Meu corpo começou a tremer, meu coração batia forte contra minhas costelas. Mas me esforcei para manter a calma. — Mas tinha algo em você... — Ele terminou de virar a bebida. — Algo que me intrigava, se é que você me entende! — Ele passou as mãos por dentro do cabelo, parecendo nervoso. — Eu não sei do que está falando. — Virei minha bebida também e desci do banco. Ele segurou meu braço, não para me machucar, mas manteve a boa função de me deter. — Eu perdi tudo — ele disse baixo. — Ano passado, minha mulher... meu filho. Os dois em um acidente de carro brutal — sua voz falhou um pouco no final. — Eu sinto muito — disse verdadeiramente. Ela afrouxou o aperto no meu braço e depois acrescentou. — Estava tudo bem, doía. Doía como inferno, mas eu estava bem. Aí meu pai morreu — ele disse com amargor. — Ele sempre foi um filho da puta doente. Então, Chase estava aqui. Com você. Mas depois, tinha Nicholas. — Seu olhar finalmente se prendeu ao meu. Meu coração quase sal
— Nenhuma criança, sendo ou não sua, merece ter você por perto. Você pode me dizer que não é como o ferrado do seu pai, mas posso ver o que ninguém vê. Você está podre e quebrado por dentro. Não tem a mínima condição de ser pai de uma criança. Luck merda Petrelli. Você sendo ou não o Progenitor de Nicholas, será sempre só isso, mais nada. O pai dele é o Ethan. Ele, sim, é pai do Nicholas, você não é nada, e nunca será. Você nunca vai se aproximar dele, a não ser que queira ficar sem as bolas seu desgraçado. — Um grunhido abafado passou por seus lábios. — Eu sinto muito pela sua família, pelo seu Sam. Mas Nicholas é meu filho, você teve a oportunidade de fazer tudo certo, eu vim até você, como deu para ver pelas gravações, mas você não me deu opção. Mandou-me tirar nosso próprio filho. Eu estava realmente apaixonada por você uma vez, sabe? gostei muito, estava carente, não sei! O que sei é que comigo e com Nicholas suas chances acabaram. Não vou mentir para você e nem para o Ethan, is
Ele me olhou com estranheza, como se não comprasse a mentira. Mas depois assentiu. — Ok. Vamos. — Ele pegou na minha mão. — Tem certeza que não quer me escutar, Ethan? Acho que, desta vez, você vai me agradecer. Ele continuou passando por ela. — Você sabia que eles já se conheciam? Hm? Ou que ela já transou com ele? Hm? E agora, como se sente sabendo que sua futura mulher não te contou sobre isso? Ele parou e se virou para ela, ainda segurando minha mão. — Chega! — Ethan gritou. Caroline se assustou tanto, que deu dois passos para trás. — Eu aturei demais de você! Demais! — Passa uma das mas pelo rosto e abaixa o tom — Eu sei, Deus sabe como eu sei que você não é a mesma depois de tudo. Nenhum de nós é Caroline. Mas isso não vai poder acontecer. — Ele começa, as linhas de seu rosto nítidas e duras. — Você é minha família e eu nunca deveria ter que escolher! Só que você não me deu escolha. Eu a amo. — Os olhos de Ethan suavizaram em minha direção. E eu também te amo, mas
Depois de muitas voltas já não havia mais lágrimas para chorar. Ethan preferiu ficar com Caroline. Aquela mulher me empurrou ao meu limite. Eu a odiava, embora soubesse que ela só estava defendendo o primo, ainda que quisesse transar com ele depois. A noite começava a cair. Olhei meu celular e havia vinte e cinco chamadas perdidas de Ethan, de Vivian, de Alice e algumas de um número desconhecido. Desliguei o aparelho, eu lidaria com todos quando estivesse preparada. Estava cansada de me sentir pressionada. O motorista de aplicativo, seguiu pela rua residencial de mansões da minha antiga casa. As casas estavam lindas com enfeites natalinos. A neve, finalmente começando a diminuir permitia que a lua se projetasse ainda mais linda no céu. A casa que procurava, ficava no final da rua, era a única que não estava enfeitada. Pedi o motorista que parasse o carro em frente. Digitei o código e passei pelos enormes portões a caminho da residência. Não pensei que o código ainda seria o m
