Mounir estava em coma induzido, com costelas fraturadas, traumatismo craniano, Inaya só ficou ouvindo todos conversarem, ao saber que ele corria risco de vida, desmaiou no hospital, estava bastante fraca sem se alimentar bem a dias. Foi amparada por familiares dele, quando a família dela soube, receberam o convite para viajarem para o Brasil juntos, Halim tio de Mounir, pagou por tudo.Pelo celular a mãe e a irmã de Inaya, ficaram mais próximas dela, enquanto não chegavam, ela não saiu do hospital um único dia, se sentindo extremamente culpada, rezou e chorou bastante, pedindo saúde para o marido, até falou que preferia morrer, do que vê-lo partir, porque ele era um bom homem, diferente dela, que se perdeu.Sem pensar em nada muito bem, ela deu as chaves da casa para os familiares dele, irem pegar suas roupas, viram a mala dela e ficou nítido que estavam dormindo em quartos separados, contaram tudo o que viram para a irmã dele.Jamila viajou nervosa, querendo saber porque o irmão lig
A mãe de Inaya continuou contra ela, dizendo coisas que a deixaram muito triste, arrependida de ter pedido ajuda, mesmo estando na mesma casa, as duas começaram ignorar ela, durante o dia todo só se falaram entre si, Inaya ficou sentada na sala, de canto chateada, não comeu nada o dia todo e sua irmã disse que ela estava fazendo drama, pois na hora de ser egoísta esquecendo da família, ela não pensou.Quando anoiteceu elas foram para a casa de Halim, ele convidou Inaya para ir jantar lá também, no caminho a mãe dela disse que ninguém poderia saber daquilo, ou elas estariam arruinadas.Assim que entraram, as duas foram disfarçando, ficando mais próximas de Inaya, ela já não conseguiu fingir nada muito bem, estava pálida, abatida, com os olhos vermelhos de tanto chorar. Halim chegou depois delas, quando foi cumprimentar, ficou com dó de Inaya, ela estava respondendo só o básico, com quem conversava, e falou que estava bastante triste, preocupada com o marido. A casa estava cheia e não
Baya foi atrás, sentou na beirada da cama pensativa — Você não sabe fazer nada sozinha.— Vou conseguir um desses teste. Inaya disse que precisava ser exame de sangue, mesmo sendo mais nova, Baya era mais desenrolada, disse que ia dar um jeito, foram dormir pensando em um jeito da mãe ficar longe delas. No dia seguinte Jamila passou lá cedo, chegou entrando como se a casa fosse dela, Inaya estava dormindo ainda, despertou no susto, Jamila começou a mexer no guarda roupa — Yalla! Mounir saiu da UTI, você não queria vê-lo? — Vou pessoalmente te levar. — Coloca uma roupa bonita, passa um blush nesse seu rosto pálido, coloca o ouro que ele te deu.— Por Alá, não esqueça a aliança. Colocou um vestido amarelo e branco em cima da cama, com mangas três quartos, listras grossas, se virou agitada, batendo palmas — Yalla, levanta dessa cama!— Ou não quer ir? É isso?Inaya se levantou desconcertada nervosa — La! Vou me arrumar muito rápido. Correu para o banheiro, Jamila ficou no quart
Ela ficou sorrindo envergonhada, disse que não falava árabe muito bem, ele disse que ia ensinar, a elogiou novamente, os dois começaram rir, enquanto Jamila revirava os olhos atrás, só analisando o comportamento dos dois.Ele perguntou se uma delas, poderia trazer o notebook dele, Jamila começou dar sermão, falando que não ia levar, porque ele precisava descansar, se recuperar e não pensar em mais nada.Enquanto ela falava sobre os familiares, começou fazer comentários em árabe, deixando Inaya desconcertada e deslocada, por não entender nada, ela começou a perceber que a cunhada seria um problema dos grandes. A enfermeira falou que uma delas, poderia ficar de acompanhante, Mounir respondeu de imediato que não, porque preferia um homem, Jamila começou reclamar, dizendo que tinham enfermeiros para dar banho e fazer tudo, que ela, só lhe faria companhia, descartou completamente a possibilidade da própria esposa ficar e ele acabou concordando.Só depois dos dois terem decidido tudo, ele
