Meu mundo virou de cabeça para baixo. Aqui estou eu, deitada na minha cama, no final da tarde de uma sexta-feira, que normalmente seria passada com as minhas amigas no shopping. Mas não, elas estão todas hipnotizadas por Isabella, até minhas amizades foram roubadas por essa vagabunda. Ela chegou e arrasou tudo. A cada dia que passa, a raiva cresce mais dentro de mim, e o ódio por ela se espalha como um veneno que eu não consigo tirar de dentro de mim. — Como eu odeio essa Isabella. — Murmuro, deixando o ódio tomar conta de cada palavra. — Lilith, vem aqui! — A voz da minha mãe me chama lá de baixo. Eu fecho os olhos, respiro fundo e tento não explodir. Não quero que ela perceba o quanto estou prestes a perder o controle. Levanto da cama e desço as escadas com uma sensação de irritação crescente, minha cabeça cheia de pensamentos tumultuados. Quando entro na sala, lá está ela. Isabella, com aquele sorriso angelical e um olhar cheio de falsa doçura. Ela está sentada com minha mã
O som dos meus passos ecoava no corredor, mas minha mente estava distante. As palavras de minha mãe, os olhares de Isabella e a maneira como as pessoas começaram a tratá-la como se ela fosse a dona da escola… tudo isso estava martelando na minha cabeça. Mas o pior de tudo não era ela. Não. O pior era ver minhas “amigas” se afastando de mim, como se eu fosse a vilã dessa história. Quando entrei na sala de aula, todas as cabeças viraram para me observar, mas não foi por causa de mim. Eu vi as risadinhas disfarçadas, os cochichos baixos. Eu sabia que estavam falando de mim. De novo. E eu só queria gritar, mas sabia que não adiantaria. Nenhuma delas entenderia. Elas estavam completamente cegas por Isabella. O pior aconteceu durante o intervalo. Estava com a Raíssa e a Jessica, as únicas duas amigas que restaram. Ou pelo menos, eu achava que eram minhas amigas. — Lilith, precisamos conversar sobre Isabella. — Raíssa começou, com um olhar sério, que mais parecia um aviso. Ela pareci
Eu não sabia mais o que pensar. A cada dia, as coisas pareciam piorar. Eu estava sendo deixada de lado por todos, até por Henry. Eu tentava ignorar, dizer a mim mesma que ele ainda se importava, que ele era meu e que nada nem ninguém iria me tirar dele. “Mas quando a realidade bate, não tem como esconder a dor.” Era uma tarde comum, e a escola estava em clima de fim de semestre. Eu estava caminhando pelos corredores, tentando manter a calma, quando o vi. Henry estava ali, com Isabella. Mas não era um simples encontro. Não era uma conversa casual. Eles estavam trocando olhares íntimos, sorrisos que eu conhecia tão bem, aqueles que ele só usava comigo. Eu parei, meu coração batendo forte no peito. Tentei me convencer de que era apenas minha imaginação. Mas não era. A cena que se desenrolava diante de mim era real, e eu estava vendo tudo. Henry tocou o rosto de Isabella com uma ternura que só eu conhecia, e ela sorriu, um sorriso que parecia cheio de segundas intenções. Eles esta
A dor não veio de imediato. Primeiro, houve o choque, a negação. Eu não podia acreditar no que acabara de ver. Era como se meu cérebro estivesse tentando processar tudo, tentando entender a realidade nua e crua que estava à minha frente. Mas, conforme os minutos passaram, a dor começou a crescer. Não era só a dor de ter sido traída, mas a sensação de ser invisível, desimportante, substituível. — Cada dia que passa eu odeio, mais essa Isabella. Eu andei sem destino, sem saber para onde ir, apenas deixando minhas pernas me guiarem. As ruas estavam silenciosas, mas dentro de mim, uma tempestade se formava, uma raiva que queimava, uma tristeza que afundava mais e mais em meu peito. Não sabia como lidar com tudo o que estava acontecendo, como lidar com a sensação de perda. Cheguei em casa mais tarde, e a última coisa que eu queria era ver minha mãe, mas ela estava ali, sentada na sala, esperando para me perguntar sobre meu dia. Eu não podia dizer a ela a verdade. Não queria que el
