Sila
— Acorde, amor! — Murat pede suavemente, deixando alguns beijos cálidos no meu rosto e pescoço. Preguiçosa, me mexo na cama, sentindo o peso do sono de uma noite mal dormida.
— Ah não, por favor, só mais um pouquinho! — gemo preguiçosamente.
— Nada disso, aqui não é a Inglaterra.
— O que isso quer dizer? — Abro uma brecha de olho para encará-lo. Contudo, ele não para com os seus carinhos.
— Quer dizer que os meus tios costumam tomar café da manhã com todos reunidos na mesa e que você tem meia hora para ficar pronta.
Dou um salto brusco, sentando-me abruptamente em cima do colchão.
— E você só me avisa isso só agora? — resmungo, saindo imediatamente da cama. — E o Ali?
— Não se preocupe com ele, a Azra já deve estar cuidando
Murat— Estou impressionado. — A voz de Besim me faz desviar os meus olhos de cima dela.Sila, não faz ideia, mas ela está linda envolvida com todos os nossos costumes. Cada pedacinho dela está fazendo o meu coração bater mais forte. As suas vestes, as joias douradas que a adornam, a maneira como ela cumprimento as anciãs, a dança…Deus, essa dança. Essa parte mexeu ainda mais comigo.— Do que você está falando, primo?— Que o seu amor por essa mulher. Ele parece ser ainda maior do que o que um dia sentiu por Cecília.E ele não está errado.Eu amei a Cecília com todo o meu coração, mas a Sila conseguiu roubar tudo de mim. O meu coração, a minha alma e o meu prazer. Eu a amo tanto que pensar em perdê-la será o mesmo que perder a essência da minha existê
Murat— Não, eu sou apenas um homem justo, Sila — declaro. — O Aden e a Ezra receberam o que era justo por serem meus irmãos, assim como o meu tio Hakan recebeu uma parte generosa da minha herança por ter sido um tio zeloso e amoroso. Ele me tratou como um dos seus filhos sem qualquer distinção ou indiferença. Ele, assim como a tia Banu me deram muito amor, carinho, atenção, estudos e uma boa formação. Hoje ele está aposentado e o seu filho mais velho, o Besim cuida de tudo para ele agora.— Entendi.— Já está bem tarde, querida e está ficando bem frio também. É melhor entrarmos e dormirmos um pouco.— A verdade, é que estou bem elétrica. — Sila confessa, envolvendo-me com os seus braços. — As bebidas e as danças tiraram o meu sono.— Nesse caso, eu tenho um
Sila— Agora você pode colocar os olhinhos — peço para o Ali, lhe entregando duas pedras de carvão. O sorriso que ele abre me aquece e me deixa satisfeita.— E você põe o nariz.— Isso! — Concordo, colocando um galho seco bem no meio.— O papai pode fazer o sorriso? — Meu sorriso cresce e eu olho para o Murat que está envolvido em uma conversa com o seu primo Besim.— É claro, querido!— Oba! — O menino se alegra e corre na direção do pai, o puxando pela mão e logo ele começa a desenhar um sorriso feliz no boneco de neve. — Ele ficou lindo, mamãe! — Ali vibra, porém, fico estática apenas o olhando e sem saber o que dizer.… Ele ficou lindo, mamãe!Essa frase feliz se repete dentro dos meus ouvidos como um eco absurdo, fazendo um barulho est
Sila— Ayla, você já sabe, fique sempre de olho no Ali. Por favor, não tire os olhos de cima dele um só minuto! — repito as minhas instruções antes de finalmente saímos do carro. — O lugar vai estar cheio e eu não quero que nada aconteça com ele, entendeu?— Não se preocupe, Senhora Arslan, o Ali vai estar seguro comigo. — A garota garante, mas não me sinto tão segura disso.— Ok! — Aceno um sim para a garota, soltando um suspiro nervoso e me pergunto se todas as mães agem assim feito malucas desconfiadas como eu.— Relaxe, amor, ele vai ficar bem! — Murat fala tentando me convencer do óbvio, deixando um beijo casto no meu rosto e o seu toque me faz relaxar, mas só um pouco. — Pronta? — Ele pergunta confiante, porém, sorrio para ele.— Pronta.Talvez todo esse n
Sila— Ainda não é o momento — respondo com um suspiro baixo. Entretanto, olho ao redor dos convidados espalhados dentro de um grande salão luxuoso e decorado tipicamente com detalhes turcos a procura do Ali e da Ayla.— Relaxe, Habbibi, eles estão bem! — Uma palavra perdida nessa frase me faz olhá-lo.— Habbibi?Acho graça.— Significa meu amor.Sorrio.— Acho que preciso me dedicar um pouco as nossas origens — retruco com humor, beijando o seu rosto áspero devido a uma barba por fazer.— Deveria. — Murat ralha. No entanto, volto a procurá-los.— Onde eles estão? — inquiro ainda a procura e para a minha satisfação, Murat aponta o seu indicador em uma direção. Sorrio ao vê-lo brincando com outras crianças. Ali parece uma crian&cce
SilaNão era o que eu esperava. Penso quando escuto o som da risada de Emine que após descer do carro, enlaça o seu braço ao braço do meu marido e ambos caminham animados para dentro da mansão.Não a minha mansão, claro. Após uma conversa franca com Murat decidi que aquele seria o nosso lugar e que construiríamos apenas as nossas lembras lá, e não as de uma intrusa que com certeza está armando o seu bote com essa ideia repentina de fazer faculdade.— Oh meu querido, você como sempre você é tão atencioso! — Ela sibila amorosa e manhosa, quando Murat larga a sua mala em um canto da sala. — Sila, minha querida! — A garota cantarola falsamente se afastando do seu primo para vir me abraçar. — Obrigada por me receber nessa casa!— Por nada, Emine! — Lanço lhe um sorriso igua
Sila— Eu disse para Murat que não vou aturar qualquer vacilo seu aqui dentro. — Volto a interrompê-la. — Portanto, tente andar na linha ou você estará fora, entendeu?Pela primeira vez Emine balbucia.Sim, eu a deixei sem palavras.— Agora seja uma boa hóspede e se comporte, está bem? — Ela balbucia outra vez. — Tenha uma boa estadia na minha casa, Emine! — rosno e saio da sala no mesmo instante.Do lado de fora respiro fundo algumas vezes para acalmar o vulcão em erupção dentro de mim, porque a minha vontade mesmo era de estapear aquela garota ridícula e de mostrar-lhe quem manda nessa casa, mas acredito que as minhas palavras devem ter surtido algum efeito.— Mamãe, estou pronto! — Ali avisa com a sua alegria infantil de sempre, parando bem na minha frente, dissipando qualquer resquício de c&oacu
Murat— Bom dia, Senhor Arslan, como foi de viagem? — Minha secretária pergunta assim que entro na minha sala.— Foi ótimo, Isla. Obrigado por perguntar! E como estão as coisas por aqui? — Largo a minha pasta executiva do lado da minha mesa e me acomodo em minha cadeira, mexendo em uma das gavetas em seguida.— Tivemos um pequeno problema com a entrega de uma das refinarias, mas o Senhor Miller resolveu tudo pessoalmente. — Ergo a cabeça para mirá-la.— O Taylor resolveu?— Sim, Senhor. O Senhor Miller foi bastante dinâmico na hora de trazer uma solução.— Estou curioso com essa solução — ralho, porém, ela sorrir.— O Senhor tem uma reunião...Isla é interrompida quando alguém bate na porta e Taylor passa por ela na sequência. Faço um gesto de olhar para