apenas esperando o meu momento — profere com confiança.

Devia ser proibido dizer esse tipo de coisas em momentos como esse. O faz parecer louco. Eu sou ainda pior por não correr assim que tive a chance. Estou ficando cada vez mais e esse pode ser o meu grande erro no final das contas.

— Não tem medo de que eu descubra meios de destruir a sua honra? — Pergunto. Seria muito fácil criar uma conversa, colocar as pessoas no meio dela e dar um jeito de justificá-la.

Simplesmente conseguiria muitas imagens das vezes que nos encontramos e não é difícil fazer com que pareçam outra coisa.

— Acha que honra importa nesses momentos? — Inquire. Se falasse com outra pessoa, certamente perguntaria que tipo de merda ela está imaginando para colocar as suas palavras desse modo. — Quer destruir a minha honra? Ótimo, espero que não ligue para ter um marido com a imagem toda cagada.

— Tem que ir a um médico ver a porra da sua cabeça — profiro.

Deus, isso é mesmo uma armadilha?

— Não ouve nada do que digo, apenas diz que tenho que escutar o que fala e eu não tenho ideia de se é você falando ou a vontade de me foder de novo. Sinceramente nem sei se essas coisas existem separadamente tamanha a loucura que mostra — digo com toda a injúria correndo por minha garganta caminho a fora.

Me sinto como uma idiota por continuar no mesmo lugar depois de vê-lo sorrir. Como ele consegue depois de tudo dito? Não consegue mesmo pensar por outro lado.

— Quer dizer que pensa em mim, certo? Eu fico feliz — fala como se isso devesse ser um elogio, porém, em todas as vezes que penso nele, é para imaginar modos de como me livrar do seu cadáver caso não resista à ideia de matá-lo quando me enlouquece desse jeito. — Se quer ver se me importo em perder a minha honra caçando, você pode aguardar, terei o prazer de mostrar a você.

Odeio que não tenha sido aquela a sair para ir o mais distante possível dele quando simplesmente vira as costas e vai embora após encher a minha cabeça com as suas merdas.

Se isto não é um motivo válido para eu arrancar todo o seu couro, não sei mais o que pode ser. Honra? Como diabos a sua honra entra na sua equação doida de me tornar a sua esposa? Não vê a merda onde estamos? Nadar para fora dela não é simples como pode imaginar.

Deus, preciso encher a cara antes que o exploda.

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