Ele começou a olhar o cardápio, por se sentir constrangido de lhe fazer uma proposta tão " indecente "
- Não temos tempo pra pensar! - Isso é muito sério. - Porque o casamento vai acontecer. - Só quero ser honesto com você antes. - E se contar a alguém, sobre a minha proposta, vou dizer que é mentira. - Ninguém vai querer se casar com você, caso eu desfaça tudo. - Sua família vai ser humilhada, de novo. - Pensa bem Inaya. Ela ficou nitidamente chateada, se sentindo coagida - Não é justo isso! - Vocês são todos iguais, ardilosos. Ele chamou a atendente, sério - Você prefere um noivo velho? - Que vai te m altratar? Te obrigar a ter muitos filhos? - Você é muito bonita, mas não é alguém com quem eu ficaria. - Isso é um favor maior pra você, do que para mim. - Só temos que esperar um ano, depois te dou o divórcio e estaremos livres. - Sua irmã já vai estar casada, com filhos. Ele fez mais um pedido, ela ficou visivelmente triste - Não quero me casar com você. - Que sorte triste a minha. Ele disse que também não queria, novamente perguntou se ela aceitava o acordo, ela disse que sim, se levantou e puxou a irmã pelo braço, nem deu tchau e o deixou sozinho lá. Seu tio Halim estava atrás dele, ligando várias vezes, para irem resolver as pendências do casamento, ele foi pensando no futuro, porque queria honrar sua família e compromissos, achava que a noiva ia ser fácil de lidar, moldar, manipular, pela idade e criação. No mesmo dia ele mandou um presente para Inaya, pulseiras de ouro com pedras de Rubis, ela abriu o embrulho chorando, disse que não gostou e nem queria mais casar, foi falar com a mãe, soube que a irmã estava recebendo propostas, desde o noivado com Mounir, ouvindo sermões da família, foi coagida a se casar logo. Inaya só concordou com tudo, não escolheu nada, nem o vestido, ou o penteado, quem ajudou com tudo e escolheu até roupas de dança do ventre foi a Jamila futura cunhada dela. No dia do casamento, as mulheres das duas famílias, fizeram todos os preparativos com a noiva, a depilando, dando longos banhos com pétalas de rosas, arrumando o cabelo e a maquiagem, passaram desenhos de henna nas mãos e pés, tinha música, parecia uma festa, Baya estava eufórica, sonhando com tudo, imaginando como seria seu noivado. Os noivos não se viram por dias, nem conversaram por mensagens ou ligações, Mounir tinha ido viajar ali por perto mesmo, no fim de semana do casamento, Inaya foi se hospedar em um hotéis da família dele, o melhor do Egito, reflexiva ela estava pensando que daria um jeito de fazer o casamento dar certo, mas um dia antes, começou achar que tinha algo errado acontecendo. Sua família toda se hospedou lá sem pagar nada, quando o casamento de fato foi acontecer, Mounir a viu pronta, no hall do hotel, sorriu espontaneamente, disse que estava Zwina, a ajudou se locomover com um vestido enorme, todo bordado a mão, demonstrou muita boa vontade e gentileza, saiu sorrindo nas fotos, perguntou mais de uma vez, se estava tudo bem, ela disse que sim. Quando os convidados foram cumprimentar os dois, o primo dele se aproximou com a esposa, desejando felicidades, bênçãos, a esposa dele falou que tinham sido muito abençoados, com um filho e queria ver os dois sendo também. Ambos foram indelicados, querendo se exibir por causa de Inaya ter sido noiva dele também, ela agradeceu educadamente, ficou séria com o pensamento distante, Mounir percebeu e não gostou. Não fez nenhum comentário no momento, ambos só queriam que tudo acabasse logo, foi uma festa muito luxuosa, mas só para a família e amigos próximos, mais de cem convidados. Pouco antes da festa acabar, Mounir foi ao banheiro, seu primo foi atrás, como quem não queria nada, deu a entender que para ajudá-lo, precisava contar uma coisa, Mounir perguntou o que era, Rashid falou enquanto lavava as mãos - Não espere muito