— Como você pôde? — Bati a porta do quarto do hotel, que virou um escritório improvisado de Ethan com tanta força que estremeceu as prateleiras da parede. Ele me olhou calmamente, levantou da cadeira e sentou na beirada da mesa. — Como você pôde? — gritei mais alto que da primeira vez. — Você precisa falar baixo, Nicholas acabou de dormir. — Ele ainda está com aquele maldito copo, mas duvido muito agora que seja água. Ele toca a borda do copo com a ponta dos dedos, traçando uma volta e outra, antes de pegar a haste entre os dedos e lentamente levantar a bebida para os lábios.— Ethan, o que você fez? Por que chamou Madeleine para cá?! — Nicole, ela é sua mãe. — Ele ergue os olhos do copo para mim. Com uma calma enervante.— E daí, Ethan? Por causa dela eu tive uma infância infeliz, uma adolescência sozinha, eu quase abortei Nicholas, e você acha que simplesmente devo esquecer e ficaremos todos bem? — Exatamente! — Ethan falou da ombros. Ele fazia eu parecer uma merda de
Sentei na cama de Vivian. Ela me olhava chorar e em nenhum momento disse nada, apenas ficou lá, parada, me ouvindo choramingar e reclamar. Eu deitei em seu colo e ela continuou sentada, olhando-me e tentando secar cada lágrima que caía. Depois de um tempo em silêncio, ela finalmente disse. — Eu realmente não me importo de você dormir aqui.Olhei para seus grandes olhos cor âmbar e completei. — Mas... — Não que haja um mas, você é mãe e deve saber. Nicholas tem cinco anos, quantos erros você já cometeu? Olhei para ela e sorri. — Vamos lá, eu começo. No primeiro verão que fomos para lá, fomos ao shopping e Nicholas se sujou, você não tinha levado nenhuma troca de roupa. Foi terrível. Ou quando você esqueceu de olhar a validade do leite e Nicholas quase o ingeriu. — Ou quando ele tinha seis meses, dormi com ele no colo e deixei que caísse no chão. Foi horrível, eu fiquei muito mal — completei. — Dois meses depois, esquentei demais o leite e ele queimou a língua. Até hoje dói
Eu estava apreensiva. Nunca conheci ninguém da família de Ethan, eu não sabia como agir. Claramente para Ethan era importante essa reconexão com o seu passado. Uma maneira de enterrar toda aquela merda com o seu pai. Então eu digo a mim mesma que faria essa noite parecer a melhor de todas por Ethan. Colle, fechou o salão que fazia parte do restaurante do hotel só para receber o irmão. Por questões óbvias: Aparentemente o seu irmão era tipo uma celebridade local também, e a morte precoce do seu pai traria muitos repórteres, imprensa e curiosos a volta. Então Colleri dobrou a segurança em volta do hotel e fechou a parte do restaurante só para nós. Eu me sentia uma tola adolescente de quinze anos prestes a ser apresentada à família do namorado. Um segurança avisou sobre a chegada do seu irmão, Colle levantou e foi até a ele, empolgado com a sua chegada. Minhas mãos soavam frio e meu coração batia tão forte que eu podia senti-lo na base da minha garganta. Ouvi os comprimentos, ai
— Gostei dela. Tenho certeza que ele tentou dar aquele sorriso sexy, que anos atrás me causava ternura. Mas agora só me causou repulsa, raiva. E eu aguentei. Eu aguentaria. — Bom, irmão, acho que já vou indo — ele disse, olhando o relógio e se arrumando para sair da mesa. Eu educadamente o acompanhei com Ethan até a saída do restaurante. Contando os seus passos. Rezando para que ele saísse logo. Rezando para nunca mais vê-lo, rezando para que ele jamais me reconhecesse. Ele apertou as mãos de Ethan, lembrando de um almoço beneficente que aconteceria no dia seguinte e que, terminantemente, não aceitaria um não como resposta. Logo depois se aproximou para beijar a minha mão. Hesitei, minhas mãos ficaram rígidas com o seu contato. Seus lábios macios não me causaram mais que um arrepio de apreensão e medo por todo o corpo. Ele olhava dentro dos meus olhos, e a única coisa que eu vi naqueles lindos olhos azuis que um dia apreciei foi o vazio. Tudo estava indo bem. Consegui
