Eu tentei acalmar meus pensamentos respirando fundo e de repente, Rangel entrou na sala e ao me ver, me olhou confuso. —Eu estava te procurando. Por que está aqui? - Perguntou ele mostrando-se preocupado, vindo até mim em seguida. Eu então segurei a mão dele e o olhei com desespero. —Rangel, me ajuda! - Falei o vendo me olhar confuso e solta rum riso. —O que foi? Assim que ele perguntou, uma moça entrou com um envelope na sala. —Senhor Eisner...- Chamou ela e ao ver que era o senhor Eisner errado e que esse segurava a minha mão, ela fingiu não ver nada e colocou o envelope na mesa. —Avise seu irmão que esses são os resultados dos exames. Assim que ela falou, fui até lá para os pegar, mas Rangel foi mais rápido e os segurou no alto. —Bom, ou vai dar positivo para drogas, DST u uma gravidez. Qual o motivo do seu desespero? - Perguntou ele abrindo o envelope e vendo o resultado. No instante seguinte ele me olhou com surpresa e soltou um rito, levantando o envelope novamente. —A
Abri meus olhos e saí do carro, notando estar em frente ao endereço que eu havia pedido. —Senhorita, o dinheiro! - Disse o homem com um certo humor na voz. Eu abri minha bolsinha e o estendi a nota, tendo minha mão segurada quando ele foi a pegar. —Cuidado na próxima vez! - Disse ele saindo em seguida. Eu olhei assustada para o carro enquanto ele partia e de repente ouvi uma porta de carro bater. Assim que me virei para olhar, Rangel estava vindo em minha direção. —Luiza, você está bem? - Perguntou ele mostrando preocupação em seus olhos. Eu então o abracei e naquele instante, senti as minhas pernas tremerem e perderem a força. Ele então, segurou meus braços e me levou para dentro, me ajudando a subir até o apartamento de Augusto. Minhas mãos tremiam e meu corpo estava completamente sem forças; pensei que eu não sobreviveria naquela noite e tudo isso por traumas anteriores que eu carregava em silêncio. Rangel percebeu que eu não estava bem e me ajudou a sair de lá, me acompa
Quando Augusto disse aquilo, confesso que senti o medo percorrer meus poros. Ele me deixava confusa, não consegui entender o que ele estava pensando, já que ele havia dito que não queria isso. Augusto então, respirou pesado e irritado, dando um soco no volante. —Porra! - Gritou ele, levando as mãos nos cabelos tentando controlar sua raiva. Eu fiquei intacta e em choque o vendo daquela forma; Augusto sempre foi ponderado nas suas atitudes e mesmo estando furioso, bastava um olhar para que eu entendesse o seu auto controle. Ele era perfeito até nisso. - Essa é a primeira vez que eu o vi fora de si. —Esquece o plano, eesquece tudo! - Disse ele com um timbre de voz mais brando que antes, se virando para me olhar. —Vamos parar com essa loucura por aqui! —Você não pode fazer isso! Sabe a quanto tempo estou me preparando para ver quem eu quero atrás das grades? - Falei o vendo apoiar a cabeça no volante, tentando não surtar novamente. De repente o ouvi "bufar" mostrando sua irritação
Dois dias haviam se passado e desde a última noite com Augusto, estávamos agindo como se fôssemos dois estranhos dentro de casa. Não sei se ele estava apenas me dando espaço por causa da forma que ele havia dito sobre o bebê, mas aquilo estava deixando o clima muito estranho. Eu me levantei da cama e me vesti para ir para o trabalho e assim que fui até a cozinha pegar uma fruta para comer, me surpreendi ao ver Augusto na mesa. —Sente-se! Você precisa se alimentar antes de sair de casa. - Disse ele me servindo um suco. —Eu não estou com apetite. Estou com bastante enjoo. - Falei me sentando e olhando para a comida com desanimo. Augusto então, parou na minha frente e me encarou. —Você não acha melhor marcarmos uma consulta para saber sobre esses enjoos? Ou se quiser, pode ir com Isabel! - Disse ele agindo como se fosse o marido perfeito. Aquilo me incomodava. —Eu já marquei. Vou essa tarde! - Falei o vendo vincar as sobrancelhas e então, me expliquei antes que ele começasse a re
Sai do elevador me sentindo em choque; o que deu em Augusto para agir daquele jeito? Eu não queria ficar pensando naquilo, pois sabia que no fim do dia eu teria que o dar uma resposta. Eu então, entrei dentro da sala e ignorei os olhares sobre mim, para poder fazer o meu trabalho. Os comentários e sussurros que eu escutava eram completamente desagradáveis. Isso porque só me viram chegando com ele. Imagina se soubessem o que realmente estava rolando? —Argh que droga! - Resmunguei enquanto eu avaliava as planilhas de gastos. Eu estava tão irritada que não via a hora de chegar o horário do almoço para sair dali. Eu estava tão entretida nos números a minha frente que nem percebi quando uma garota me chamou. —Luiza! - Disse ela me cutucando. Eu então me virei para a olhar e me levantei da cadeira, sentindo algo quente ser entornado em mim. Era café e pela temperatura havia acabado de ser passado. —Ai, droga! - Falei indo para trás, empurrando minha camisa para não encostar na pele.
