Capítulo 06

Presente — Onde diabos você esteve, Elizabeth? 

— Sinto muito. — eu digo quando Pike afrouxa seu aperto sobre mim. — Eu não tenho conseguido sair, mas eu estou aqui agora. 

Pike dá um passo para trás, passando uma mão pelo cabelo grosso, áspero, escuro e libera uma respiração áspera através do seu nariz. 

— Pike, vamos lá. Não faça eu me arrepender de vir aqui. Eu só tenho hoje à noite antes de Bennett voltar para casa. — Eu só estou cansado de viver nesta espelunca enquanto você está vivendo sua vida preciosa naquela porra de cobertura. Já faz mais de três anos. 

— ele implica e depois cai de volta no sofá. 

Olho para ele, e tento acalmar sua irritação: — Eu sei. Desculpe-me, mas você sabia que seria assim. Você sabia que isso não funcionaria se movêssemos rápido. 

— Você está ao menos trabalhando nisso, Elizabeth? Porque pelo que estou vendo, parece que você ficou bastante confortável em sua nova vida. — Não seja um idiota, Pike. — eu digo, levantando a voz para ele. — Você me conhece melhor do que isso. Você sabe que eu odeio esse idiota com tudo o que sou. Ele se inclina para frente, apoiando os cotovelos sobre os joelhos, com a cabeça caída. Passando por ele, sento-me no sofá e começo a esfregar seu ombro endurecido, músculos tensos por causa da frustração. 

— Eu sinto muito. — ele diz calmamente, e senta-se para trás, puxando-me com ele e me segurando. 

Preciso do contato, preciso do seu toque. Eu sempre precisei, então eu me demoro nisso por um momento, com o meu braço pendurado na cintura dele. Eu odeio ficar longe dele, mas sei que ele odeia mais. Eu não o culpo. Este é o lugar mais ferrado que ele já viveu, mas ele está pagando por fora ao proprietário deste reboque para manter-se fora das grades. Ele ainda está batalhando para sobreviver, e aqui estou eu, deitada em seus braços vestindo um casaco Hermés maldito que provavelmente custa mais do que essa porcaria de buraco em que ele vive. 

— Está tudo bem. — asseguro-lhe. — Sinto muito que você esteja preso aqui, mas não vai ser para sempre. 

— Estou começando a me perguntar se será. 

Eu balanço minhas pernas em seu colo para que ele possa me embalar em seu peito, e quando fico confortável nesta nova posição, digo-lhe: — Eu conheci alguém. 

— Sim? 

— Sim. Acho que ele está interessado. — Você disse isso sobre os outros. O que faz você pensar que este é diferente? — ele questiona. 

— Eu não sei o que ele é, mas vale uma tentativa, certo? 

Ele não responde, e quando eu inclino a cabeça para trás, para olhar para ele, ele fixa os olhos nos meus. 

— Eu não vou desistir. — eu digo. — Eu preciso que você saiba disso. Eu vou fazer o que for preciso para conseguir aquele novo começo para nós. 

Ele me beija, deslizando a mão por trás de minha cabeça para me segurar perto. O gosto familiar dos seus cigarros de cravo me conforta do jeito que um cobertor para uma criança. Ele é o meu conforto. Eu dependo dele desde que eu era uma garotinha. Ele me protegeu como uma criança de oito anos e continua, mesmo que eu seja agora uma mulher de vinte e oito anos. 

O calor da sua língua áspera desliza ao longo da minha, devagar, quando ele se afasta, terminando o nosso beijo. 

— Então, quem é o desgraçado infeliz? 

— O nome dele é Declan McKinnon. Bennett e eu estávamos em um evento quando o conheci. 

— Que tipo de evento? — ele pergunta. 

— Foi a inauguração do hotel dele. Ele deu uma festa vistosa com todos os nomes certos participando. — digo a ele. — Eu não sei muito sobre ele, mas sei que seu pai é um desenvolvedor e tem uma longa cadeia de hotéis de alto padrão por trás do seu nome. Eu não tenho certeza de quantos Declan têm em suas mãos, mais que um com certeza. 

