– Onde será o refeitório? – perguntei, olhando todos os chalés.
– Que tal perguntarmos? – parou uma garota que passava. – Com licença, menina bonita – na mesma hora ela abriu um grande sorriso - poderia nos dizer onde fica o refeitório?
– M-m-mas é claro. É só virar à esquerda depois da cabana 56.
– Obrigado. – Piscou pra ela, que suspirou.
Aquilo me deixou com vontade de bater naquela garota burra. Mais uma pro jantar do Sebastian. Revirei os olhos.
– Vamos logo. – Puxei-o enquanto ele mandava beijos para a menina.
Após fazermos o percurso, finalmente chegamos em um chalé... ou ao menos era o que parecia ser.
– Fomos parar em um presídio enquanto dormíamos? – meu primo perguntou.
A única coisa que fez foi balançar a cabeça
- Desculpe, o que disse? Você é sobrinho do capitão?– Esse cara é o quê? Um coelho pra ter parente brotando de tudo quanto é buraco? – Sebastian falou. Vincent sorriu, e por um momento eu jurei que derreteria. – Luiza, dá pra fechar a boca e parar de babar? – Ele parecia irritado.Fiquei super envergonhada por parecer uma babaca diante daquele deus grego. Como um homem tesudo como ele podia parar num fim de mundo como aquele?– O que um homem gostoso, quer dizer, um homem respeitoso como você faz aqui?Respeitoso, Luiza? É o melhor que tem pra dizer?– Estou aqui para atender a um pedido do meu tio.– Pedido?– Sim. – Uma voz mais grave surgiu dentre as árvores. Era o capitão.– Falando no diabo... – Sebastian comentou. - Vou até sentar. O capeta e
Sebastian’s pov – O que foi, Sebzinho? Quer continuar o que paramos na outra noite? – fingiu ajeitar minha blusa. – Se nós não ganharmos essa competição, esses encontros provavelmente serão mais difíceis de acontecer, não acha? – fiquei bem próximo para que com um sussurro ela pudesse me escutar. – O que quer dizer? – Se não ganharmos esse maldito concurso de culinária, Luiza e eu continuaremos presos. Então pra todo o lugar que eu quiser ir terei que levá-la. Quer que ela nos olhe toda vez que quisermos nos divertir? – fez que não. Sorri. – Como uma boa menina, dê um jeito de ganharmos esse concurso. Eu sei que você é capaz de fazer isso. – E o que eu ganho em troca? – Eu. E coisas que só posso fazer sem estar acorrentado a Luiza. – Dei um selinho só pra que ela ficasse com mais desejo. – Dê o seu melhor. - Puxei Luiza. - Vamos. Continuamos a procurar aquela maldita galinha até faltar trinta minutos pra começa
Luiza’s pov Foram dois dias sem água e sem comida, trancada num quarto totalmente escuro que possuía apenas um vaso sanitário e um colchonete. Admito que não foi de todo ruim, porque passei noventa por cento do tempo dormindo. Finalmente havia conseguido tirar o atraso do sono. Agora Soninha (galinha) já não fazia mais tanta falta, mas ainda assim me sentia culpada e principalmente envergonhada. O que será que Vincent estaria pensando de mim? Se é que ele realmente se lembrava da minha existência. O que mais me incomodava é que eu sentia falta de Sebastian. Sempre que pensava nele uma solidão invadia meu coração e aquele lugar parecia um poço sem fim. Eu não sabia porque aquilo estava acontecendo. E eu realmente ficava irritada quando pensava que ele podia estar comendo a Soninha (piranha). A porta se abriu. Um soldado apareceu. Ele parecia estar apavorado. Será que eu estaria tão horrenda assim? – Vamos. – Me puxou pelo braço e me le
