Estava sozinha novamente naquele quarto enorme, eu precisava achar um jeito de fugir dali o quanto antes. Caminhei em direção a porta. Ela estava trancada pelo lado de fora. Olhei em volta para ver se havia alguma possibilidade de sair, as duas opções que eu tinha estavam totalmente descartadas.
Então percebi que não tinha saída, eu teria que descobrir quem era meu sequestrador e tentar convence-lo a me deixar ir embora, dizer a ele que tudo era um mal entendido, que eu não era a pessoa que ele estava procurando.
De repente alguém bateu na porta e entrou. Um homem magro de aparência espalhafatosa e alegra se aproximou de mim juntamente com uma mulher de meia idade.
- Olá Srta Melissa! Você é mais bonita pessoalmente do que nas fotos, que honra poder te conhecer. Meu nome é Frederico, mas pode me chamar de Nico.
O homem disse tudo parecendo me conhecer, mas o que me deixava intrigada era ele ter fotos minhas. Como isso era possível? Todos eram muito estranhos pra mim, cada hora que aparecia alguém eu me sentia ainda mais confusa. Todos pareciam me conhecer muito bem.
- Me desculpe, mas eu preciso sair daqui me ajude, eu não sou quem vocês estão procurando. Eu fui sequestrada e não faço ideia de quem fez isso.
- Srta Melissa, fique calma viemos te arrumar para que você possa conhecer Mestre Bianchini, ele vai te explicar tudo com calma. Eu me chamo Clarice, trabalho na mansão do Mestre desde que eu era uma adolescente, posso te assegurar que ele é muito generoso e não vai fazer nada de mal com você.
Clarisse terminou de se explicar, caminhou até mim segurando uma capa com uma roupa dentro, colocou em cima da cama. Em seguida pegou meu braço, me puxou até uma cadeira, me fazendo sentar nela, enquanto Nico mexia em meu cabelo.
Parecia que eu estava em um pesadelo, nada do que eu falasse ou fizesse me faria acordar dele. Resolvi ficar quieta e deixá-los fazerem o que eles queriam comigo, a final eles eram somente subordinados e estavam ali a mando de alguém.
Algum tempo depois Nico tinha terminado de arrumar meu cabelo, me feito uma maquiagem simples dizendo que eu era linda, só precisava sorrir que já era o bastante.
Clarisse havia retirado a roupa que ela trouxe da capa e estava preste a me vestir quando eu disse.
- Não precisa disso eu vou com minhas próprias roupas, não quero me vestir com isso.
A roupa que ela trouxe era muito chique, parecia daquelas atrizes de hollywood. Eu nunca usei algo do tipo, nem gostava daquele tipo de roupa, mas ela insistiu tanto dizendo que iria ser advertida pelo seu mestre que eu aceitei vesti-lo. Clarice era tão meiga que eu não a queria causar problemas.
Estava prestes a me ver no espelho quando alguém bateu na porta, me virei para olhar quem era.
Sra. Angelini abriu a porta e entrou perguntando.
- Srta Melissa, já está pronta? Mestre Bianchini a aguarda no salão, eu vim busca-la. Vejo que sim, pois está ainda mais linda.
- Obrigada! Mas para onde você vai me levar?
- Não se preocupe, vou te levar ao salão de eventos da mansão para conhecer o Mestre. Disse Sra. Angelini caminhando até a porta enquanto me chamava para acompanha-la – Vamos Srta Melissa não fique nervosa.
Confesso que eu estava apavorada, mas precisava resolver isso logo para ir pra casa.
Saímos do quarto e eu pude observar o quanto aquela casa era grande, de fato se tratava de uma mansão e quem morava ali deveria ser muito rico e com certeza ele veria que eu não era quem ele estava procurando e logo tudo estaria resolvido.
Chegamos a uma grande escada que dava no andar de baixo, do outro lado da escada parecia ter mais alguns cômodos.
Descemos a escada, caminhamos até uma porta gigantesca que dava acesso a um salão imenso. Avistei lá no fundo uma mesa, havia um homem sentado nela de frente pra mim, parecia ser jovem demais pra ter um nome Bianchini. Ele estava com um terno azul marinho, e uma camisa branca, tinha cabelos escuros, pele morena, um rosto bem cuidado, de fato ele é muito bonito. Neste instante Sra. Angelini se despediu e saiu enquanto eu olhava para aquele homem sentado ali dizendo...