— Ele parece muito alto perfil. — ele fala quando me tira do seu colo e vai para a cozinha. — Cerveja? 

— Sim. 

Ele aparece em seguida, destampa, me entrega uma garrafa e se senta novamente ao meu lado. 

— Eu sei que ele não é a escolha ideal, e eu nem ia mexer com ele, mas ele está trabalhando comigo em um evento e nós estamos passando muito tempo juntos. Eu não sei... — tomo um gole da minha cerveja e, em seguida acrescento:— Só o tempo vai dizer, mas eu já posso ver a intriga. Mas acabei de conhecer, então eu ainda estou tentando entendê-lo. — E o que você acha? 

— Eu acho que ele é o tipo de cara que gosta de ter controle. Mas, ao mesmo tempo, ele parece se divertir quando sou sarcástica com ele. Eu já plantei a semente que sou uma pessoa que pode precisar ser salva. — eu rio com a lembrança de estar em seu carro apenas algumas horas atrás. — Eu tenho certeza que ele comprou. Tolo estúpido. — Ele não tocou em você ainda? — ele interrompe. 

— Não, Pike. Eu conheço o cara há uma semana; você sabe que eu não funciono dessa maneira. Homens gostam de perseguir, então vou fazê-lo me perseguir até que ele não consiga resistir. — Você acha que ele poderia se apaixonar por você? 

— Eu estou esperando que ele se apaixone. — digo a ele. 

— Eu também. Estou farto de viver assim, querida. Você não tem ideia. — ele fala enquanto aperta meu rosto em suas mãos e olha-me. — Saber que aquele fodido coloca as mãos em você... — Eu não sinto. 

— Não minta para mim. 

— Eu não estou. — eu digo, mas estou. Eu me empenho muito para não sentir as mãos de Bennett em mim. Eu me esforço para protelar qualquer orgasmo com ele, e eu me odeio quando meu corpo não é forte o suficiente para combater isso e ele me faz gozar. Isso acontece de vez em quando e a bile que sobe é um lembrete ardente da fraqueza que ainda vive dentro de mim. A fraqueza que eu continuo a tentar aniquilar, mas Pike ficaria chateado se soubesse, então eu minto, permitindo-o a acreditar que apenas ele tem essa parte minha. Seus olhos entreabertos estão me dizendo que ele me quer no momento. 

— Diga-me que você o odeia, Elizabeth. — ele range e rasteja para cima de mim, empurrando minhas costas no sofá. 

— Eu o odeio. 

Com um grunhido próximo, ele trava sua boca com a minha, e a cerveja desliza da minha mão, fazendo barulho contra o chão. Sua língua invade minha boca, suas mãos agarram forte o meu cabelo, seu corpo pressionado duramente contra o meu. Ele toma conta de mim, moendo seu pau duro entre as minhas pernas eu começo a mexer com os botões da calça jeans. Uma vez desabotoados, eu os empurro, além dos seus quadris, e ele puxa a minha para baixo também. Nós nos movemos rapidamente e sem cuidado. Ele senta-se para trás e empurra as calças para fora de uma das minhas pernas. 

— Mostre-me seus peitos. — ele exige, olhando para mim. 

Eu tiro minha blusa e desabotoo meu sutiã, jogando-o para o lado, e as suas mãos ásperas rapidamente estão em cima deles. Ele então agarra seu pau e se masturba, enquanto torce um dos meus seios entre seus dedos, enviando uma onda de choque direto para a minha barriga. 

— Você quer que eu leve embora? 

— Sim. — eu respiro. 

— Diga. Diga-me que você precisa de mim para levá-lo embora. Ele continua seu ataque torturante em meu seio antes de liberar e se mudar para o outro. Pike sabe que eu preciso dele para adormecer. Ele sempre me permitiu usá-lo. Para atenuar a dor. Entorpecer o passado. Entorpecer o presente. Foder Pike é o meu narcótico pessoal, e eu estou muito atrasada para uma dose. As palavras são próximas à agonia, quando dou-lhe o que ele gosta de ouvir: — Você é o único que pode fazer isso ir embora, Pike. 

Ele abaixa a cabeça, sugando o bico maltratado com a boca. 

