Ethan soltou um suspiro, cruzando os braços enquanto me analisava com aquele olhar intenso que começava a se tornar familiar.— E como exatamente você quer que isso aconteça?Senti um arrepio de animação percorrer meu corpo.— Primeiro, Isabella precisa acreditar que sou só uma sombra do que fui. Vou deixar que ela ache que estou derrotada, sem rumo.— E Henry?Cruzei os braços, inclinando-me levemente para frente.— Ele ainda tem sentimentos por mim. Se eu jogar direito, ele vai começar a duvidar das escolhas que fez.Ethan riu, um som baixo e cheio de diversão.— Então vamos mexer no ego dele?— Sempre funciona.Ele arqueou uma sobrancelha.— E se Isabella perceber?Sorri de lado.— Isabella pode ser esperta, mas ela tem um defeito: quando acha que já venceu, baixa a guarda.Ethan esfregou o queixo, pensativo.— E então, quando ela baixar a guarda…Meu sorriso ficou ainda maior.— Nós derrubamos a rainha.O brilho nos olhos de Ethan denunciava que ele estava gostando da ideia tanto
— Filha. — Minha mãe entra no quarto sem bater, como sempre. Seu olhar desliza até Ethan e ela sorri de lado. — Ethan, não é nem mais surpresa você estar aqui.Ele devolve o sorriso com a mesma naturalidade de sempre.— Olá, Angeli.Minha mãe cruza os braços, lançando um olhar curioso para nós dois.— Então, quando vocês vão me contar o que realmente está acontecendo?Reviro os olhos, mas Ethan apenas ri, sempre tão despreocupado.— O que a senhora acha que está acontecendo? — Ele pergunta, divertido.— Acho que vocês estão aprontando alguma coisa. — Ela estreita os olhos para mim. — E, conhecendo você, Lilith, aposto que tem a ver com a escola.Cruzo os braços, fingindo desinteresse.— Mãe, por favor. Você sempre diz que eu sou uma boa estrategista.Ela bufa, mas um sorriso de orgulho passa pelo seu rosto.— Só não se meta em confusão demais, mocinha.— Eu? Confusão? — Coloco a mão no peito, fingindo indignação. — Sou um anjo.Ethan ri, balançando a cabeça.— Sim, claro. O anjo do ca
Talvez eu seja a vilã, mas você no meu lugar faria diferente?” Tudo era diferente. Tudo estava mais fácil… até que ela entrou. A novata. Isabella Montgomery. E todos caíram aos pés dela… Mais um dia caminhando pelo corredor da escola com meu namorado, o famoso Henry Lewis. Tudo estava perfeito, como sempre, até que ela entrou pela porta. Isabella. A novata deslocada, a menina que conseguiu roubar a atenção de todos, até mesmo a de Henry, meu namorado desde o primeiro ano do ensino médio. E agora estávamos no último ano. — Quem é essa? — Pergunta Henry, seu olhar agora fixo nela, deixando de lado tudo o que estava à sua volta. — A novata, Isabella Montgomery. — Respondo, tentando manter a calma. Já sabia quem ela era. Ela morava perto de mim, então não era novidade. — Você está babando, Henry? Ele ri, mas não é uma risada convincente. Seu olhar ainda está preso nela. — Claro que não. Ela não tem nada que me interesse. — Henry balança a cabeça, como se tentasse afastar qualq
“Se você acha que pode me derrubar tão facilmente, mal sabe que já sou feita de pedras.” O dia seguinte não foi mais fácil; na verdade, as coisas só pioraram. Isabella, com seu jeitinho de novata deslocada, já estava completamente entrosada com todos. Mas, claro, ela ainda não sabia o que estava fazendo. Não, não ainda. Na sala de aula, o nome dela ressoava pelos corredores, em sussurros curiosos: “Isabella, Isabella, Isabella.” Como se fosse a grande novidade, a estrela da temporada, aquela que todos queriam ser amigos. E Henry? Bem, ele estava no centro disso tudo, rindo das suas próprias piadas e falando de assuntos que, sinceramente, não faziam sentido algum para mim. Me recostei na cadeira, tentando esconder o desconforto que tomava conta de mim ao ver como ele olhava para ela. Mas uma coisa era clara: ele ainda não tinha noção do jogo que estava começando. Ele não sabia, mas eu já estava um passo à frente. E eu sabia muito bem o que estava em jogo. No intervalo, Henry