- Srta Melissa! Como vai? Espero que esteja muito bem instalada. Sente-se, coma um pouco enquanto conversamos.
- Quem é você? o que eu estou fazendo aqui? Eu preciso voltar para casa, minha mãe deve estar preocupada comigo.
- Ah! Me desculpe pelos maus hábitos, pode me chamar de Afonso. Quanto a sua mãe, não se preocupe ela está bem. Afonso disse tranquilamente enquanto comia e acenava para que eu me sentasse.
Decidi me sentar para ver o que ele tinha a dizer, eu estava faminta, tinha muitas horas que não comia, tinha bastante comida na mesa, não parecia que ele queria me fazer mal.
- Bom! Vamos direto ao ponto. Você deve estar se perguntando o que faz aqui? Disse Afonso com um olhar sério e intimidador. – O motivo pelo qual pedi para que meus homens te encontrassem e te trouxessem aqui foi que... alguns meses atras eu perdi meu pai Carlo Bianchini... Eu o interrompi impacientemente dizendo num tom agressivo.
- Desculpe, mas o que isso tem a ver comigo? Sinto muito pelo seu pai, mas não entendo onde você quer chegar.
- Ok, vou te explicar seja paciente... Afonso continuou... - Acontece que antes de meu pai falecer ele me disse que eu devia procurar por você. Até então, eu não sabia quem era você e porque eu deveria te procurar até que ele partiu e deixou uma carta e o testamento explicando tudo.
- De onde seu pai me conhece? Esta história não faz sentido nenhum pra mim, eu não conheço ninguém com esse nome ou sobrenome, acho que é um grande mal entendido, a Melissa que você está procurando não sou eu.
- Foi muito difícil te encontrar, eu estou a meses te procurando. Eu descobri que seu pai mora em Roma e possui uma empresa de tecnologia, sua mãe trabalha numa multinacional como secretária executiva, os dois são separados e você está no último ano do ensino médio, pretende fazer faculdade de medicina e está estudando muito pra isso.
- Meu Deus! Como você sabe todas essas coisas de mim? Mel estava espantada com todas as informações que ele tinha da sua vida.
- Pois bem, meu pai escreveu em seu testamento que para eu ter direito a sua herança eu teria que me casar com você dentro de um ano ou eu e minha irmã perderíamos tudo. Bom, estamos chegando ao fim deste prazo e se eu não me casar com você logo eu vou perder tudo.
- Você está maluco? Eu tenho apenas 17 anos, mesmo que isso fosse possível eu não poderia casar com você.
- Eu já verifiquei sobre isso e você faz 18 anos daqui três meses, seria o suficiente para nos casarmos, eu garanto que você ganhará muito dinheiro com isso, só precisaremos que você engravide de um filho meu e depois você estará livre pra recomeçar sua vida. Você será muito bem recompensada e não precisará trabalhar nunca mais em sua vida.
- Não, Não, Não! Eu não posso e não vou fazer isso, você só pode estar ficando louco. Eu não vou me casar com alguém que nem conheço, procure uma mulher que esteja disposta a fazer isso. Você está perdendo seu tempo comigo.
- Sinto muito Melissa, mas eu não tenho escolha, se você não se casar comigo eu terei que tomar medidas drásticas e fazer coisas que eu não quero. À proposito sua mãe está saindo do serviço agora para ir almoçar e seu pai está fechando um contrato milionário com um de meus homens, este contrato pode ser verdadeiro, vai depender de você para que ele não entre em falência total.
- Como você sabe disso? Por favor não os machuque... As lagrimas rolaram pelo rosto assustado de Melissa.
- Eu não pretendo machuca-los se você cooperar, pretendo resolver isso sem violência e da melhor forma possível. Aceite se casar comigo e tudo ficará bem. Eu não queria isso mas meu pai não me deixou escolhas. Não estava em meus planos me casar agora, sou muito jovem e pretendo me divertir bastante, o casamento é só um acordo, eu não quero que seja minha mulher de verdade, podemos fazer uma inseminação para que você me de um filho o quanto antes, para acabarmos com isso logo.