da sua noite de núpcias. - Sua esposa e eu, tivemos um breve relacionamento, você sabe disso. - Ela se deu a liberdades, demais. - Me levando a cometer um haram muito grande. - Não pude te alertar antes, sobre ela ser uma espetaculosa. Mounir foi saindo se mantendo indiferente, ainda que em chamas por dentro - Não se preocupe primo, sou um homem de princípios. - Esqueça da minha esposa e da nossa vida. - Nada disso, é da sua conta. Mounir voltou para a festa, sem conseguir olhar para Inaya, se sentiu traído, desrespeitado, quando a festa acabou, foram para o melhor quarto do hotel, preparado especialmente para eles, era um cenário dos sonhos, a suíte luxuosa exalava romance e opulência em cada detalhe. O vasto espaço decorado com tecidos finos vermelhos e amarelos, trazia conforto, os móveis elegantes estavam com incensos afrodisíacos, enquanto as janelas panorâmicas ofereciam uma vista deslumbrante da piscina e um jardim. Tinham velas perfumadas decorando tudo emanando uma fragrância suave de canela e mirra, criando um ambiente sensual e encantador. A cama king-size, coberta com lençóis de seda egípcia dourados, com muitas pétalas de rosas vermelhas em cima, ao lado, duas taças de cristal e uma jarra de suco. No banheiro de mármore, a banheira de hidromassagem estava preparada com sais de banho aromáticos de cereja e ameixa negra, pronta para um momento de relaxamento a dois, foi enchida minutos antes de subirem. Rodeada por obras de arte exóticas e decoração inspirada na história e cultura egípcia, a suíte criava uma atmosfera inesquecível para os noivos começarem sua jornada juntos. Jamila colocou itens personalizados, como toalhas bordadas com as iniciais do casal, roupões, queria garantir que seu irmão tivesse uma noite de núpcias única e memorável, na bancada tinham frutas nobres, castanhas, tábua de queijos, tudo muito bem decorado. Só então puderam conversar, ele a ajudou com o vestido, fechou a porta, foi olhar as comidas se sentindo desconcertado - Deve estar cansada. - Só vamos ficar aqui, essa noite. E depois, vamos para o Brasil, tenho muito trabalho! - Tudo bem se a lua de mel, for depois. Ela foi se aproximando da poltrona, onde estava a mala - Você está arrependido, né? Ele se aproximou, mexendo no celular, conectou nas caixas de som - Não. Você deve estar, eu vi como olhou para o meu primo. Ela estava super nervosa, sem jeito, foi separando o que ia vestir, escondendo dentro do roupão - Não. Isso é passado! - Vou tomar banho e me preparar, para você. Ele não respondeu nada, ficou a olhando sério, imaginando que ela não era virg em, ela estava com muito medo da primeira vez com ele, realmente não era virg em, com as mãos trêmulas suando frio, tomou banho como aprendeu na internet, passou um spray de pedra hume, para ficar mais apertada, nem sabia se era mesmo possível o homem perceber ou não. Ficou de calcinha se olhando no espelho, ainda pensou em forjar o sangue na intimidade, de alguma forma, só de calcinha, saiu enrolada na toalha, parou perto da mala apreensiva - Você vai tomar banho também? - A banheira está cheia. - Preciso terminar de me arrumar, colocar a camisola. Ele tinha pedido uma garrafa de bebida destilada, estava com rai va, bebendo, se levantou, foi desabotoando a camisa - Vou! Entrou no banheiro, no quarto estava tocando música Árabe baixinho, ela ficou olhando séria apreensiva, esperou ficar sozinha e terminou de se arrumar, colocou uma camisola de cetim longa branca, com transparência nos se ios, viu a bebida e achou muito estranho, vê-lo bebendo, já que era proibido. Ele tomou banho rápido, com ra iva dela, ficou imaginando o que iria fazer, para consumar o casamento, saiu do banheiro só de cueca, ela estava sentada na beirada da cama, ficou cabisbaixa olhando as mãos trêmulas - Quer fazer algo tradicional? - Colocaram tudo aqui. - Quer que eu te faça uma massagem? - Não sei muito bem, mas posso dançar.Ele se aproximou apagando as luzes- Não quero nada disso.Ficaram a luz de velas, ela tirou o robe de cetim, foi se deitar, se sentindo constrangida com muito medo- Não quer mesmo a massagem?Ele estava bêbado, foi subindo na cama, pelo outro lado, longe dela- Não! Você é casta?