Narrator’s pov
– Está atrasado. – O capitão reclamou enquanto lia seu jornal.
– Sinto muito, meu caro. – O pastor acomodou-se em uma das cadeiras. – Mas por que me chamou a essa hora? Quer confessar seus pecados? – brincou.
– Preciso de um favor e gostaria que você não recusasse. – Olhou pela primeira vez para o amigo.
– Ainda não cansou de infernizar a vida daqueles dois?
– Não se preocupe. Chega de provas malucas. Essa será a última.
– Então por que me chamou aqui?
– Vamos falar sobre isso depois. Antes preciso beber algo forte. – O capitão se levantou para preparar um drinque.
– Você sabe que essa não é a melhor forma de resolver os problemas, não é? Não importa se sejam pequenos, grandes, ou que venham em forma
– Luiza! – pude ouvir a voz de Vincent. Ele assistia a nossa chegada e minha escalada dramática. Virei um pouco a cabeça para o lado. Foi o máximo que consegui. Ele vinha correndo na minha direção. – Luiza, você está bem? – se ajoelhou ao meu lado.– Não toque em mim! – falei com toda a força que podia. Ele pareceu assustado. Eu queria explicar que ele poderia piorar os ferimentos, mas eu estava fraca e ferida demais para isso.– Tio, chame os médicos! – ele gritou. – Vai ficar tudo bem, Lu. Não se preocupe.Eu queria concordar, queria sorrir pra ele e dizer que estava tudo bem, porém a única coisa que eu consegui fazer foi fechar os olhos e perder a consciência.(...)– E então, doutor, como ela está? – foi a primeira coisa que ou
– Tá brincando, né? – perguntei depois de uma risada forçada.– Eu pareço estar brincando? – apesar do sorriso estampado na cara daquele maldito ele realmente parecia estar falando sério.Okay... eu precisava de um tempo para assimilar aquilo.Eu, Luiza...acabei de descobrir...que estou casada...com a pessoa que eu mais odeio no mundo.....– Com licença. – Peguei um dos livros sobre a mesa de Serdeberão. Sorri pra Sebastian e recebi um sorriso sem graça de volta. – Seu idiota! – comecei a bater nele com o livro. – SEU MALDITO, DESGRAÇADO! O QUE VOCÊ VAI FAZER AGORA, HEIN? É ASSIM QUE VOCÊ QUER FAZER COM QUE EU ME ARREPENDA DE TE ODIAR? – a cada batida minha força aumenta
– Nunca pensei que eu veria uma noiva tão linda. – Estela enxugou uma lágrima que escorreu. Olhei pra ela.– Nunca pensei que eu iria querer ver você longe de mim. – Sorri forçadamente.– Ai, amiga, que horror! To aqui te dando a maior moral e você vem com cinco pedras?– Na verdade eu vou só com uma. To guardando o resto pro Sebastian. – falei enquanto ela ajeitava meu vestido.– Olha pelo lado bom... é, não tem lado bom.– Não, não tem.E realmente não tinha. Desde que saí do chalé do capitão eu havia passado horas de tortura. Tá, uma quase tortura. Fui levada a um chalé que era uma espécie de SPA. Sabe, eu tenho uma filosofia. Chalés do acampamento Carnificina são como McDonald’s: você não sabe de onde surgem, eles simple
– Bom, agora vamos resolver a parte burocrática. – O capitão falou.A festa havia acabado, ao menos pra nós, porque o resto da galera festejava como se não houvesse amanhã. Depois do bolo a única coisa que deu pra gente fazer foi comer. Parecia que a gente tava almoçando naqueles restaurantes populares, onde a comida é só um real. Comemos muito, muito mesmo. E ainda guardamos salgadinho pra viagem.No momento estávamos resolvendo as últimas questões desse casamento. Quer dizer, estávamos tentando resolver. Eu não conseguia parar de rir. Serdeberão explicava as coisas, mas eu ficava rindo sozinha no meu canto, lembrando da cara de Sebastian no bolo. Aquele foi um momento de vitória. Faria questão de colocar aquela foto como papel de parede no meu quarto novo.– Aqui estão os pertences que foram c
