Capítulo 3

Aproveitando para apressar as coisas, Halim convidou Mustafa e a família para jantarem oficializando tudo, era praticamente o noivado e os noivos nem sabiam muito bem como as coisas seriam.

Inaya não tinha muitas roupas bonitas adequadas, sua futura cunhada quem lhe deu o vestido, mandou entregar, com sapatos novos, Baya se deslumbrava ao ver a " sorte " da irmã, Inaya adorava maquiagem, mas não sabia se maquiar muito bem e seu pai implicava também.

Ao ficar pronta, ela colocou os sapatos, era um scarpin de bico fino, que até era seu número, mas ficou apertado, mal dava para andar e ela não tinha outro calçado que combinasse.

Mounir saiu sem avisar, queria conversar com o primo, e não o encontrou, quando seu tio sentiu sua falta, começou ligar várias vezes, Mounir estava voltando, ignorou as chamadas, quando chegou levou xingo, os convidados já tinham chegado, e estavam fazendo comentários maldosos sobre a noiva.

Halim o mandou ir se arrumar, para receber a noiva, entregar os presentes, todos estavam na sala, tinham até músicos e uma dançarina de dança do ventre.

Inaya estava nervosa envergonhada, com dores nos pés, assim que chegaram, ela já sentiu a falta do noivo, ficou com medo de ser rejeitada, pediu para ir ao banheiro, retocar a maquiagem, Jamila a acompanhou dizendo que estava muito simples de fato, disse que ia lhe ensinar tudo, para agradar o marido, porque as mães, nunca ensinavam.

Quando estavam indo, Jamila foi chamada por um de seus filhos chorando, elas se afastou, disse que ia ver e já voltava, Inaya ficou parada perto de uma varanda, no corredor da mansão, tirou os sapatos, começou resmungar reclamando sozinha, estava odiando o vestido.

Mounir saiu do quarto dando o nó na gravata, quando a viu olhando dentro dos sapatos, se aproximou rindo curioso por trás e a cutucou nas costelas com brincadeira

- Te achei. O que está fazendo?

Ela levou um susto tão grande, que soltou os sapatos e tentando evitar a proximidade, derrubou um pé pela sacada, se debruçou desesperada

- Laaaa! Por Alá, olha o que você fez.

O sapato caiu em um jardim, ele também se debruçou rindo muito

‐ Eu não, você.

- Porque estava olhando dentro do sapato?

- Ou estava cheirando?

Ela foi ficando emotiva, nervosa

- Estavam me machucando, meus pés estão feridos.

- O que vou fazer?

- Meu pai vai me sacrificar como um carneiro.

Foi abaixando para sentar no chão

- Que sorte triste a minha.

Ele a segurou impedindo

- O que vamos fazer, não está sozinha.

- Se acalme.

Ela o afastou sutilmente

- Não se aproxime desse jeito, nem devíamos estar a sós aqui.

- Saia daqui, eu vou ter problemas.

Jamila estava voltando, ouvindo vozes, a chamou de longe

- Inaya? Vamos?

Ela saiu as pressas da varanda

- Oi, que bom que já voltou.

- Encontrei o Mounir, fiquei com medo, porque não podemos ficarmos sozinhos.

- Gosto de seguir os costumes e não quero prejudicar o nosso casamento!

- Sem querer derrubei o meu sapato, desculpa.

Ele estava rindo a achando muito bobinha, disse que ia descer para pegar, Jamila disse que ela estava certa, a levou para dentro de seu quarto, começou falar como era quando se casou, perguntou se a mãe dela, havia ensinado como ser boa esposa.

Inaya falou toda sem jeito que sim e confessou sonhar com um bom casamento, um marido que a amasse, para terem muitos filhos, viverem em harmonia.

Jamila disse que ia ensiná-la muitas coisas, perguntou se era virg em, pediu para não mentir, porque o marido saberia quando fossem dormir juntos e já falou que podia ajudar a fingir que era, ficando mais apertada, Inaya teve certeza que estava sendo testada, morrendo de medo, garantiu que era.

Ela não entendia nada de sex o, Jamila começou fazer a maquiagem dela, explicando como deveria se preparar sempre, para dormir com o marido, estar com os cabelos limpos, cheirosos com óleo de argan mirra e canela, também usar óleo corporal afrodisíaco, estar bem depilada com o corpo todo liso, sempre usando camisolas sensuais, calcinhas pequenas, de rendas, porque para o marido, podia tudo.

Jamila quem ia ajudar ela, com o enxoval feito no Brasil após se casarem, as lingeries das núpcias, ela já tinha comprado, falou até do kamasutra, disse que conseguiu engravidar sempre que quis e ia ensinar ela fazer o mesmo, para terem logo um filho, porque Halim ia ficar muito feliz, quando ela engravidasse.

Ela estava sendo um pouco manipulada coagida, mas no fundo começou a querer se casar com ele, achou ele muito gentil, de boa família, deduziu que a vida seria mais fácil, do que com um marido mais fiel a doutrina da religião e tão mais velho.

Mounir pegou o sapato dela e levou para o quarto, Jamila o atendeu na porta, ele olhou Inaya espiando pela fresta

- Estão machucando os pés da minha linda noiva.

- Por favor, encontre outros sapatos.

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