Sebastian’s Pov
– Sebastian, o que tem a dizer? – o homem sentado na minha frente perguntava.
– Eu te odeio.
– Nossa, estou emocionado com a sua sinceridade. – disse irônico.
– Disponha. – Sorri.
– E você Luiza? – perguntou para a praga presa a mim, que se virou na minha direção e disse olhando nos meus olhos:
– Eu te odeio.
– Ora, ora, que interessante, vejo que temos algo em comum, querida. – comentou.
– E o que seria? – perguntou.
– Odiamos a mesma pessoa. – Eles começaram a rir.
Pigarreei.
– Então, me digam como tem sido a estadia de vocês aqui? – perguntou o terapeuta.
– Uma merda. – Falamos juntos.
– E por que dizem isso?
– Você ainda pergunta? Passamos a noite toda presos a um tronco sem água e comida, não dormimos até agora e ainda por cima estamos algemados e cheio de pirralhos ao nosso redor. – Respondi.
– Se vocês se tratassem como gente, provavelmente não estariam aqui.
– O que me faz lembrar: o que estamos fazendo numa terapia de casal se não somos um casal? – perguntei.
– Você é um homem, ela é uma mulher, o que nos faz ter um casal. Pra fazer esse tipo de terapia não é necessário estar casado, é só não se entender com a pessoa ao seu lado. Agora, continuando, vamos começar nossa primeira consulta. Meu nome é Wilson e sou o terapeuta de vocês. Alguma pergunta?
– Quantos anos você tem? – interroguei.
– 35.
– Exerce a profissão há quanto tempo?
– 10 anos.
– Estado civil?
– Enrolado.
– Resposta errada. Enrolado não é estado civil, isso é desculpa para não ter compromisso. – falei.
– Na verdade, isso são informações pessoais, não sou obrigado a revelar.
– Eu tenho que te contar a minha vida toda, e por que eu não posso saber da sua?
– Porque a consulta não é minha, é de vocês, vamos começar. Então, Lu, - “Lu” quem era ele pra chamá-la assim? – o que mais odeia no Sebastian?
– Tudo.
– Mais uma vez, agora seja mais específica, por favor.
– Hum... o que mais me tira do sério é quando ele não respeita as mulheres e quer atrapalhar minha vida.
– Já estamos evoluindo. E você Sebastian? O que mais admira na Lu?
– Lu? – fiz cara de nojo. – Não há nada que salve essa alma. – Recebi um dedo do meio da “Lu”.
– Impossível. Alguma coisa de bom ela tem. – Insistiu.
– Tem razão... infelizmente tenho que admitir. Ela é gostosa. – Olhei pra Luiza e percebi que seu rosto estava fortemente vermelho. Ela então se virou para mim e olhou nos meus olhos, depois disso só senti um tapa na cara.
– Ta maluca, garota? Por que fez isso?
– Não sou essas garotas que você pega! Olha como fala comigo! – esbravejou.
– Eu não falei com você, eu falei de você.
– Lu, por mais que eu tenha adorado a sua atitude, - interferiu o terapeuta. – Sebastian tem razão. Não tinha motivos para que você batesse nele. Fazendo isso você perde a razão e o relacionamento de vocês piora. A partir de agora, evite agressões físicas.
– Me peça algo mais fácil.
– Se acha isso difícil, espere o que vem pela frente... – não gostei desse aviso.
Naquele momento fomos interrompidos com batidas na porta.
– Entra.
– Com licença, senhor, o capitão está pedindo para que eu leve a classe especial a ele. – Avisou.
– Tudo bem, então. Vocês estão liberados. Acompanhem o soldado. E por favor, tentem não se matar.
– Pode deixar. – Respondemos juntos.
Seguimos o carinha até a cabana do capitão, ele andava de um lado para o outro à nossa espera. Quando chegamos, nos colocaram de frente pra ele, que se sentou na sua cadeira.
– Como foi a noite de vocês? – perguntou colocando os pés na mesa.
– Melhor impossível. – Luiza se pronunciou. – Foi tão divertido passar a noite ao lado dessa peste presa a um tronco. E a parte mais divertida foi quando imaginamos você enfiando ele no cu. – Sorriu.
Serdeberãozinho ficou sem ter o que responder. Pela primeira vez na vida Luiza merecia uma salva de palmas.
