Capítulo 4

Jamila disse que ia resolver aquilo, fechou a porta e o mandou ir para a sala, falou que logo, iriam comprar muitos calçados novos, Inaya falou que não precisava de muito, demonstrou humildade, comentou que gostava de se vestir com modéstia.

Todos se reuniram na sala, Mounir deu um colar de ouro para Inaya, levou um cutucão do tio, que mandou ele colocar, se aproximou dela sentindo o cheiro do perfume, pode sentir seus cabelos compridos volumosos, ela estava extremamente envergonhada, ficou com o rosto corado e as mãos trêmulas.

Ele colocou o colar, falou para todos ouvirem

- Está muito zwina!

Ela só sorriu, sem nem conseguir agradecer, ele a beijou na testa, como demonstração de respeito e carinho, estavam em um teatro perfeito.

A noite estava tranquila, a família se reuniu ao redor de uma mesa enorme, tipicamente coberta por uma toalha decorada com intrincados padrões geométricos e vibrantes cores.

Sobre a mesa, tinha uma variedade de pratos saborosos, exalando o cheiro deixando tudo de forma convidativa.

No centro, um grande prato de hummus, uma pasta cremosa de grão de bico, tahine, suco de limão e alho, decorado com uma pitada de páprica e um fio de azeite.

Ao lado, um prato de baba ghanoush, feito de berinjela assada, tahine, alho e suco de limão, com uma textura suave e um leve sabor defumado.

Tinha também um cesto de pães pita, macios e quentinhos, perfeitos para acompanhar os pratos de pasta, em pequenos pratinhos, tinham azeitonas pretas e verdes marinadas em ervas e azeite, além de uma seleção de picles de vegetais crocantes.

O prato principal era shawarma de carne, assado e temperado com uma mistura de especiarias, servido com arroz com lentilhas e cebolas caramelizadas, também tinha uma porção grande de falafel crocante, bolinhos fritos de grão de bico, servidos com molho tahine.

De sobremesa, tinha uma bandeja de baklava, um doce folhado com nozes e mel, que era a estrela da noite, acompanhado por chá de hortelã e româ servidos quentes e perfumados, em pequenos copos de vidro decorados com filetes dourados.

O luxo e requinte, o aroma das especiarias, o sabor rico dos pratos e a companhia de tantas pessoas ricas, criaram uma experiência única e memorável para a noiva, típica de um jantar árabe.

Os noivos sentaram um ao lado do outro, pareciam tímidos, respeitosos, mas na verdade só estavam preocupados, Mounir sorriu sutilmente para ela, algumas vezes, achou graça dela praticamente nem estar comendo, se deliciou aproveitando as comidas típicas, muito bem feitas.

Quando todos estavam terminando a refeição, distraídos com as dançarinas dançando, Inaya o sentiu a tocando sutilmente por baixo da mesa, nervosa derrubou suco na mesa, caiu nas pernas, se levantou pedindo desculpas, ficou toda suja, tiveram que ir embora mais cedo e ele só queria cochichar algo.

Quando foram se despedir, ele falou que queria a conhecer melhor, antes de tudo, sugeriu que ela ligasse ou mandasse mensagem, quando pudesse sair, ele pegou o celular, para anotar o número dela, ela ficou visivelmente nervosa, disse que não podia sair sozinha, ele falou que precisavam conversar, sobre algo do interesse dos dois, ela o olhou brava, se sentindo ofendida

- Lá! É haram, não posso.

Ela sorriu imaginando que ela deduziu que iriam se beijar, trocar carícias, começou rir falando que não iria acontecer nada, ela o evitou discretamente, foi embora fantasiando várias coisas, pensando como seria sentir o cheiro da pele dele, o abraçar, roçar seus corpos de roupas, ele só queria conversar mesmo, deixar claro suas intenções.