- Você só pode estar ficando louco...Mel se recusava a acreditar naquelas palavras, tudo parecia insano e um grande mal-entendido... Tudo bem, suponhamos que eu me case com você dentro de três meses, como eu vou explicar para minha família algo tão repentino? Minha mãe sabe tudo o que eu faço e ela não concordaria com isso. - Não se preocupe com ela agora só pense na minha proposta, mandarei um de meus homens te procurar dentro de dois meses para saber o que decidiu. Só lembrando que eu não tenho escolha e preciso que decida se casar comigo se não terei que te forçar a isso. - Você está me forçando a decidir meu futuro em dois meses? Isso não é justo, eu preciso que me de, mas tempo para pensar, eu tenho uma família, não posso deixá-los assim de repente. - Eu não estou pedindo para deixá-los, você se casará comigo e viverá aqui, mas não precisa abandoná-los, pode visita-los sempre que quiser, deixarei um helicóptero a seu dispor e poderá ir sempre que quiser, estamos fazendo um acor
O carro parou na porta do meu prédio, mas uma vez respirei aliviada e abri a porta para correr em direção a meu apartamento quando senti uma mão me puxar pelo braço e dizer: - Espero que a senhora tenha entendido o que o patrão disse, Mestre Bianchini não irá poupar esforços para conseguir o que quer, seja inteligente o bastante e aceite se casar com ele. Estaremos por perto para garantir que saia tudo conforme esperado. - Me solta!!! Gritei o mais alto que pude tentando puxar meu braço quando percebi uma voz dizendo; - Tudo bem Srta. Mel? Sebastian estava ao lado da janela olhando pra dentro do carro quando o homem soltou meu braço e respondeu. - Está tudo bem Sr. somos amigos da Melissa e estamos só trazendo ela pra casa e já estamos de partida. Tomasi, disse apertando meu braço com força enquanto me olhava com um olhar intimidador. - Está sim Sebastian, não se preocupe. Puxei meu braço e desci entrando no prédio e caminhando até o elevador. Apertei o botão que dava acesso ao
Cheguei no quarto e me deitei na cama gigantesca que tinha ali, era muito macia e confortável, mas minha mente estava uma bagunça e eu nem conseguia apreciar aquela maciez toda só queria que o tempo voltasse atrás e eu não tivesse perdido a hora na biblioteca, talvez se eu tivesse ido embora para casa mais cedo nada daquilo teria acontecido e eu estaria agora deitada em minha cama seguindo minha vida normalmente.Eu estava tão cansada que adormeci pensando naquela história louca que estava acontecendo comigo.Acordei escutando batidas na porta, por um instante queria que tudo fosse um sonho, mas não era e a Sra Angelini entrou no quarto avisando para que eu descesse para o jantar que já estava na mesa. Me recusei a ir porque estava sem fome e queria dormir até o amanhecer para ir para casa, estava muito triste, com saudades da minha mãe e do meu quarto que, por mais simples me fazia sentir segura. Apesar do conforto que aquela mansão tinha nada se comparava a minha humilde casa.A por
No fim do dia, Aurora voltou correndo para casa, estava ansiosa para reencontrar a filha, a saudade que sentia era grande, por mais brava que ela estivesse da filha, ela sentia gratidão por ela estar bem e em casa.Aurora foi até o aeroporto buscar Gerard e dirigiu em direção a sua casa, mas durante o caminho percebeu que havia um carro preto que estava a seguindo desde o aeroporto. Ela manteve a calma, e continuou dirigindo até que o carro a ultrapassou e segui em frente. Aurora respirou aliviada e entrou no prédio, se dando conta que o carro não estava a seguindo, isso era apenas um mal entendido, devia ser porque os últimos acontecimentos a fizeram imaginar coisa, inclusive que o desaparecimento de Mel poderia ter sido em razão dela ter sido sequestrada.Com o aparecimento de Mel Aurora deixou essas fantasias de lado e chegou a conclusão que o estresse estava fazendo com que ela imaginasse coisas infundáveis. A final, quem poderia sequestrar Melissa? Ela não conhecia ninguém que pu
