Presente DOIS DIAS DEPOIS Quando eu acordei da minha sedação, apenas algumas horas se passaram. E quando a polícia chegou para informar-me que o meu marido tinha sido assassinado em nossa casa - baleado duas vezes na cabeça - eu precisei ser sedada novamente. Saber o que Declan fez - por mim - me levou ao limite. Culpa... Eu não tenho notícias dele ou o vi. Sinto falta dele. Eu me preocupo com ele. Estou com medo por ele. Eu não liguei para ele, porque estou com medo de chamar a atenção, mas eu já lhe mandei uma mensagem usando o aplicativo no meu telefone que ele me deu. Mas não houve nenhuma resposta. Pike está desaparecido também. Então aqui estou eu, sem ter ideia do que fazer, e eu estou sozinha em uma vida que eu não quero mais. Eu não podia ir para casa quando me deram alta do hospital nesta manhã; eu estava com muito medo do que eu veria. A polícia me disse que um dos moradores do edifício fez a chamada para o 911 depois de ouvir os tiros. Não havia nenhum sinal de arromba
Presente — Querida, você está quase pronta? — a voz do meu marido chama do outro quarto. Eu olho para o meu reflexo no espelho enquanto coloco meu brinco de pérola, sussurrando para mim: — Sim. Ajeito a minha postura, aliso o tecido do meu vestido, corro os dedos pelo meu cabelo longo, vermelho. Um cobertor de carmim. Ondas soltas caindo sobre meus ombros nus. A frieza da seda azul da meia-noite que se agarra às ligeiras curvas da minha pequena forma. A boa esposa estoica. Meu marido, o farol da minha admiração, ou assim parece. — Impressionante. Meus olhos se deslocam, do espelho para Bennett, conforme ele caminha para dentro do meu closet, onde estou. Ele arrasta meu cabelo para o lado, expondo meu pescoço para seus lábios. — Mmm. — eu cantarolo ao seu toque antes de virar em seus braços, para ajustar sua gravata borboleta preta. Seus olhos estão presos em mim enquanto concentro-me em seu pescoço e quando lhe dou minha atenção, ele me dá um sorriso suave. Eu devolvo. Ele é im
Presente Reviro na cama, eu me encontro sozinha. Nada de novo. Loção pós-barba de Bennett ainda paira no ar, e quando vou para a sala de estar muito aberta, eu o vejo sentado no bar na cozinha. Ele lê um arquivo enquanto bebe seu café. Amarro o cinto do meu roupão de seda em volta da minha cintura, me aproximo dele por trás, passando os braços ao redor dos seus ombros, dando-lhe um beijo. —Bom dia. — ele diz com um sorriso, feliz em me ver. — Você acordou cedo. — eu respondo, conforme observo seu terno de três peças. Ele abaixa o arquivo, e vira para me puxar entre as pernas. — Eu estou saindo para Dubai. Esqueceu? — Claro que não. Mas você não sai até algumas horas. — eu digo a ele e, em seguida, abaixo a minha cabeça, acrescentando em tristeza fingida: — Eu gostaria que você ficasse. Beijando meus lábios, ele se afasta e envolve os dedos no meu cabelo comprido, penteando-o para trás. — É só por alguns dias. Além disso, você vai estar ocupada. — Ocupada? — Eu preciso que você com
Presente Declan me ligou há dois dias para confirmar o meu encontro com a florista. Ele recomendou a empresa localizada em Andersonville que seu hotel utilizava para decorar o lobby, então eu concordei. Depois de discutir o tema do baile de máscaras com Bennett esta manhã, ele me deu a luz verde, o que me deixou feliz. Posso dizer que ele sente minha falta pelo nosso telefonema - ele não foi tão rápido para desligar - mas ele vai voltar de Dubai amanhã à noite. Apesar da sua solidão, ele estava feliz por ter adquirido a unidade de produção, que se propôs a comprar da empresa quase falida por lá. O caminho para Andersonville leva mais tempo do que o normal. Os invernos em Chicago são brutais para a cidade, mas é uma brutalidade que eu gosto. Então, como eu estou no banco de trás, assisto o branco da neve atingir a janela e derreter lentamente em uma cascata em forma de garoa escorrendo pelo vidro. Chegando ao Marguerite Gardens, entro na loja rústica. Paredes de tijolos, pisos de mad
