Murat
— Temos uma criança essa noite, Senhor Arslan e ele merece esse cardápio diferenciado, concorda comigo? — Ela ralha. Entretanto, olho para o meu filho que está animado como se antigamente.
— Você tem toda razão, minha linda esposa! — sibilo, me aproximando dela, beijando-a calidamente na boca.
— O que você está fazendo, Murat? — Sila retruca, me afastando imediatamente. — Temos uma criança no nosso meio, Senhor Arslan, por favor se comporte!
Rio, dessa vez internamente.
— Sim, Senhora! — Ergo as minhas mãos em redenção.
Ela respira fundo.
— Ok, vamos arrumar tudo em cima do tapete e depois do jantar, vamos armar uma barraca bem no meio desse quarto. Vamos fingir que estamos em um acampamento, o que acham? — Arqueio as sobrancelhas.
— Ebaaaa! — Ali volta a gritar
Sila— Você já vai? — pergunto assim que ele se levanta da sua cadeira, ficando de pé no mesmo instante também.— Eu preciso ir, o David quer conversar comigo sobre algo e depois dos últimos acontecimentos acabei o ignorando.— Tudo bem, eu te levo até a porta.— Eu também, papai!Ver o sorriso de Murat mediante a atitude do filho é algo realmente é fascinante. Pensar que o Ali tem um trauma tão rígido e tão forte não me dá a certeza de que Murat Arslan é o único culpado. Eu sei que há algo além disso e até já pensei em uma maneira bem especial para penetrar essa grade de arames farpados que oprime o seu jovem coração.— Vou morrer de saudades suas! — O pai declara para seu filho e o beija várias vezes, fazendo-o rir. — Seja um bom
Sila— Érõn! — O menino resfolega animado, segurando o animal nos seus braços. Sua Alegria é tão grande que parece que mais nada existe ao seu redor e enquanto ele brinca com o gato, aproveito para conversar com Ayla em um canto mais afastado.— Eu já entendi que você está proibida de dar informações e não vou te forçar a isso, mas se você puder apenas confirme com a cabeça. Foi a Dilara quem proibiu de trazer o bichinho para dentro de casa? — Ayla tem o cuidado de olhar ao nosso redor. Contudo, ela faz um sim para mim.Maldita!— Ela fez isso para evitar algum trauma no Ali? — Dessa vez ela responde fazendo um não.Sinto uma raiva crescente dentro de mim.— Por que ela fez isso, Ayla?— Senhora Arslan…— Eu prometo que Dilara não fará nada com
SilaA porta do banheiro se abre minutos depois. Contudo, continuo parada perto de uma janela apenas olhando para o jardim esvoaçante, devido a brisa que insiste em brincar com suas folhas. O delicioso cheiro do perfume masculino me faz fechar os olhos e apreciá-lo por alguns instantes. Entretanto, estou pensando em uma maneira de abordar um certo assunto importante.— O Ali está feliz de estar com o Érõn outra vez. — Murat comenta e penso que não poderia ter melhor oportunidade do que essa. No entanto, ao virar-me para encontrar o seu peitoral desnudo simplesmente arfo, tentando não deixar transparecer o meu anseio de aproximar-me para tocá-lo. — Como conseguiu isso? — Dou de ombros, afastando-me da janela, porém, mantenho uma distância segura entre nós dois.— Eu não fiz nada. — Meu marido arqueia as sobrancelhas, enquanto veste uma camisa.
SilaNo mesmo dia, à noite…— Você veio?! — Marli sibila extremamente animada assim que abre a porta para mim. Sorrio, a abraçando em seguida.— Eu não perderia isso por nada! — cantarolo quando me afasto da minha amiga. — Pode me dizer por que escolheu fazer isso?— Quero um casamento turco, amiga e com cada detalhe dessa linda tradição. — Arqueio as sobrancelhas.— Me diga que isso não tem o dedo do meu irmão Deniz?— Na verdade, não tem. Eu quis fazer essa surpresa para ele e como você é a minha melhor amiga, a escolhi para aplicar a Henna em mim.— Oh! — Arqueio as sobrancelhas.— Venha comigo. — Ela pede, segurando na minha mão. — Contratei uma equipe para a decoração e um buffet para que nada saia errado.
Sila— Senhora Arslan, a Senhora tem uma visita. — Samia avisa após dar uma batidinha na porta do meu quarto, fazendo-me olhá-la através do reflexo do espelho.— Quem é, Samia? — Procuro saber, ansiando que não seja alguém da minha família nas primeiras horas do dia.Por favor, agora não!— É o Senhor Miller, Senhora.Confusa, uno as sobrancelhas.— Você disse, Senhor Miller? — A mulher faz um aceno positivo. — E, ele disse o queria?— Disse que era importante, Senhora.... Fique longe do Taylor!O pedido de Murat se repete dentro da minha cabeça.Respiro fundo.— Tudo bem, Samia, avise que descerei em alguns minutos.— Sim, Senhora! — A porta se fecha e com uma respiração alta me pergunto o que Taylor teria para me d
Murat— Senhor Arslan, o Senhor Besim está aqui.— Besim? Mande-o entrar por favor! — Em segundos a minha porta se abre e um sorriso gigante se espalha pelo meu rosto, e imediatamente fico de pé para receber o meu primo e diretor geral da BlacSea na Turquia. — Besim! — O abraço fortemente.— Murat, meu primo!— Aceita beber alguma coisa? — indago, apontando uma cadeira para ele.— Um café turco bem forte, por favor! — Seguro o telefone e aperto o ramal da minha assistente.— Isla, traga dois cafés turcos, por favor! — peço, devolvendo o objeto para o seu lugar e encaro o meu primo que está sentado de frente para mim. — O que o traz a Londres, Besim?— O que, não sentiu saudades de mim? — Sua pergunta me faz abrir mais um sorriso. — Eu trouxe a minha mãe para
MuratA ideia de me tornar um homem de negócios me dá uma visão além do meu real produto, portanto, procuro ter algumas ações de várias empresas e de vários setores produtivos, e assim mantenho os meus ganhos em dia. Investir nas empresas de café Yilmaz Kahve S/A é uma delas. A princípio tudo não passou de uma jogada de controle, caso a minha esposa decidisse dificultar as coisas para mim, porém, agora ela tornou-se apenas mais uma base de lucro. Não demora para estacionar o meu carro na minha vaga e logo adentro o hall extremamente espaçoso e elegante da empresa Yilmaz, onde os tons marrom e creme são predominantes nesse lugar, recebendo um destaque especial por causa das luzes amareladas dos sofisticados lustres e das enormes colunas. Ao aproximar-me do elevador aperto o botão para o terceiro andar e aguardo um pouco. Entretanto,
Murat— Para onde estamos indo? — Ela inquire irritadiça após um longo tempo em silêncio.— Precisamos conversar, Sila e não dá para fazer isso lá na mansão. Não com tantos empregados ao nosso redor e ainda tem o Ali por perto.— Não se preocupe, Murat, eu não estou com raiva de você. A final, você é um homem de negócios, certo?Não respondo ao seu tom acusador porque quero olhá-la dentro dos seus olhos e dizer-lhe a verdade por trás daquele documento. Preciso esclarecer alguns fatos sobre o valor pago nas ações da empresa da família Yilmaz. Portanto, minutos depois estaciono o carro em frente a uma ampla casa de veraneio, rodeada por lindos jardins e de onde estamos é possível ouvir o barulho do mar que fica de frente para ela. Assim que saímos do veículo, seguro na su