Mounir correu para ajudar, ainda bravo— Por Alá deve tomar cuidado, você é muito tola Inaya.A ajudou sentar no penúltimo degrau — Porque saiu correndo feito uma m.aluca?— Tudo bem? Se machucou?Ela estava chorando nervosa assustada, balançou a cabeça que não — Perdão meu marido, eu vou limpar tudo.— Eu sempre faço tudo errado.Se levantou atordoada quase caindo, foi desfalecendo e desmaiou, ele a segurou, pegou no colo, a carregou até o quarto, colocou na cama e sentou próximo, dando batidinhas no rosto— Acorde, Inaya?— Alá o que eu fiz para merecer uma sorte triste assim?— Mounir tem sido um bom homem, honesto, íntegro, tento seguir o livro sagrado.Deu uma chacoalhada nela– Acorde logo.— Machucou? Ela foi despertando muito envergonhada — Não foi nada. Se sentou gemen.do de dores pelo corpo— Você me assustou. — Talvez seja melhor, me devolver, podemos nos divorciar aqui.Ficou emotiva escondendo o rosto— E eu volto sozinha pro Cairo, nem precisa me levar.— Não quero
Ela não recuou, foi se afastando o xingando igualmente, os dois praguejando um ao outro, ele mesmo bravo foi indo junto, ficou extremamente decepcionado, se sentindo humilhado pela notícia da gravidez, só conseguia odiar ela, por tê-lo colocado naquela situação. Inaya foi até a recepção, ele se manteve próximo, perguntou a balconista se podia entrar junto, disseram que não, ela foi atendida pela triagem e encaminhada para o clínico geral, entrou sozinha nervosa, foi examinada e medicada, enquanto tomava soro, pensava que estava perdida, não sabia o que fazer e no fundo, quis realmente perder o bebê.Ela demorou algumas horas lá dentro, nem chegaram a fazer ultrassom, ou pedir exame de sangue, pediram para retornar caso o sangramento continuasse ou aguardar duas semanas e ir a um médico especialista, porque eles não podiam dar a assistência necessária e nem constatar o aborto. Inaya estava sem o celular, porque esqueceu em casa, quando saiu logo viu Mounir sentado na sala de espera,
Ela o olhou séria pensativa — Obrigada, ainda estou com cólicas. – Não sei como funciona, não me lembro muito bem.— Do que me falaram lá.— Você contou para alguém?Ele estava tirando as compras das sacolas, a olhou sério com julgamento — La! Tenho muita vergonha.— Todos vão saber o que você fez.Deixou os doces em cima da pia próximos a ela, começou arrumar o jantar na mesa, de costas para ela— Vou comprar as passagens, antes do meu tio voltar, daqui alguns dias. — A sua família vai te punir como quiser.— Nem sei se seguem o livro sagrado. — Tenho a sensação que vocês só sabem mentir. — A minha família, não precisa saber de nada, até o divórcio estar feito.— E você ser devolvida!— Você tem me feito cometer um haram maior que o seu, escondendo o seu mal feito. — Que Alá me perdoe.— Meu primo ainda tentou me alertar.Ela se aproximou olhando a mesa, emotiva — Esquece o Rashid, ele me enganou, disse que ia se casar e ajudar a minha família.— Falaram no hospital, que eu p
Mounir estava em coma induzido, com costelas fraturadas, traumatismo craniano, Inaya só ficou ouvindo todos conversarem, ao saber que ele corria risco de vida, desmaiou no hospital, estava bastante fraca sem se alimentar bem a dias. Foi amparada por familiares dele, quando a família dela soube, receberam o convite para viajarem para o Brasil juntos, Halim tio de Mounir, pagou por tudo.Pelo celular a mãe e a irmã de Inaya, ficaram mais próximas dela, enquanto não chegavam, ela não saiu do hospital um único dia, se sentindo extremamente culpada, rezou e chorou bastante, pedindo saúde para o marido, até falou que preferia morrer, do que vê-lo partir, porque ele era um bom homem, diferente dela, que se perdeu.Sem pensar em nada muito bem, ela deu as chaves da casa para os familiares dele, irem pegar suas roupas, viram a mala dela e ficou nítido que estavam dormindo em quartos separados, contaram tudo o que viram para a irmã dele.Jamila viajou nervosa, querendo saber porque o irmão lig