– E então, como está o nosso casal de ouro? – Wilson perguntou.– Ótimos. – falei rude.– Melhor impossível. – Sebastian parecia feliz. Talvez não me ver durante dois dias havia deixado-o daquela forma. Ou simplesmente “teve” na noite passada.– Como você está, Lu? Não deve ter sido fácil ficar sozinha naquele quarto do castigo.– Já estive em situações piores.– E você, Sebastian? Como foi ficar dois dias sem ver sua prima?– Maravilhoso. – Aquilo me deixou irritada.– Bom, se estamos em tanta alegria assim, por que vocês estão tão separados? – estávamos o mais afastados possível. Quase subindo pelo braço do sofá.– Não, obrigado.– To bem assim. – Wilson
Sebastian’s pov– Repita se for capaz. – Serdeberãozinho desafiou.– Além de idiota você também é surdo?O capitão ameaçou partir pra cima de mim, mas antes que ele pudesse fazê-lo Luiza o impediu. O que era uma ótima atitude, cá entre nós.– Espera. Me dê apenas cinco minutos antes de matá-lo.– E por que eu deveria? – cinco soldados tentavam segurá-lo. Dois nos braços, dois nas pernas e um agarrado ao tronco.– Apenas me dê os cinco minutos que estou pedindo. Depois mate-o, agrida-o, faça o que bem entender. – O capitão ficou pensativo.– Tudo bem. Você tem seus cinco minutos.Luly mal agradeceu. Veio direto em minha direção. Seus olhos pareciam estar tomados de cólera. O que era estranho. Sabia que ela
Sebastian’s povDefinitivamente a primeira coisa que eu faria após sair desse maldito acampamento seria tacar fogo nele com a Soninha e essa suposta criança filha de todos. Em menos de um mês ela já tinha me dado mais dor de cabeça do que Luiza em um ano.Já perdemos tempo no início da prova quando metade dos competidores resolveu capturar aquela pentelha. Se eu não tivesse feito judô e boxe provavelmente ainda não teríamos saído do mesmo lugar. E pra piorar, Soninha passou o caminho todo com a boca aberta. Maldito o dia que eu resolvi comer aquela garota. Antes tivesse virado eunuco.– Hein, Seb, o que você acha de Soraya se for uma menina e Waldeke se for menino? – perguntou com a voz manhosa. Ela tinha sorte de estar grávida, já estava quase pegando um tronco e enfiando na boca dela.– Eu ia dizer que qualquer n
Narrator’s pov– Está atrasado. – O capitão reclamou enquanto lia seu jornal.– Sinto muito, meu caro. – O pastor acomodou-se em uma das cadeiras. – Mas por que me chamou a essa hora? Quer confessar seus pecados? – brincou.– Preciso de um favor e gostaria que você não recusasse. – Olhou pela primeira vez para o amigo.– Ainda não cansou de infernizar a vida daqueles dois?– Não se preocupe. Chega de provas malucas. Essa será a última.– Então por que me chamou aqui?– Vamos falar sobre isso depois. Antes preciso beber algo forte. – O capitão se levantou para preparar um drinque.– Você sabe que essa não é a melhor forma de resolver os problemas, não é? Não importa se sejam pequenos, grandes, ou que venham em forma
– Luiza! – pude ouvir a voz de Vincent. Ele assistia a nossa chegada e minha escalada dramática. Virei um pouco a cabeça para o lado. Foi o máximo que consegui. Ele vinha correndo na minha direção. – Luiza, você está bem? – se ajoelhou ao meu lado.– Não toque em mim! – falei com toda a força que podia. Ele pareceu assustado. Eu queria explicar que ele poderia piorar os ferimentos, mas eu estava fraca e ferida demais para isso.– Tio, chame os médicos! – ele gritou. – Vai ficar tudo bem, Lu. Não se preocupe.Eu queria concordar, queria sorrir pra ele e dizer que estava tudo bem, porém a única coisa que eu consegui fazer foi fechar os olhos e perder a consciência.(...)– E então, doutor, como ela está? – foi a primeira coisa que ou