Jamila disse que ia resolver aquilo, fechou a porta e o mandou ir para a sala, falou que logo, iriam comprar muitos calçados novos, Inaya falou que não precisava de muito, demonstrou humildade, comentou que gostava de se vestir com modéstia.
Todos se reuniram na sala, Mounir deu um colar de ouro para Inaya, levou um cutucão do tio, que mandou ele colocar, se aproximou dela sentindo o cheiro do perfume, pode sentir seus cabelos compridos volumosos, ela estava extremamente envergonhada, ficou com o rosto corado e as mãos trêmulas. Ele colocou o colar, falou para todos ouvirem - Está muito zwina! Ela só sorriu, sem nem conseguir agradecer, ele a beijou na testa, como demonstração de respeito e carinho, estavam em um teatro perfeito. A noite estava tranquila, a família se reuniu ao redor de uma mesa enorme, tipicamente coberta por uma toalha decorada com intrincados padrões geométricos e vibrantes cores. Sobre a mesa, tinha uma variedade de pratos saborosos, exalando o cheiro deixando tudo de forma convidativa. No centro, um grande prato de hummus, uma pasta cremosa de grão de bico, tahine, suco de limão e alho, decorado com uma pitada de páprica e um fio de azeite. Ao lado, um prato de baba ghanoush, feito de berinjela assada, tahine, alho e suco de limão, com uma textura suave e um leve sabor defumado. Tinha também um cesto de pães pita, macios e quentinhos, perfeitos para acompanhar os pratos de pasta, em pequenos pratinhos, tinham azeitonas pretas e verdes marinadas em ervas e azeite, além de uma seleção de picles de vegetais crocantes. O prato principal era shawarma de carne, assado e temperado com uma mistura de especiarias, servido com arroz com lentilhas e cebolas caramelizadas, também tinha uma porção grande de falafel crocante, bolinhos fritos de grão de bico, servidos com molho tahine. De sobremesa, tinha uma bandeja de baklava, um doce folhado com nozes e mel, que era a estrela da noite, acompanhado por chá de hortelã e româ servidos quentes e perfumados, em pequenos copos de vidro decorados com filetes dourados. O luxo e requinte, o aroma das especiarias, o sabor rico dos pratos e a companhia de tantas pessoas ricas, criaram uma experiência única e memorável para a noiva, típica de um jantar árabe. Os noivos sentaram um ao lado do outro, pareciam tímidos, respeitosos, mas na verdade só estavam preocupados, Mounir sorriu sutilmente para ela, algumas vezes, achou graça dela praticamente nem estar comendo, se deliciou aproveitando as comidas típicas, muito bem feitas. Quando todos estavam terminando a refeição, distraídos com as dançarinas dançando, Inaya o sentiu a tocando sutilmente por baixo da mesa, nervosa derrubou suco na mesa, caiu nas pernas, se levantou pedindo desculpas, ficou toda suja, tiveram que ir embora mais cedo e ele só queria cochichar algo. Quando foram se despedir, ele falou que queria a conhecer melhor, antes de tudo, sugeriu que ela ligasse ou mandasse mensagem, quando pudesse sair, ele pegou o celular, para anotar o número dela, ela ficou visivelmente nervosa, disse que não podia sair sozinha, ele falou que precisavam conversar, sobre algo do interesse dos dois, ela o olhou brava, se sentindo ofendida - Lá! É haram, não posso. Ela sorriu imaginando que ela deduziu que iriam se beijar, trocar carícias, começou rir falando que não iria acontecer nada, ela o evitou discretamente, foi embora fantasiando várias coisas, pensando como seria sentir o cheiro da pele dele, o abraçar, roçar seus corpos de roupas, ele só queria conversar mesmo, deixar claro suas intenções. Trocaram os contatos, não tiveram como conversarem nada a noite, no dia seguinte ele mandou bom dia, ela estava em casa, respondeu as pressas nervosa " Bom dia " Ele estava curioso para saber mais da vida dela, teve certeza que era a melhor opção, para a proposta que iria fazer, até a achou meio manipulável ingênua, respondeu pensando em lhe fazer uma proposta absurda " Precisamos conversar antes do casamento!! " Ela teve medo de ser rejeitada, ficou ansiosa falando dele para a