Depois de muito tentar consegui falar com Alice. Não tive tempo de pôr todos os assuntos em dia, mas ela infelizmente não poderia voltar à cidade para me encontrar, o que me decepcionou um pouco. Depois de tantos anos não queria ter que enfrentar tudo aquilo sozinha, olhar para tudo o que deixei para trás, as velhas ruas, o velho colégio para meninas. Ao menos Vivian estaria lá e ficou extremamente feliz com a minha volta, mesmo eu deixando claro que se tratava de algo temporário. Não queria cansar Ethan com as velhas histórias da minha infância, ele já estava muito perdido em seus pensamentos e eu o entendia. Não houve tempo de ver o pai dele ainda com vida. Ele faleceu na noite em que pegamos o voo. Estávamos prontos para ir ao enterro. — Tudo bem você ir sozinho, mas não precisa, eu estou aqui. — Eu estou bem — ele acrescentou. Não parecendo tenso, apenas um grande mentiroso. — Eles não me esperam lá. Então acho eu irei sozinho. O clima que enfrentarei lá não é algo eu quero qu
— Como você pôde? — Bati a porta do quarto do hotel, que virou um escritório improvisado de Ethan com tanta força que estremeceu as prateleiras da parede. Ele me olhou calmamente, levantou da cadeira e sentou na beirada da mesa. — Como você pôde? — gritei mais alto que da primeira vez. — Você precisa falar baixo, Nicholas acabou de dormir. — Ele ainda está com aquele maldito copo, mas duvido muito agora que seja água. Ele toca a borda do copo com a ponta dos dedos, traçando uma volta e outra, antes de pegar a haste entre os dedos e lentamente levantar a bebida para os lábios.— Ethan, o que você fez? Por que chamou Madeleine para cá?! — Nicole, ela é sua mãe. — Ele ergue os olhos do copo para mim. Com uma calma enervante.— E daí, Ethan? Por causa dela eu tive uma infância infeliz, uma adolescência sozinha, eu quase abortei Nicholas, e você acha que simplesmente devo esquecer e ficaremos todos bem? — Exatamente! — Ethan falou da ombros. Ele fazia eu parecer uma merda de
Sentei na cama de Vivian. Ela me olhava chorar e em nenhum momento disse nada, apenas ficou lá, parada, me ouvindo choramingar e reclamar. Eu deitei em seu colo e ela continuou sentada, olhando-me e tentando secar cada lágrima que caía. Depois de um tempo em silêncio, ela finalmente disse. — Eu realmente não me importo de você dormir aqui.Olhei para seus grandes olhos cor âmbar e completei. — Mas... — Não que haja um mas, você é mãe e deve saber. Nicholas tem cinco anos, quantos erros você já cometeu? Olhei para ela e sorri. — Vamos lá, eu começo. No primeiro verão que fomos para lá, fomos ao shopping e Nicholas se sujou, você não tinha levado nenhuma troca de roupa. Foi terrível. Ou quando você esqueceu de olhar a validade do leite e Nicholas quase o ingeriu. — Ou quando ele tinha seis meses, dormi com ele no colo e deixei que caísse no chão. Foi horrível, eu fiquei muito mal — completei. — Dois meses depois, esquentei demais o leite e ele queimou a língua. Até hoje dói
Eu estava apreensiva. Nunca conheci ninguém da família de Ethan, eu não sabia como agir. Claramente para Ethan era importante essa reconexão com o seu passado. Uma maneira de enterrar toda aquela merda com o seu pai. Então eu digo a mim mesma que faria essa noite parecer a melhor de todas por Ethan. Colle, fechou o salão que fazia parte do restaurante do hotel só para receber o irmão. Por questões óbvias: Aparentemente o seu irmão era tipo uma celebridade local também, e a morte precoce do seu pai traria muitos repórteres, imprensa e curiosos a volta. Então Colleri dobrou a segurança em volta do hotel e fechou a parte do restaurante só para nós. Eu me sentia uma tola adolescente de quinze anos prestes a ser apresentada à família do namorado. Um segurança avisou sobre a chegada do seu irmão, Colle levantou e foi até a ele, empolgado com a sua chegada. Minhas mãos soavam frio e meu coração batia tão forte que eu podia senti-lo na base da minha garganta. Ouvi os comprimentos, ai