- Já se deitou com alguém antes?Estava se masturb ando, tentando ficar duro, também ansioso, estava descontente, muito nervoso, mesmo a achando bonita, não queria fazer aquilo por fazer e suspeitando que não era a primeira vez dela, a odiou por isso.Ela se virou, ficando de lado, o tocou sutilmente acariciando o braço, costas- Sou. Nunca fiz isso.O beijou no abdômen onde alcançou, mesmo sem ver o rosto dela, ele percebeu que estava nervosa, a acariciou no braço, foi até o decote, sentindo os se ios, ela o beijou sutilmente na boca, ele foi chegando mais perto com o corpo, ele sentiu a calcinha, levou a mão por ci
Arrasada ela começou fazer a maquiagem, para passar uma boa impressão a todos, ele se vestiu, colocou calça e camisa social, fez a barba, arrumou suas coisas também, tudo certinho bem dobrado, começou dobrar as dela, que encontrou pelo quarto, colocou ao lado da mala, bateu na porta do banheiro- Inaya precisamos ir, temos que nos despedir de nossas famílias, para irmos viajar.- Eles acham que teremos uma bela lua de mel.Ela abriu a porta, estava bem maqueada, belíssima, olhos esfumados dourado com preto, delineado fininho preto, bastante máscara de cílios, batom cor de boca, pelo bem preparada iluminada, o olhou apreensiva- O que vai fazer comigo?Ele entrou no banheiro, para pegar sua necesseire- Nada! Esse casamento não vai existir.- Não entre nós.- Será falso, não quero uma esposa como você, estragada, sujja.Ela ficou o olhando pelo reflexo do espelho- Obrigada, eu juro por Alá, que
Quando chegaram no hotel luxuoso, ela percebeu o quanto seu marido devia ser rico, ao entrarem, ela ficou deslumbrada com o esplendor que a cercava.O saguão principal era grandioso, com um lustre de cristal cintilante pendurado no teto alto, refletindo a luz suavemente pelo ambiente, tinham pilares de mármore branco com detalhes dourados ladeavam o caminho até a recepção, onde funcionários impecavelmente vestidos aguardavam com sorrisos acolhedores.O chão feito de mármore polido, parecia um espelho, refletindo as elegantes obras de arte expostas nas paredes, tinham grandes arranjos de flores da época, coloridas, expostos em vasos de cristal, exalavam um aroma suave e agradável, completando a sensação de aconchego e sofisticação.As poltronas de veludo e sofás luxuosos estavam espalhados pelo hall, proporcionando um ambiente confortável e convidativo para os hóspedes relaxarem e apreciarem a beleza ao seu redor.O espaço era iluminado por uma com
Mounir foi fechar as portas da varanda bravo‐ Todos sabem que a minha palavra vale por um escrito.- Sou um bom homem, já você. - Quero que me trate com respeito, ou será punida. - Precisa aprender, qual é o seu lugar.- Vou ter outra esposa, você queira ou não.Pegou a mala e colocou na cama, quando voltou para onde estavam, a procurando, só então percebeu que ela tinha saído do quarto, Inaya já estava saindo do hotel, agiu no impulso com medo, começou correr sem saber para onde iria, pediu informação procurando uma farmácia. Entrou em uma rua que tinham muitas lojas, ficou enrolando até encontrar um sinal de Wi-Fi, pegou a localização de uma farmácia, achou até estranho Mounir não estar ligando pra ela. Foi comprar um teste ótimo, um pouco caro e em outra nota, um remédio para dor de cabeça, pensou que ia usar de desculpa, se tivesse coragem de voltar, tudo ia depender do resultado do teste.Com