Trocaram os contatos, não tiveram como conversarem nada a noite, no dia seguinte ele mandou bom dia, ela estava em casa, respondeu as pressas nervosa

" Bom dia "

Ele estava curioso para saber mais da vida dela, teve certeza que era a melhor opção, para a proposta que iria fazer, até a achou meio manipulável ingênua, respondeu pensando em lhe fazer uma proposta absurda

" Precisamos conversar antes do casamento!! "

Ela teve medo de ser rejeitada, ficou ansiosa falando dele para a irmã, Baya inventou que ia buscar um véu emprestado, para usar no casamento, fez a irmã ir junto, Inaya marcou de o encontrar em um local público, para fingirem que foi por acaso, Baya sentou junto com fones de ouvido no volume alto, Inaya se certificou de que ela não estava ouvindo, ele chegou sorridente simpático

- Vamos tomar um chá!

- Quero saber se está realmente pronta, para o casamento.

- Porque pelo o que estou sabendo, não temos opção, em negar isso.

Ela ficou séria confusa

- Como assim pronta?

- Desrespeitoso como tem sido, não deve seguir a religião.

- Eu pelo menos tento e não vou fazer nada, para que se case comigo.

- Alá sabe do meu...

Ele interrompeu desconcertado

- É, não sigo muito mesmo. Mas tenho uma proposta!

- A sua família é muito importante, né?

- Como são as coisas em sua casa?

- Eu soube que se mudaram a pouco tempo, por causa das dificuldades financeiras.

Ela pensou para responder, envergonhada

- Ahhh é.

- A Baya não pode ser prejudicada, por minha causa.

- Vou ser uma boa esposa, juro por Alá.

- Com certeza a sua vida, é bem diferente da minha.

Ele tinha pedido um chá de hortelã, respondeu exultante

- Não faça juras. Não é necessário que seja muita coisa para mim.

- Tenho uma carreira que gosto, muitos estudos, sou poliglota, cuido dos negócios do meu tio, almejo muitas coisas ainda.

- Mas casar tão cedo, não é uma delas.

Ela disse que também achava cedo demais, o olhou curiosa só mostrando como era ingênua

- Porque ainda não se casou?

Ele começou rir nervoso

- Porque eu não quis e ainda não quero.

- Vou ser sincero com você, meu tio está doente, quer que eu me case e tenha filhos logo.

- Tem muito em jogo agora, por isso, estou considerando a possibilidade de casar, com você.

- Sei que temos uma dívida com a sua família.

- Tenho certeza que você vai se casar, por causa da pressão familiar.

- Você parece ser um exemplo de mulher, e eu sei, que sua família vai se beneficiar, depois do casamento.

- Baya vai ter um chuva de pretendentes bons.

- Nós só temos que casar e ter um filho, em um ano ou dois.

- Vamos ter uma casa grande, confortável, vou te dar tudo, como deve ser, te respeitar.

- Você é nova, vai poder aproveitar a vida, depois do divórcio. Quando meu tio, não estiver mais entre nós, que Alá o livre.

- Vou te encher de presentes e tudo o que ganhar, ficará com você, depois do...

Ela ficou séria pensativa, interrompeu

- Porque não quer se casar?

- E ter uma vida comigo?

Ficou emotiva chateada

- Mentiu quando disse, que eu era Zwina?

- Você também ama outra?

- Igual o seu primo?

Ele ficou cabisbaixo, evitando olhar para ela

- Não, você é muito bela e eu não gosto de outra mulher.

- Só não acho possível, te amar e nem quero tentar, esse casamento precisa ser como um acordo.

- Vai ser um casamento de contrato.

- A minha palavra, vale por um escrito.

- Você não quer ser jogada ao vento de novo, não é?

- Aceita? Pensa na sua família, vai poder cuidar de você, sua irmã vai casar muito bem.

- Sou um homem justo.

Ela ficou sem muita reação, desacreditada

- Mounir, eu preciso pensar.

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