— Ohh, Deus, Pike. Foda-me. Basta fazer isso. — eu imploro. 

Ele rasga rapidamente sua camisa, revelando a tatuagem larga sobre o peito e os braços, antes de afastar a minha calcinha para o lado e empurrar para dentro de mim. Uma transgressão volátil quando os sons da nossa carne batendo enchem a sala. Eu agarro a sua bunda, incitando-o a vir mais forte, e ele vem, batendo em mim. 

Fechando os olhos, eu afasto para onde nada existe, exceto o prazer que se acumula no interior. Os grunhidos carnais dele aquecem a minha orelha com a respiração enquanto enterra a cabeça na curva do meu pescoço. Nós fodemos sujo, como animais. O tecido da calça jeans que está abaixo da sua bunda, irrita a parte de trás das minhas coxas, enquanto moemos um no outro, minha bunda fora do sofá conforme encontro com suas estocadas com as minhas. Insaciável. 

Ele agarra meu quadril e senta sobre os joelhos, levando minha boceta até ele quando começa a bater em mim em um ritmo brutal. 

— Porra, Pike. — eu ofego, levanto ambos os braços sobre a cabeça e agarro o braço do sofá. 

O inchaço do seu pau dentro de mim quando ele aproxima, causa uma erupção de fogo, chamuscando o caminho através das minhas veias conforme ele me faz gozar. Eu gozo rígida, tensa, para tirar o máximo proveito do orgasmo, moendo meu clitóris contra sua pélvis. Poucos segundos depois, ele b**e em mim e acalma, soltando um silvo gutural, enquanto atira seu mal tranquilizante para dentro de mim.

Seu peito suado desmorona em cima do meu, nossas respirações saindo pesadas, e eu estou em paz. Pelo tempo que mantenho meus olhos fechados, então não tenho que ver o meu melhor amigo que acabei de usar, eu fico bem. 

Pike me dá um poder doentio que eu almejo. O poder para assumir o controle, mesmo que por um momento. Uso-o para me limpar da podridão que me contamina. E ele sabe que é o único que pode fazer isso. A única pessoa que pode levar embora, fazer do meu corpo um túmulo. Mas agora, conforme ele desliza seu pau amolecido para fora de mim, o seu líquido quente correndo entre as minhas coxas quando me sento, eu sou banhada em degradação, e ele sabe disso. É sempre a mesma coisa. 

Ele me puxa para seus braços enquanto senta de volta, depois de puxar as calças para cima. Com a mão esfregando minhas costas, eu engulo em seco para tentar controlar os sentimentos de vergonha. 

— Por que você ainda se sente assim? — ele pergunta, mesmo sabendo muito bem. 

Eu não respondo. Ele está acostumado com o meu silêncio depois de ter relações sexuais. O que eu poderia dizer que ele ainda não saiba? O negócio é o seguinte, eu sei que Pike me ama de uma maneira que não correspondo. Ele é meu irmão e meu melhor amigo. Mas, para ele, eu sou mais. Ele nunca veio a público e disse isso, mas eu sei de qualquer maneira. Isso não o impede de foder outras meninas, mas eu sei que ele precisa disso. Pike tem uma coisa com o sexo; ele gosta muito dele. Mais do que a média das pessoas gostaria de assumir. Isso nunca me incomodou, uma vez que não vejo o sexo de forma muito diferente do que seria um papel higiênico. Use-o para limpar a mancha de merda da vida, e quando você se sentir limpo, enxágue e vá embora. 

— Você não precisa se sentir assim. Eu não me importo que você me use desta forma. Eu amo você, então você pode aproveitar. Se isso faz você se sentir melhor, basta fazer. — ele diz. — Eu prefiro que você deixe-me fazer isso por você do que permitir outra pessoa. 

Suas palavras pioram ainda mais, então eu afasto e movo para deslizar minha perna de volta nas minhas calças. Ele observa enquanto pego o resto das minhas roupas e caminho até o banheiro. 

Depois de me limpar e colocar as minhas roupas de volta, eu saio para ver Pike limpando a cerveja que derramei por todo o chão. 

