Talvez eu seja a vilã, mas você no meu lugar faria diferente?”
Tudo era diferente. Tudo estava mais fácil… até que ela entrou. A novata. Isabella Montgomery. E todos caíram aos pés dela… Mais um dia caminhando pelo corredor da escola com meu namorado, o famoso Henry Lewis. Tudo estava perfeito, como sempre, até que ela entrou pela porta. Isabella. A novata deslocada, a menina que conseguiu roubar a atenção de todos, até mesmo a de Henry, meu namorado desde o primeiro ano do ensino médio. E agora estávamos no último ano. — Quem é essa? — Pergunta Henry, seu olhar agora fixo nela, deixando de lado tudo o que estava à sua volta. — A novata, Isabella Montgomery. — Respondo, tentando manter a calma. Já sabia quem ela era. Ela morava perto de mim, então não era novidade. — Você está babando, Henry? Ele ri, mas não é uma risada convincente. Seu olhar ainda está preso nela. — Claro que não. Ela não tem nada que me interesse. — Henry balança a cabeça, como se tentasse afastar qualquer pensamento inconveniente. — Não tem, Henry? — Pergunto, minha voz mais baixa, mas com um tom desafiador. Eu conheço o meu namorado melhor do que ninguém. Ele pode tentar esconder, mas o brilho nos olhos dele me diz tudo. A maneira como ele a observa, como se tudo ao redor desaparecesse quando ela aparece… Me revirava por dentro. Mas, claro, eu não podia demonstrar. Não agora. — Eu disse que não tem. — Ele repete, mas a hesitação na sua voz é clara. Ele sabia, eu sabia, e talvez até Isabella soubesse, embora ela ainda fosse completamente alheia ao caos que estava prestes a começar. Passamos por ela no corredor. Isabella estava rodeada por alguns alunos, rindo, fazendo piadas. Algo em sua presença parecia drenar a energia do ambiente, e, de repente, eu não era mais nada. Era como se as pessoas, aqueles que sempre me prestaram atenção, agora só olhassem para ela. Henry, que sempre estava ao meu lado, agora não conseguia mais parar de olhar para ela, se perder em suas palavras, em como ela sorria. Algo dentro de mim estava prestes a explodir. Mas eu sabia que não poderia perder a compostura. Não agora. Eu precisava ser estratégica. Chegamos ao final do corredor. Henry parou, me olhando com um sorriso forçado, tentando suavizar a situação, mas para mim já estava claro. — Vou ficar com os meninos no intervalo, ok? — Ele diz, se afastando, sem olhar para trás. Aquelas palavras caíram como um golpe no meu estômago. Um tapa silencioso, mas doloroso. Eu o observei se afastar, uma mistura de frustração e raiva consumindo meu peito. Isabella não tinha a menor ideia de que acabara de virar o centro de tudo. A menina que, sem nem tentar, havia colocado meu mundo de cabeça para baixo. Fui até o meu armário, me forçando a respirar fundo, a não explodir ali mesmo. Talvez eu fosse a vilã, mas… você no meu lugar faria diferente? Fiquei ali, encostada, sentindo o coração bater rápido demais. A raiva fervia dentro de mim, mas eu sabia que não podia deixar isso transparecer. Não agora. Eu precisava ser inteligente. Preciso de uma estratégia. Quando o sinal tocou, todos começaram a se dispersar para o intervalo, mas eu ainda estava no meu lugar, os olhos fixos no corredor. E então, lá estava ele. O estúpido Henry, conversando com Isabella. Conversando de um jeito que nunca fizera comigo. O que eles estavam dizendo? Como uma amizade repentina poderia surgir assim, do nada? Eu não podia mais ignorar. Eles estavam se divertindo juntos, rindo das piadas dela, e eu não estava mais no centro da sua atenção. Como se eu fosse só mais uma na multidão, enquanto ela… ela era tudo. Mas eu sabia o que fazer. Eu sempre soube como controlar as coisas. Eu sou a vilã, sim, mas as vilãs nunca perdem. Nunca. E se Isabella queria tomar o que era meu, eu não deixaria. Decidi ser direta. No intervalo seguinte, fui até a cantina, o meu lugar habitual. Quando entrei, Isabella estava sentada sozinha, mexendo no celular, parecendo alheia ao mundo ao seu redor. Era a minha chance. Me aproximei lentamente, com um sorriso que eu sabia ser sedutor, mas também carregado de ironia. Era como se eu estivesse prestes a brincar com ela, a tirar o equilíbrio dela. — Olá, Isabella, não é? — Falei, minha voz suave, mas cheia de malícia. Ela levantou os olhos do celular, surpresa, mas logo esboçou um sorriso tímido. — Ah, você deve ser a vilã. — Ela disse, como se fosse um fato. — Eu sou tudo o que você achar que sou. — Respondi, com um tom quase brincalhão, mas o olhar em meus olhos não era nada amistoso. “Só