Luiza’s Pov
– Achei o remédio. – falei entrando na sala. Estava tudo bagunçado e Sebastian lia o jornal, sentado na poltrona. – Cadê o pirralho?
– Fugiu. – Ele falou na maior tranquilidade possível. Entrei em pânico.
– Ele o quê???
– Fugiu. Tá surda? – senti uma vertigem me inundar.
– COMO ASSIM VOCÊ DEIXOU UMA CRIANÇA DE 6 ANOS FUGIR? – gritei.
– Eu tentei correr atrás dele. Mas o bichinho era rápido.
– Bichinho? Sebastian, eu não quero saber como, mas você vai me trazer aquela criança de volta. – Ordenei.
– Por que eu?
– Porque foi você quem deixou ele fugir!
– Tudo bem, eu vou. – Se levantou. – Mas você vai comigo. – Me puxou pelo braço para a rua.
Rodamos a cidade toda procurando Gabriel. E a cada minuto que não o achávamos, meu desespero aumentava. Meu Deus, onde aquela criança poderia estar? Eliza me mataria caso algo acontecesse com ele. E se eu morresse, Sebastian iria junto. Andamos por umas 3 horas seguidas, discutindo, brigando, se batendo, e procurando a criança, é claro. Minhas pernas já estavam dormentes de tanto andar. Precisava parar, precisava ir para casa.
Sebastian’s Pov
Nós dois estávamos cansados. Não aguentávamos mais andar. Entramos em um monte de buracos procurando aquela peste. Arranjamos confusão em um bar, que acabou com todo mundo pelo menos com um corte e uma garrafada na cabeça. Sem querer soltamos um cachorro de onde estava preso e tivemos que correr atrás dele pra devolver ao dono. Armamos um barraco em um supermercado. Por causa do nosso estado, acharam que éramos mendigos ou perto disso. Luiza discutiu tão feio com o gerente que fomos expulsos do mercado, e duvido muito que pudéssemos voltar lá novamente.
– Estou cansada, preciso ir pra casa. – falou a dita cuja.
– Imagino... deve ser cansativo discutir com o gerente de um mercado. – Alfinetei.
– Tanto quanto sair a garrafadas de um bar. – Essa me pegou. – Vamos voltar. Se ainda não achamos aquela criança, não vai ser agora que iremos encontrá-lo.
– E o que pretende dizer à Eliza? – perguntei.
– Sei lá. Que tal: “ Eliza, seu filho foi arrebatado”.
– É, pelo menos ele foi pro céu. – disse irônico.
– Vou ignorar você. – Saiu andando na frente.
Segui-a e fomos para nossas casas. Luiza parecia realmente preocupada. Entrei em casa e enquanto passava pelo corredor para ir para meu quarto, vi minha mãe com uma criança, comendo chocolate na bancada da cozinha.
– Mãe? Quem é essa criança?
– Sou o fantasmático, você não pode me ver a menos que eu queira ser visto.
– Esquece, já sei quem é. – peguei-o pela orelha e comecei a puxá-lo para a sala.
– AAAAAAAAAI.
– Isso é pra você aprender a não fugir. Agora vamos que eu vou te levar pra Luiza. – falei.
– Sebastian! – minha mãe chamou.
– Ahhh mãe, pera aí. Esse pirralho já me deu dor de cabeça demais por um dia.
Cheguei com o garoto na hora em que Luiza arrumava a casa.
– Toma. Perdi, e achei. Meu trabalho acabou. – Avisei.
– Nada disso. Você vai me ajudar a arrumar essa bagunça!
– O quê?
– Se você tivesse segurado o garoto, ele não teria feito essa bagunça toda. É tudo culpa sua! – acusou.
– É sempre culpa minha. – Senti uma raiva imensa. Como eu odiava aquela garota! – Biel, você é o Ben 10, né? – perguntei.
– Sim. - respondeu com um brilho nos olhos.
– Então vire o XLR8 e toque o terror nessa casa! Acabe com aquela feiticeira do mal! – instiguei. E não é que o garoto fez o trabalho direitinho?