O relógio parecia não andar. Eu estava sentada na beira da cama, olhando fixamente para o vazio. O que fazer agora? A dor da traição ainda estava fresca, mas algo dentro de mim começou a mudar. Eu não seria mais a vítima. Eu não queria mais ser a frágil Lilith que todos poderiam pisar. Eu queria ser a força, queria ser a que controla o jogo, a que manipula tudo a seu favor. — Pelo amor, eu era a rainha da escola, eu posso ter o controle de volta. A raiva fervia dentro de mim como um fogo, queimando tudo o que estava ao meu redor, até minha própria sanidade. Eu tinha uma sensação de poder que nunca havia experimentado antes. Eu sabia que precisava dar um passo à frente e começar a agir. Henry e Isabella pensaram que eu fosse fraca, que eu fosse cair e me render. Mas eles estavam enganados. Eles não sabiam com quem estavam lidando. Comecei a pensar em como faria com que todos pagassem. Henry, Isabella, até minhas “amigas” que haviam me abandonado tão facilmente. Não seria apena
A escola estava mais silenciosa do que o normal naquele dia. Talvez fosse o peso daquilo que estava por vir, ou o fato de que, mesmo com a minha vingança em andamento, algo ainda estava faltando. Eu estava em um dos meus momentos mais solitários, sem mais o desejo de me aproximar de Henry, sem mais querer me envolver com as meninas que me traíram. Tudo o que eu queria agora era observar e entender. Foi então que ele apareceu. Era um daqueles típicos “novatos”, com o rosto um pouco perdido e um jeito de quem ainda não sabia ao certo onde estava. Eu estava de costas, mas quando o vi pela primeira vez, uma sensação estranha tomou conta de mim. Não sabia o que era, mas algo nele me atraía. Olhei mais de perto e… sim, ali estava ele, Ethan. Eu não conseguia acreditar. Ele era o mesmo que estava na foto com Isabella. O que ele estava fazendo aqui? Meu coração bateu mais rápido. Eu sabia que havia algo errado. Eu o reconheci. Ele estava lá, ao lado de Isabella, na foto que ela tinh
Na semana seguinte, Ethan estava em todos os lugares. Eu o via em corredores, na cantina, até mesmo em minhas aulas, como se ele estivesse se insinuando no meu espaço, tentando encontrar uma brecha. O que ele queria? Ele estava tentando se aproximar de mim ou apenas observando? Às vezes, parecia que ele não conseguia tirar os olhos de mim, e isso me incomodava. O que me deixava ainda mais irritada era o fato de que ninguém mais parecia notar isso. As meninas estavam tão obcecadas com Isabella que sequer se davam conta do comportamento de Ethan. Ele estava jogando um jogo, e parecia que eu estava sendo forçada a participar dele, mesmo sem querer. — Não basta Isabella, ele também? Um dia, durante o intervalo, vi Ethan sentado sozinho na esquina do pátio, mexendo no celular. Ele parecia perdido em seus próprios pensamentos, com os fones de ouvido quase visíveis. Foi o momento perfeito. Não queria parecer desesperada, mas o que ele sabia? O que ele estava escondendo? Decidi me ap
Eu não aguentei. Levantei rapidamente e comecei a caminhar atrás dele, sem pensar em mais nada, apenas no que ele tinha dito. Ele não ia sair por aí, me provocando com palavras vazias e simplesmente sumir. Não sem que eu tivesse uma explicação. Ethan andava sem pressa, como se estivesse esperando que eu o seguisse. Ele não se virou para olhar para trás, mas sentiu minha presença. Eu sabia disso, era óbvio no jeito que ele andava, com o corpo inclinado ligeiramente para frente, como se soubesse que eu não iria desistir. E eu não ia. — Você falou que estou jogando o jogo errado, então como seria o jogo certo? — Perguntei, finalmente alcançando-o. Ele parou por um momento e então se virou, com aquele sorriso de quem já tinha antecipado minha reação. Seus olhos brilharam, uma mistura de diversão e, talvez, de um desafio que ele estava preparado para me lançar. Ele estava me atraindo para algo, eu podia sentir isso. — O jogo certo, Lilith… — Ele disse, dando uma leve pa