irmã, Baya inventou que ia buscar um véu emprestado, para usar no casamento, fez a irmã ir junto, Inaya marcou de o encontrar em um local público, para fingirem que foi por acaso, Baya sentou junto com fones de ouvido no volume alto, Inaya se certificou de que ela não estava ouvindo, ele chegou sorridente simpático - Vamos tomar um chá! - Quero saber se está realmente pronta, para o casamento. - Porque pelo o que estou sabendo, não temos opção, em negar isso. Ela ficou séria confusa - Como assim pronta? - Desrespeitoso como tem sido, não deve seguir a religião. - Eu pelo menos tento e não vou fazer nada, para que se case comigo. - Alá sabe do meu... Ele interrompeu desconcertado - É, não sigo muito mesmo. Mas tenho uma proposta! - A sua família é muito importante, né? - Como são as coisas em sua casa? - Eu soube que se mudaram a pouco tempo, por causa das dificuldades financeiras. Ela pensou para responder, envergonhada - Ahhh é. - A Baya não pode ser prejudicada, por minha causa. - Vou ser uma boa esposa, juro por Alá. - Com certeza a sua vida, é bem diferente da minha. Ele tinha pedido um chá de hortelã, respondeu exultante - Não faça juras. Não é necessário que seja muita coisa para mim. - Tenho uma carreira que gosto, muitos estudos, sou poliglota, cuido dos negócios do meu tio, almejo muitas coisas ainda. - Mas casar tão cedo, não é uma delas. Ela disse que também achava cedo demais, o olhou curiosa só mostrando como era ingênua - Porque ainda não se casou? Ele começou rir nervoso - Porque eu não quis e ainda não quero. - Vou ser sincero com você, meu tio está doente, quer que eu me case e tenha filhos logo. - Tem muito em jogo agora, por isso, estou considerando a possibilidade de casar, com você. - Sei que temos uma dívida com a sua família. - Tenho certeza que você vai se casar, por causa da pressão familiar. - Você parece ser um exemplo de mulher, e eu sei, que sua família vai se beneficiar, depois do casamento. - Baya vai ter um chuva de pretendentes bons. - Nós só temos que casar e ter um filho, em um ano ou dois. - Vamos ter uma casa grande, confortável, vou te dar tudo, como deve ser, te respeitar. - Você é nova, vai poder aproveitar a vida, depois do divórcio. Quando meu tio, não estiver mais entre nós, que Alá o livre. - Vou te encher de presentes e tudo o que ganhar, ficará com você, depois do... Ela ficou séria pensativa, interrompeu - Porque não quer se casar? - E ter uma vida comigo? Ficou emotiva chateada - Mentiu quando disse, que eu era Zwina? - Você também ama outra? - Igual o seu primo? Ele ficou cabisbaixo, evitando olhar para ela - Não, você é muito bela e eu não gosto de outra mulher. - Só não acho possível, te amar e nem quero tentar, esse casamento precisa ser como um acordo. - Vai ser um casamento de contrato. - A minha palavra, vale por um escrito. - Você não quer ser jogada ao vento de novo, não é? - Aceita? Pensa na sua família, vai poder cuidar de você, sua irmã vai casar muito bem. - Sou um homem justo. Ela ficou sem muita reação, desacreditada - Mounir, eu preciso pensar.Ele começou a olhar o cardápio, por se sentir constrangido de lhe fazer uma proposta tão " indecente "- Não temos tempo pra pensar!- Isso é muito sério.- Porque o casamento vai acontecer.- Só quero ser honesto com você antes.- E se contar a alguém, sobre a minha proposta, vou dizer que é mentira.- Ninguém vai querer se casar com você, caso eu desfaça tudo.- Sua família vai ser humilhada, de novo.- Pensa bem Inaya.Ela ficou nitidamente chateada, se sentindo coagida- Não é justo isso!- Vocês são todos iguais, ardilosos.Ele chamou a atendente, sério- Você prefere um noivo velho?- Que vai te m altratar? Te obrigar a ter muitos filhos?- Você é muito bonita, mas não é alguém com quem eu ficaria.- Isso é um favor maior pra você, do que para mim.- Só temos que esperar um ano, depois te dou o divórcio e estaremos livres.- Sua irmã já vai estar casada, com filhos.Ele fez mais um pedido, ela ficou visivelmente triste- Não quero me casar com você.- Que sorte triste a minha.