— Desculpe. — eu digo, fico lá, e quando ele passa por mim para jogar fora o maço de toalhas de papel, ele responde: — Eu não me importo com a cerveja. 

— Sinto muito por mais do que apenas a cerveja. — digo a ele. — Eu gostaria de poder lhe dar mais dinheiro. 

— Eu sabia no que estava me metendo. Nós dois sabíamos. É muito arriscado, por isso, apenas ignore minha besteira. — ele diz, enquanto caminha de volta para o sofá e acena para eu me sentar ao lado dele. Ele pega um cigarro e acende-o, dando uma longa tragada e, então acrescenta: — Eu apenas senti a sua falta. — e a fumaça deriva da sua boca, formando uma nuvem de vapor na frente do seu rosto. — Quando você vai conseguir voltar aqui de novo? 

— Com mais frequência depois do Ano Novo. Bennett tem uma agenda de viagens ocupada, e eu tenho certeza que vai estar ainda mais ocupado do que agora. — Por que isso? 

— Ele acabou de comprar outra unidade de produção no início desta semana em Dubai, então imagino que ele vai voltar para supervisionar o novo equipamento no lugar e colocá-lo em funcionamento. — eu explico. 

— Isso é bom para nós. — ele ri e eu me junto a ele. 

— Exatamente os meus pensamentos. — eu digo através de um sorriso largo, que eu deixo esmorecer para perguntar: — Como você está? 

— Você sabe como é. Nada mudou para mim. — ele me diz. Pike sempre encontrou uma maneira de se virar, dando pequenos golpes e tal. Mas ele faz a maioria do seu dinheiro vendendo drogas. Eu costumava vender também. Quando saímos do sistema, vivemos com um dos seus amigos para quem Pike trabalhava, traficando drogas. Pike era o intermediário, colocando-se na rua para vender o produto e conseguia uma boa quantidade de dinheiro fazendo isso. 

— Você precisa de alguma coisa? 

— Que você coloque a cabeça no lugar com isso. 

— Eu tenho a minha cabeça no lugar, Pike. — eu odeio quando ele fala assim comigo. Como se eu não soubesse o que diabos estou fazendo, quando sou aquela dando o maior golpe aqui, colocando suas habilidades no esgoto. — Meu foco nunca vacilou. Mas eu preciso que você confie em mim. Eu sei o que estou fazendo. — Apenas tenha cuidado. Mãos limpas, lembra? Concordo com a cabeça e, em seguida, pego o controle remoto para ligar a TV. Passamos as próximas horas matando tempo, como costumávamos fazer, mas antes que fique muito tarde, eu sei que eu tenho que sair e voltar para a cidade. 

— Com os feriados chegando, não fique louco se eu não conseguir fugir, ok? Vou tentar, mas até janeiro, vai ser difícil. — Eu entendo. Não faça nada estúpido para tentar vir me ver. — ele fala, levantando-se para caminhar até a porta. 

Eu pego meu casaco e coloco-o, em seguida, viro para dar-lhe um longo abraço. É difícil deixá-lo, sabendo que ele está aqui nessa merda de buraco. Ele é a única família que tenho e não ter nenhum contato com ele é assustador para mim, uma vez que sei o quão facilmente a família pode ser levada embora. Assim, com o meu rosto pressionado contra o seu peito, eu absorvo o cheiro dele e me seguro nele, enquanto ele corre os dedos de ambas as mãos pelo meu cabelo, para o meu rosto. Segurando meu queixo, ele me puxa para olhar para ele. Seus olhos castanhos estão intensos quando ele pergunta. — Dura como o aço? 

— Sim. — eu respiro. 

Ele me ensinou, em tenra idade, como viver sem emoções. Como embrulhar meu coração em uma gaiola de aço, sempre me dizendo que ninguém pode feri-lo se você não puder sentir. Então, eu não sinto. Além de Pike, não há ninguém a quem vou dar isso, porque as emoções são o que deixam as pessoas fracas. E eu não posso me dar ao luxo de cometer esse deslize. O coração é uma arma - uma arma de autoinfligir - que se não for devidamente treinada, pode destruir uma pessoa.

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