Houve um acidente de carro, ele está em recuperação no hospital da cidade. Passou por uma cirurgia de emergência, mas parece que passa bem. Na verdade, ele precisa de doação de sangue. Tentamos ligar para dar a notícia, mas os telefones sempre dão ocupado ou desligado. Talvez seja a tempestade de neve que as aproxima. Não queríamos esperar. Sabemos da importância de lhes avisar logo. ***Seis dias, sete horas, doze minutos e quarenta e seis segundos. Tum. Tum. Tum. Tum. Seu coração batia lentamente, setenta batimentos por minutos. Aparentemente normal, dissera o médico. Eu sabia que estava tudo bem; acima de tudo, eu queria que estivesse tudo bem. Mas Luck ainda estava foragido e, com ele ainda solto por aí, eu realmente não conseguia pregar os olhos. Ethan estava fazendo de tudo para pegar Luck. Mas era evidente que ele estava arruinado, estava mais do que com raiva. Não é um sentimento que eu reconhecia, mas eu tinha certeza absoluta que estava consumindo Ethan de uma manei
— Era exatamente assim que você ficava com seu pai. Não tinha um dia que eu acordava e você não estava lá. Às vezes te pegava de madrugada e a carregava de volta. Apesar de eu estar sonolenta, havia escutado bem o que ela disse. Então, levantei a cabeça que estava apoiada na cama de Nicholas, esfregando meus olhos para espantar o sono. — Você era tão pequena, mas sempre foi amorosa, era o nosso grande orgulho. — Oi, mãe — disse, abrindo um sorriso. Ela sorriu de volta, caminhou até o outro lado da cama hospitalar de Nicholas e segurou a sua mão. — Incrível como, dormindo, ele se parece tanto com você. O médico disse que ele deve ter alta em breve. Você não quer ir para casa descansar um pouco? Te fará bem. Eu posso ficar com ele. — Mãe, eu agradeço, mas prefiro ficar aqui. Ele parece tão sensível. — Nicole, ele está melhor, até se saiu bem nos exercícios de respiração na bola. E você também precisa descansar. Como irá pensar claramente se não sai daqui? Volte a casa
Mais tarde, no hotel, eu já me sentia revigorada. Minha mãe ligou para que eu me acalmasse, me dizendo que estava tudo bem. Mas eu já estava pronta para voltar. Colle bateu na porta do banheiro e entrou. Olhei para ele pelo reflexo do espelho, seus olhos encaravam os meus e havia algo neles que eu nunca tinha visto. Seus olhos eram infelizes. Preocupados. Despedaçados. Continuei a pentear meus cabelos, mas sem desviar o olhar do seu. — Nós nunca deveríamos ter voltado aqui — ele começou. — Não — disse suavemente. — Não vamos pensar nisso agora. Ele baixou o olhar e depois o prendeu no meu mais uma vez. — Eu vou pegá-lo. Encarei suas mãos que estavam fechadas em punho, notei também que suas mãos estavam machucadas, os nós inchados e com algumas contusões, como se tivesse socado uma parede de concreto. Quando ele percebeu meu olhar, abriu as mãos, fechando-as em seguida e repetindo o movimento, para o sangue voltar a correr. Caminhei até ele e peguei nas suas mãos.
Enquanto voltávamos para o hospital, a viagem correu em silêncio. A verdade é que pela primeira vez, eu não acreditei nele. Colle era um homem quebrado e um homem quebrado era capaz de qualquer coisa. — Ele assistiu desenho — minha mãe disse quando voltei ao quarto de hospital. — Recebeu visitas de Will, Vivian, Maria e a irmã. Alice ligou também. — Ela sorriu para mim, levantando da cadeira. — Ele está bem, levantou, andou, o médico o examinou. O corpo está se recuperando aos poucos. Ele logo vai estar em casa. —Deu-me um sorriso encorajador. — Embora seu remédio seja muito forte. Ele deve dormir profundamente pelas próximas horas. O médico está pensando em começar a suspender amanhã. — Isso é ótimo. — Massageio minha nunca tensa, tentando desfazer o nó que se formou ali e sorrio fraco para a minha mãe. — Está tudo bem querida? Como foi lá com Ethan? — Ela perguntou, mantendo a voz baixa para não atrapalhar o sono de Nicholas. — Estou preocupada com ele mãe. — Confesso. —