A mãe de Inaya continuou contra ela, dizendo coisas que a deixaram muito triste, arrependida de ter pedido ajuda, mesmo estando na mesma casa, as duas começaram ignorar ela, durante o dia todo só se falaram entre si, Inaya ficou sentada na sala, de canto chateada, não comeu nada o dia todo e sua irmã disse que ela estava fazendo drama, pois na hora de ser egoísta esquecendo da família, ela não pensou.Quando anoiteceu elas foram para a casa de Halim, ele convidou Inaya para ir jantar lá também, no caminho a mãe dela disse que ninguém poderia saber daquilo, ou elas estariam arruinadas.Assim que entraram, as duas foram disfarçando, ficando mais próximas de Inaya, ela já não conseguiu fingir nada muito bem, estava pálida, abatida, com os olhos vermelhos de tanto chorar. Halim chegou depois delas, quando foi cumprimentar, ficou com dó de Inaya, ela estava respondendo só o básico, com quem conversava, e falou que estava bastante triste, preocupada com o marido. A casa estava cheia e não
Baya foi atrás, sentou na beirada da cama pensativa — Você não sabe fazer nada sozinha.— Vou conseguir um desses teste. Inaya disse que precisava ser exame de sangue, mesmo sendo mais nova, Baya era mais desenrolada, disse que ia dar um jeito, foram dormir pensando em um jeito da mãe ficar longe delas. No dia seguinte Jamila passou lá cedo, chegou entrando como se a casa fosse dela, Inaya estava dormindo ainda, despertou no susto, Jamila começou a mexer no guarda roupa — Yalla! Mounir saiu da UTI, você não queria vê-lo? — Vou pessoalmente te levar. — Coloca uma roupa bonita, passa um blush nesse seu rosto pálido, coloca o ouro que ele te deu.— Por Alá, não esqueça a aliança. Colocou um vestido amarelo e branco em cima da cama, com mangas três quartos, listras grossas, se virou agitada, batendo palmas — Yalla, levanta dessa cama!— Ou não quer ir? É isso?Inaya se levantou desconcertada nervosa — La! Vou me arrumar muito rápido. Correu para o banheiro, Jamila ficou no quart
Ela ficou sorrindo envergonhada, disse que não falava árabe muito bem, ele disse que ia ensinar, a elogiou novamente, os dois começaram rir, enquanto Jamila revirava os olhos atrás, só analisando o comportamento dos dois.Ele perguntou se uma delas, poderia trazer o notebook dele, Jamila começou dar sermão, falando que não ia levar, porque ele precisava descansar, se recuperar e não pensar em mais nada.Enquanto ela falava sobre os familiares, começou fazer comentários em árabe, deixando Inaya desconcertada e deslocada, por não entender nada, ela começou a perceber que a cunhada seria um problema dos grandes. A enfermeira falou que uma delas, poderia ficar de acompanhante, Mounir respondeu de imediato que não, porque preferia um homem, Jamila começou reclamar, dizendo que tinham enfermeiros para dar banho e fazer tudo, que ela, só lhe faria companhia, descartou completamente a possibilidade da própria esposa ficar e ele acabou concordando.Só depois dos dois terem decidido tudo, ele
Jamila, com o olhar curioso e a postura firme, encarou os dois e perguntou diretamente com uma mistura de preocupação e desconfiança— O que está acontecendo aqui?Inaya, visivelmente desconfortável, tentou se recompor, forçando um sorriso que mal disfarçava o nervosismo.— Nada, cunhada. Não está acontecendo nada.Se levantou rapidamente, evitando encarar diretamente a cunhada, Rashid no entanto, cruzou os braços e soltou um riso sarcástico, como se não estivesse disposto a deixar o assunto passar tão facilmente— Nada? Sério, Inaya? — Você nunca entendeu o motivo do nosso término, não é mesmo?Sua voz tinha um tom de acusação, misturado com uma certa exasperação, enquanto seus olhos permaneciam fixos nela, como se ele fosse o dono da razão, Jamila franziu as sobrancelhas, observando atentamente a troca de olhares e a tensão evidente entre os dois. Apesar da explicação evasiva de Inaya, o comentário de Rashid havia deixado claro que havia algo mais acontecendo ali, ela pegou Inaya