Em menos de 10 minutos Luiza já estava pensando seriamente em matá-lo ou deixá-lo vivo.
– JÁ CHEGAAAAAAAA! – gritou. Nós dois ficamos paralisados. – Você. – Apontou para Gabriel. – Você não é o Ben 10. Nunca foi e nunca será! Contente-se com a realidade. Eu também queria ser muitas coisas, mas não sou. Outra coisa, eu não sou sua mãe pra ficar aturando suas pirraças e suas atitudes violentas. Isso não é bonito. Agora pode começar a arrumar essa bagunça que você fez. – E ele fez exatamente o que ela mandou. Sem reclamar, sem resmungar, sem contestar. Ela tinha transformado ele em um fantoche.
– Nossa Luiza, você destruiu o sonho da criança.
– Desculpa, mas pra mim destruir a casa dos outros não é sonho. E você. – Apontou pra mim. – Que tipo de homem você é? Quer dizer, isso se você for mesmo um homem. Que tipo de pessoa incentiva uma criança a destruir patrimônio privado? Você não pode fazer a coisa certa uma vez na vida?
– Não. – Respondi.
– AHHH MORREEEE!!! Vai ajudar o garoto!! – mandou.
– Não, não vou. – Respondi.
– Vai sim! – retrucou.
– Então me obriga.
(...)
– Terminamos, senhora. – falou o atual exorcizado, ops, Gabriel.
E lá estava eu: ajudando-o a arrumar a casa, enquanto aquela garota fazia a comida. Como ela me obrigou? Me chantageou, dizendo que se eu não ajudasse, contaria para o namorado da garota que eu tava pegando, que a namorada, estava chifrando ele comigo. Como ela sabia? Não faço ideia. E tive que ajudar. Mas também deixamos aquela casa impecável. Às vezes eu me perguntava onde estavam meus avós, que nunca chegavam pra me salvar daquela exploração.
– Ótimo. Já terminei aqui também. – Avisou. – Agora, vá lavar as mãos e venha para a cozinha comer.
Cara, como uma pessoa pode mudar uma criança com um simples esporro? Senhor, aonde vamos parar?
– Chegamos! – ouvi a voz de meus avós.
– Já? – falou o pirralho.
– Correção, agora. – falei.
– Vejo que vocês ainda estão vivos. Que milagre é esse? – vovó falou.
– Não podia matá-lo e muito menos morrer enquanto tenho uma criança sobre minha responsabilidade. – Luiza se intrometeu, aparecendo na sala.
– Eu posso. – Afirmei.
– Ninguém te perguntou o que você pode ou não fazer. – falou.
– É, Biel, vai aprendendo. Isso se chama TPM. Todas as mulheres têm e todos os homens evitam. – Sussurrei pra ele.
– Vocês chegaram em boa hora. Acabei de fazer o lanche. – Mudou de assunto.
– EEEEEEEEEEE lancheeeeee! – o pirralho saiu correndo para a cozinha e nossos avós foram atrás. Quando Luiza estava seguindo eles, puxei-a pelo braço e levei-a para um canto.
– O que foi, Sebastian? Quer outro beijo? Acho que você gostou da mordida. – Provocou. Ela tava muito virada no Jiraya, movida pela força do ódio para esquecer a timidez e me peitar daquele jeito.
– Nada disso. Quero que você faça com que a Bia não queira mas ficar comigo. – falei.
– E por quê?
– Porque se você já sabe do nosso rolo, quer dizer que todo mundo também sabe. E não quero ter problemas com o namorado gigante dela – expliquei.
– E o que te faz pensar que eu vou te ajudar?
– Eu te pago.
– Quanto?
– R$50,00.
– Com esse valor você não compra nem minha vontade de fazer isso. – Revirei os olhos.
– Tá bom. R$300,00. É tudo ou nada.
– R$500,00 – falou.
– R$350,00
– R$500,00
– R$400,00
– R$ 500,00
– R$420,00
– R$500,00 - insistiu.
– R$450,00
– R$500,00
– R$500,00
– Fechado. – falou, estendendo a mão. Apertei-a. – Amanhã falo com ela. Duvido que ela queira olhar na sua cara de novo após nossa conversa.