espero que esteja gostando da nossa escola… Não é fácil ser uma novata, não é?” Ela deu de ombros, parecendo não entender exatamente o que eu queria dizer, o que só aumentou meu prazer. Sabia que estava começando a lançar a dúvida. A semente de desconforto. Mas, claro, não faria isso de forma óbvia. Não ainda. — Tenho certeza que você já deve ter feito muitos amigos por aqui. — Continuei, a voz doce, mas com um olhar penetrante. “Henry, por exemplo, é… bem, ele é um bom amigo.” Isabella olhou para o lado, um rubor sutil colorindo suas bochechas, mas ela não disse nada. O impacto estava feito. Ela sabia que não era só mais uma garota tentando impressioná-la. Eu tinha controle, e isso ficaria claro para ela em breve. — Enfim, se precisar de algo, estou por aqui. A propósito, você está vestindo uma camisa muito… interessante. Não é comum por aqui, sabia? Um pouco ousada para uma novata. — Falei, notando a camisa dela. Ela tentava se destacar, e aquilo era algo que eu poderia usar contra ela. Algo que me dava vantagem. — Até uma dica de moda, bye bye Agora, só restava esperar.“Se você acha que pode me derrubar tão facilmente, mal sabe que já sou feita de pedras.” O dia seguinte não foi mais fácil; na verdade, as coisas só pioraram. Isabella, com seu jeitinho de novata deslocada, já estava completamente entrosada com todos. Mas, claro, ela ainda não sabia o que estava fazendo. Não, não ainda. Na sala de aula, o nome dela ressoava pelos corredores, em sussurros curiosos: “Isabella, Isabella, Isabella.” Como se fosse a grande novidade, a estrela da temporada, aquela que todos queriam ser amigos. E Henry? Bem, ele estava no centro disso tudo, rindo das suas próprias piadas e falando de assuntos que, sinceramente, não faziam sentido algum para mim. Me recostei na cadeira, tentando esconder o desconforto que tomava conta de mim ao ver como ele olhava para ela. Mas uma coisa era clara: ele ainda não tinha noção do jogo que estava começando. Ele não sabia, mas eu já estava um passo à frente. E eu sabia muito bem o que estava em jogo. No intervalo, Henry
Meu mundo virou de cabeça para baixo. Aqui estou eu, deitada na minha cama, no final da tarde de uma sexta-feira, que normalmente seria passada com as minhas amigas no shopping. Mas não, elas estão todas hipnotizadas por Isabella, até minhas amizades foram roubadas por essa vagabunda. Ela chegou e arrasou tudo. A cada dia que passa, a raiva cresce mais dentro de mim, e o ódio por ela se espalha como um veneno que eu não consigo tirar de dentro de mim. — Como eu odeio essa Isabella. — Murmuro, deixando o ódio tomar conta de cada palavra. — Lilith, vem aqui! — A voz da minha mãe me chama lá de baixo. Eu fecho os olhos, respiro fundo e tento não explodir. Não quero que ela perceba o quanto estou prestes a perder o controle. Levanto da cama e desço as escadas com uma sensação de irritação crescente, minha cabeça cheia de pensamentos tumultuados. Quando entro na sala, lá está ela. Isabella, com aquele sorriso angelical e um olhar cheio de falsa doçura. Ela está sentada com minha mã
O som dos meus passos ecoava no corredor, mas minha mente estava distante. As palavras de minha mãe, os olhares de Isabella e a maneira como as pessoas começaram a tratá-la como se ela fosse a dona da escola… tudo isso estava martelando na minha cabeça. Mas o pior de tudo não era ela. Não. O pior era ver minhas “amigas” se afastando de mim, como se eu fosse a vilã dessa história. Quando entrei na sala de aula, todas as cabeças viraram para me observar, mas não foi por causa de mim. Eu vi as risadinhas disfarçadas, os cochichos baixos. Eu sabia que estavam falando de mim. De novo. E eu só queria gritar, mas sabia que não adiantaria. Nenhuma delas entenderia. Elas estavam completamente cegas por Isabella. O pior aconteceu durante o intervalo. Estava com a Raíssa e a Jessica, as únicas duas amigas que restaram. Ou pelo menos, eu achava que eram minhas amigas. — Lilith, precisamos conversar sobre Isabella. — Raíssa começou, com um olhar sério, que mais parecia um aviso. Ela pareci