A expressão em seu rosto fica desconfortável. — Agora somos eu e ele, nossa linhagem acabou. — Colle limpou a garganta. — Faz um ano que ele perdeu a mulher e o filho em um trágico acidente de carro, infelizmente eu não os conheci nem fui ao velório, nem se quer vi uma foto. A notícia chegou a mim por Caroline. Ela também não tinha contato com eles, mas diferente de mim ela não trocou de nome e nem se isolou. Ela só saiu de casa e não quis ter contato. Ao que parece o menino tinha a idade de Nicholas. Os meus punhos estão cerrados na borda do meu casaco vermelho, meu coração batendo violentamente contra o meu peito, lágrimas contidas ardendo em meus olhos. Eu jamais desejaria mal a uma criança, saber que ele perdeu uma criança da idade do meu filho dói de uma maneira que não deveria doer. A última pessoa na terra que desejo ter empatia, é Luck.O carro foi diminuindo a velocidade. Quando chegamos em frente do chalé, um grupo de protestantes jovens estavam com todo tipo de bandeir
Meu corpo começou a tremer, meu coração batia forte contra minhas costelas. Mas me esforcei para manter a calma. — Mas tinha algo em você... — Ele terminou de virar a bebida. — Algo que me intrigava, se é que você me entende! — Ele passou as mãos por dentro do cabelo, parecendo nervoso. — Eu não sei do que está falando. — Virei minha bebida também e desci do banco. Ele segurou meu braço, não para me machucar, mas manteve a boa função de me deter. — Eu perdi tudo — ele disse baixo. — Ano passado, minha mulher... meu filho. Os dois em um acidente de carro brutal — sua voz falhou um pouco no final. — Eu sinto muito — disse verdadeiramente. Ela afrouxou o aperto no meu braço e depois acrescentou. — Estava tudo bem, doía. Doía como inferno, mas eu estava bem. Aí meu pai morreu — ele disse com amargor. — Ele sempre foi um filho da puta doente. Então, Chase estava aqui. Com você. Mas depois, tinha Nicholas. — Seu olhar finalmente se prendeu ao meu. Meu coração quase sal
— Nenhuma criança, sendo ou não sua, merece ter você por perto. Você pode me dizer que não é como o ferrado do seu pai, mas posso ver o que ninguém vê. Você está podre e quebrado por dentro. Não tem a mínima condição de ser pai de uma criança. Luck merda Petrelli. Você sendo ou não o Progenitor de Nicholas, será sempre só isso, mais nada. O pai dele é o Ethan. Ele, sim, é pai do Nicholas, você não é nada, e nunca será. Você nunca vai se aproximar dele, a não ser que queira ficar sem as bolas seu desgraçado. — Um grunhido abafado passou por seus lábios. — Eu sinto muito pela sua família, pelo seu Sam. Mas Nicholas é meu filho, você teve a oportunidade de fazer tudo certo, eu vim até você, como deu para ver pelas gravações, mas você não me deu opção. Mandou-me tirar nosso próprio filho. Eu estava realmente apaixonada por você uma vez, sabe? gostei muito, estava carente, não sei! O que sei é que comigo e com Nicholas suas chances acabaram. Não vou mentir para você e nem para o Ethan, is
Ele me olhou com estranheza, como se não comprasse a mentira. Mas depois assentiu. — Ok. Vamos. — Ele pegou na minha mão. — Tem certeza que não quer me escutar, Ethan? Acho que, desta vez, você vai me agradecer. Ele continuou passando por ela. — Você sabia que eles já se conheciam? Hm? Ou que ela já transou com ele? Hm? E agora, como se sente sabendo que sua futura mulher não te contou sobre isso? Ele parou e se virou para ela, ainda segurando minha mão. — Chega! — Ethan gritou. Caroline se assustou tanto, que deu dois passos para trás. — Eu aturei demais de você! Demais! — Passa uma das mas pelo rosto e abaixa o tom — Eu sei, Deus sabe como eu sei que você não é a mesma depois de tudo. Nenhum de nós é Caroline. Mas isso não vai poder acontecer. — Ele começa, as linhas de seu rosto nítidas e duras. — Você é minha família e eu nunca deveria ter que escolher! Só que você não me deu escolha. Eu a amo. — Os olhos de Ethan suavizaram em minha direção. E eu também te amo, mas