Rir. Essa foi a minha primeira reação. Tudo estava fácil demais. Tinha que ter alguma treta naquilo. O problema é que eu estava cansada demais pra suspeitar de algo.
– Como você pode rir num momento desses? – Sebastian olhava pra mim incrédulo.
– E o que você quer que eu faça? Chore? Pelo menos rir faz bem pra alma.
– Alma? Você ainda tem isso?
– Nem vem, Sebastian. – Passei por ele, empurrando-o. Dei uma olhada rápida pelo local. – O quarto maior é meu. – Peguei meu total de 1 mala.
– Luiza, precisamos fazer algo. – Me segurou pelo braço. - Ou você pretende ficar no seu quarto olhando para o teto?
– Eu pretendo dormir. Você está descansadinho, mas a bonita aqui não pregou o olho a noite toda.
– Isso é problema seu. Você poderia ter dormido, não dormiu porque não quis.
– Ah, claro. Realmente eu ia conseguir dormir com ratos e baratas me fazendo companhia! – me virei, batendo com a mala nele.
– A
– Hoje é seu dia de sorte! – Sebastian sorriu para o atendente.Três vezes. Eu já tinha ouvido aquela frase três vezes. E a cada vez ficava pior.– Boa tarde, meu nome é Fernando, em que posso ajudá-los?– Eu e minha esposa – me puxou para o seu lado – estamos aqui para comprar alguns móveis. Estamos mobiliando nossa casa, sabe?– Meus parabéns, senhores.– Não me dê parabéns agora. No momento você deveria me desejar “meus pêsames”. Deseje-me parabéns se nós conseguirmos sair daqui com algo comprado. – falei.– Nossa, Luly, isso é jeito de falar com as pessoas? – olhei pra ele. Sebastian era um idiota, isso eu já sabia. Mas a cada palavra parecia que o grau de idiotice aumentava e a cada palavra minha vontade de matá-lo era ainda maior.&n
Dessa vez ele se ajeitou. Colocou um dos joelhos entre as minhas pernas e o outro ao lado delas. Então voltou a me beijar. Algum lugar da minha mente dizia: Resista!, mas todo o resto pedia por mais. Principalmente quando senti uma das mãos de Sebastian sobre a minha barriga. Elas eram quentes e macias.Senti-o desabotoar meu short, mas nem liguei. Será que tocá-lo seria igual ao meu sonho? Eu precisava descobrir. Parei o beijo.– Tira a blusa. – Pedi meio envergonhada. Eu nunca tinha dito aquilo nem mesmo para um paciente.– O quê? – ele parecia confuso.– Tira a blusa. – Repeti. Por sorte ele fez o que eu pedi sem perguntas. O que foi um alívio porque eu não saberia o que responder. Ah, não é nada não, eu só queria confirmar se você é tão gostoso quanto no meu sonho erótico. Definitivamente essa não s
Senhor, me diga, o que eu fiz pra merecer isso? Eu devo ter salgado a Santa Ceia, só pode! Ali, deitada no chão frio, eu percebi o quanto eu sou sortuda em ser azarada. Sem casa, sem dinheiro, entrando no negócio mais maluco da minha vida e agora no meio de um assalto que só Deus sabe como vai acabar. Tantos dias, tantos bancos, tantas horas e isso tinha que acontecer justamente conosco. Acho que qualquer pessoa duvida que possa acontecer tanta desgraça na vida de alguém. Bom, eu duvidava, então um conselho: nunca duvide. – Mas que inferno, hein. – Reclamei enquanto Sebastian pressionava minha cabeça contra o chão para que eu continuasse abaixada. – Fica quieta, Luiza! Quer morrer? – sussurrou. A funcionária ao nosso lado não parava de chorar. Isso seria aceitável se ela não fosse escandalosa. Acho que o banco todo podia ouvi-la. – Ô, querida, será que dá pra calar a boca? Tem gente aqui querendo viver. – falei. Ela i
