Capítulo 7 – A vida voltando ao normal.

No fim do dia, Aurora voltou correndo para casa, estava ansiosa para reencontrar a filha, a saudade que sentia era grande, por mais brava que ela estivesse da filha, ela sentia gratidão por ela estar bem e em casa.

Aurora foi até o aeroporto buscar Gerard e dirigiu em direção a sua casa, mas durante o caminho percebeu que havia um carro preto que estava a seguindo desde o aeroporto. Ela manteve a calma, e continuou dirigindo até que o carro a ultrapassou e segui em frente. Aurora respirou aliviada e entrou no prédio, se dando conta que o carro não estava a seguindo, isso era apenas um mal entendido, devia ser porque os últimos acontecimentos a fizeram imaginar coisa, inclusive que o desaparecimento de Mel poderia ter sido em razão dela ter sido sequestrada.

Com o aparecimento de Mel Aurora deixou essas fantasias de lado e chegou a conclusão que o estresse estava fazendo com que ela imaginasse coisas infundáveis. A final, quem poderia sequestrar Melissa? Ela não conhecia ninguém que pudesse querer fazer isso com a filha.

Aurora e Gerard, entrou no apartamento e encontrou Melissa sentada na mesa comendo um sanduiche que ela tinha acabado de preparar.

Os dois se dirigiram até ela e a abraçou, ambos estavam emocionados. Aurora percebeu que Mel estava pálida e abatida e não quis aborrecer a filha com perguntas naquele momento. Melissa era uma boa filha, isso nunca havia acontecido antes, sempre que saia Mel avisava para sua mãe onde estava e que horas ela iria voltar pra casas.

- Minha filha, seja lá o que aconteceu você sabe que pode nos contar? Eu e seu pai estamos aqui pra te apoiar no que precisar.

- Mesmo que eu e sua mãe estejamos separados sempre seremos seus pais, nos te amamos e queremos seu bem...completou Gerard.

- Eu sei... Disse Mel... Eu não sei o que seria de mim se não fosse vocês. Eu os amo tanto. Uma tristeza profunda invadiu o coração de Mel naquele momento, ela queria contar tudo que havia acontecido nos últimos dois dias. Mas ela não queria preocupa-los, não naquele momento. Ela tinha um tempo para pensar e ela usaria esse tempo para decidir o que fazer.

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Na manhã seguinte... Mel levantou, tomou um banho, vestiu o uniforme da escola e foi até a cozinha para tomar seu café antes de ir para a escola.

- Bom dia Minha filha! Vejo que você está bem melhor hoje... Disse Aurora enquanto servia o café para a filha.

- Bom dia Mãe!...Bom dia Pai! Estou sim, nada como um boa noite de sono não resolva. Respondeu Mel pegando a xicara de café que sua mãe serviu.

- Mel, sua mãe e eu estávamos conversando e pensamos que você poderia ir passar uns dias comigo em Roma, seria bom pra você sair por uns dias.

Mel estava case chegando a escola quando avistou o carro dos homens que a sequestraram, seu coração disparou instantemente, dava para ouvi-lo bater de longe, sua respiração estava ofegante. – Droga! Isso não acaba nunca, até quando eles vão ficar atras de mim? pensou ela quando uma voz a fez voltar a realidade.

- Oi Mel! Como você está? O que aconteceu que você não atendeu meus telefonemas? Você ta ficando maluca em sumir desse jeito? Valentina estava em êxtase quando viu Mel, foi logo abraçando-a tão apertado que Mel quase sufocou-se.

- Calma Valentina!  Eu estou bem, mas se você continuar me apertando desse jeito com certeza eu precisarei de um hospital

-  Exagerada, eu só estava com saudades de você, eu te liguei esse tempo todo e você não me atendeu... Valentina estava fazendo beicinho como se estivesse magoada... - Mas me conta, você encontrou um boy por aí e resolveu fugiu com ele para viver um amor platônico igual dos filmes que gostamos de assistir juntas?

- Não viaja Valentina...Disse Mel... – Não é nada disso, é muito pior do que você imagina, mas enfim, depois te conto tudo, eu vou precisar da sua ajuda pra me livrar do problema que me meti.

- Melissa! No que você se meteu? Você está me deixando nervosa, me conta tudo que aconteceu ou eu vou ter um infarto. O rosto de Valentina estava pálido, ela parecia estar muito assustada.

- Está bem, depois da aula vamos pra minha casa lá conseguiremos conversar tranquilamente. Agora vamos pra aula que já estamos atrasadas.

As duas caminharam em direção a sala de aula e se sentaram uma ao lado da outra. A aula havia começado.

Valentina estava inquieta e não conseguia prestar atenção na aula, ficava o tempo todo me cutucando para que eu lhe contasse o que tinha acontecido, a curiosidade era um defeito que ela tinha.

Sempre que eu queria atormentá-la dizia que tinha um segredo para lhe contar, usava seu ponto fraco para isso, era engraçado vê-la morrendo de curiosidade, mas naquele momento tudo era muito sério e eu não estava achando graça em seu sofrimento.  

O sinal tocou, me levantei e sai enquanto Valentina me seguia em silêncio com uma cara de preocupação, parecia que ela sabia que o que eu iria te contar era algo sério demais e não podia ser dito ali.

Fizemos o caminho até minha casa em silêncio total, parece até que podíamos escutar a respiração tensa uma da outra. O carro preto apareceu novamente em nossa frente. Tentei disfarçar o medo que eu estava sentindo não queria que Valentina percebesse que estávamos sendo seguidas, isso poderia assusta-la.

De repente o carro passou devagarinho e um homem olhou em nossa direção, era Tomasi novamente, tive certeza que ele estava me vigiando e não me deixaria em paz pelos próximos meses. Uma sensação de impotência tomou conta de mim, eu me senti exausta, percebi que nada que eu fizesse iria mudar o fato de que eu teria que me casar mesmo contra minha vontade.

- Mãe, pai! Eu não quero ir, eu não vou deixar a mamãe aqui sozinha, além do mais estou no meu ultimo ano e preciso me dedicar a estudar para a faculdade no próximo ano.

- Minha filha, entendo que isso é muito importante para você, mas acho que terá muito tempo pra isso, você é jovem e poderá se dedicar a estudar no próximo ano, assim você descansa agora e volta a estudar ano que vem não precisa ter pressa. Disse Aurora.

Mel, ficou em silêncio por alguns segundos, pensando em tudo que sua mãe lhe disse. De fato, sua mãe tinha razão, se ela não conseguisse fazer Afonso desistir da ideia de se casar, ela não teria escolha a não ser adiar o sonho de se tornar médica, até porque, como ela conseguiria se dedicar a ser esposa, ter um filho e a universidade, seria impossível conciliar tudo isso.

- Está bem papai, vou pensar nesta sua proposta e te aviso quando me decidir. Mel disse com um sorrisinho sem graça. Ela estava concordando somente para não deixar seu pai triste.

- Tudo bem minha filha, estou voltando dentro de um ou dois dias, preciso resolver algumas coisas aqui na cidade e assim que terminar podemos ir. Gerard terminou seu café se despediu saindo em seguida.

Mel se levantou da mesa pegou sua mochila e foi para a escola. Ela havia perdido os últimos dias de aula e precisava se apressar para recuperar o tempo perdido, sua escola era muito exigente e cada aula perdida significava que ela teria que ficar depois do horário para pegar algumas horas de reforço.

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