– Hoje vocês passarão pelos exames médicos pra saber se há algum problema com vocês. – Mudou o assunto.
– Nossa! Tem médico nesse muquifo? – falei.
– Logo você vai descobrir. – Sorriu. Um sorriso maligno por sinal. – E também vão receber as roupas de vocês. Agora, infelizmente por motivos de força muito maior, vamos tirar as algemas. Mas não pensem que estarão livres. No lugar, enquanto vocês fazem os exames, colocaremos algemas no tornozelo de vocês. Se, se afastarem mais de 10 metros, a algema liberará uma descarga elétrica, até que voltem a distância tolerada.
– Serdeberão, Serdeberão, não é bom você ficar se contradizendo. Assim você se queima, cara. – Avisei. – Diz uma coisa e depois faz outra?
– Me dá um minuto? – Luiza pediu me puxando para um canto depois de tanto tempo sem falar algo. – Sebastian, – suspirou. – você é retardado ou se finge mesmo?
– Seja direta. – Pedi.
– SUA MÃE DEIXOU VOCÊ CAIR DO BERÇO? EU NÃO SEI QUANTO A VOCÊ, MAS EU NÃO ESTOU A FIM DE FICAR PRESA A UMA PESSOA, PRINCIPALMENTE ELA SENDO VOCÊ!!! – gritou.
– Tá gritando por quê? – perguntei.
– Você ainda pergunta?! O cara quer tirar as algemas da gente e você fica tentando fazer ele mudar de ideia?!
Sorri.
– Confie em mim, eu sei o que eu to fazendo. – mentira, a última coisa que eu sabia era o porquê de estar fazendo aquilo, mas não podia ficar com cara de idiota na frente dela. Voltei para o lugar onde estávamos. – Troque logo as algemas, tenho mais o que fazer.
– O que você disse? – me perguntou incrédulo.
– Com todo respeito, é claro.
Então ele trocou as algemas. Depois mandou que um soldado nos levasse para a ala médica. Seguimos para o lado direito do acampamento, onde a pirralhada ficava. Enquanto atravessávamos a parte reservada para os dormitórios, percebi que as meninas nos olhavam fixamente e faziam cochichos. Uma delas percebeu que eu as olhava e piscou. Talvez aquele acampamento não fosse de todo ruim.
A garota era muito gostosa. Tinha peitões e uma bunda redondinha. Era morena e dos olhos azuis e para completar usava um piercing de argola no nariz. Devia ter uns 17 anos no mínimo, o que me fez ficar intrigado: o que ela fazia junto com o fraldário? Deveria estar no lado dos mais velhos.
– Chegamos. Cada um ficará em um consultório, mas não se preocupem porque as salas estão uma ao lado da outra, então não receberão choque. Ainda estarão dentro do limite. – explicou o soldado.
– Hã... e o que exatamente vão fazer conosco? – Luiza perguntou parecendo estar com medo.
– Eles examinarão vocês. Verificarão peso, altura, pressão arterial, tirarão sangue, farão exame de fezes, urina, essas coisas. Prontos?
– Não. – Respondemos juntos.
– Que pena. – O soldado nos jogou dentro da ala médica, que por sinal era melhor do que eu imaginava. Era grande, muito grande. Tudo era branco, como já se esperava, mas tinha um toque de luxo ali. Parecia que naquele lugar eles tinham tudo que era preciso pra fazer o que quisessem.
– Aquele desgraçado vai ver só. Ele tá achando que é quem pra sair jogando a gente assim? Se bobear ele ainda está abaixo de nós! Um dia ele vai precisar de um médico e eu vou ser a única que vai poder ajudá-lo, e se depender de mim ele vai queimar no inferno! – Luiza gritava, na tentativa de fazer o infeliz escutá-la.
– Nossa, quanta compaixão, hein? Pensei que você estivesse acima disso. E está enganada se acha que ele vai te ouvir com esses gritos.
– Está te incomodando?
– De certa forma sim. Ninguém gosta de ter que ficar perto de uma maluca que fica gritando.
– Foda–se. – Essa garota tava querendo me tirar do sério. Já não bastava a noite que tivemos?
– Vai começar? Hoje não estou com culhão pra isso.