Jamila, com o olhar curioso e a postura firme, encarou os dois e perguntou diretamente com uma mistura de preocupação e desconfiança— O que está acontecendo aqui?Inaya, visivelmente desconfortável, tentou se recompor, forçando um sorriso que mal disfarçava o nervosismo.— Nada, cunhada. Não está acontecendo nada.Se levantou rapidamente, evitando encarar diretamente a cunhada, Rashid no entanto, cruzou os braços e soltou um riso sarcástico, como se não estivesse disposto a deixar o assunto passar tão facilmente— Nada? Sério, Inaya? — Você nunca entendeu o motivo do nosso término, não é mesmo?Sua voz tinha um tom de acusação, misturado com uma certa exasperação, enquanto seus olhos permaneciam fixos nela, como se ele fosse o dono da razão, Jamila franziu as sobrancelhas, observando atentamente a troca de olhares e a tensão evidente entre os dois. Apesar da explicação evasiva de Inaya, o comentário de Rashid havia deixado claro que havia algo mais acontecendo ali, ela pegou Inaya
Jamila a amparou, começou xingar os dois em árabe, eles estavam encostados no carro dela, o motorista abriu a porta, sentaram Inaya no carro, Jamila que não estava com paciência e realmente acreditando, que os dois estavam de caso, deu um tapa na cara da cunhada.Inaya teve que ir " despertando " no susto, Rashid falou que não ia cometer nenhum haram por ela, visivelmente nervosa, ela ergueu a voz, tentando se defender— Jamila, por Alá, ele está atrás de mim! — Rashid tem feito propostas completamente inadequadas, e eu não quero nada com ele!— Porque eu ia querer, trocar um bom esposo, que me trata bem, por um homem mal caráter desses.— Que me enganou e me jogou ao vento.Sua voz tremia, mas havia firmeza em suas palavras, enquanto ela olhava para Jamila desesperada, buscando apoio, foi se ajoelhando nos pés dela— Tudo o que eu quero é me harmonizar com o Mounir, ser uma boa esposa para ele.— Eu não tenho interesse em mais ninguém, muito menos em reviver algo que já ficou no pas
Chorando muito arrasada, Inaya negou que foi infiel, não queria falar toda a verdade, com muita firmeza, Jamila a pressionou ameaçando ligar para o pai dela, que estava lá no Egito, lhe deu vários tapas no rosto, aos prantos Inaya contou tudo, disse que descobriu na lua de mel, estar grávida e que após cair da escada, perdeu o bebê.Jamila estava cada vez mais horrorizada perplexa, ficou cega de raiva, começou humilhar Inaya a ofendendo, disse que ela não ia arrastar o nome de Mounir pela lama, perguntou o que ela tinha feito, para enganá-lo, foi muito cruel, sem acreditar que sua cunhada fosse tão inocente, quanto dizia ser. Inaya não reagiu e nem tentou se defender, apanhou pedindo perdão, implorando piedade, jurando que ia sumir da vida do Mounir, prometeu fazer qualquer coisa que quisessem. Jamila a largou trancada e disse que ia impedir, que algo pior acontecesse, foi até a irmã de Rashid primeiro, para reclamar dele, contou apenas que ele, estava a
Quando Inaya terminou de falar com a irmã e a mãe, já foi devolvendo o celular para Jamila – Tenho pedido para Alá abençoar a recuperação do Mounir. — Vou escrever que estou rezando por ele. — O que eu devo escrever? — Você vai ler? Jamila desligou o celular, foi saindo do quarto — Qualquer coisa agradável, não vou ler. — Tenho mais o que fazer, do que bisbilhotar cartas de juras falsas. Inaya ficou séria irritada, pensando que não era falsa, se deitou de bruços para escrever, começou com de maneira formal e foi deixando fluir naturalmente " Meu Amir Habibi, luz dos meus olhos e beleza do meu coração, tão encantador quanto o céu pontilhado de estrelas, você me ilumina como a lua cheia em noites de escuridão. Mesmo com a distância, que deixa essa saudade profunda, me encontro perdida em pensamentos sobre você, sentindo a ausência que torna meu mundo vazio e solitário. Você é minha alma, meu tudo, aquele que dá sentido aos meus dias e ilumina os cantos mais escuros do meu ser