– Perfeito. Mas cuidado, não estou a fim de ser espancado. Estou tentando fugir disso, ok?
– Ok. Amanhã, esteja com meu dinheiro. Caso contrário, boa sorte. – Sorriu e saiu andando.
Pagaria R$500,00, mas ao menos não apanharia. 500? Não acredito que fui tão idiota! Devia estar escrito na minha testa: burro. Como eu pude? Quem é que paga R$500,00 por um favor? Ah é, esqueci. Eu pago.
O serviço teria que valer muito a pena. Mas mal sabia eu o que o dia seguinte iria me acarretar.
Quinhentos reais apenas para falar a verdade. É por isso que sempre gostei de negociar com Sebastian. Assim que ele me soltou fui direto para a cozinha, um pouco mais feliz que o normal. Chegando lá, todos já estavam comendo o lanche que eu havia preparado. – Poxa... Nem me esperaram. – Fingi estar triste. – Ah, prima, fica triste não. Se você quiser me transformo em Chama e queimo o Sebastian. – Jogou um olhar assassino pro dito cujo que entrava na cozinha. - Você ficaria feliz? – A razão me manda mentir, mas a minha vontade me manda dizer a verdade... – Luiza! – Fui repreendida. – Desculpa, vó, mas é verdade. Se eu minto, você briga, se eu falo a verdade, você também briga! – Me defendi. – Luiza, por favor, não comece. – Revirei os olhos. – Ah, que isso vó. Deixe-a continuar. Como você pode impedi-la de concorrer ao Oscar como melodrama do ano? – E mais uma vez Sebastian colocando lenha no fogo. – Vou
– E aí, Lu, como foi na prova? – Pedro perguntava, enquanto descíamos as escadas do corredor da faculdade. – Sei lá. Não foi péssima, porque eu costumo estudar um pouco diariamente. Mas nossa, aquilo não foi prova. Acho que até em prova de concurso público eu ia melhor. – É, realmente a prova tava bem complicada. Por isso que eu não gosto desse professor. Continuamos falando sobre a prova enquanto íamos para a lanchonete, mas antes que eu pudesse entrar e comer alguma coisa, vejo meus avós vindo na minha direção com Biel entre eles. Eu sabia que alguma coisa ia acabar sobrando pra mim, sabia. Tentei dar meia volta e me esconder em algum lugar, mas acabei esbarrando em alguém, que logo percebi ser Sebastian. – Com licença? – Não. – ele respondeu. – Por que não? – Perguntei incrédula. – Porque não vou perder a oportunidade de te fazer tomar conta de um pirralho. – Revirei os olhos e tentei fugir, mas ele me agarr
Sexta-feira, 13.A alguns quilômetros do quinto dos infernos.Caro pai,Venho por meio desta carta dizer-lhe minhas últimas palavras mediante a situação que me foi imposta. Não tenho ideia de como agradecer-lhe por ter me mandado pra casa do caralho, localizada bem ao ladinho de onde você mora. Hoje posso dizer com orgulho que, em plenos 19 anos, caminhando para os 20, tive minha vida completamente arruinada, destruída, desgraçada, pela pessoa que um dia deveria ter agido como um pai. Como posso lhe agradecer por tudo o que fez por mim? Acho que minha gratidão não consegue expressar o que eu sinto, devido a sua fuga repentina, juntamente com sua responsabilidade paterna. Ainda fico maravilhada com a capacidade de um pai de mandar o filho maior de idade, que já responde por suas ações, pra porra de um lugar que eu
Estávamos sentados em cadeiras de madeira. Sebastian dando um jeito de soltar as algemas, enquanto eu apoiava a cabeça em meu braço livre, esperando o capitão voltar de sua saída inesperada.– Nos filmes parece bem mais fácil. – comentou.– Por isso são filmes. Seria bem mais fácil se você tivesse me apoiado quando eu disse que essa era uma ideia idiota.– E fazer mais barraco?– Falou o sábio agora. – falei irônica.– Como se alguma reclamação nossa fosse fazê-lo mudar de ideia. A gente precisa é arranjar um jeito de sair daqui.– É, vamos voando.– Boa ideia! Vamos buscar sua vassoura. – Ameaçou levantar. Então o capitão entrou na sala.– Agora vamos ao que interessa. – sentou em sua cadeira de couro e olhou fi