— Gostei dela. Tenho certeza que ele tentou dar aquele sorriso sexy, que anos atrás me causava ternura. Mas agora só me causou repulsa, raiva. E eu aguentei. Eu aguentaria. — Bom, irmão, acho que já vou indo — ele disse, olhando o relógio e se arrumando para sair da mesa. Eu educadamente o acompanhei com Ethan até a saída do restaurante. Contando os seus passos. Rezando para que ele saísse logo. Rezando para nunca mais vê-lo, rezando para que ele jamais me reconhecesse. Ele apertou as mãos de Ethan, lembrando de um almoço beneficente que aconteceria no dia seguinte e que, terminantemente, não aceitaria um não como resposta. Logo depois se aproximou para beijar a minha mão. Hesitei, minhas mãos ficaram rígidas com o seu contato. Seus lábios macios não me causaram mais que um arrepio de apreensão e medo por todo o corpo. Ele olhava dentro dos meus olhos, e a única coisa que eu vi naqueles lindos olhos azuis que um dia apreciei foi o vazio. Tudo estava indo bem. Consegui
A expressão em seu rosto fica desconfortável. — Agora somos eu e ele, nossa linhagem acabou. — Colle limpou a garganta. — Faz um ano que ele perdeu a mulher e o filho em um trágico acidente de carro, infelizmente eu não os conheci nem fui ao velório, nem se quer vi uma foto. A notícia chegou a mim por Caroline. Ela também não tinha contato com eles, mas diferente de mim ela não trocou de nome e nem se isolou. Ela só saiu de casa e não quis ter contato. Ao que parece o menino tinha a idade de Nicholas. Os meus punhos estão cerrados na borda do meu casaco vermelho, meu coração batendo violentamente contra o meu peito, lágrimas contidas ardendo em meus olhos. Eu jamais desejaria mal a uma criança, saber que ele perdeu uma criança da idade do meu filho dói de uma maneira que não deveria doer. A última pessoa na terra que desejo ter empatia, é Luck.O carro foi diminuindo a velocidade. Quando chegamos em frente do chalé, um grupo de protestantes jovens estavam com todo tipo de bandeir
Meu corpo começou a tremer, meu coração batia forte contra minhas costelas. Mas me esforcei para manter a calma. — Mas tinha algo em você... — Ele terminou de virar a bebida. — Algo que me intrigava, se é que você me entende! — Ele passou as mãos por dentro do cabelo, parecendo nervoso. — Eu não sei do que está falando. — Virei minha bebida também e desci do banco. Ele segurou meu braço, não para me machucar, mas manteve a boa função de me deter. — Eu perdi tudo — ele disse baixo. — Ano passado, minha mulher... meu filho. Os dois em um acidente de carro brutal — sua voz falhou um pouco no final. — Eu sinto muito — disse verdadeiramente. Ela afrouxou o aperto no meu braço e depois acrescentou. — Estava tudo bem, doía. Doía como inferno, mas eu estava bem. Aí meu pai morreu — ele disse com amargor. — Ele sempre foi um filho da puta doente. Então, Chase estava aqui. Com você. Mas depois, tinha Nicholas. — Seu olhar finalmente se prendeu ao meu. Meu coração quase sal
— Nenhuma criança, sendo ou não sua, merece ter você por perto. Você pode me dizer que não é como o ferrado do seu pai, mas posso ver o que ninguém vê. Você está podre e quebrado por dentro. Não tem a mínima condição de ser pai de uma criança. Luck merda Petrelli. Você sendo ou não o Progenitor de Nicholas, será sempre só isso, mais nada. O pai dele é o Ethan. Ele, sim, é pai do Nicholas, você não é nada, e nunca será. Você nunca vai se aproximar dele, a não ser que queira ficar sem as bolas seu desgraçado. — Um grunhido abafado passou por seus lábios. — Eu sinto muito pela sua família, pelo seu Sam. Mas Nicholas é meu filho, você teve a oportunidade de fazer tudo certo, eu vim até você, como deu para ver pelas gravações, mas você não me deu opção. Mandou-me tirar nosso próprio filho. Eu estava realmente apaixonada por você uma vez, sabe? gostei muito, estava carente, não sei! O que sei é que comigo e com Nicholas suas chances acabaram. Não vou mentir para você e nem para o Ethan, is