Ele se aproximou apagando as luzes- Não quero nada disso.Ficaram a luz de velas, ela tirou o robe de cetim, foi se deitar, se sentindo constrangida com muito medo- Não quer mesmo a massagem?Ele estava bêbado, foi subindo na cama, pelo outro lado, longe dela- Não! Você é casta?- Já se deitou com alguém antes?Estava se masturb ando, tentando ficar duro, também ansioso, estava descontente, muito nervoso, mesmo a achando bonita, não queria fazer aquilo por fazer e suspeitando que não era a primeira vez dela, a odiou por isso.Ela se virou, ficando de lado, o tocou sutilmente acariciando o braço, costas- Sou. Nunca fiz isso.O beijou no abdômen onde alcançou, mesmo sem ver o rosto dela, ele percebeu que estava nervosa, a acariciou no braço, foi até o decote, sentindo os se ios, ela o beijou sutilmente na boca, ele foi chegando mais perto com o corpo, ele sentiu a calcinha, levou a mão por ci
Arrasada ela começou fazer a maquiagem, para passar uma boa impressão a todos, ele se vestiu, colocou calça e camisa social, fez a barba, arrumou suas coisas também, tudo certinho bem dobrado, começou dobrar as dela, que encontrou pelo quarto, colocou ao lado da mala, bateu na porta do banheiro- Inaya precisamos ir, temos que nos despedir de nossas famílias, para irmos viajar.- Eles acham que teremos uma bela lua de mel.Ela abriu a porta, estava bem maqueada, belíssima, olhos esfumados dourado com preto, delineado fininho preto, bastante máscara de cílios, batom cor de boca, pelo bem preparada iluminada, o olhou apreensiva- O que vai fazer comigo?Ele entrou no banheiro, para pegar sua necesseire- Nada! Esse casamento não vai existir.- Não entre nós.- Será falso, não quero uma esposa como você, estragada, sujja.Ela ficou o olhando pelo reflexo do espelho- Obrigada, eu juro por Alá, que
Quando chegaram no hotel luxuoso, ela percebeu o quanto seu marido devia ser rico, ao entrarem, ela ficou deslumbrada com o esplendor que a cercava.O saguão principal era grandioso, com um lustre de cristal cintilante pendurado no teto alto, refletindo a luz suavemente pelo ambiente, tinham pilares de mármore branco com detalhes dourados ladeavam o caminho até a recepção, onde funcionários impecavelmente vestidos aguardavam com sorrisos acolhedores.O chão feito de mármore polido, parecia um espelho, refletindo as elegantes obras de arte expostas nas paredes, tinham grandes arranjos de flores da época, coloridas, expostos em vasos de cristal, exalavam um aroma suave e agradável, completando a sensação de aconchego e sofisticação.As poltronas de veludo e sofás luxuosos estavam espalhados pelo hall, proporcionando um ambiente confortável e convidativo para os hóspedes relaxarem e apreciarem a beleza ao seu redor.O espaço era iluminado por uma com
Mounir foi fechar as portas da varanda bravo‐ Todos sabem que a minha palavra vale por um escrito.- Sou um bom homem, já você. - Quero que me trate com respeito, ou será punida. - Precisa aprender, qual é o seu lugar.- Vou ter outra esposa, você queira ou não.Pegou a mala e colocou na cama, quando voltou para onde estavam, a procurando, só então percebeu que ela tinha saído do quarto, Inaya já estava saindo do hotel, agiu no impulso com medo, começou correr sem saber para onde iria, pediu informação procurando uma farmácia. Entrou em uma rua que tinham muitas lojas, ficou enrolando até encontrar um sinal de Wi-Fi, pegou a localização de uma farmácia, achou até estranho Mounir não estar ligando pra ela. Foi comprar um teste ótimo, um pouco caro e em outra nota, um remédio para dor de cabeça, pensou que ia usar de desculpa, se tivesse coragem de voltar, tudo ia depender do resultado do teste.Com
