Sebastian’s Pov
Acordei ainda sentindo dor pela noite passada. Parecia que eu estava cagado, andando com as pernas afastadas pra não piorar a situação. Levantei com cuidado, fiz tudo o que tinha que fazer e fui pra casa dos meus avós.
– Bom dia. – falei.
– Bom dia, filho. O que aconteceu pra você estar andando assim? – vovó perguntou.
– Longa história... – nessa hora vovô entrou na sala chamando minha avó.
– O que foi, Marcelo? – perguntou.
– Preciso contar uma novidade pra vocês. Acorde Luiza e fale pra ela vir logo. Quando estiverem todos aqui, eu conto.
– Pode deixar que eu faço questão de acordá-la. – Não perderia essa oportunidade por nada no mundo.
– Tem certeza disso, Sebastian? – vovó perguntou.
– Absoluta, dona Helena. – falei e saí andando em direção ao quintal.
– Tenho medo de perguntar, mas... por que você está indo pro quintal?
– Nada de mais... só vou pegar algumas ferramentas básicas para acordá-la da melhor forma possível. – Respondi. Fui ao quintal, peguei um balde e uma pistolinha de água que meu sobrinho tinha esquecido lá. Fui até a cozinha e os enchi com gelo e água super gelada. Passei pela sala assobiando e subi as escadas com dificuldades por causa do chute de ontem e o peso do balde.
Abri a porta do quarto da Luiza com cuidado pra que ela não acordasse. Mesmo que eu duvidasse que isso acontecesse.
Ela até que era gostosinha. Principalmente naquela blusa coladinha e com uma cueca boxer feminina. Luiza não era feia, longe disso. Ela tinha olhos pretos e cabelos castanho claro, ondulados. Suas curvas eram bem definidas e tinha peito e bunda na medida certa. Tinha um nariz bonito e lábios praticamente perfeitos.
Peguei a pistolinha e comecei a lançar jatos em seu rosto. Ela apenas se mexia e virava para o outro lado. Lancei mais alguns jatos e nada, teria que partir pro plano B. Subi em cima da cama com o balde e me preparei.
– BOM DIA, LUIZA! – gritei. Mal ela havia aberto os olhos, joguei o balde cheio de água em cima dela.
– SEBASTIAN, SEU CORNO, VIADO!!!! VAI TOMAR NO...
– Que isso! Educação ainda se usa!!! – impliquei.
– É meio difícil de lembrar da educação quando um infeliz como você joga um balde de água com gelo em cima de mim!!! – acho que se eu desse mole, Luiza me comia vivo naquela hora.
– É assim que você fala com quem se dá ao trabalho de te acordar? – fingi estar magoado. Eu estava sendo tão cínico, que eu mesmo me surpreendi.
– Desgraçado! – jogou um travesseiro em mim. Desviei por pouco. Peguei então sua boneca e corri (como pude, claro) pra janela antes que sentisse suas mãos em meu pescoço.
– Faça mais alguma coisa que eu não goste e essa boneca vai aprender a voar. – Ameacei.
– Você não faria isso... – sibilou.
– Duvida? E acho que você não está nas melhores condições pra sair correndo no meio da rua atrás de uma boneca. – Eu adorava aquela boneca por causa disso. O ex da Luiza tinha dado pra ela antes de... bom, antes descobrir que tinha leucemia e ir se tratar em algum fim do mundo. Então aquela boneca era sagrada. Ninguém podia encostar nela. E isso era ótimo pra fazer chantagem.
– Sebastian, me devolve a boneca. – Mandou.
– Por que eu faria isso? – perguntei.
– Porque, creio eu, que você gosta de viver. – disse com um olhar assassino. Mas eu não podia me entregar assim tão fácil.
– Sim, eu gosto de viver. E é justamente por isso que eu não devolvo a boneca. – Ficamos nos encarando. Ela olhava pra mim, eu olhava pra ela... nada podia quebrar nosso contato visual. Quem cederia primeiro?
– Tudo bem, eu desisto. – disse Luiza levantando as mãos, como se estivesse se rendendo.
E depois só vi um livro voando na minha direção. Que por sinal acertou minha cabeça. Pelo que consegui assimilar, ela tinha jogado o livro que estava em cima do criado mudo. Ela veio na minha direção e pegou a boneca das minhas mãos de uma forma tão feroz, que jurei ouvir um rosnado.