– Foda–se.
– Olha só, a culpa não é minha se você está com raiva da sua vida por ser uma virgem, solteirona, que provavelmente vai ficar pra titia e que agora mora nesse fim de mundo, só não me estressa, valeu?
– Fo-da-se. – Pronunciou cada sílaba de forma pausada e lenta. – De verde e amarelo.
– Agora já chega! – agarrei-a pela cintura e joguei-a no chão. – Você quer que eu me foda? Ótimo! Mas você vai me acompanhar.
– Me larga, seu idiota! – ela começou a gritar e a se debater. Não queria nem saber, eu tinha avisado. Apesar de que não seria capaz de fazer isso com ela. Apenas daria um susto. Posso ser tudo, menos um estuprador.
Luiza continuava a se debater virando o rosto de um lado para o outro.
– Socorro! Estão querendo me estuprar! - precisava calar a boca dela antes que sobrasse pra mim. Então fiz a primeira coisa que veio na minha cabeça: beijei-a. Na verdade tentei, porque antes que eu conseguisse fazer alguma coisa além de unir nossos lábios, ela chutou meu pau.
–Sua... – a raiva que eu sentia antes aumentou no mínimo umas dez vezes. – Agora você vai ver! Se prepare para sua morte!
Ela começou a correr, mas eu fui atrás. Luiza estava ganhando distância, o que era um problema, caso ela ultrapassasse o limite levaríamos choque e eu não conseguiria pegá-la. Isso teria acontecido se ela não tivesse chutado uma das cadeiras que se encontravam no corredor.
– Ai, ai , ai. – Era minha oportunidade. Aumentei a velocidade e em alguns segundos estava a centímetros dela. – Sai de mim, demônio!
– Agora você vai se arrepender de ter me chutado!
– Prefiro a morte!
– Cuidado com o que deseja. – Joguei-a por cima do meu ombro e comecei a seguir para a saída.
– Antes que você faça algo comigo, tenho algo a dizer. – Anunciou.
– Diga.
– Espero que você queime no fogo do inferno junto com seu pai. Ah, aproveita e leva o meu também.
– Claro! Só cuidado pra não encontrar a gente por lá. – Avisei.
– Idio...
– Aonde vocês pensam que vão? – uma voz feminina interrompeu-a.
– Ahhh, múmiaaaaa! – gritou Luiza. – Corre, Sebastian, corre! – ela começou a bater na minha bunda.
Me virei e vi um casal parado no meio do corredor. A mulher era um tribufu. Acho que até minha avó que morreu há uns cinco anos estava mais bonita. Ela era baixa e enrugada. Tinha uma verruga na ponta do nariz. O cabelo parecia um ninho de rato.
– Acho que o termo certo é bruxa. – Sussurrei.
O homem era alto e musculoso. Tinha a cabeça raspada e várias cicatrizes pelo rosto e corpo.
– Ela fez uma pergunta. Não vão responder? – a voz dele era tão grave que por um momento minhas pernas não responderam.
– Eu respondo. Me põe no chão Sebastian. – Fiz o que ela pediu.
– Qual foi a pergunta mesmo?
– Aonde vocês pensam que vão? – a mulher repetiu a pergunta.
– Hã... embora? Pensei que fosse óbvio. – Luiza estava querendo tirá-los do sério.
– Se fosse, não teríamos perguntado. – A mulher respondeu.
– Só uma pergunta. Vocês são os médicos que vão nos atender? Por que me desculpe, mas eu não vou colocar minha vida nas mãos de uma pessoa que não tem a capacidade de perceber quando seus pacientes estão indo embora. Eu prefiro me auto-consultar.
– Carlão, pega ela. – Carlão? Algo me dizia que essa consulta seria um problema.
Luiza começou a correr enquanto o homem a perseguia. Não sei como, mas ele a pegou tão rápido que nem vi direito. E a cada minuto que se passava, eu tinha mais medo do que aconteceria comigo dentro daquele consultório.
– Me solta, seu ator de filme pornô! - Luiza se debatia descontroladamente. – Já não basta a praga do Sebastian na minha vida? Agora vem você também?
– Leve ela ao meu consultório, por favor. – A mulher pediu. Ela me olhava com uma cara de possessa, que me fez sentir um arrepio na espinha. Por um momento tive pena da minha prima.