Inaya ficou olhando com julgamento, frustrada e triste — Por Alá, vai me sacrificar igual a um carneiro?— Até quando vai pisar em mim, me fazendo de tapete?Começou jogar todas as suas roupas no chão do quarto, completamente descontrolada — Quero que Alá me leve.Se aproximou dele alterada, sendo muito desrespeitosa — Alá não vai dar desconto a ninguém, no dia do juízo final.— Quando a minha língua, testemunhar contra mim, contando um único erro meu.— A sua vai listar um monte de haram seu.— Eu te repúdio, eu te repúdio.Ele se levantou muito irritado, quase partindo para cima dela— Não vai querer se divorciar. Fale baixo!— Perdeu o juízo?— Sua serpente. Fez menção em lhe dar um tapa, enquanto ela o xingava, acusando de ser um mal caráter, mentiroso, manipulador, ela correu para o banheiro, ficou chorando pensando em se ma tar, para ninguém descobrir a gravidez, tomou banho, ficou com medo dele, abriu só uma fresta na porta para espiar, achou que estava sozinha, Mounir esta
Mounir correu para ajudar, ainda bravo— Por Alá deve tomar cuidado, você é muito tola Inaya.A ajudou sentar no penúltimo degrau — Porque saiu correndo feito uma m.aluca?— Tudo bem? Se machucou?Ela estava chorando nervosa assustada, balançou a cabeça que não — Perdão meu marido, eu vou limpar tudo.— Eu sempre faço tudo errado.Se levantou atordoada quase caindo, foi desfalecendo e desmaiou, ele a segurou, pegou no colo, a carregou até o quarto, colocou na cama e sentou próximo, dando batidinhas no rosto— Acorde, Inaya?— Alá o que eu fiz para merecer uma sorte triste assim?— Mounir tem sido um bom homem, honesto, íntegro, tento seguir o livro sagrado.Deu uma chacoalhada nela– Acorde logo.— Machucou? Ela foi despertando muito envergonhada — Não foi nada. Se sentou gemen.do de dores pelo corpo— Você me assustou. — Talvez seja melhor, me devolver, podemos nos divorciar aqui.Ficou emotiva escondendo o rosto— E eu volto sozinha pro Cairo, nem precisa me levar.— Não quero
Ela não recuou, foi se afastando o xingando igualmente, os dois praguejando um ao outro, ele mesmo bravo foi indo junto, ficou extremamente decepcionado, se sentindo humilhado pela notícia da gravidez, só conseguia odiar ela, por tê-lo colocado naquela situação. Inaya foi até a recepção, ele se manteve próximo, perguntou a balconista se podia entrar junto, disseram que não, ela foi atendida pela triagem e encaminhada para o clínico geral, entrou sozinha nervosa, foi examinada e medicada, enquanto tomava soro, pensava que estava perdida, não sabia o que fazer e no fundo, quis realmente perder o bebê.Ela demorou algumas horas lá dentro, nem chegaram a fazer ultrassom, ou pedir exame de sangue, pediram para retornar caso o sangramento continuasse ou aguardar duas semanas e ir a um médico especialista, porque eles não podiam dar a assistência necessária e nem constatar o aborto. Inaya estava sem o celular, porque esqueceu em casa, quando saiu logo viu Mounir sentado na sala de espera,