– Devia te deixar incapacitado de ter filhos. Mas não farei isso em respeito à futura sofredora que será a sua esposa. Agora sai do meu quarto! – falou, ou melhor, gritou.
– Se o problema é pra trocar a roupa, não se preocupe. Eu não me importo de te ver nua. Até porque, você já me viu. Nada mais justo do que eu ver também. – Sorri malicioso.
– Sai daqui! – gritou jogando o despertador em mim.
Assim que saí, ela bateu a porta com toda força e a trancou.
– E vê se não demora, porque o vovô quer contar uma novidade e só tá esperando você. – Avisei e desci.
– Acordou ela, Sebastian? – perguntou minha avó.
– Aham. – Afirmei, enquanto abria a geladeira e pegava a bolsa de gelo pra colocar na testa.
– O que aconteceu? – acho que ela ficou preocupada ao me ver com aquela bolsa na cabeça.
– Nada de mais. Só sua neta que quis me matar com uma livrada. – Me joguei na poltrona e fechei os olhos pra poder relaxar. Pude ouvir as risadas da minha avó.
– Bem feito. Pra deixar de ser otário. Quis acordar a Luiza com um balde de água e gelo e queria sair ileso?
– Vó, de qual lado você tá? - perguntei.
– De quem tá pior. – Sorriu.
– Eu to com um galo na cabeça, levei uma livrada, um chute nas bolas e você defende ela? – estava inconformado, tudo era eu, Luiza era sempre a santa. Já estava cansado disso.
– Bom dia, meus amores!! – falando no diabo...
– Bom dia Luiza. – falou dona Helena.
– Bom dia, motivo do meu ódio matinal. – disse pra mim.
– Sabe, ainda não sei como seu depósito de apelidos ainda não esgotou. A cada dia você me chama de algo diferente. Como consegue? Às vezes eu acho que isso é resultado da paixão ardente que você esconde por mim. – Cutuquei.
– Vai à merda, Sebastian.
– Tá vendo, vó? Depois eu que sou o malvado! E ainda baixa o nível!
– Eu baixo o nível? Pelo menos não sou eu que ando nu pela rua. – Sorte dela que a bolsa de gelo já não estava tão dura quanto antes, senão ela veria aquilo voar em direção àquele cabeção.
– Luiza, essa é a educação que eu te dei? Não há necessidade de falar palavrão ou m****r as pessoas para vários lugares. Você é superior, haja como tal. – Se você me perguntasse o que eu realmente ouvi, eu diria: blábláblá blábláblá.
– Luiza superior? HAHAHAHAHAHA – essa parte é exceção. Isso eu ouvi. – Luiza é tão superior quanto eu sou santo! – Me mostrou o dedo do meio. – Hoje você tá de mais, hein. E ainda quer ouvir que é superior. Só se for mentira!
– Sebastian, vou logo te avisar: estou de TPM, não dormi direito, fui acordada com um banho de água gelada e ainda tenho que olhar pra sua cara. Então não me provoque. Hoje é um dos dias que eu não penso duas vezes antes de correr com o facão atrás de você. – Ameaçou. Eu realmente fiquei com medo. O inferno perto dela tendo crises de TPM parecia tão convidativo...
– Luiza, querida, você já acordou, que bom! Acho que eu já posso dar a ótima notícia. – Vovô vinha em nossa direção ao falar.
– E aí, vô? Que ótima notícia é essa? Decidiram internar a Luiza? – ela me olhou com uma cara tão homicida que por um momento jurei que morreria só por estar olhando pra ela.
– Não.
– Sebastian vai virar nosso bichinho de estimação? – fiz uma cara indiferente com a pergunta da Luiza.
– Também não.
– Então o que é? – ela perguntou.
– O priminho de vocês está vindo pra cá! – Ele parecia bem empolgado dizendo aquilo.
– É isso? – a peste perguntou.
– É.
– Desculpa, mas... aonde foi parar a ótima notícia? Acho que essa palavra estava na frase: “ótima”.
– Como assim? – ele parecia não ter entendido.
– Você disse que era uma ótima notícia. Não vejo nada de ótima nela. – Dizia. – Acordei pra saber que um pirralho vai vir visitar a gente. O que tem de bom nisso?
– Não fale assim do Gabriel. – Defendeu-o.
– Vô, acho que pela primeira vez na vida vou ter que concordar com a Luiza. Fora que todo Gabriel é meio perturbado. – Eu ainda não acredito que estava apoiando aquela garota.
