Ele me olhou com estranheza, como se não comprasse a mentira. Mas depois assentiu. — Ok. Vamos. — Ele pegou na minha mão. — Tem certeza que não quer me escutar, Ethan? Acho que, desta vez, você vai me agradecer. Ele continuou passando por ela. — Você sabia que eles já se conheciam? Hm? Ou que ela já transou com ele? Hm? E agora, como se sente sabendo que sua futura mulher não te contou sobre isso? Ele parou e se virou para ela, ainda segurando minha mão. — Chega! — Ethan gritou. Caroline se assustou tanto, que deu dois passos para trás. — Eu aturei demais de você! Demais! — Passa uma das mas pelo rosto e abaixa o tom — Eu sei, Deus sabe como eu sei que você não é a mesma depois de tudo. Nenhum de nós é Caroline. Mas isso não vai poder acontecer. — Ele começa, as linhas de seu rosto nítidas e duras. — Você é minha família e eu nunca deveria ter que escolher! Só que você não me deu escolha. Eu a amo. — Os olhos de Ethan suavizaram em minha direção. E eu também te amo, mas
Depois de muitas voltas já não havia mais lágrimas para chorar. Ethan preferiu ficar com Caroline. Aquela mulher me empurrou ao meu limite. Eu a odiava, embora soubesse que ela só estava defendendo o primo, ainda que quisesse transar com ele depois. A noite começava a cair. Olhei meu celular e havia vinte e cinco chamadas perdidas de Ethan, de Vivian, de Alice e algumas de um número desconhecido. Desliguei o aparelho, eu lidaria com todos quando estivesse preparada. Estava cansada de me sentir pressionada. O motorista de aplicativo, seguiu pela rua residencial de mansões da minha antiga casa. As casas estavam lindas com enfeites natalinos. A neve, finalmente começando a diminuir permitia que a lua se projetasse ainda mais linda no céu. A casa que procurava, ficava no final da rua, era a única que não estava enfeitada. Pedi o motorista que parasse o carro em frente. Digitei o código e passei pelos enormes portões a caminho da residência. Não pensei que o código ainda seria o m
Houve um acidente de carro, ele está em recuperação no hospital da cidade. Passou por uma cirurgia de emergência, mas parece que passa bem. Na verdade, ele precisa de doação de sangue. Tentamos ligar para dar a notícia, mas os telefones sempre dão ocupado ou desligado. Talvez seja a tempestade de neve que as aproxima. Não queríamos esperar. Sabemos da importância de lhes avisar logo. ***Seis dias, sete horas, doze minutos e quarenta e seis segundos. Tum. Tum. Tum. Tum. Seu coração batia lentamente, setenta batimentos por minutos. Aparentemente normal, dissera o médico. Eu sabia que estava tudo bem; acima de tudo, eu queria que estivesse tudo bem. Mas Luck ainda estava foragido e, com ele ainda solto por aí, eu realmente não conseguia pregar os olhos. Ethan estava fazendo de tudo para pegar Luck. Mas era evidente que ele estava arruinado, estava mais do que com raiva. Não é um sentimento que eu reconhecia, mas eu tinha certeza absoluta que estava consumindo Ethan de uma manei
— Era exatamente assim que você ficava com seu pai. Não tinha um dia que eu acordava e você não estava lá. Às vezes te pegava de madrugada e a carregava de volta. Apesar de eu estar sonolenta, havia escutado bem o que ela disse. Então, levantei a cabeça que estava apoiada na cama de Nicholas, esfregando meus olhos para espantar o sono. — Você era tão pequena, mas sempre foi amorosa, era o nosso grande orgulho. — Oi, mãe — disse, abrindo um sorriso. Ela sorriu de volta, caminhou até o outro lado da cama hospitalar de Nicholas e segurou a sua mão. — Incrível como, dormindo, ele se parece tanto com você. O médico disse que ele deve ter alta em breve. Você não quer ir para casa descansar um pouco? Te fará bem. Eu posso ficar com ele. — Mãe, eu agradeço, mas prefiro ficar aqui. Ele parece tão sensível. — Nicole, ele está melhor, até se saiu bem nos exercícios de respiração na bola. E você também precisa descansar. Como irá pensar claramente se não sai daqui? Volte a casa
Mais tarde, no hotel, eu já me sentia revigorada. Minha mãe ligou para que eu me acalmasse, me dizendo que estava tudo bem. Mas eu já estava pronta para voltar. Colle bateu na porta do banheiro e entrou. Olhei para ele pelo reflexo do espelho, seus olhos encaravam os meus e havia algo neles que eu nunca tinha visto. Seus olhos eram infelizes. Preocupados. Despedaçados. Continuei a pentear meus cabelos, mas sem desviar o olhar do seu. — Nós nunca deveríamos ter voltado aqui — ele começou. — Não — disse suavemente. — Não vamos pensar nisso agora. Ele baixou o olhar e depois o prendeu no meu mais uma vez. — Eu vou pegá-lo. Encarei suas mãos que estavam fechadas em punho, notei também que suas mãos estavam machucadas, os nós inchados e com algumas contusões, como se tivesse socado uma parede de concreto. Quando ele percebeu meu olhar, abriu as mãos, fechando-as em seguida e repetindo o movimento, para o sangue voltar a correr. Caminhei até ele e peguei nas suas mãos.