Algumas semanas depois. – Empresa de favores Bragantino. Não somos macacos, mas quebramos o seu galho. Bom dia. – Oi, bom dia. Eu gostaria de pedir um favor. – E qual seria? – Preciso lavar algumas roupas, mas minha máquina quebrou. – Sinto muito, senhora. Se a senhora viu o anúncio no jornal deve saber que nossa especialidade são problemas que não tem soluções prontas. Se a gente quisesse lavar a roupa dos outros, moça, a gente não abria uma empresa de favores e sim uma lavanderia. Passar bem. A ligação foi encerrada. (...) – E então, quem vai? – Sebastian perguntou. – Eu não. – falei. – Eu não. – Estela disse. – Eu muito menos. – Foi a vez de Sebastian. – E você Ian, quer ir? – gritou. – Se vocês não querem, por que eu iria querer? – gritou de volta. – Alguém precisa ir. – Sebastian reclamou. – Por que não você? Já que é o dono da empresa. –
– Pode tirando. – Sebastian falou.– Pode tirando o quê? – perguntei.– Essa roupa escrota. – Sentado no banco, ele estava com os braços e as pernas cruzados, mal olhava pra mim enquanto falava.– Por que eu tenho que tirar? – dei uma olhada ao redor de mim mesma procurando algo de errado.– Porque tá escrota, você não ouviu?– Ih, para de palhaçada. Você quer que eu impeça um noivado com uma calça jeans e blusa do bob esponja? Mó cara de amante a minha.– Ué, pelo menos você vai poder acusá-lo de traição e pedofilia.– Para de graça. Falando assim até parece que quem está com ciúmes é você! – virei o rosto como quem não quer nada.– Não viaja garota. – Me puxou pra sen
Sebastian’s pov Até que a garota beijava bem, mas algo estava faltando. Não sei dizer o que era só sei que já peguei melhores. – Ana Luiza! – um homem gritou. Era o tal do Welerson vindo em nossa direção. – Quem é esse cara? – Eu não te devo explicações da minha vida. – Passou a mão pelos meus lábios. Ana Luiza era muito bonita, até porque eu só pego gata, mas parecia totalmente superficial. Se não fosse pelas palhaçadas da Luiza, eu não precisaria ter aturado essa garota. – Nós terminamos faz nem duas semanas e você já tá se pegando com outro cara? – Terminar há duas semanas não foi motivo pra você não noivar. – Me pegou pela mão. – Vamos, amor. – Vai na frente. – Mandei. Passei o braço ao redor do ombro do Welerson e sussurrei. – Vem cá cara, cadê a puta que tava contigo? Uma de vestido vermelho, argolas, que fez um escândalo... – Ah, a maluca? – Essa mesmo! – Ela pediu pra te avisar que antes
Luiza’s pov Onde eu estava? Essa foi a primeira pergunta que eu fiz. Ao olhar ao redor reconheci o local. Era o banheiro do meu quarto. Eu estava na banheira ainda de roupa e um cheiro insuportável parecia vir de mim. Tentei levantar, mas era como se alguém tivesse dado uma porrada na minha cabeça. – Hmm... – resmunguei. Era ficar com dor de cabeça ou fedendo. Partindo do princípio que aquele cheiro só me deixava pior do que eu já estava, fiz um esforço e consegui tomar banho. Coloquei uma regata preta que representava meu humor e um short jeans. Não tinha vontade de comer, mas precisava de uma aspirina. Que dor dos infernos! – Bom dia, flor do dia! Dormiu bem? – Sebastian estava sentado no sofá lendo relatórios e segurando uma xícara de café. Quando Sebastian estava em casa, ele tirava as lentes e usava óculos e meu Deus, que visão! Até de óculos ele conseguia ser sexy. Parecia um verdadeiro empresário. Mas só pareci
Sebastian’s pov– Taquipariu, hein. – Reclamei pela enésima vez. Se aquele trabalho não estivesse valendo tanto, eu já teria jogado todas aquelas crianças do último andar do condomínio.Você deve pensar: “Crianças? Ué, desde quando o Seb cuida de crianças?”. Pois é, eu me faço essa pergunta a cada cinco minutos. Com toda certeza, Ian me pagaria por aquilo.Flash back on– Ta falando sério, cara? – perguntei.– To com cara de quem tá brincando? – ele olhava seriamente pra mim.– Ian, não tenho o menor jeito pra trabalhar com crianças. Será que não dá pra trocar com a Luiza?– Claro. – Ironizou. – A gente coloca uma peruca em você, um vestido, sapatos de salto