Inaya ficou olhando com julgamento, frustrada e triste — Por Alá, vai me sacrificar igual a um carneiro?— Até quando vai pisar em mim, me fazendo de tapete?Começou jogar todas as suas roupas no chão do quarto, completamente descontrolada — Quero que Alá me leve.Se aproximou dele alterada, sendo muito desrespeitosa — Alá não vai dar desconto a ninguém, no dia do juízo final.— Quando a minha língua, testemunhar contra mim, contando um único erro meu.— A sua vai listar um monte de haram seu.— Eu te repúdio, eu te repúdio.Ele se levantou muito irritado, quase partindo para cima dela— Não vai querer se divorciar. Fale baixo!— Perdeu o juízo?— Sua serpente. Fez menção em lhe dar um tapa, enquanto ela o xingava, acusando de ser um mal caráter, mentiroso, manipulador, ela correu para o banheiro, ficou chorando pensando em se ma tar, para ninguém descobrir a gravidez, tomou banho, ficou com medo dele, abriu só uma fresta na porta para espiar, achou que estava sozinha, Mounir esta
Mounir correu para ajudar, ainda bravo— Por Alá deve tomar cuidado, você é muito tola Inaya.A ajudou sentar no penúltimo degrau — Porque saiu correndo feito uma m.aluca?— Tudo bem? Se machucou?Ela estava chorando nervosa assustada, balançou a cabeça que não — Perdão meu marido, eu vou limpar tudo.— Eu sempre faço tudo errado.Se levantou atordoada quase caindo, foi desfalecendo e desmaiou, ele a segurou, pegou no colo, a carregou até o quarto, colocou na cama e sentou próximo, dando batidinhas no rosto— Acorde, Inaya?— Alá o que eu fiz para merecer uma sorte triste assim?— Mounir tem sido um bom homem, honesto, íntegro, tento seguir o livro sagrado.Deu uma chacoalhada nela– Acorde logo.— Machucou? Ela foi despertando muito envergonhada — Não foi nada. Se sentou gemen.do de dores pelo corpo— Você me assustou. — Talvez seja melhor, me devolver, podemos nos divorciar aqui.Ficou emotiva escondendo o rosto— E eu volto sozinha pro Cairo, nem precisa me levar.— Não quero
Ela não recuou, foi se afastando o xingando igualmente, os dois praguejando um ao outro, ele mesmo bravo foi indo junto, ficou extremamente decepcionado, se sentindo humilhado pela notícia da gravidez, só conseguia odiar ela, por tê-lo colocado naquela situação. Inaya foi até a recepção, ele se manteve próximo, perguntou a balconista se podia entrar junto, disseram que não, ela foi atendida pela triagem e encaminhada para o clínico geral, entrou sozinha nervosa, foi examinada e medicada, enquanto tomava soro, pensava que estava perdida, não sabia o que fazer e no fundo, quis realmente perder o bebê.Ela demorou algumas horas lá dentro, nem chegaram a fazer ultrassom, ou pedir exame de sangue, pediram para retornar caso o sangramento continuasse ou aguardar duas semanas e ir a um médico especialista, porque eles não podiam dar a assistência necessária e nem constatar o aborto. Inaya estava sem o celular, porque esqueceu em casa, quando saiu logo viu Mounir sentado na sala de espera,
Ela o olhou séria pensativa — Obrigada, ainda estou com cólicas. – Não sei como funciona, não me lembro muito bem.— Do que me falaram lá.— Você contou para alguém?Ele estava tirando as compras das sacolas, a olhou sério com julgamento — La! Tenho muita vergonha.— Todos vão saber o que você fez.Deixou os doces em cima da pia próximos a ela, começou arrumar o jantar na mesa, de costas para ela— Vou comprar as passagens, antes do meu tio voltar, daqui alguns dias. — A sua família vai te punir como quiser.— Nem sei se seguem o livro sagrado. — Tenho a sensação que vocês só sabem mentir. — A minha família, não precisa saber de nada, até o divórcio estar feito.— E você ser devolvida!— Você tem me feito cometer um haram maior que o seu, escondendo o seu mal feito. — Que Alá me perdoe.— Meu primo ainda tentou me alertar.Ela se aproximou olhando a mesa, emotiva — Esquece o Rashid, ele me enganou, disse que ia se casar e ajudar a minha família.— Falaram no hospital, que eu p