Passado — Elizabeth. — papai grita do outro lado da porta do meu quarto. — Você precisa de ajuda? Eu luto contra o tecido brilhante do meu vestido de princesa, tentando encontrar a abertura da manga para empurrar meu braço completamente. — Não, papai. — eu respiro pesadamente ao torcer o meu braço, até finalmente encontrar a abertura. — Você está pronta? Vou até a minha caixa de brinquedos e pego os sapatos de salto alto de plástico rosa que combinam com meu vestido brilhante. Coloco-os e sigo adiante, até a minha porta e a abro. Olho para o meu pai, segurando um pequeno buquê de margaridas cor de rosa. — Eu nunca me canso de ver esse sorriso lindo. — ele fala antes de tomar minha mão e beijá-la. Então, me entrega as flores. — Para a minha princesa. — Obrigada, pa - quero dizer, Príncipe. — Posso entrar em seu castelo? — ele pergunta, e eu pego a sua mão, puxando-o para o meu quarto - nosso castelo de mentira esta tarde. — Você gostaria de um pouco de chá? — pergunto, à medida
Passado Já se passaram três anos que fui tirada da minha casa e colocada em um orfanato. Três anos desde que eu vi o meu pai. Disseram-me que ele traficava armas para a América do Sul. Eu ainda não entendo nada, mas, novamente, eu sou apenas uma garota de oito anos de idade. Em custódia do estado de Illinois. Três anos e eu sinto falta do meu pai todos os dias. Ninguém vai me levar para vê-lo, pois ele está a mais de seis horas de distância, cumprindo a sua pena de nove anos em Menard Prison. Sento-me no meu quarto e espero minha assistente social, Barbara, me buscar para me levar para a minha nova casa. Três anos e eu estou deixando a minha quinta casa para ir à sexta. O primeiro lugar que eu fui era na mesma cidade de Northbrook, onde eu morava. Mas depois de ser pega saindo pela janela do meu quarto algumas vezes durante a noite, eles disseram que não me queriam, e então eu os deixei. A mesma coisa aconteceu em cada casa que eu morei. No começo eu ficava com medo. Chorava muito.
Presente — Onde diabos você esteve, Elizabeth? — Sinto muito. — eu digo quando Pike afrouxa seu aperto sobre mim. — Eu não tenho conseguido sair, mas eu estou aqui agora. Pike dá um passo para trás, passando uma mão pelo cabelo grosso, áspero, escuro e libera uma respiração áspera através do seu nariz. — Pike, vamos lá. Não faça eu me arrepender de vir aqui. Eu só tenho hoje à noite antes de Bennett voltar para casa. — Eu só estou cansado de viver nesta espelunca enquanto você está vivendo sua vida preciosa naquela porra de cobertura. Já faz mais de três anos. — ele implica e depois cai de volta no sofá. Olho para ele, e tento acalmar sua irritação: — Eu sei. Desculpe-me, mas você sabia que seria assim. Você sabia que isso não funcionaria se movêssemos rápido. — Você está ao menos trabalhando nisso, Elizabeth? Porque pelo que estou vendo, parece que você ficou bastante confortável em sua nova vida. — Não seja um idiota, Pike. — eu digo, levantando a voz para ele. — Você me conhe
Presente Eu observo como Bennett se move ao redor do quarto, vestido em seu terno de três peças para ir para o escritório durante o dia. Ele chegou tarde algumas noites atrás, e como eu presumi, sua agenda está repleta de viagens após a compra que ele acabou de fazer. Mesmo que ele esteja em casa agora, está morando no escritório antes de viajar novamente no final desta semana. O ar frio está me pegando, e eu afundo na cama, ainda mais sob as cobertas. — Você precisa que eu ajuste o termostato? — Bennett me pergunta ao se aproximar do meu lado da cama. — Você não está com frio? Ele senta-se no colchão ao meu lado, se inclina para beijar meu nariz, e então sorri. — O que? — eu pergunto quando ele se afasta. — Seu nariz está frio. Venha aqui. Sento-me, e ele me envolve em seus braços, na tentativa de me aquecer. Deslizo meus braços em volta da sua cintura, sob o paletó, e enrolo nele. — Eu senti falta disso. — eu suspiro. — Ter você – aqui - comigo. — Eu sei. Senti falta também.