Eu não sabia mais o que pensar. A cada dia, as coisas pareciam piorar. Eu estava sendo deixada de lado por todos, até por Henry. Eu tentava ignorar, dizer a mim mesma que ele ainda se importava, que ele era meu e que nada nem ninguém iria me tirar dele. “Mas quando a realidade bate, não tem como esconder a dor.” Era uma tarde comum, e a escola estava em clima de fim de semestre. Eu estava caminhando pelos corredores, tentando manter a calma, quando o vi. Henry estava ali, com Isabella. Mas não era um simples encontro. Não era uma conversa casual. Eles estavam trocando olhares íntimos, sorrisos que eu conhecia tão bem, aqueles que ele só usava comigo. Eu parei, meu coração batendo forte no peito. Tentei me convencer de que era apenas minha imaginação. Mas não era. A cena que se desenrolava diante de mim era real, e eu estava vendo tudo. Henry tocou o rosto de Isabella com uma ternura que só eu conhecia, e ela sorriu, um sorriso que parecia cheio de segundas intenções. Eles esta
A dor não veio de imediato. Primeiro, houve o choque, a negação. Eu não podia acreditar no que acabara de ver. Era como se meu cérebro estivesse tentando processar tudo, tentando entender a realidade nua e crua que estava à minha frente. Mas, conforme os minutos passaram, a dor começou a crescer. Não era só a dor de ter sido traída, mas a sensação de ser invisível, desimportante, substituível. — Cada dia que passa eu odeio, mais essa Isabella. Eu andei sem destino, sem saber para onde ir, apenas deixando minhas pernas me guiarem. As ruas estavam silenciosas, mas dentro de mim, uma tempestade se formava, uma raiva que queimava, uma tristeza que afundava mais e mais em meu peito. Não sabia como lidar com tudo o que estava acontecendo, como lidar com a sensação de perda. Cheguei em casa mais tarde, e a última coisa que eu queria era ver minha mãe, mas ela estava ali, sentada na sala, esperando para me perguntar sobre meu dia. Eu não podia dizer a ela a verdade. Não queria que el
O relógio parecia não andar. Eu estava sentada na beira da cama, olhando fixamente para o vazio. O que fazer agora? A dor da traição ainda estava fresca, mas algo dentro de mim começou a mudar. Eu não seria mais a vítima. Eu não queria mais ser a frágil Lilith que todos poderiam pisar. Eu queria ser a força, queria ser a que controla o jogo, a que manipula tudo a seu favor. — Pelo amor, eu era a rainha da escola, eu posso ter o controle de volta. A raiva fervia dentro de mim como um fogo, queimando tudo o que estava ao meu redor, até minha própria sanidade. Eu tinha uma sensação de poder que nunca havia experimentado antes. Eu sabia que precisava dar um passo à frente e começar a agir. Henry e Isabella pensaram que eu fosse fraca, que eu fosse cair e me render. Mas eles estavam enganados. Eles não sabiam com quem estavam lidando. Comecei a pensar em como faria com que todos pagassem. Henry, Isabella, até minhas “amigas” que haviam me abandonado tão facilmente. Não seria apena
A escola estava mais silenciosa do que o normal naquele dia. Talvez fosse o peso daquilo que estava por vir, ou o fato de que, mesmo com a minha vingança em andamento, algo ainda estava faltando. Eu estava em um dos meus momentos mais solitários, sem mais o desejo de me aproximar de Henry, sem mais querer me envolver com as meninas que me traíram. Tudo o que eu queria agora era observar e entender. Foi então que ele apareceu. Era um daqueles típicos “novatos”, com o rosto um pouco perdido e um jeito de quem ainda não sabia ao certo onde estava. Eu estava de costas, mas quando o vi pela primeira vez, uma sensação estranha tomou conta de mim. Não sabia o que era, mas algo nele me atraía. Olhei mais de perto e… sim, ali estava ele, Ethan. Eu não conseguia acreditar. Ele era o mesmo que estava na foto com Isabella. O que ele estava fazendo aqui? Meu coração bateu mais rápido. Eu sabia que havia algo errado. Eu o reconheci. Ele estava lá, ao lado de Isabella, na foto que ela tinh
Na semana seguinte, Ethan estava em todos os lugares. Eu o via em corredores, na cantina, até mesmo em minhas aulas, como se ele estivesse se insinuando no meu espaço, tentando encontrar uma brecha. O que ele queria? Ele estava tentando se aproximar de mim ou apenas observando? Às vezes, parecia que ele não conseguia tirar os olhos de mim, e isso me incomodava. O que me deixava ainda mais irritada era o fato de que ninguém mais parecia notar isso. As meninas estavam tão obcecadas com Isabella que sequer se davam conta do comportamento de Ethan. Ele estava jogando um jogo, e parecia que eu estava sendo forçada a participar dele, mesmo sem querer. — Não basta Isabella, ele também? Um dia, durante o intervalo, vi Ethan sentado sozinho na esquina do pátio, mexendo no celular. Ele parecia perdido em seus próprios pensamentos, com os fones de ouvido quase visíveis. Foi o momento perfeito. Não queria parecer desesperada, mas o que ele sabia? O que ele estava escondendo? Decidi me ap