Sebastian’s Pov – Sebastian, o que tem a dizer? – o homem sentado na minha frente perguntava. – Eu te odeio. – Nossa, estou emocionado com a sua sinceridade. – disse irônico. – Disponha. – Sorri. – E você Luiza? – perguntou para a praga presa a mim, que se virou na minha direção e disse olhando nos meus olhos: – Eu te odeio. – Ora, ora, que interessante, vejo que temos algo em comum, querida. – comentou. – E o que seria? – perguntou. – Odiamos a mesma pessoa. – Eles começaram a rir. Pigarreei. – Então, me digam como tem sido a estadia de vocês aqui? – perguntou o terapeuta. – Uma merda. – Falamos juntos. – E por que dizem isso? – Você ainda pergunta? Passamos a noite toda presos a um tronco sem água e comida, não dormimos até agora e ainda por cima estamos algemados e cheio de pirralhos ao nosso redor. – Respondi. – Se vocês se tratassem como gente
– Sebastian, está tudo bem com você. Só falta um último exame pra você ser liberado. – Até que as coisas não foram como eu imaginei. O cara era legal. Os exames foram rápidos e eu ainda permanecia vivo. – Ok. Vamos fazer logo, então. – Preciso que você vista isso. – Ele me entregou uma espécie de roupão, do tipo que as pessoas usam pra fazer exames ou serem internadas. Aquilo não era legal. – Hã... diz pra mim que não é o que eu estou pensando. – Depende. O que você está pensando? – Que você vai enfiar o dedo no meu cu! – Você tem razão. – Ele começou a colocar as luvas de látex. – Ah, não. Ah, não. Você não vai enfiar esse dedo na minha bunda! Esse exame não é só pra quem tem mais de 40? – Isso não quer dizer que homens mais novos não possam fazer. Além do quê, você já iniciou sua vida sexual. – Ah, não. – Desculpa, amigo, você não tem querer. Se não for por bem, vai ser por mal. – esta
Luiza’s pov– Sebastian? – nem ligava para o capitão que nos olhava. Eu estava em choque. A primeira coisa que eu fiz foi tentar limpar a língua. – Eca, eca, que nojo, que nojo!– Ei! Não faz isso não que eu sei que tu gostou!– Me erra, Sebastian!– Será que alguém pode me explicar o que está acontecendo aqui? – o capitão se pronunciou ao chegar mais perto de nós. – E o que é isso no seu pescoço, Victorino? – Sebastian esticou a cabeça para ver.– É um chupão. – Concluiu, sério. - Lindo, né? Fui eu que fiz. – Tapei meu pescoço na hora.– Vou te matar, seu desgraçado! – corri atrás dele, mas o capitão me segurou.– Isso aqui está longe de se tornar a casa da mãe Joana! &Ea
Luiza’s pov Sebastian me olhava com os olhos arregalados pelo vão da porta. Em tantos lugares pro chuveiro ficar, por que tinha que ser justamente de frente pra porta? Eu estava completamente nua e ainda trincava os dentes por causa daquela água fria. Quando a ficha caiu, a primeira coisa que eu fiz foi tapar as minhas partes íntimas e virar de costas. – O QUE VOCÊ TÁ FAZENDO? – gritei já sabendo que estava fortemente enrubescida. – Ué, você estava gritando e eu tinha que ver se você estava bem. – Eu estava gritando porque a água estava gelada! – ele continuava me olhando. – Não vai parar de olhar não? – Hã? Ah, tá. Foi mal. – encostou a porta novamente. Terminei de tomar banho o mais rápido que pude. Ainda estava receosa que Sebastian abrisse a porta. Deixei pra pentear o cabelo do lado de fora. Foi a vez daquele tarado tomar banho e pude ver um certo volume em sua calça quando trocamos de lugar. Já ti