Ela desapareceu em uma sala ao lado xingando o tal do Carlão de todos os nomes possíveis e mandando ele pra vários lugares hum... digamos... indesejáveis.
Quando ele apareceu no salão, sozinho, a mulher foi para a sala em que Luiza estava. Houve uma troca de olhares entre eles numa fração mínima de segundo que realmente me arrepiou. Parecia mais que estávamos prestes a morrer. Eu me sentia em um desses filmes de terror em que as pessoas abrem as vítimas para pegar seus órgãos.
– Agora somos eu e você. – Sério, só faltou a risada do mal e os trovões.
Comecei a suar frio e pra piorar a situação ouvi os gritos:
– Você não vai colocar isso em mim! – fiquei com medo só de imaginar o que poderia ser.
– Vamos? – Carlão me despertou dos meus pensamentos.
– Claro, claro. – Eu podia estar me cagando, mas não demonstraria de maneira alguma.
Ele foi na frente e eu o segui. Antes de entrar no consultório tentei engolir a saliva que eu já não tinha. Respirei fundo e entrei.
Seja o que Deus quiser.
– Sebastian, está tudo bem com você. Só falta um último exame pra você ser liberado. – Até que as coisas não foram como eu imaginei. O cara era legal. Os exames foram rápidos e eu ainda permanecia vivo. – Ok. Vamos fazer logo, então. – Preciso que você vista isso. – Ele me entregou uma espécie de roupão, do tipo que as pessoas usam pra fazer exames ou serem internadas. Aquilo não era legal. – Hã... diz pra mim que não é o que eu estou pensando. – Depende. O que você está pensando? – Que você vai enfiar o dedo no meu cu! – Você tem razão. – Ele começou a colocar as luvas de látex. – Ah, não. Ah, não. Você não vai enfiar esse dedo na minha bunda! Esse exame não é só pra quem tem mais de 40? – Isso não quer dizer que homens mais novos não possam fazer. Além do quê, você já iniciou sua vida sexual. – Ah, não. – Desculpa, amigo, você não tem querer. Se não for por bem, vai ser por mal. – esta
Luiza’s pov– Sebastian? – nem ligava para o capitão que nos olhava. Eu estava em choque. A primeira coisa que eu fiz foi tentar limpar a língua. – Eca, eca, que nojo, que nojo!– Ei! Não faz isso não que eu sei que tu gostou!– Me erra, Sebastian!– Será que alguém pode me explicar o que está acontecendo aqui? – o capitão se pronunciou ao chegar mais perto de nós. – E o que é isso no seu pescoço, Victorino? – Sebastian esticou a cabeça para ver.– É um chupão. – Concluiu, sério. - Lindo, né? Fui eu que fiz. – Tapei meu pescoço na hora.– Vou te matar, seu desgraçado! – corri atrás dele, mas o capitão me segurou.– Isso aqui está longe de se tornar a casa da mãe Joana! &Ea
Luiza’s pov Sebastian me olhava com os olhos arregalados pelo vão da porta. Em tantos lugares pro chuveiro ficar, por que tinha que ser justamente de frente pra porta? Eu estava completamente nua e ainda trincava os dentes por causa daquela água fria. Quando a ficha caiu, a primeira coisa que eu fiz foi tapar as minhas partes íntimas e virar de costas. – O QUE VOCÊ TÁ FAZENDO? – gritei já sabendo que estava fortemente enrubescida. – Ué, você estava gritando e eu tinha que ver se você estava bem. – Eu estava gritando porque a água estava gelada! – ele continuava me olhando. – Não vai parar de olhar não? – Hã? Ah, tá. Foi mal. – encostou a porta novamente. Terminei de tomar banho o mais rápido que pude. Ainda estava receosa que Sebastian abrisse a porta. Deixei pra pentear o cabelo do lado de fora. Foi a vez daquele tarado tomar banho e pude ver um certo volume em sua calça quando trocamos de lugar. Já ti