Rir. Essa foi a minha primeira reação. Tudo estava fácil demais. Tinha que ter alguma treta naquilo. O problema é que eu estava cansada demais pra suspeitar de algo. – Como você pode rir num momento desses? – Sebastian olhava pra mim incrédulo. – E o que você quer que eu faça? Chore? Pelo menos rir faz bem pra alma. – Alma? Você ainda tem isso? – Nem vem, Sebastian. – Passei por ele, empurrando-o. Dei uma olhada rápida pelo local. – O quarto maior é meu. – Peguei meu total de 1 mala. – Luiza, precisamos fazer algo. – Me segurou pelo braço. - Ou você pretende ficar no seu quarto olhando para o teto? – Eu pretendo dormir. Você está descansadinho, mas a bonita aqui não pregou o olho a noite toda. – Isso é problema seu. Você poderia ter dormido, não dormiu porque não quis. – Ah, claro. Realmente eu ia conseguir dormir com ratos e baratas me fazendo companhia! – me virei, batendo com a mala nele. – A
– Hoje é seu dia de sorte! – Sebastian sorriu para o atendente.Três vezes. Eu já tinha ouvido aquela frase três vezes. E a cada vez ficava pior.– Boa tarde, meu nome é Fernando, em que posso ajudá-los?– Eu e minha esposa – me puxou para o seu lado – estamos aqui para comprar alguns móveis. Estamos mobiliando nossa casa, sabe?– Meus parabéns, senhores.– Não me dê parabéns agora. No momento você deveria me desejar “meus pêsames”. Deseje-me parabéns se nós conseguirmos sair daqui com algo comprado. – falei.– Nossa, Luly, isso é jeito de falar com as pessoas? – olhei pra ele. Sebastian era um idiota, isso eu já sabia. Mas a cada palavra parecia que o grau de idiotice aumentava e a cada palavra minha vontade de matá-lo era ainda maior.&n
Dessa vez ele se ajeitou. Colocou um dos joelhos entre as minhas pernas e o outro ao lado delas. Então voltou a me beijar. Algum lugar da minha mente dizia: Resista!, mas todo o resto pedia por mais. Principalmente quando senti uma das mãos de Sebastian sobre a minha barriga. Elas eram quentes e macias.Senti-o desabotoar meu short, mas nem liguei. Será que tocá-lo seria igual ao meu sonho? Eu precisava descobrir. Parei o beijo.– Tira a blusa. – Pedi meio envergonhada. Eu nunca tinha dito aquilo nem mesmo para um paciente.– O quê? – ele parecia confuso.– Tira a blusa. – Repeti. Por sorte ele fez o que eu pedi sem perguntas. O que foi um alívio porque eu não saberia o que responder. Ah, não é nada não, eu só queria confirmar se você é tão gostoso quanto no meu sonho erótico. Definitivamente essa não s
Senhor, me diga, o que eu fiz pra merecer isso? Eu devo ter salgado a Santa Ceia, só pode! Ali, deitada no chão frio, eu percebi o quanto eu sou sortuda em ser azarada. Sem casa, sem dinheiro, entrando no negócio mais maluco da minha vida e agora no meio de um assalto que só Deus sabe como vai acabar. Tantos dias, tantos bancos, tantas horas e isso tinha que acontecer justamente conosco. Acho que qualquer pessoa duvida que possa acontecer tanta desgraça na vida de alguém. Bom, eu duvidava, então um conselho: nunca duvide. – Mas que inferno, hein. – Reclamei enquanto Sebastian pressionava minha cabeça contra o chão para que eu continuasse abaixada. – Fica quieta, Luiza! Quer morrer? – sussurrou. A funcionária ao nosso lado não parava de chorar. Isso seria aceitável se ela não fosse escandalosa. Acho que o banco todo podia ouvi-la. – Ô, querida, será que dá pra calar a boca? Tem gente aqui querendo viver. – falei. Ela i