Capítulo 5 - Saudades de Casa

O carro parou na porta do meu prédio, mas uma vez respirei aliviada e abri a porta para correr em direção a meu apartamento quando senti uma mão me puxar pelo braço e dizer:

- Espero que a senhora tenha entendido o que o patrão disse, Mestre Bianchini não irá poupar esforços para conseguir o que quer, seja inteligente o bastante e aceite se casar com ele. Estaremos por perto para garantir que saia tudo conforme esperado.

- Me solta!!! Gritei o mais alto que pude tentando puxar meu braço quando percebi uma voz dizendo;

 - Tudo bem Srta. Mel?

Sebastian estava ao lado da janela olhando pra dentro do carro quando o homem soltou meu braço e respondeu.

- Está tudo bem Sr. somos amigos da Melissa e estamos só trazendo ela pra casa e já estamos de partida.

Tomasi, disse apertando meu braço com força enquanto me olhava com um olhar intimidador.

- Está sim Sebastian, não se preocupe. Puxei meu braço e desci entrando no prédio e caminhando até o elevador. Apertei o botão que dava acesso ao quarto andar onde ficava meu apartamento. Logo o elevador parou e sai entrando no apartamento.

Abri a porta e entrei, não tinha ninguém em casa, minha mãe deve estar no trabalho, peguei minhas chaves e coloquei na mesinha da sala e percebi que a secretária eletrônica estava cheia de mensagens, apertei o botão e comecei a ouvir.

- Minha filha onde você se meteu? Estou preocupada com você, me liga assim que chegar em casa te amo.

- Minha filha pelo amor de Deus me diga onde você está? Porque está fazendo isso? Seu telefone não funciona, deixei mensagem para secretária, assim que ouvir me liga. Você nunca foi assim, me conta no que se meteu, podemos resolver isso juntas, não precisa fugir. Eu sou sua mãe e vou sempre estar do seu lado.

Mel sentiu um aperto no peito enquanto ouvia as mensagens de sua mãe e se deu conta que seu telefone havia sumido, que provavelmente sua mãe havia ligado inúmeras vezes. Então, se recordou que seu celular havia descarregado enquanto ela estava na biblioteca e por isso não conseguiu atender quando sua mão ligou a dois dias atrás.

 De repente, do outro lado da linha uma voz atendeu;

- Boa tarde! Aurora em que posso ser útil?

- Mãe? Sou eu Melissa.

- Melissa minha filha, onde você está? O que aconteceu? Você está bem?... Aurora estava ansiosa ao ouvir a voz da filha e lhe encheu de perguntas. Melissa por outro lado queria contar tudo que havia acontecido, mas ela não queria preocupar a sua mãe ainda mais, ela tinha certeza de que conseguiria se livrar da ideia de se casar e não precisaria contar nada para sua mãe por enquanto.

- Oi mãe! Não se preocupe eu estou bem, quando chegar lhe conto tudo que aconteceu, eu estou em casa agora, vou tomar um banho, comer e esperar até você chegar em casa para conversarmos.

- Que bom que você está em casa e segura, seu pai está vindo pra cá e deve chegar hoje à noite na cidade, ele está muito preocupado, se você não tivesse aparecido ele ia surtar. Estávamos ficando malucos.

- Não precisa de tanta mãe, eu estou bem, vou ligar para o papai e dizer que não precisa se preocupar.

- Tarde de mas minha filha ele já está no avião, não tem como falar com ele agora, precisa esperar que ele aterrize só então conseguirá falar com ele.

- Tudo bem então, vou desligar, mas tarde falamos. Até mais mamãe, te amo.

A voz de Mel me pareceu triste... pensou Aurora...Alguma coisa está acontecendo, ela está me escondendo algo, conheço bem minha filha e ela não iria mentir pra mim, sempre fomos amigas, ela sempre me contou tudo.

No fim do dia, Aurora voltou correndo para casa, estava ansiosa para reencontrar a filha, a saudade que sentia era grande, por mais brava que ela estivesse da filha, ela sentia gratidão por ela estar bem e em casa.