– Marcelo, acho que temos um problema. – Pela primeira vez dona Helena tinha se pronunciado. – Temos que resolver uns problemas com a conta corrente, esqueceu?
– Não podemos adiar? – perguntou meu avô.
– Infelizmente não.
– Vou ligar para Eliza e avisar que não podemos ficar com o Biel hoje. – E uma ideia maravilhosa surgiu.
– Não é necessário. – falei.
– Não? – todos perguntaram de uma vez só.
– Não. Luiza, com sua alma maravilhosa, acabou de me dizer que adoraria cuidar do Gabriel. – Envolvi um de meus braços em seu pescoço.
– Eu disse? – ela não entendia o que eu estava fazendo. – Desculpa. Devo estar num pesadelo.
– Sebastian, quer mesmo que eu acredite que Luiza mudou da água pro vinho em menos de um minuto?
– Relaxa, Dona Helena. Não estou mentindo. Ela faria qualquer coisa pra vê-los felizes. Isso inclui aturar o pirralho enquanto vocês não chegam. – Era verdade.
– Tem razão... – concordou.
– Ah, minha princesinha. Você faria isso pelos seus avós? – cara, já disse como eu amo o meu avô? Ele só escuta o que quer, o que provavelmente foi “Ela adoraria cuidar dele “. E Luiza nunca diria “Não “ pra eles.
– É claro, vô. – como eu disse... – E Sebastian acabou de dizer que adoraria me ajudar. Correspondeu ao meu abraço. Já disse que eu odeio essa garota?
– Ótimo, então vou preparar as coisas pra irmos para o banco o mais rápido possível. Helena, vá se arrumar. – Ordenou e foi pro seu quarto. Luiza foi pra cozinha e eu a segui.
Ela pegava o suco na geladeira quando prensei-a contra a pia.
– Você me paga! – falei a centímetros de seu rosto.
– Jura, é? Porque se essas são as suas vinganças, tenho pena de você. – Riu.
– Não me provoque. – Cheguei mais perto.
– Ou você faz o quê? – chegou mais perto ainda. Se não podia destruí-la fisicamente, partiria para outra forma. Não pensei duas vezes antes de selar nossos lábios. No início ela resistiu. Mas conforme eu a beijava, ela sedia, até que começou a corresponder. Nunca pensei que Luiza pudesse beijar tão bem. Até que poderia ser divertido. Mas acho que a subestimei...
– Desgraçada! Por que você mordeu meu lábio??? - me afastei, colocando o dedo no local da mordida, para que parasse de sangrar.
– Por que seu raciocínio não permitiu que você entendesse a seguinte frase: “Não me vendo por tão pouco como essas garotinhas que você diz que pega.”
– E quem disse que você está se vendendo? – Ahá.
– É verdade, nem pagando você está. – falou. – Mas só o fato de eu estar com você, me faz sentir tão vagabunda quanto uma prostituta. – E assim ela foi pro seu quarto.
(...)
– Oi, oi, oi, oi, oi, oi, oi, oi, oi...
– Gabriel, pare com isso. – Ouvi Eliza dizer.
Pois é. Depois do beijo de hoje cedo agora tinha um pirralho que só sabia falar oi correndo ao redor do sofá onde eu estava sentado, morrendo de tédio. E falava por repetidas vezes.
Luiza estava acertando alguns detalhes com Eliza e nossos avós antes que eles saíssem. Seríamos apenas nós 3. Eu, Luiza, e o pirralho. Ah, já falei que ele se achava o Ben 10? Fazer filho pra deixar os outros criarem é mole. Assim, até eu saio fazendo.
– Então é isso. – Finalizavam a conversa. – Bom, acho que já podemos ir. Está tudo pronto? – perguntava meu avô.
– Sim, sim. Tudo pronto. – Confirmou vovó. – Se cuidem crianças. – Despediu-se. – E por favor, não se matem.
– Tchau, filho, tchau, amores. – falou Eliza.
– Tchau. – Respondemos juntos.
E assim só restaram: um hiperativo, e dois futuros sobreviventes.
– Ok... to indo. Qualquer coisa... não me chamem. – Levantei-me do sofá e já me dirigia para a porta.
– Aonde você pensa que vai?
– Hã... pra minha casa? – respondi.
– Nada disso. Esqueceu que você iria me ajudar a cuidar do pirralho?
– Ahhhh, sim.