Cheguei na casa da minha avó, encontrando Isabela arrumando suas coisas. —Isa, para onde está indo? - Perguntei confusa a vendo me olhar com os olhos marejados. —Eu sinto muito Lu. Você já estava cm a sua vida ganha, a vovó está sendo cuidada em um lugar melhor. Eu não tenho mais o que fazer aqui? —O quê? - Perguntei confusa a encarando. —Do que está falando? Por que está me abandonando assim? —Eu preciso salvar a minha pele. David está na cidade e eu não posso ficar esperando por você! - Disse ela terminando de fechar a mala. Assim que ela fez menção de sair, meu telefone tocou. —Alô? - Perguntei atendendo, ao ver que era o número do hospital. —Senhorita Stuart, nós sentimos muito! - Disse a mulher com um timbre de voz lamentoso e então, encarei Isabela e não consegui mais segurar o choro. Ela então, largou a mala e veio me abraçar, tentando me consolar. —Eu sinto muito Luiza! - Disse ela com um timbre de voz fraco. E eu a entendi. Eu sabia que ela não queria fazer aquilo,
South Yellow, Dias atuais... Faltava alguns dias para o natal e a cidade estava cheia de luzes espalhadas pelas ruas. O clima era agradável; era inverno e nesse período podíamos ver a neve cair pelo céu, nos trazendo boas lembranças. - Tais como agora! —Uau, que lindo mamãe! - Disse a pequena Ane, estendendo sua mão para o lado, enquanto andávamos juntas pelas calçadas. Eu a olhava e queria sorrir; a inocência resplandecia de sua feição, como se aquele fosse o melhor dia de sua vida. Entramos no shopping e então, eu me abaixei para arrumar o casaco no corpo da pequena. —Ane, escute bem o que a mamãe vai falar. Nada de ir muito longe para não se perder! - Falei vendo a pequena assentir com a cabeça, me mostrando um lindo sorriso. Ane era tudo o que eu tinha; meu interior gelava só de pensar em perdê-la. - Eu não gostava nem de imaginar. Sorri para ela e me levantei, estendendo a mão e então, começamos a caminhar. As lojas estavam cheias; talvez fosse a temporada, ou será que t
South Yellow, quatro anos atrás... “Paixão Eloquente” - Um tipo de paixão excessiva que não se esconde e/ou não tem a intenção de se esconder. Acho que é dessa forma que devo chamar o que estou sentindo. —Pare de olhar para eles Luiza, ou vão pensar que você é louca! - Cochichou Isabela, me cutucando. - Eu sorri, voltando a atenção para o meu livro. O professor de literatura estava falando sobre o tempo renascentista e enquanto ele explicava sobre o clássico de Shakespeare, meus olhos fitavam com intensidade os dois garotos pelo qual eu era apaixonada. Eles eram para mim, como dois deuses mitológicos. O corpo deles era motivo de cobiça em todo campus; ombros largos, braços fortes e abdômen chapado. As pernas e coxas bem torneadas, dava um leve vislumbre da marcação entre o cós da calça. Se fosse só o corpo tudo bem, mas eles eram ricos, gostosos e lindos de rosto também. Um maxilar marcante, uma silhueta perfeita, boca levemente carnuda e olhar intenso. Um era branco e o outr