Enquanto voltávamos para o hospital, a viagem correu em silêncio. A verdade é que pela primeira vez, eu não acreditei nele. Colle era um homem quebrado e um homem quebrado era capaz de qualquer coisa. — Ele assistiu desenho — minha mãe disse quando voltei ao quarto de hospital. — Recebeu visitas de Will, Vivian, Maria e a irmã. Alice ligou também. — Ela sorriu para mim, levantando da cadeira. — Ele está bem, levantou, andou, o médico o examinou. O corpo está se recuperando aos poucos. Ele logo vai estar em casa. —Deu-me um sorriso encorajador. — Embora seu remédio seja muito forte. Ele deve dormir profundamente pelas próximas horas. O médico está pensando em começar a suspender amanhã. — Isso é ótimo. — Massageio minha nunca tensa, tentando desfazer o nó que se formou ali e sorrio fraco para a minha mãe. — Está tudo bem querida? Como foi lá com Ethan? — Ela perguntou, mantendo a voz baixa para não atrapalhar o sono de Nicholas. — Estou preocupada com ele mãe. — Confesso. —
Um estalo mais próximo ecoou do corredor, fazendo-me dar um pulo. Fechei a porta, deixando uma pequena brecha. Houve um silêncio mortal, a cena do hospital vazio poderia muito bem ser usada para um filme de terror. Houve outros estalos. Pow. Pow. Pow. A bile sobe pela minha garganta e tentar engoli-la só ameaça me fazer engasgar.Minhas pernas tremiam, eu estava em um tremendo conflito entre olhar e fechar a porta. Porque eu realmente não fazia ideia do que estava acontecendo. Não passou um segundo antes que eu visse Will andando apressado, mas aparentemente bem, e minhas emoções começaram instantaneamente a se controlar. Abri totalmente a porta para dizer-lhe que estávamos bem, mas foi tarde demais porque eu não havia visto Luck, que estava bem atrás dele.Ele vestia uma roupa que, tenho certeza, um dia foi elegante, mas estava amarrotada e suja de sangue; seu rosto também estava sujo e seu cabelo desgrenhado, olhos com olheiras e pupilas dilatadas. Ele parecia fo
— Ah, eu vou. — Ele nem hesita, Seus olhos baixam em decepção, e ele se inclina sussurrando como se estivéssemos compartilhando um maldito segredo. — Se você não me deixar entrar, eu vou estourar a porra da sua cabeça, e de quem mais estiver vivo aqui. — Ele se afasta muito pouco, só o suficiente para encarar meus olhos azuis chorosos. E continua sussurrando — Eu vou entrar de qualquer maneira. — Ele sorri ternamente, sínico. — A diferença Nicole é que eu não vou terminar o massacre nessa porra de lugar. Eu só vou olhar uma última vez o meu filho, me despedir e ir embora. — Você é um monstro! Você não pode, não pode... — Solto um soluço. — Não faça mal ao Nosso filho — imploro em um sussurro enquanto as lágrimas queimam meus olhos. Luck fica lá por apenas um segundo antes de limpar seu choque e endireitar os ombros.— Não vou matá-lo. — Afirma. Então fica tenso novamente e, desta vez, com meu peito pressionado contra o dele, quase posso sentir sua agonia física irradiando p