– Pois já está lembrado. – Retrucou. – E agora? O que faremos com ele? – o pirralho ainda estava rodando em volta do sofá. Sem comentários.
– Dá lexotan pra ele. – falei indiferente.
– Quer matar o garoto?
– Olha pelo lado bom, pelo menos teremos paz.
– Só se for na cadeia. Não vou drogar uma criança.
– Eu sou o XLR8. – O garoto falou enquanto corria.
– Tem certeza? – insisti.
– Cadê os comprimidos? – desistiu.
– Não sei.
– Olha o garoto que eu vou procurar. – falou.
Ela foi na cozinha procurar no armário de remédios. Enquanto isso eu olhava o moleque. E por incrível que pareça, não estava tendo problemas. O que não demorou muito para mudar.
– Eu sou o XLR8.
– Isso eu já entendi. – disse entediado.
– Pegue-me se for capaz. – Ele começou a correr pela casa toda e derrubar alguns objetos. Tive que começar a correr atrás dele. E o garotinho corria muito. Como um pirralho miudinho podia ser tão rápido? Fiquei pra trás. Ele fez uma verdadeira bagunça na casa. E acabou indo para a rua. Naquele momento percebi que precisava fazer musculação e esteira.
Luiza’s Pov – Achei o remédio. – falei entrando na sala. Estava tudo bagunçado e Sebastian lia o jornal, sentado na poltrona. – Cadê o pirralho? – Fugiu. – Ele falou na maior tranquilidade possível. Entrei em pânico. – Ele o quê??? – Fugiu. Tá surda? – senti uma vertigem me inundar. – COMO ASSIM VOCÊ DEIXOU UMA CRIANÇA DE 6 ANOS FUGIR? – gritei. – Eu tentei correr atrás dele. Mas o bichinho era rápido. – Bichinho? Sebastian, eu não quero saber como, mas você vai me trazer aquela criança de volta. – Ordenei. – Por que eu? – Porque foi você quem deixou ele fugir! – Tudo bem, eu vou. – Se levantou. – Mas você vai comigo. – Me puxou pelo braço para a rua. Rodamos a cidade toda procurando Gabriel. E a cada minuto que não o achávamos, meu desespero aumentava. Meu Deus, onde aquela criança poderia estar? Eliza me mataria caso algo acontecesse com ele. E se eu morresse, Sebastian iria ju
Quinhentos reais apenas para falar a verdade. É por isso que sempre gostei de negociar com Sebastian. Assim que ele me soltou fui direto para a cozinha, um pouco mais feliz que o normal. Chegando lá, todos já estavam comendo o lanche que eu havia preparado. – Poxa... Nem me esperaram. – Fingi estar triste. – Ah, prima, fica triste não. Se você quiser me transformo em Chama e queimo o Sebastian. – Jogou um olhar assassino pro dito cujo que entrava na cozinha. - Você ficaria feliz? – A razão me manda mentir, mas a minha vontade me manda dizer a verdade... – Luiza! – Fui repreendida. – Desculpa, vó, mas é verdade. Se eu minto, você briga, se eu falo a verdade, você também briga! – Me defendi. – Luiza, por favor, não comece. – Revirei os olhos. – Ah, que isso vó. Deixe-a continuar. Como você pode impedi-la de concorrer ao Oscar como melodrama do ano? – E mais uma vez Sebastian colocando lenha no fogo. – Vou
– E aí, Lu, como foi na prova? – Pedro perguntava, enquanto descíamos as escadas do corredor da faculdade. – Sei lá. Não foi péssima, porque eu costumo estudar um pouco diariamente. Mas nossa, aquilo não foi prova. Acho que até em prova de concurso público eu ia melhor. – É, realmente a prova tava bem complicada. Por isso que eu não gosto desse professor. Continuamos falando sobre a prova enquanto íamos para a lanchonete, mas antes que eu pudesse entrar e comer alguma coisa, vejo meus avós vindo na minha direção com Biel entre eles. Eu sabia que alguma coisa ia acabar sobrando pra mim, sabia. Tentei dar meia volta e me esconder em algum lugar, mas acabei esbarrando em alguém, que logo percebi ser Sebastian. – Com licença? – Não. – ele respondeu. – Por que não? – Perguntei incrédula. – Porque não vou perder a oportunidade de te fazer tomar conta de um pirralho. – Revirei os olhos e tentei fugir, mas ele me agarr