Chegamos na minha casa e fomo direto pro meu quarto, minha mão estava no trabalho e não chegaria tão cedo, teria a tarde toda livre, poderia contar tudo que aconteceu para minha melhor amiga, talvez ela tivesse uma ideia para me tirar dessa enrascada.- Vamos Mel, me diga o que está acontecendo... Valentina estava impaciente e já não aguentava mais esperar para saber o que eu tinha para lhe contar.- Bem... eu tenho que me casar daqui três meses...Mel soltou tudo de uma vez só, ela estava engasgada e precisava desabafar. Decidiu que precisava ser assim se não ela não conseguiria dizer nada. - Não me diga que você está gravida? Quando isso aconteceu? Você não era virgem? Meu Deus Mel, o que você está me dizendo? Você ficou maluca? Valentina estava eufórica demais para pensar.- Pare de falar sandices e me escuta Valentina, eu sou virgem e não estou grávida. Mel bufou enquanto gritava para que sua amiga acalmasse.- Está bem, então me conta do que você está falando? As afirmações de M
Por algum motivo, Valentina tinha se tornado amiga de Afonso em uma rede social e tinha fotos dele em todos os ângulos.- Como você conseguiu que ele aceitasse sua solicitação de amizade tão rápido? O que você fez?- Nada Mel, só enviei a solicitação e ele aceitou.- Meu Deus Valentina, você é impulsiva demais, você não deveria fazer isso.- Para Mel, eu não fiz nada demais eu só enviei e ele aceitou, você está exagerando, hoje em dia as pessoas se tornam amigos em redes sociais isso não quer dizer que serão amigos de verdade.- Está bem, agora saia me deixe tomar meu banho em paz... Mel se virou e continuou lavando seu cabelo em paz, pensando na imagem que Valentina acabara de mostrar. Afonso era realmente lindo, isso ela não podia negar. Mas ter que se casar com ele estava fora de questão para ela.***************************************************************Os dias passaram de pressa, Mel estava cada vez mais ansiosa pois estava chegando ao fim o prazo que Afonso havia dado para
Mel começou a chorar desesperadamente, pensando em como sua mãe consegui esconder isso dela, ela havia notado que sua mãe estava saindo muito cedo de casa e chegando tarde, mas como sua mãe trabalhava muito ela imaginou que este era o motivo.- Melissa, você está aí? Perguntou Valentina... – Eu estou indo te encontrar, não chore vai dar tudo certo.- Não precisa, eu vou ficar bem, preciso voltar pro quarto minha mãe pode acordar, até mais Valentina.Valentina sentiu que precisava ajudar a amiga neste momento de dor, ela pediu ao taxista para que a levasse ao hospital. Em meia hora, ela já havia chegado no hospital, onde se dirigiu ao quarto 121.Mel estava sentada ao lado da cama de sua mãe enquanto Aurora estava dormindo tranquilamente.- Amiga! Como você está? Perguntou Valentina apreensiva.- Valentina o que você faz aqui? Eu disse que não precisava vir. Indagou Mel.- Somos amigas, tenho certeza que se fosse o contrário você não me deixaria sozinha. Pois bem, eu vim cuidar de você
Uma semana se passou e Aurora iria receber alta, Mel estava cuidando das documentações da alta de sua mãe. Ela estava preocupada em como ia pagar a conta do hospital e o tratamento que sua mãe teria que fazer nos próximos meses. Seu pai Gerard havia dito que não tinha dinheiro suficiente para ajudar no tratamento, que a empresa estava passando por uma fase ruim devido a um golpe que ele havia levado de um de seus investidores e que isso poderia levar a empresa a falência se ele não conseguisse se recuperar.Mel se sentia culpada pelo que seu pai estava passando, Afonso a havia avisado que se ela se recusasse a se casar com ele sua família sofreria as consequências.Mel chegou à recepção do hospital para dar entrada na alta de sua mãe, ela estava pensando em começar a trabalhar nos próximos dias para pagar as despesas do hospital. Ela entregou as documentações para a recepcionista enquanto esperava que ela conferisse.Entretanto, a recepcionista conferiu toda a documentação entregue e