Minha cabeça dói em um nível quase insuportável, o que aconteceu? Ouço vozes ao meu redor, porém não reconheço, tento abrir os olhos, mas assim como minha cabeça, meus olhos também latejam e acabo que não consigo abrir os olhos.- Alguém? – chamo de olhos fechados, sinto uma mão em meu braço.- Senhor Bennett, sou Martha a enfermeira – estou em um hospital? – precisa de algo?- Minha cabeça e olhos doem, quero abrir os olhos, porém a luz incomoda.- Ah ok, só um minuto – diz e se afasta – tenta abrir novamente – pede e assim faço, a sala está escura e assim é menos doloroso.- Obrigado... o que aconteceu e onde está minha esposa? – pergunto enquanto a moça mexe no soro.- A senhora Julie só esteve aqui ontem senhor – diz.- Ok... – forço a mente a lembrar o que aconteceu?Helena, ela esteve na minha sala, disse que queria uma trégua, levantou a bandeira branca, trouxe até um vinho irlandês, caralho... depois disso apagão total.Procurou pelo celular, acho que a enfermeira colocou algo
10 Anos Depois... Hoje me sinto nostálgica, observando todos a mesa conversando e rindo, minhas filhas algumas já na fase adulta, outra entrando na juventude, outros na adolescência, como a vida passa num piscar de olhos.- Mãe, o que a senhora acha? – Louise me trás de volta a terra.- Sobre? – ela revira os olhos entendo que não estava prestando atenção na conversa.- Sobre o apartamento, é muito ruim ficar em dormitório, estava explicando para as meninas, podemos dividir um apartamento, o que a senhora acha? – não é uma má ideia.- Acho bom, assim você fica de olho nesses duas – Lara e Sophie reviram os olhos – vamos convencer o grandão – as três batem palmas animadas.- Vamos logo escolher o apartamento, papai não vai nos deixar na rua – Sophie dramatiza.- Também vou querer um apartamento quando for pra faculdade – Gael dispara enfiando um pedaço de pão na boca.- Tua hora vai chegar, e cuida se não vai atrasar – Ele praticamente corre e Ellie segue atrás feito um carrapato.Fin
Corro pelo jardim de minha casa com Look logo atrás de mim.- Vamos maria mole, corre mais rápido – digo passando a sua frente.Look late tentando me pegar.- Vamos Julie entre agora – minha mãe grita da porta.- Ainda é cedo mãe – grito de volta.- Não me faz ir te pegar Julie – avisa.Corro mais que depressa rumo adentro.- Banheiro mocinha – minha mãe grita novamente.- Tá bom mãe – grito de volta.Correndo em direção ao banheiro, tropeço em Look e acabo me esborrachando no chão. Look chora.- Shiu Look, se não vamos apanhar nós dois – peço tentando fazê-lo parar.O carrego para o quarto, o deixando sobre minha cama, que cachorro manhoso, já se calou. Voltou para o banheiro e no caminho mamãe aparece em minha frente.- Já estava indo mãe – trato logo de explicar.- Vai Julie – ela passa por mim revirando os olhos.Amava minha mãe, por mais brava que ela fosse, tomei banho, me arrumei e desci para jantar, já fazia tudo sozinha, sempre fomos apenas nós duas então tinha que me virar.P
Depois daquela noite em que Vicente anunciou que iria ser sua mulher, ele não voltou mais em meu quarto, e agradeci a Deus por isso, certo dia na escola lembrei de uma colega comentando que uma tia dela havia ido para o EUA, ela não havia conseguido visto, então decidiu entrar ilegal, procurou por um tal coiote e conseguiu entrar no país das oportunidades, naquela época ouvir dessa amiga que sua tia estava ganhando muito dinheiro lá, e essa ideia não sai da minha cabeça.Por isso que decido que vou fazer o mesmo, só não sei por onde começar já que Vicente me deixa trancada aqui. Ainda me sinto grata por ele ainda não me tirado o celular, tento buscar na lembrança o nome da garota da escola.- Brenda? Não... Bruna? Também não... mais que merda, qual era o nome dela mesmo - Tento mais uma vez, digito na busca do facebook – Brianna.E lá está ela, entro em seu perfil e envio uma solicitação de amizade, em poucos minutos chega à notificação que ele aceitou o pedido e não perco tempo, lhe