Sexta-feira, 13.A alguns quilômetros do quinto dos infernos.Caro pai,Venho por meio desta carta dizer-lhe minhas últimas palavras mediante a situação que me foi imposta. Não tenho ideia de como agradecer-lhe por ter me mandado pra casa do caralho, localizada bem ao ladinho de onde você mora. Hoje posso dizer com orgulho que, em plenos 19 anos, caminhando para os 20, tive minha vida completamente arruinada, destruída, desgraçada, pela pessoa que um dia deveria ter agido como um pai. Como posso lhe agradecer por tudo o que fez por mim? Acho que minha gratidão não consegue expressar o que eu sinto, devido a sua fuga repentina, juntamente com sua responsabilidade paterna. Ainda fico maravilhada com a capacidade de um pai de mandar o filho maior de idade, que já responde por suas ações, pra porra de um lugar que eu
Estávamos sentados em cadeiras de madeira. Sebastian dando um jeito de soltar as algemas, enquanto eu apoiava a cabeça em meu braço livre, esperando o capitão voltar de sua saída inesperada.– Nos filmes parece bem mais fácil. – comentou.– Por isso são filmes. Seria bem mais fácil se você tivesse me apoiado quando eu disse que essa era uma ideia idiota.– E fazer mais barraco?– Falou o sábio agora. – falei irônica.– Como se alguma reclamação nossa fosse fazê-lo mudar de ideia. A gente precisa é arranjar um jeito de sair daqui.– É, vamos voando.– Boa ideia! Vamos buscar sua vassoura. – Ameaçou levantar. Então o capitão entrou na sala.– Agora vamos ao que interessa. – sentou em sua cadeira de couro e olhou fi
Sebastian’s Pov – Sebastian, o que tem a dizer? – o homem sentado na minha frente perguntava. – Eu te odeio. – Nossa, estou emocionado com a sua sinceridade. – disse irônico. – Disponha. – Sorri. – E você Luiza? – perguntou para a praga presa a mim, que se virou na minha direção e disse olhando nos meus olhos: – Eu te odeio. – Ora, ora, que interessante, vejo que temos algo em comum, querida. – comentou. – E o que seria? – perguntou. – Odiamos a mesma pessoa. – Eles começaram a rir. Pigarreei. – Então, me digam como tem sido a estadia de vocês aqui? – perguntou o terapeuta. – Uma merda. – Falamos juntos. – E por que dizem isso? – Você ainda pergunta? Passamos a noite toda presos a um tronco sem água e comida, não dormimos até agora e ainda por cima estamos algemados e cheio de pirralhos ao nosso redor. – Respondi. – Se vocês se tratassem como gente
– Sebastian, está tudo bem com você. Só falta um último exame pra você ser liberado. – Até que as coisas não foram como eu imaginei. O cara era legal. Os exames foram rápidos e eu ainda permanecia vivo. – Ok. Vamos fazer logo, então. – Preciso que você vista isso. – Ele me entregou uma espécie de roupão, do tipo que as pessoas usam pra fazer exames ou serem internadas. Aquilo não era legal. – Hã... diz pra mim que não é o que eu estou pensando. – Depende. O que você está pensando? – Que você vai enfiar o dedo no meu cu! – Você tem razão. – Ele começou a colocar as luvas de látex. – Ah, não. Ah, não. Você não vai enfiar esse dedo na minha bunda! Esse exame não é só pra quem tem mais de 40? – Isso não quer dizer que homens mais novos não possam fazer. Além do quê, você já iniciou sua vida sexual. – Ah, não. – Desculpa, amigo, você não tem querer. Se não for por bem, vai ser por mal. – esta
Luiza’s pov– Sebastian? – nem ligava para o capitão que nos olhava. Eu estava em choque. A primeira coisa que eu fiz foi tentar limpar a língua. – Eca, eca, que nojo, que nojo!– Ei! Não faz isso não que eu sei que tu gostou!– Me erra, Sebastian!– Será que alguém pode me explicar o que está acontecendo aqui? – o capitão se pronunciou ao chegar mais perto de nós. – E o que é isso no seu pescoço, Victorino? – Sebastian esticou a cabeça para ver.– É um chupão. – Concluiu, sério. - Lindo, né? Fui eu que fiz. – Tapei meu pescoço na hora.– Vou te matar, seu desgraçado! – corri atrás dele, mas o capitão me segurou.– Isso aqui está longe de se tornar a casa da mãe Joana! &Ea