Meu mundo virou de cabeça para baixo. Aqui estou eu, deitada na minha cama, no final da tarde de uma sexta-feira, que normalmente seria passada com as minhas amigas no shopping. Mas não, elas estão todas hipnotizadas por Isabella, até minhas amizades foram roubadas por essa vagabunda. Ela chegou e arrasou tudo. A cada dia que passa, a raiva cresce mais dentro de mim, e o ódio por ela se espalha como um veneno que eu não consigo tirar de dentro de mim. — Como eu odeio essa Isabella. — Murmuro, deixando o ódio tomar conta de cada palavra. — Lilith, vem aqui! — A voz da minha mãe me chama lá de baixo. Eu fecho os olhos, respiro fundo e tento não explodir. Não quero que ela perceba o quanto estou prestes a perder o controle. Levanto da cama e desço as escadas com uma sensação de irritação crescente, minha cabeça cheia de pensamentos tumultuados. Quando entro na sala, lá está ela. Isabella, com aquele sorriso angelical e um olhar cheio de falsa doçura. Ela está sentada com minha mã
O som dos meus passos ecoava no corredor, mas minha mente estava distante. As palavras de minha mãe, os olhares de Isabella e a maneira como as pessoas começaram a tratá-la como se ela fosse a dona da escola… tudo isso estava martelando na minha cabeça. Mas o pior de tudo não era ela. Não. O pior era ver minhas “amigas” se afastando de mim, como se eu fosse a vilã dessa história. Quando entrei na sala de aula, todas as cabeças viraram para me observar, mas não foi por causa de mim. Eu vi as risadinhas disfarçadas, os cochichos baixos. Eu sabia que estavam falando de mim. De novo. E eu só queria gritar, mas sabia que não adiantaria. Nenhuma delas entenderia. Elas estavam completamente cegas por Isabella. O pior aconteceu durante o intervalo. Estava com a Raíssa e a Jessica, as únicas duas amigas que restaram. Ou pelo menos, eu achava que eram minhas amigas. — Lilith, precisamos conversar sobre Isabella. — Raíssa começou, com um olhar sério, que mais parecia um aviso. Ela pareci
Eu não sabia mais o que pensar. A cada dia, as coisas pareciam piorar. Eu estava sendo deixada de lado por todos, até por Henry. Eu tentava ignorar, dizer a mim mesma que ele ainda se importava, que ele era meu e que nada nem ninguém iria me tirar dele. “Mas quando a realidade bate, não tem como esconder a dor.” Era uma tarde comum, e a escola estava em clima de fim de semestre. Eu estava caminhando pelos corredores, tentando manter a calma, quando o vi. Henry estava ali, com Isabella. Mas não era um simples encontro. Não era uma conversa casual. Eles estavam trocando olhares íntimos, sorrisos que eu conhecia tão bem, aqueles que ele só usava comigo. Eu parei, meu coração batendo forte no peito. Tentei me convencer de que era apenas minha imaginação. Mas não era. A cena que se desenrolava diante de mim era real, e eu estava vendo tudo. Henry tocou o rosto de Isabella com uma ternura que só eu conhecia, e ela sorriu, um sorriso que parecia cheio de segundas intenções. Eles esta
A dor não veio de imediato. Primeiro, houve o choque, a negação. Eu não podia acreditar no que acabara de ver. Era como se meu cérebro estivesse tentando processar tudo, tentando entender a realidade nua e crua que estava à minha frente. Mas, conforme os minutos passaram, a dor começou a crescer. Não era só a dor de ter sido traída, mas a sensação de ser invisível, desimportante, substituível. — Cada dia que passa eu odeio, mais essa Isabella. Eu andei sem destino, sem saber para onde ir, apenas deixando minhas pernas me guiarem. As ruas estavam silenciosas, mas dentro de mim, uma tempestade se formava, uma raiva que queimava, uma tristeza que afundava mais e mais em meu peito. Não sabia como lidar com tudo o que estava acontecendo, como lidar com a sensação de perda. Cheguei em casa mais tarde, e a última coisa que eu queria era ver minha mãe, mas ela estava ali, sentada na sala, esperando para me perguntar sobre meu dia. Eu não podia dizer a ela a verdade. Não queria que el