Aurora foi até o aeroporto buscar Gerard e dirigiu em direção a sua casa, mas durante o caminho percebeu que havia um carro preto que estava a seguindo desde o aeroporto. Ela manteve a calma, e continuou dirigindo até que o carro a ultrapassou e segui em frente. Aurora respirou aliviada e entrou no prédio, se dando conta que o carro não estava a seguindo, isso era apenas um mal entendido, devia ser porque os últimos acontecimentos a fizeram imaginar coisa, inclusive que o desaparecimento de Mel poderia ter sido em razão dela ter sido sequestrada.

Com o aparecimento de Mel Aurora deixou essas fantasias de lado e chegou à conclusão que o estresse estava fazendo com que ela imaginasse coisas infundáveis. A final, quem poderia sequestrar Melissa? Ela não conhecia ninguém que pudesse querer fazer isso com a filha.

Aurora e Gerard, entrou no apartamento e encontrou Melissa sentada na mesa comendo um sanduiche que ela tinha acabado de preparar.

Os dois se dirigiram até ela e a abraçou, ambos estavam emocionados. Aurora percebeu que Mel estava pálida e abatida e não quis aborrecer a filha com perguntas naquele momento. Melissa era uma boa filha, isso nunca havia acontecido antes, sempre que saia Mel avisava para sua mãe onde estava e que horas ela iria voltar pra casas.

- Minha filha, seja lá o que aconteceu você sabe que pode nos contar? Eu e seu pai estamos aqui pra te apoiar no que precisar.

- Mesmo que eu e sua mãe estejamos separados sempre seremos seus pais, nós te amamos e queremos seu bem...completou Gerard.

- Eu sei... Disse Mel... Eu não sei o que seria de mim se não fosse vocês. Eu os amo tanto. Uma tristeza profunda invadiu o coração de Mel naquele momento, ela queria contar tudo que havia acontecido nos últimos dois dias. Mas ela não queria preocupa-los, não naquele momento. Ela tinha um tempo para pensar e ela usaria esse tempo para decidir o que fazer.

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Na manhã seguinte... Mel levantou, tomou um banho, vestiu o uniforme da escola e foi até a cozinha para tomar seu café antes de ir para a escola.

- Bom dia Minha filha! Vejo que você está bem melhor hoje... Disse Aurora enquanto servia o café para a filha.

- Bom dia Mãe!...Bom dia Pai! Estou sim, nada como um boa noite de sono não resolva. Respondeu Mel pegando a xicara de café que sua mãe serviu.

- Mel, sua mãe e eu estávamos conversando e pensamos que você poderia ir passar uns dias comigo em Roma, seria bom pra você sair por uns dias.

- Mãe, pai! Eu não quero ir, eu não vou deixar a mamãe aqui sozinha, além do mais estou no meu último ano e preciso me dedicar a estudar para a faculdade no próximo ano.

- Minha filha, entendo que isso é muito importante para você, mas acho que terá muito tempo pra isso, você é jovem e poderá se dedicar a estudar no próximo ano, assim você descansa agora e volta a estudar ano que vem não precisa ter pressa. Disse Aurora.

Mel, ficou em silêncio por alguns segundos, pensando em tudo que sua mãe lhe disse. De fato, sua mãe tinha razão, se ela não conseguisse fazer Afonso desistir da ideia de se casar, ela não teria escolha a não ser adiar o sonho de se tornar médica, até porque, como ela conseguiria se dedicar a ser esposa, ter um filho e a universidade, seria impossível conciliar tudo isso.

- Está bem papai, vou pensar nesta sua proposta e te aviso quando me decidir. Mel disse com um sorrisinho sem graça. Ela estava concordando somente para não deixar seu pai triste.

- Tudo bem minha filha, estou voltando dentro de um ou dois dias, preciso resolver algumas coisas aqui na cidade e assim que terminar podemos ir. Gerard terminou seu café se despediu saindo em seguida.

Mel se levantou da mesa pegou sua mochila e foi para a escola. Ela havia perdido os últimos dias de aula e precisava se apressar para recuperar o tempo perdido, sua escola era muito exigente e cada aula perdida significava que ela teria que ficar depois do horário para pegar algumas horas de reforço.

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