– O que está acontecendo... AI, MEU DEUS! O QUE VOCÊS FIZERAM COM O MEU CHALÉ? – o capitão trajava apenas uma samba canção quando ouvimos seus gritos.– Seu chalé não, nosso. – Sebastian tomou a dianteira. O capitão riu diante daquela afirmação.– Chalé de vocês? Tudo nesse acampamento é meu! Eu apenas emprestei a vocês para que não dormissem no chão duro.– Onde vamos passar a noite? – me manifestei para acalmar a situação.– Vocês colocaram fogo no meu chalé, então não esperem que eu faça algo por vocês.– Papai... quer dizer, capitão. – Soninha chamou.– Diga. – Seu acento mudou indiscutivelmente. Parecia um verdadeiro idiota. Capaz de fazer todas as vontades da “filhinha
– Onde será o refeitório? – perguntei, olhando todos os chalés.– Que tal perguntarmos? – parou uma garota que passava. – Com licença, menina bonita – na mesma hora ela abriu um grande sorriso - poderia nos dizer onde fica o refeitório?– M-m-mas é claro. É só virar à esquerda depois da cabana 56.– Obrigado. – Piscou pra ela, que suspirou.Aquilo me deixou com vontade de bater naquela garota burra. Mais uma pro jantar do Sebastian. Revirei os olhos.– Vamos logo. – Puxei-o enquanto ele mandava beijos para a menina.Após fazermos o percurso, finalmente chegamos em um chalé... ou ao menos era o que parecia ser.– Fomos parar em um presídio enquanto dormíamos? – meu primo perguntou.A única coisa que fez foi balançar a cabeça
- Desculpe, o que disse? Você é sobrinho do capitão?– Esse cara é o quê? Um coelho pra ter parente brotando de tudo quanto é buraco? – Sebastian falou. Vincent sorriu, e por um momento eu jurei que derreteria. – Luiza, dá pra fechar a boca e parar de babar? – Ele parecia irritado.Fiquei super envergonhada por parecer uma babaca diante daquele deus grego. Como um homem tesudo como ele podia parar num fim de mundo como aquele?– O que um homem gostoso, quer dizer, um homem respeitoso como você faz aqui?Respeitoso, Luiza? É o melhor que tem pra dizer?– Estou aqui para atender a um pedido do meu tio.– Pedido?– Sim. – Uma voz mais grave surgiu dentre as árvores. Era o capitão.– Falando no diabo... – Sebastian comentou. - Vou até sentar. O capeta e
Sebastian’s pov – O que foi, Sebzinho? Quer continuar o que paramos na outra noite? – fingiu ajeitar minha blusa. – Se nós não ganharmos essa competição, esses encontros provavelmente serão mais difíceis de acontecer, não acha? – fiquei bem próximo para que com um sussurro ela pudesse me escutar. – O que quer dizer? – Se não ganharmos esse maldito concurso de culinária, Luiza e eu continuaremos presos. Então pra todo o lugar que eu quiser ir terei que levá-la. Quer que ela nos olhe toda vez que quisermos nos divertir? – fez que não. Sorri. – Como uma boa menina, dê um jeito de ganharmos esse concurso. Eu sei que você é capaz de fazer isso. – E o que eu ganho em troca? – Eu. E coisas que só posso fazer sem estar acorrentado a Luiza. – Dei um selinho só pra que ela ficasse com mais desejo. – Dê o seu melhor. - Puxei Luiza. - Vamos. Continuamos a procurar aquela maldita galinha até faltar trinta minutos pra começa
Luiza’s pov Foram dois dias sem água e sem comida, trancada num quarto totalmente escuro que possuía apenas um vaso sanitário e um colchonete. Admito que não foi de todo ruim, porque passei noventa por cento do tempo dormindo. Finalmente havia conseguido tirar o atraso do sono. Agora Soninha (galinha) já não fazia mais tanta falta, mas ainda assim me sentia culpada e principalmente envergonhada. O que será que Vincent estaria pensando de mim? Se é que ele realmente se lembrava da minha existência. O que mais me incomodava é que eu sentia falta de Sebastian. Sempre que pensava nele uma solidão invadia meu coração e aquele lugar parecia um poço sem fim. Eu não sabia porque aquilo estava acontecendo. E eu realmente ficava irritada quando pensava que ele podia estar comendo a Soninha (piranha). A porta se abriu. Um soldado apareceu. Ele parecia estar apavorado. Será que eu estaria tão horrenda assim? – Vamos. – Me puxou pelo braço e me le