Chego na estação de São Paulo, depois de 8 horas de viagem, já são 7 da noite e me sinto extremamente cansada, porém tenho que seguir viagem amanhã já é o dia, envio uma mensagem avisando que já estou em SP.Julie: Oi, já cheguei, para onde tenho que ir?C: Vou te enviar o endereço.Em pouco minutos chega a localização com endereço, como não conheço nada, chamo o Uber, ele diz que fica na periferia de São Paulo, um Bairro chamado São Mateus, a viagem é um pouco longa, custou caro, mas não ligo, durante a viagem fiz a contagem do dinheiro e separei os 10 mil do coiote, e me restaram quase 30 mil, é um bom dinheiro para se começar longe daqui.Depois de mais de uma hora, chego no local indicado e logo avisto um homem acendo, creio eu que deva ser o homem, pois ele disse através de mensagem que estaria esperando no local.Pago o Uber e o homem se aproxima abrindo a porta do carro para que saia.- Oi sou Alexandro, mas pode me chamar de Alex, eu quem estava em contato com você – diz esten
CativeiroMe sinto dolorida, ainda de olhos fechados tento me mexer, mas é muito difícil, acho que minhas mãos e pés estão amarrados, com uma força descomunal tento abrir os olhos, porém não vejo nada, a escuridão não deixa.- Oi – tento falar, mas minha voz sai por um fio – tem alguém aí? – forço.Não recebo nenhuma resposta, estou suada, com sede, precisando ir ao banheiro, onde estou meu Deus, a última lembrança que tenho é a de que estávamos no carro com Alex e depois só escuridão.- Oi tem alguém aí – pergunto mais uma vez, agora um pouco mais alto.- Quem é você? – uma voz pergunta.- Sou Julie e onde você está? – pergunto nervosa.- Na verdade não sei, estou amarrada e está muito escuro – a mulher diz chorando – onde estamos Julie? – pergunta desesperada.- Não sei – digo tentando também não chorar.Permanecemos em silêncio até ouvirmos passos.- Oi estamos aqui – grito tão alto quanto posso.Ouço um barulho de porta de metal sendo aberta e fica claro, a claridade me cega momen
Ao longo dos meus 88 anos, nunca havia me sentido sozinho, depois da morte de minha esposa, filho e nora, em um trágico acidente há 10 anos atrás, essa era a primeira vez que realmente me sinto só, tenho um neto Christoffer, meu único familiar.Chris agora no auge dos seus 30 anos, sempre fora um bom menino, depois da morte de seus pais, ele se dedicou a estudar, a se preparar para assumir meu lugar, teve um uma época que achei que se rebelaria, ele como todo jovem teve seu tempo rebelde, fanfarrão, e foi nesse tempo que ele se encheu de tatuagens e se envolveu com pessoas perigosas, nada que eu não pudesse resolver, homens poderosos como eu, tem que ter conexões tanto no lado bom quanto no ruim, o submundo é para poucos, poucos tem acesso a ele, não sou nenhum chefão, porém sou respeitado e temido, sabem do meu poder e agora do poder do meu neto.Com muito custo conseguir colocá-lo na linha, mas é bom que ele também tenha seus contatos e que todos os temem e respeitam na mesma propor
Adentro o grande e luxuoso salão, há aqui pelo menos seis conhecidos, todos senadores e ex-senadores, cumprimento alguns, outros apenas um aceno com a cabeça, então Enzo o leiloeiro aparece no meu campo de visão, cumprimenta-me com um levantar de taça, retribuo.Vago pelo salão, converso pouco com quem para e puxa assunto.- Como vai Bennett? – Yuri um empresário do ramo imobiliário, pai e marido devoto pergunta, quem olha jamais imaginaria que um homem que defende a moral e os bons costumes estaria num local como esse.- Bem – digo sucinto.Ele percebe que não quero conversar e se afasta, me aproximo do palco onde será apresentado as peças raras e me sento em uma mesa, esperando começar de fato o leilão.Poucos minutos se passam e logo o evento principal começa.- Boa noite senhores, hoje nosso leilão será um pouco diferente, nossas peças são de valor inestimáveis.O apresentador começa, logo de cara entra uma menina, acho que deva estar dopada, pois está sendo carregada então ele co