Capítulo 6 – Preciso encarar de frente minha realidade.

Cheguei no quarto e me deitei na cama gigantesca que tinha ali, era muito macia e confortável, mas minha mente estava uma bagunça e eu nem conseguia apreciar aquela maciez toda só queria que o tempo voltasse atrás e eu não tivesse perdido a hora na biblioteca, talvez se eu tivesse ido embora para casa mais cedo nada daquilo teria acontecido e eu estaria agora deitada em minha cama seguindo minha vida normalmente.

Eu estava tão cansada que adormeci pensando naquela história louca que estava acontecendo comigo.

Acordei escutando batidas na porta, por um instante queria que tudo fosse um sonho, mas não era e a Sra Angelini entrou no quarto avisando para que eu descesse para o jantar que já estava na mesa. Me recusei a ir porque estava sem fome e queria dormir até o amanhecer para ir para casa, estava muito triste, com saudades da minha mãe e do meu quarto que, por mais simples me fazia sentir segura. Apesar do conforto que aquela mansão tinha nada se comparava a minha humilde casa.

A porta se fechou e eu voltei a dormir. Acordei no dia seguinte e me dei conta que logo estaria em casa e teria dois meses para me livrar desse acordo. Peguei minhas coisas, tomei um banho demorado, vesti minhas roupas que estavam dobradas e limpas sobre a cômoda, quando a porta se abriu e Sra Angelini entrou me informando que o helicóptero estava a minha espera no jardim da mansão para me levar pra casa.

Respirei fundo, desci as escadas em direção ao jardim e entrei no helicóptero, tudo muito rápido, queria fugir dali o mais rápido possível, meu coração estava acelerado, sentei no banco do helicóptero e olhei em direção a mansão ao meu lado. Aquela casa era linda parecia que eu estava em um filme, poderia ter apreciado aquela paisagem se fosse em outras circunstâncias, mas naquele momento só queria sair o mais rápido possível.

De repente percebi que alguém me observava pela janela do andar de cima. Afonso estava usando camisa branca e uma calça jeans, diferente do traje formal que usava no dia anterior parecia estar à vontade. Se não fosse esse acordo insano, eu teria o visto de forma diferente, ele e um homem bonito, com um belo corpo, qualquer mulher o queria para ser seu marido, era fácil se casar com qualquer uma deveria ter um mote de candidatas pra isso.

Senti um aperto no peito enquanto me perguntava... Porque eu? Que droga de acordo foi esse que seu pai fez? Não seria mais fácil ter deixado essa herança logo para o filho? Eu terei que sacrificar minha vida por dinheiro que nem meu era?  Meu Deus porque isso está acontecendo comigo?

Não podia conter as lágrimas que caiam enquanto olhava pela janela do helicóptero, vendo a mansão desaparecer por completo dando espaço ao imenso céu azul a minha frente.

Pousamos no mesmo heliporto de dois dias atras, havia um carro preto próximo e do lado do carro dois homens, o tal do Tomasi e outro que não conheço, caminhei até eles que acenaram com a cabeça para que eu entrasse no carro.

O carro parou na porta do meu prédio, mas uma vez respirei aliviada e abri a porta para correr em direção a meu apartamento quando senti uma mão me puxar pelo braço e dizer:

- Espero que a senhora tenha entendido o que o patrão disse, Mestre Bianchini não irá poupar esforços para conseguir o que quer, seja inteligente o bastante e aceite se casar com ele. Estaremos por perto para garantir que saia tudo conforme esperado.

- Me solta!!! Gritei o mais alto que pude tentando puxar meu braço quando percebi uma voz dizendo;

 - Tudo bem Srta Mel?

Sebastian estava ao lado da janela olhando pra dentro do carro quando o homem soltou meu braço e respondeu.

- Está tudo bem Sr, somos amigos da Melissa e estamos só trazendo ela pra casa e já estamos de partida.

Tomasi, disse apertando meu braço com força enquanto me olhava com um olhar intimidador.

- Está sim Sebastian, não se preocupe. Puxei meu braço e desci entrando no prédio e caminhando até o elevador. Apertei o botão que dava acesso ao quarto andar onde ficava meu apartamento. Logo o elevador parou e sai entrando no apartamento.

Abri a porta e entrei, não tinha ninguém em casa, minha mãe deve estar no trabalho, peguei minhas chaves e coloquei na mesinha da sala e percebi que a secretária eletrônica estava cheia de mensagens, apertei o botão e comecei a ouvir.

- Minha filha onde você se meteu? Estou preocupada com você, me liga assim que chegar em casa te amo.

- Minha filha pelo amor de Deus me diga onde você está? Porque está fazendo isso? Seu telefone não funciona, deixei mensagem para secretária, assim que ouvir me liga. Você nunca foi assim, me conta no que se meteu, podemos resolver isso juntas, não precisa fugir. Eu sou sua mãe e vou sempre estar do seu lado.

Mel sentiu um aperto no peito enquanto ouvia as mensagens de sua mãe e se deu conta que seu telefone havia sumido, que provavelmente sua mãe havia ligado inúmeras vezes. Então, se recordou que seu celular havia descarregado enquanto ela estava na biblioteca e por isso não conseguiu atender quando sua mão ligou a dois dias atrás.

 De repente, do outro lado da linha uma voz atendeu;

- Boa tarde! Aurora em que posso ser útil?

- Mãe? Sou eu Melissa.

- Melissa minha filha, onde você está? O que aconteceu? Você está bem?... Aurora estava ansiosa ao ouvir a voz da filha e lhe encheu de perguntas. Melissa por outro lado queria contar tudo que havia acontecido, mas ela não queria preocupar a sua mãe ainda mais, ela tinha certeza de que conseguiria se livrar da ideia de se casar e não precisaria contar nada para sua mãe por enquanto.

- Oi mãe! Não se preocupe eu estou bem, quando chegar lhe conto tudo que aconteceu, eu estou em casa agora, vou tomar um banho, comer e esperar até você chegar em casa para conversarmos.

- Que bom que você está em casa e segura, seu pai está vindo pra cá e deve chegar hoje à noite na cidade, ele está muito preocupado, se você não tivesse aparecido ele ia surtar. Estávamos ficando malucos.

- Não precisa de tanta mãe, eu estou bem, vou ligar para o papai e dizer que não precisa se preocupar.

- Tarde de mas minha filha ele já está no avião, não tem como falar com ele agora, precisa esperar que ele aterrize só então conseguirá falar com ele.

- Tudo bem então, vou desligar, mas tarde falamos. Até mais mamãe, te amo.

A voz de Mel me pareceu triste... pensou Aurora...Alguma coisa está acontecendo, ela está me escondendo algo, conheço bem minha filha e ela não iria mentir pra mim, sempre fomos amigas, ela sempre me contou tudo.

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