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Capitulo 4 - A volta pra casa

- Você só pode estar ficando louco...Mel se recusava a acreditar naquelas palavras, tudo parecia insano e um grande mal-entendido... Tudo bem, suponhamos que eu me case com você dentro de três meses, como eu vou explicar para minha família algo tão repentino? Minha mãe sabe tudo o que eu faço e ela não concordaria com isso.

- Não se preocupe com ela agora só pense na minha proposta, mandarei um de meus homens te procurar dentro de dois meses para saber o que decidiu. Só lembrando que eu não tenho escolha e preciso que decida se casar comigo se não terei que te forçar a isso.

- Você está me forçando a decidir meu futuro em dois meses? Isso não é justo, eu preciso que me de, mas tempo para pensar, eu tenho uma família, não posso deixá-los assim de repente.

- Eu não estou pedindo para deixá-los, você se casará comigo e viverá aqui, mas não precisa abandoná-los, pode visita-los sempre que quiser, deixarei um helicóptero a seu dispor e poderá ir sempre que quiser, estamos fazendo um acordo apensas para que eu me case e tenha um filho, logo estará livre para seguir sua vida. Não acho que seja difícil pra você fazer isso, e outra, você terá muito dinheiro depois disso e poderá fazer o que quiser, já te disse que eu te recompensarei por todos os danos causados.

- Não se trata de dinheiro! E sim da minha vida, você tem ideia de que isso afetará todos os meus planos? E outra como eu poderei me casar com alguém que eu acabei de conhecer? Ou melhor, acabei de ver?

- Bom, vamos terminar por aqui, vou me retirar, coma o quanto quiser e vá descansar, amanhã um de meus homens irá te levar pra casa e você terá dois meses para se decidir. Espero que você seja inteligente o suficiente e aceite este acordo, você só terá que aceitar e me dar um filho, logo mais, será liberada deste acordo e poderá seguir como havia planejado antes. Digamos que você terá apenas um contra tempo, mas tudo bem, você é jovem e isso não deverá afetar sua vida.

Afonso se levantou da mesa e partiu sem me dar direito a resposta. Eu estava atordoada com tanta informação e não conseguia pensar em nada, só queria ir pra casa e dormir até acordar desse pesadelo.

Tudo que eu planejei fazer nos próximos meses estava indo por água abaixo e eu precisava pensar em algo para sair daquela situação. Eu não podia me casar com Afonso dentro de três meses, muito menos a véspera de ir para faculdade o qual me preparei a vida inteira para isso. Pensar em ter um filho no auge dos meus 18 anos não estava em meus planos, isso era insano demais para mim.

Comecei a ter uma crise de ansiedade pensando em tudo aquilo, então, decidi me concentrar em ir pra casa primeiro e logo pensa em como resolver tudo isso.

Me levantei da mesa assim que recobrei minha consciência e subi para o quarto para descansar. O que me confortava era saber que amanhã estaria em casa e poderia pensar em tudo o que aconteceu nesses dois dias e como poderia resolver tudo sem precisar me casar com um desconhecido.

 A minha vida inteira eu imaginava um casamento com alguém que eu amasse, que esse amor fosse construído com muito cuidado e cumplicidade, mas tudo isso era somente um sonho de menina boba que não passava das histórias que minha mãe contava quando era criança.

De fato, aquelas histórias idealizavam um conto de fadas, na vida real tudo era diferente, eu não seria jamais uma princesa que casaria com um príncipe, Afonso estava mais para um sapo que só queria o dinheiro da herança de seu pai, e para isso seria capaz de tudo até me obrigar a se casar com ele para conseguir seus objetivos.

Cheguei no quarto e me deitei na cama gigantesca que tinha ali, era muito macia e confortável, mas minha mente estava uma bagunça e eu nem conseguia apreciar aquela maciez toda só queria que o tempo voltasse atrás e eu não tivesse perdido a hora na biblioteca, talvez se eu tivesse ido embora para casa mais cedo nada daquilo teria acontecido e eu estaria agora deitada em minha cama seguindo minha vida normalmente.

Eu estava tão cansada que adormeci pensando naquela história louca que estava acontecendo comigo.

Acordei escutando batidas na porta, por um instante queria que tudo fosse um sonho, mas não era e a Sra Angelini entrou no quarto avisando para que eu descesse para o jantar que já estava na mesa. Me recusei a ir porque estava sem fome e queria dormir até o amanhecer para ir para casa, estava muito triste, com saudades da minha mãe e do meu quarto que, por mais simples me fazia sentir segura. Apesar do conforto que aquela mansão tinha nada se comparava a minha humilde casa.

A porta se fechou e eu voltei a dormir. Acordei no dia seguinte e me dei conta que logo estaria em casa e teria dois meses para me livrar desse acordo. Peguei minhas coisas, tomei um banho demorado, vesti minhas roupas que estavam dobradas e limpas sobre a cômoda, quando a porta se abriu e Sra Angelini entrou me informando que o helicóptero estava a minha espera no jardim da mansão para me levar pra casa.

Respirei fundo, desci as escadas em direção ao jardim e entrei no helicóptero, tudo muito rápido, queria fugir dali o mais rápido possível, meu coração estava acelerado, sentei no banco do helicóptero e olhei em direção a mansão ao meu lado. Aquela casa era linda parecia que eu estava em um filme, poderia ter apreciado aquela paisagem se fosse em outras circunstâncias, mas naquele momento só queria sair o mais rápido possível.

De repente percebi que alguém me observava pela janela do andar de cima. Afonso estava usando camisa branca e uma calça jeans, diferente do traje formal que usava no dia anterior parecia estar à vontade. Se não fosse esse acordo insano, eu teria o visto de forma diferente, ele e um homem bonito, com um belo corpo, qualquer mulher o queria para ser seu marido, era fácil se casar com qualquer uma deveria ter um mote de candidatas pra isso.

Senti um aperto no peito enquanto me perguntava... Porque eu? Que droga de acordo foi esse que seu pai fez? Não seria mais fácil ter deixado essa herança logo para o filho? Eu terei que sacrificar minha vida por dinheiro que nem meu era?  Meu Deus porque isso está acontecendo comigo?

Não podia conter as lágrimas que caiam enquanto olhava pela janela do helicóptero, vendo a mansão desaparecer por completo dando espaço ao imenso céu azul a minha frente.

Pousamos no mesmo heliporto de dois dias atras, havia um carro preto próximo e do lado do carro dois homens, o tal do Tomasi e outro que não conheço, caminhei até eles que acenaram com a cabeça para que eu entrasse no carro.

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